Meia noite no Três Vassouras



No final do jantar daquela noite, os marotos se dirigiram ao salão comunal da Grifinória. Logo que entraram, foram surpreendidos por Frank.
- E aí meninos, alguma novidade?
- Ainda ta brigado com a Alice? – pergunta Sirius de supetão.
- Como você sabe? – pergunta surpreso.
- Ta conversando com a gente... Não está com ela... Ta meio que na cara amigo. – comenta.
- É... – confirma desanimado. – Não quer nem ficar perto de mim. Tentei conversar, mas ela se afastou emburrada.
- O que, exatamente, você fez para ela ficar assim? – pergunta Tiago curioso.
- Nada de mais, só disse que ela tinha engordado um pouquinho nas férias. – responde com uma cara amuada.
- Cara essa foi péssima! – comenta Remo.
- Nem o Pedro, que até hoje não teve nenhum contato com mulheres faria uma coisa dessas. – responde Tiago com um sorriso.
- Hei! – retruca Pedro.
- Foi mau cara, mas você sabe que é verdade.
- Obrigado, vocês fizeram me sentir muito melhor. – fala irônico.
- Ah! Tive uma idéia para você se sentir muito melhor.
- Cuidado Sirius, suas idéias às vezes me assustam. – comenta Remo
- Mas essa acho que todos vocês vão gostar. – responde sorrindo. – Tiago pega a sua capa de invisibilidade e o mapa.
Na mesma hora, Tiago sobe nos dormitórios. Remo, Pedro e Frank ficam encarando um sorridente Sirius, que com a espera começa a cantarolar uma melodia qualquer. Depois de alguns segundos, Tiago volta com o que fora pedido.
- Aonde vamos Sirius? – pergunta Pedro curioso, que assim como os outros, o acompanhava pelos corredores do castelo.
- Vamos dar uma arejada na cabeça.
- O QUE? Vamos sair? – grita Remo.
- Shhiii... Fale mais baixo! Quer que alguém nos encontre?
- Mas já passou da hora permitida!
- Eu sei, por isso pedi o mapa e a capa.
Sirius olha para Tiago, e os dois olham cúmplices para Frank. O consideravam um amigo, mas não poderiam mostrar como manusear o mapa em sua frente. Juntos, vão para um canto, murmuram Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom . Ficam alguns segundos olhando para o pergaminho, voltam a murmurar alguma outra coisa, para no fim virarem para os amigos. Frank apenas observou aquilo com uma cara de estranheza.
- Pois bem, o caminho está livre, é só seguirmos por este corredor. – viraram para a esquerda.
Ficaram mais alguns segundos perambulando pelos corredores. Até chegarem a uma estátua de uma velha bruxa de um olho só.
Tiago pegou a varinha, apontou para a pedra e murmurou “ Dissendium ”. Na mesma hora a corcunda da bruxa se abriu mostrando uma passagem. Frank não deixou de se espantar com o feito.
- Como vocês cons...
- Depois a gente explica, agora entra. – Sirius empurra Frank para dentro da passagem. – Cuidado com a cabeça.
Deslizaram por um corredor que parecia ser de pedra, aterrissando no fim em uma terra úmida. Estava escuro como breu. Todos murmuraram Lumus , então começaram a andar. Depois do que parecia uma hora, a passagem pareceu subir. Ficaram andando por mais alguns minutos, até encontrarem degraus de pedra. Subiram, subiram, subiram... Parecia uma eternidade sem fim, até que Sirius, que estava na frente, parou. Haviam finalmente chegado a um alçapão. Abriu cuidadosamente sem fazer um mínimo de barulho. O local em que se encontravam agora era um porão. Nele havia várias caixas amontoadas uma nas outras.
- Onde é que nós estamos? – perguntou Frank assustado.
- Shhiii... – recebeu isso como resposta, junto com um aceno de cabeça, que poderia ser interpretado para seguir em frente.
Ao fundo do porão, havia uma escada. Subiram e encontraram a Dedosdemel, só que, como já estava à noite, a loja estava fechada.
Sirius retirou de dentro da roupa um canivete e com ele abriu a porta da frente do recinto. Assim que todos passaram tornou a trancar.
Lá fora um vento suave balançava as folhas das árvores. A lua quase cheia, iluminava Hogsmeade de um jeito lúgubre. Algumas luzes ainda estavam acesas nas casas vizinhas, uma delas era a que ficava em cima da Três Vassouras. Os marotos seguidos pelo espantado Frank se dirigiram para lá despreocupados. Para não chamar muita atenção, decidiram ir para a porta dos fundos. Tiago se aproxima e bate três vezes na porta. Nada. Alguns minutos depois, se ouvem barulhos de chinelos sendo arrastados escada a baixo. De repente a porta se escancara, mostrando uma jovem mulher de roupão.
- Vocês aqui? Há essa hora? – perguntou Madame Rosmerta admirada. – Vocês não têm juízo mesmo!
- Madame Rosmerta, não poderíamos deixar de dar a senhora um olá depois dessas longas férias. A saudade que sentimos da senhora foi maior que o risco que estamos correndo. – exclama Sirius galanteador.
- Senhora é a vovozinha! – repreende Madame Rosmerta, mas sem dar um sorriso. – Já que estão aqui é melhor entrarem.
Ela da passagem para os cinco garotos, dois por sinal estavam sorrindo.
Os fundos do bar era bem simples, algumas caixas empilhadas contendo a tão maravilhosa cerveja amanteigada, um conjunto de mesa, alguns armários e prateleiras contendo diversas variedades de ingredientes.
- Então, vejo que trouxeram um novo amigo. – comenta olhando Frank, que começava a ficar corado.
- É o Frank, ele divide com a gente o dormitório. – responde Remo prontamente. Desde o terceiro ano, ele e Sirius tinham uma queda pela dona do bar.
- Muito prazer Frank. – cumprimenta estendendo a mão para o rapaz.
Frank estava muito envergonhado com aquela situação, ficou olhando para a mão dela estendida sem dar algum sinal de vida. Tiago percebe e lhe da um cutucão.
- Pra... Prazer. – aperta a mão da mulher, desajeitado.
Madame Rosmerta apenas sorri.
- Sentem-se. – oferece as cadeiras. – Querem beber alguma coisa?
- É um dos motivos por estarmos aqui. – responde Remo.
- Pensei que a saudade que sentiam por mim era o único motivo que valesse o risco de estarem fora da cama. – comenta fingindo indignação.
- Queríamos beber cerveja amanteigada com a sua encantadora companhia. – Sirius continua com os galanteios.
Madame Rosmerta só ria. Adorava estar perto daqueles garotos, sempre a faziam se sentir mais nova, relembrando os tempos em que estivera na escola. Mas, seus pensamentos foram interrompidos por um barulho vindo lá de cima. Os rapazes se alarmaram com o susto.
- Não se preocupem, deve ser minha sobrinha que veio passar alguns tempos por aqui. Acordou se sentindo mal hoje. Melhor ver como ela está, volto rápido.
E subiu as escadas que ligavam o térreo com o segundo andar.
- O que viemos fazer aqui? – pergunta Frank depois de verificar se Madame Rosmerta não estava por perto.
- Viemos cumprimentar uma velha amiga e beber um pouco de cerveja amanteigada, já que na escola não tem. – responde Sirius.
- Essa era a sua grande idéia? – continua Frank.
- Era. – responde simplesmente.
- Ah! Não acredito! Arrisquei-me para bater papo com a dona de um bar. – comenta frustrado.
- Relaxa Frank! Logo, logo você não vai se arrepender de ter vindo aqui. – fala Pedro pela primeira vez desde que chegaram.
- É relaxa. O Remo também não gostava de vir, acabou gostando. Olha a cara de felicidade. – fala Tiago apontando para a cara de bobo que Remo estava fazendo olhando para o local que há poucos segundos estivera Rosmerta.
Ele realmente estava feliz.
Dez minutos depois Madame Rosmerta descera.
- Estava com um pouco de febre, mas já dei uma poção. – comenta sobre a sobrinha adoecida.
- Oh, que pena! – diz Sirius ironicamente, mas sem ninguém perceber.
Os seis engataram em uma conversa que durou horas. Bebiam , riam, conversavam e bebiam mais um pouquinho. Frank já estava relaxado , há muito havia esquecido de sua briga com Alice.
Até que Remo, o mais “responsável” resolve ver as horas.
- Ou... Já ta hora... – fala meio capenga. – Melhor ir...
Sirius e Madame Rosmerta que até aquele momento estavam fazendo uma pequena apresentação de dança param.
Frank ria as gargalhadas acompanhadas por Tiago, mas vendo que o show havia acabado também param. Pedro que havia tombado na mesa, acorda com ajuda de Remo.
- Apareçam mais vezes... Rapazes. – se despede meio tonta.
- Tchau! Eu vou voltar, prometo. – se despede Sirius.

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Quem olhasse pela janela naquele momento, iria ver um esquisito grupo de rapazes andando por entre as ruas daquele povoado. Um estava sendo praticamente sendo arrastado por outro, não agüentava o próprio peso. O que andava mais a frente, com uma garrafa nas mãos, cantava o que poderia ser uma canção, mas se embolava com as palavras e o que saia eram sons disformes. E para fechar essa divertida “passeata”, os dois últimos riam como se o mundo fosse uma grande piada.
Foi difícil, mas eles conseguiram chegar à escola quase totalmente bem. Houve alguns desequilíbrios que geraram pequenos arranhões, mas nada de grave.
- Poderíamos fazer... Isso mais vezes... O que acham? – pergunta Frank subindo as escadas de mármore.
- Com... certeza voltaremos. Ano passado... só fomos duas. – Sirius mostra três dedos para Remo.
- Sirius... Acho que isso é um três... – comenta Tiago rindo. Logo Sirius também ria.
- Falem mais baixo os dois. – repreende Remo que dos cinco era o mais sóbrio.
Subiram mais algumas escadas e viraram alguns corredores. Até que ao virar certo corredor, que por sinal estava mal iluminado, cruza em seus caminhos um grupo de sombras, já que era a única coisa que se podia ver naquele corredor escuro. Remo que era o único que não tinha uma visão tão “alterada” não conseguia ver quem era, mas percebeu, pelos vultos, que eram mais de seis. Assim que suas presenças foram percebidas as sombras lançaram rajadas de feitiços na direção dos cinco. Como nenhum estava em seu estado normal, não conseguiram reagir. Seus movimentos eram demasiados lerdos devido ao álcool ingerido. Frank fora o único a não ser acertado, já que estava mais atrás. Mas era o mais bêbado. Vendo que seus amigos estavam caídos, fica indignado por não fazer parte, do que para a cabeça dele parecia ser uma brincadeira.
- E eu? – pergunta para os vultos.
Em resposta recebe um belo de um feitiço no peito, fazendo-o desmaiar.

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Naquela manhã, o dia amanhecera com um lindo sol de verão. A claridade invadia a Ala Hospitalar fazendo com que um dos pacientes que dormia nas camas acordasse.
- Onde eu estou? – pergunta Sirius para o nada.
E por incrível que pareça, o nada o responde.
- Você está na Ala Hospitalar.
Sirius vira a cabeça para a esquerda e vê Madame Pomfrey arrumando uma prateleira contendo poções.
- Por que estou aqui? – pergunta se levantando da cama, não se lembrava do ocorrido da noite passada.
- O que aconteceu eu não sei. – responde a enfermeira virando-se para ele com um olhar sério. – Mas é o que gostaria de saber.
- Eu não lembro. Ai... – coloca a mão na cabeça.
- Vocês cinco foram encontrados em um corredor do quinto andar desmaiados. Foi Pirraça que os encontrou. Fez um escândalo, até que o Sr. Filch apareceu. Ele avisou a Profa. McGonagall, que me chamou e fomos nós que os levamos para cá. – falava sem interromper provocando uma maior dor de cabeça em Sirius.
Com o falatório acabou acordando Tiago e Frank. O primeiro tentou se levantar, mas foi repreendido pela enfermeira. De repente a porta da enfermaria se abre e por ela entra uma menina com estatura baixa, rosto redondo, cabelos castanhos e olhos de mesma cor.
- Frankzinho, fiquei sabendo agora que você tinha sido trazido para cá. – a menina pula em cima do namorado abraçando-o.
- Ai, calma Alice. – pede ele meio tonto, ela se afasta. – Pensei que estava com raiva de mim?
Como dali a alguns minutos ia começar uma sessão agarramento de reconciliação, Madame Pomfrey decide ir para sua sala. Sirius resolve tentar voltar a dormir. Vendo que iria ficar sobrando, Tiago decide seguir a idéia do amigo.
- Estava, mas... Quando fiquei sabendo, resolvi deixar de lado essa briga boba. E também estava me achando um pouco gordinha... Vou começar hoje mesmo um regime. – fala tímida.
- Que isso! Você é linda, não precisa disso. Eu que fui um idiota de te chamar de gordinha!
Tiago ainda estava acordado. Não queria ficar ouvindo aquelas coisas, mas não conseguia dormir. Logo depois começa a ouvir um som que lembrava a de um desentupidor.
Putz! Mais essa... - pensou.
Tampa a cabeça com o travesseiro. Definitivamente não queria ouvir aquilo.

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Só depois do almoço que eles foram liberados. Todos do castelo já sabiam do ocorrido. Onde quer que eles fossem sempre alguém parava para perguntar mais detalhes.
Remo fora o único a se lembrar com clareza o que tinha acontecido, mas ainda não descobriram quem foram os que vultos que os atacaram. Tiago afirmava que só poderiam ser sonserinos, mas não tinha provas, então não poderia culpar ninguém. A profa. McGonagall lhes havia dado detenção por estarem no corredor depois da hora permitida e ainda descontara vinte pontos da Grifinória por cada um. Teria sido mais, mas como eles haviam sido atacados durante a noite ela deu uma folga, o que é raro. Também tiveram que ouvir um belo de um discurso da mesma, dizendo o quão perigoso é sair pelo corredor a fora durante a noite.
- Poderia ter sido pior! Vocês não sabem o que ronda por ai durante a noite! Vou escrever para os pais de cada um contando o ocorrido. – uma veia da testa da professora latejava de tanta raiva.
- Não escreve para minha mãe professora, ela vai me deixar de castigo o resto da minha vida! – exclama Tiago desesperado.
- Pensasse nisso antes de sair por ai, Sr. Potter. – fala por fim abrindo a porta de sua sala para os cinco rapazes saírem.
- Estou ferrado! – comenta Tiago no corredor para os amigos.
- Pelo menos ela não ficou sabendo que saímos da escola! Se não, era capaz de nos tirar do time de quadribol. – responde Sirius tentando animar o amigo. Não ficara nem um pouco com medo do que seus pais poderiam fazer, no máximo poderiam tirá-lo da família por manchar o tão nobre nome, mas isso seria ótimo. Não agüentava mais olhar para cara de nenhum deles. Não via a hora de se ver livres daqueles... Não sabia nem o nome que usaria para descrevê-los tamanha a sua revolta.
- Vocês perceberam o que a professora quis dizer com: o que ronda por ai ? – pergunta Remo saindo do assunto.
- O que? – pergunta Pedro.
- Acho que ela se referia ao Você-Sabe-Quem .
Pedro na mesma hora se arrepia.
- Que Você-Sabe-Quem, Aluado! Meu pai disse para chamá-lo com o nome que tem. Voldmorte ! – reponde Tiago. Pedro ao ouvir a menção do nome se arrepia mais ainda.
- Algum problema Rabicho? – pergunta Sirius que não deixou de reparar nos repentinos calafrios do amigo.
- Não, nenhum. É que eu não gosto desse assunto. Vamos mudar, por favor? – pede com uma expressão séria.

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- Lílian?
Ao ouvir seu nome, vira-se para trás. Um rapaz alto dos cabelos loiros vinha em sua direção.
- Agora temos aula de Transfiguração juntos, posso ir com você? – pergunta inseguro.
- Claro Den! – responde corando.
Caminharam por algum tempo sem se falarem, até que ao virar um corredor, Den comenta:
- Ficou sabendo do que aconteceu ontem com o Potter e sua turma?
- É, fiquei sabendo. Nós da grifinória perdemos cem pontos por causa deles, difícil não notar. – responde amarga.
- Hei! Não fica assim, aposto que você consegue recuperar esses pontos em uma aula! – fala sorrindo, deixando a ruiva mais corada ainda.
- Q... Que isso! Não exagera!
Finalmente chegaram à porta da sala de Transfiguração, para alívio de Lílian que cada vez mais ficava envergonhada.
Alguns alunos já se encontravam na sala, e alguns desses alunos eram os marotos. Lílian e Den entram juntos e se sentam na mesma mesa.
- Não estou exagerando quando digo que você é uma bruxa brilhante. Todos dizem isso. – fala pegando seu livro de Transfiguração da mochila.
Ela, não sabendo o que responder, apenas sorri envergonhada. Tiago que observava os dois desde que chegaram, reparou o quão vermelha Lílian estava. Fez uma careta de desagrado para aquela cena, que para ele era repulsiva.
- Você viu como aquele babaca se joga para a Evans? – não deixa de comentar para Sirius que estava ao seu lado.
Este também havia reparado no casal.
- Parece que ele também gosta da ruiva. – responde dando uma indireta para o amigo.
- Como assim também ? Mais alguém gosta dela? – pergunta Tiago curioso, mas ao mesmo tempo enraivecido.
- Esquece! – fala virando-se para o outro lado. - Sabe Pontas, ás vezes você é meio lerdo no raciocínio!
- Não, agora que você começou, termina! – puxa o braço de Sirius, para que este se vire.
- Nada Pontas, esquece! – solta o braço do aperto do amigo, virando-se para Remo.
- Aluado você conseguiu as matérias das aulas que nós perdemos?
- Depois das aulas o Will vai me emprestar.
- Certo, depois eu pego com você.
Remo apenas balança a cabeça em concordância.
Logo a professora aparece na sala, fazendo com que todos ficassem em silêncio. Antes de começar a aula, ela fez um discurso falando sobre a importância do ano que se seguia para o futuro de cada um, de como o N.I.E.M. estava próximo e o trabalho que teriam para conseguir tirar uma boa nota neste exame.
Depois a professora passou um pequeno exercício para a turma. Os alunos teriam que transfigurar porquinhos-da-índia em caixinhas de música, mas usando um feitiço não-verbal.
No decorrer da aula, Sirius recebe um bilhete. Desembrulha-o e lê.
Fale agora quem mais gosta da Evans!
Ao ler, olha para o amigo ao seu lado. Este realmente parecia desesperado para saber quem seria o outro.
Pega novamente o pergaminho e escreve:
Se você ainda não sabe, não sou eu que vou responder!
Passa o bilhete para o lado. Tiago abre numa fissura, mas fica frustrado ao ler a resposta. Não convencido, escreve de novo e passa novamente para o lado.
DIZ LOGO QUEM É!
Sirius apenas lê. Dessa vez não responderia.
Tiago passou a aula inteira cutucando o amigo, esperando alguma resposta menos vaga. Mas sem sucesso.
No fim, fora o único que não havia conseguido transformar o seu porquinho. Ficara tão ocupado importunando Sirius, que se esquecera completamente do exercício. Todos pegaram suas coisas para irem para a próxima aula.
- Potter, você fica. – fala a professora.
Tiago vira-se para a professora, desanimado.
- Que foi que eu fiz dessa vez?
- O que foi que você não fez seria a pergunta. O que está acontecendo com você?
- Como? – pergunta não entendendo o interesse da professora.
- Você sempre foi ótimo em minha aula, e hoje parecia completamente desligado. Está tendo algum problema?
- Não. – responde ainda surpreso.
Minerva suspira cansada.
- Está certo. Pode ir.
Tiago já estava abrindo a porta, quando ela o chama.
- Não pense que estará livre do exercício Potter. Fará ele como dever extra.
O rapaz assente antes de sair da sala.

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Todos os alunos estavam tentando recolher uma vagem verde gosmenta de uma planta que não parava de pulsar, quando a porta da estufa se abre.
- Desculpe professora, é que a Profa. McGonagall me pediu para ficar mais um tempo na sala e... – não conseguiu continuar, fora interrompido pela Profa. Sprout.
- Tudo bem Potter. Pode entrar dessa vez. – respondeu.
- Obrigado. – responde por fim, se dirigindo para perto de seus amigos.
Assim que sentou, Remo pergunta o que a McGonagall queria.
- Nada de mais. Só disse que teria que fazer o exercício da aula.
- Também, quem mandou ficar me enchendo o saco! – comenta Sirius.
Tiago já ia responder quando a professora aparece com um ar severo. Na mesma hora eles voltam a trabalhar em silêncio. Aquela planta era mais nojenta do que parecia. Era rechonchuda, com uma cor meio violeta e dos lados havia grandes bolsas que continham a vagem verde e gosmenta. Os alunos teriam que espremer com luvas aquelas bolsas com muito cuidado, pois se aquela gosma entrasse em contato com a pele, esta ficaria toda empipocada.
No meio da aula, um garoto da Lufa-lufa se aproximou dos marotos. Ele era de estatura mediana, com cabelos castanhos e sardas no nariz.
- Você é o Remo Lupin, não é? – pergunta.
- É, sou eu. – responde sem entender o que aquele menino queria.
- Pediram para te entregar. – fala estendendo um pergaminho dobrado.
Remo fica com um pouco de receio de aceitar, mas acaba pegando assim mesmo. O garoto, assim que entrega o bilhete volta para seu lugar.
Tiago, Sirius e Pedro até tentaram ver o que estava escrito no bilhete, mas Remo o escondeu no bolso de seu uniforme a tempo.
- Deixa a gente ver Aluado! – pede Sirius.
- Não! Está escrito para Remo Lupin , não para vocês. – responde baixo para a professora não ouvir.
- Poxa! Vai ficar de segredinho com a gente, é? – sussurra Tiago.
Remo não responde.
No fim da aula dois alunos foram parar na Ala Hospitalar com grandes bolhas nas mãos. Os alunos que se salvaram recolheram seus materiais e voltaram para o castelo.

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Depois do jantar, McGonagall passou para os marotos os horários de suas detenções.
- Não acredito! – exclama Sirius comparando sua detenção com a dos outros. – Vamos fazer nossas detenções separadas.
- Pelo menos você não vai limpar os vestiários. – retruca Tiago.
- Não vou limpar os vestiários, mas vou ter que limpar os troféus. Você sabe quantos troféus tem essa escola?
- Os dois parem de reclamar. Fizemos por merecer, desrespeitamos uma regra. – intromete-se Remo.
- Cara, para de ser CDF! – exclama Sirius desarrumando o cabelo do amigo.
- Não faz isso! – fala se desvencilhando das mãos de Sirius.
- Os dois, andem logo! Quero chegar cedo no salão comunal para fazer o dever de Transfiguração. – fala Tiago acelerando o passo.
-Calma aí! – Sirius acelera o passo também.

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Lílian fazia seus deveres em um canto do salão comunal, quando Mary se aproxima da amiga.
- Então, como está indo com o Den? – pergunta do nada.
Lílian levanta a cabeça para olhar Mary.
- Como assim? – pergunta sem entender.
- Hoje na aula de Transfiguração vocês se sentaram na mesma mesa e você ficou toda vermelha. – comenta sorrindo.
- Ah, isso! – compreende a ruiva ficando novamente corada.
- E?
- E o que?
- E o que voc... - interrompe a conversa. Um menino do 2º ano estava parado esperando para falar alguma coisa.
- A Profa. McGonagall pediu para te entregar. – mostra um pergaminho preso por uma fita.
- Obrigada. – Lílian pega o pergaminho das mãos do menino, este ao fazer a entrega, vai para perto de seus amigos.
À medida que a ruiva lia, mais séria ficava.
- O que foi? – pergunta Mary preocupada.
Ao acabar de ler, Lílian levanta os olhos para a amiga.
- Vou ter que monitorar as detenções do Potter à semana inteira. – responde mal humorada.
- E? – pergunta não entendendo.
- E o que Mary? Será que você não entendeu que eu vou ter que monitorar as detenções do Potter a semana inteira ?
- Isso eu entendi, mas o que isso tem haver?
- Você conhece o Potter? Sabe o quão imatura, prepotente e cínica aquela criatura consegue ser?
- Nossa, você realmente o ama!
- Eu não o suporto! – fala batendo o punho na mesa espalhando tinta nos pergaminhos. – Droga! Viu? Ele só me traz desgraça!
- Falando no dito cujo. – exclama Mary olhando para a passagem do salão. Lílian vira-se para trás acompanhando o olhar da amiga.
Pela passagem entrava Tiago e seus amigos. O moreno reparando que a ruiva o olhava, sorri. Lílian, pega de surpresa na mesma hora vira o rosto corado.
- Droga! – pragueja baixinho.
Essas detenções prometiam.

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