A Feliz Lembrança de Um Dia Tr



Fazia um intenso frio em Londres, incomum para aquela estação do ano. O sol, que se punha, com a densa neblina, ainda mais incomum para aquela estação, deixava o largo Grimmauld com uma aparência sombria e misteriosa.
A casa número 12, é onde a maioria dos encontros da Ordem da Fênix acontece, onde Sirius Black cresceu, e onde, agora se encontravam, o Sr. e a Sra. Weasley, Carlinhos (que viera da Romênia, pois como lhe disseram, o assunto a ser tratado era importante), Remo Lupin, Olho-Tonto Moody, Kingsley Shacklebolt e Tonks.
Todos se acomodaram na grande sala de estar da nobre casa dos Black, enquanto esperavam, ansiosos e silenciosos que o Sr. Weasley lhes contasse o motivo daquela reunião.
Sr. Weasley se levantou, e muito sério, tomou a palavra.

- Como todos vocês sabem, com a morte de Dumbledore, Harry está correndo mais perigo do que nunca, sem Dumbledore no seu caminho, Aquele Que Não Deve Ser Nomeado provavelmente não hesitará em ir atrás dele, por isso, sendo a Ordem da Fênix, e agora, os responsáveis por Harry, acho que devemos visar pela sua segurança. – após ter dito isso, Sr. Weasley sentou-se novamente, ele tentava disfarçar, porém ficou claro sua preocupação sobre o assunto, era eminente um quê se aflição em sua voz.
- Devemos organizar um grupo de pessoas para transportá-lo da casa dos seus tios quando ele fizer 17 anos... – afirmou Olho-Tonto.
- Sim, Alastor! E devemos também nos preparar, caso aja uma batalha! – completou Shacklebolt.

E eles continuaram discutindo os planos, para caso ocorresse qualquer imprevisto, todos davam suas opiniões, menos Lupin e Tonks, que estavam muito quietos, cada um num canto do aposento.
Lupin olhava para Tonks, e esta, por sua vez, olhava para parede, com uma expressão triste no rosto, os olhos vidrados, perdida em lembranças.
Lembranças do dia em que Sirius morreu:

Quando a batalha no Ministério acabou, no dia da morte de Sirius, todos se reuniram na casa dos Black, naquela mesma sala de estar. O silêncio no aposento reinava absoluto, interrompido às vezes por soluços e lamentações. Tonks chorava muito, seu cabelo tomou um estranho tom preto-acinzentado, e milhares de pensamentos não paravam de lhe ocorrer. Sra. Weasley chorava muito também, e dos olhos de Lupin, saiam lágrimas silenciosas. O resto das pessoas apenas olhava para o chão, muitas delas se perguntando se o que viram era real, se negando a acreditar no que realmente tinha acabado de acontecer.
Tonks nunca se sentira tão sozinha, Sirius, além de ser seu primo, era um ótimo amigo, com quem ela sabia que podia sempre contar. Lupin, que estava numa poltrona a frente do sofá em que a garota se encontrava, e agora, a observava, percebeu sua solidão e foi consolá-la.
Ela olhava para o chão, quando sentiu mãos quentes e macias acariciando seu rosto mergulhado em lágrimas. Olhou para cima, e viu o rosto de Lupin, bem próximo do seu, os grandes olhos castanhos, marejados, encaravam com firmeza os olhos verdes dela, e ela pensou ver um leve fio prateado descendo dos seus olhos e escorrendo pelo seu rosto.
Lupin tentou dizer algo, mas as palavras simplesmente travaram em sua boca. A falta que ele sentia de Sirius era imensamente igual, talvez até maior, a que Tonks sentia, pois os dois eram muito amigos desde a infância.
Eles se olharam por um tempo, e nenhum dos dois se atreveu a dizer nada, depois se abraçaram, ainda silenciosos, em um gesto de consolo; cada um preso em seus pensamentos.

Tonks sentiu seu coração acelerar, seu rosto ficou muito quente e suas bochechas levemente rosadas. Ainda abraçada em Lupin, ela inspirou fundo, e sentiu um leve aroma de perfume; imediatamente, ela se viu invadida por uma sensação que nunca experimentara antes, um sentimento que nasceu naquela noite, e a acompanha desde então.

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