C.M.



Cap 14 - C.M.




O café da manhã e as aulas do dia seguinte a festa começariam um pouco mais tarde que o normal. Os professores sabiam que os alunos não iriam querer ter aulas cedo depois de uma festa.

Rose estava sozinha no salão comunal sentada na poltrona próxima a lareira apagada. Já tinha lido e relido os capítulos do livro de poções que ela teria no dia, embora não prestasse atenção em nada do que lia. Não conseguira dormir direito, a voz de Scorpius dizendo que desistira dela ainda estava alta e clara em sua mente.

O tom frio, a mágoa em seus olhos. Ele não parecia estar brincando. ”Agora é tarde para se arrepender”, dizia uma voz insistente em sua cabeça. “Não tinha outra escolha, tinha? Namorar escondido é perigoso, se Hugo descobrisse estaria ferrada.” Rose rebateu.

“Rose, você é ou não é uma grifinória?” Perguntou a voz.

“Sou uma grifinória consciente” Respondeu virando a página do livro, embora não saber nenhuma palavra da anterior.

“Scorpius tem razão, você é uma covarde” – Acusou a voz

“Eu não sou covarde! E também... Espera, eu to discutindo com uma droga de voz na minha cabeça? A que ponto cheguei...”

“Você deveria me ouvir, mas você é tão cabeça dura quanto seu pai...”

“Eu não sou, eu estou agindo certo, eu sei que estou. É só uma voz idiota Rose, você só está ouvindo porque está cansada, só isso”

“Você está errada, Rose, não custa tentar. Vale o risco...”

“Sai daqui voz idiota, sai daqui!”

Uma movimentação ao seu lado trouxe Rose de volta para o mundo real. Alana tinha descido e se sentado ao lado dela, sem falar nada, apenas com um sorriso bobo no rosto.

- Bom dia para você também senhorita Andersen, ou seria senhorita Potter? – Zombou Rose.

Alana riu, corando.

- Está esperando o que para começar a me contar o que aconteceu, hein? – Perguntou Rose guardando o livro na mochila.

- Estou esperando você me contar porque saiu da festa mais cedo. – Rebateu Alana.

- Ai amiga, eu posso te contar depois, quando a Mary estiver junto? Assim eu vou precisar falar uma única vez sobre isso. – Pediu – Mas e você e meu primo, hein?

- Não sei Rose, às vezes acho que estou sonhando, sabe. – Disse Alana em um suspiro.

- Às vezes acho que estou sonhando... - Disse Mary chegando, imitando o tom sonhador de Alana – Menina, você tinha que ver a cara da “Dani” quando viu vocês...

- Ela viu? – Perguntou Alana variando entre a alegria e a surpresa.

- Você está brincando, não é? – Perguntou Mary, já sentada na poltrona de frente para as meninas – Todo mundo viu.

Alana corou mais uma vez.

- Bom dia pessoal! – Disse James descendo com Devon, com um sorriso anormalmente grande no rosto.

- Nossa, pelo visto a festa foi boa, não? – Perguntou Mary maliciosa – Menos para mim... – completou triste.

- Só porque você não quis amor... – Disse Hugo se aproximando do grupo e Mary apenas revirou os olhos.

- Mas não foi só a minha festa que foi boa pelo jeito, não é? – James perguntou sinalizando Alvo que vinha na direção deles.

Rapidamente, Rose se levantou dizendo que ia a biblioteca e arrastou Mary com ela. Hugo disse que estava com muita fome e não iria esperar mais. Mas James se levantou e virou-se calmamente para o irmão.

- Eu poderia inventar uma desculpa, mas não estou afim, então eu e meu amigo vamos sair para deixar você sozinho com sua nova namorada. – E saiu satisfeito consigo mesmo por ter deixado o irmão mais sem graça do que já estava, sendo seguido por Devon.

Alvo se aproximou de Alana, que tinha o rosto tão vermelho que parecia que ia explodir. Sentou-se ao lado dela, mas ela não o encarou. “O que eu vou falar para ele?.”, mas seus pensamentos foram cortados pela mão dele em seu queixo, forçando ela a encará-lo.

- Olha para mim – Murmurou ele – Está com vergonha?

Alana olhou para ele. Ele Tinha um sorriso tímido no rosto e a olhava nos olhos. Aqueles olhos extremamente verdes e vivos olhando fundo nos dela... Ela tinha certeza de que se não estivesse sentada cairia.

- Não! – Disse rápido, embora estivesse tão corada que era impossível acreditar.

- Não precisa ficar sem graça... – Disse ele ainda sorrindo – Eu adorei a festa.

- Eu também... – murmurou ela

- Sabe... – Disse ele se aproximando dela – Eu não queria que ela terminasse nunca.

Alana sorriu sem graça e olhou para baixo, mas Alvo tocou seu rosto, fazendo-a olhá-lo e aproximou seu rosto do dela.

- Al... – Murmurou ela com dificuldade... Ele estava cada vez mais próximo – O café da manhã...

- Ele espera – E antes que ela pudesse falar mais alguma coisa, a beijou.



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- Rose!

- O que você quer Hugo? – Perguntou ela exasperada

- Eu queria suco de abóbora, mas você não me ouve. Estava pensando no loiro aguado, irmãzinha? – Perguntou irônico.

Rose não respondeu, simplesmente passou a jarra com o suco com violência, quase derrubando na mesa.

- Onde está o Al e a Alana? – Perguntou Mary olhando o relógio - Estão demorando demais, daqui a pouco teremos que ir para a aula de feitiços e eles não vão poder comer nada.

- Pode perder as esperanças Mary. Eu os vi na sala comunal quando saí, e do jeito que estavam não pareciam querer tomar café. – Disse Lily sacudindo a cabeça – É muito estranho ver meu irmão daquele jeito, quero dizer, ele é meu irmão. Não é James?


Mas James parecia não prestar atenção, seu olhar estava fixo em um ponto do salão principal. Não no local em si, mas em quem estava lá. Ele se levantou sem responder e foi até lá. Ele tocou levemente o ombro da menina, que se virou. Suas amigas saíram de perto deles aos risinhos.

- Oi – Disse ela sorrindo timidamente.

James sorriu, era incrível como ela ficava ainda mais bonita tímida.

- Teve uma boa noite? – Perguntou ele passando a mão pelo cabelo, que voltou graciosamente para o lugar.

- É tive... – Murmurou ela. “Será que ele não lembra o que aconteceu? Será que ele estava tão bêbado assim que...”

- A minha foi ótima! – Disse ele sorrindo maroto – Principalmente depois do que aconteceu ontem...

Bianca ficou tão vermelha quantos seus cabelos. James se aproximou da menina ainda sustentando o sorriso maroto no rosto.

- O que eu falei ontem – Disse ele colocando uma pequena mecha de cabelo atrás da orelha da menina – Eu falei sério. Eu gosto mesmo de você...

Bianca sorriu. James se aproximou lentamente dela.

- Jay!

James e Bianca deram um passo para trás cada um. Duas meninas grifinórias estavam paradas rindo bobamente para o garoto.

- Jay, você ainda tem um assunto pendente com a gente, esqueceu?

James olhou para as meninas confuso. Não fazia idéia de quem eram e nem se já tinha saído com uma delas ou as duas. Era o que geralmente acontecia, ele saía com as meninas e no outro dia nem sequer lembrava o nome delas. Não tinha uma hora pior para elas aparecerem?

Bianca olhava com uma expressão enigmática de James para as meninas. Ela sorriu irônica e virou para James.

- Vai lá tratar do assunto com as suas amiguinhas, não vai deixá-las esperando. – Disse ela se virando para sair.

- Bianca espera! – Disse ele a segurando pelo braço

- Olha, é melhor deixar isso para lá. – Disse ela triste – Não sei se conseguiria ficar com alguém que já saiu com Hogwarts inteira. Quem me garante que eu não sou apenas mais uma na sua enorme lista?

- Não é! Eu falo sério! – Disse ele se desesperando.

- Eu acho que não estou preparada para lidar com isso – Disse apontando para as meninas. – Eu sinto muito, Potter.

James ficou observando Bianca sumir pelo corredor. Ele não podia acreditar, estavam tão perto de se acertarem depois de tanto tempo. Não era possível! Está certo que ele não era um santo, mas dessa vez, pela primeira vez ele estava sendo sincero.

- Jay, estamos esperando!

James respirou fundo e contou até dez para não dar a resposta que ele realmente queria dar e saiu sem dar atenção às meninas.


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- Senhor Potter e Senhorita Andersen isso são horas? – Perguntou o professor Flitwick aos dois que tinham chegado dez minutos após o inicio da aula. – As aulas já começaram mais tarde e ainda assim vocês conseguem se atrasar! Dez pontos a menos para a Grifinória, e que isso não se repita!

Alana e Alvo assentiram e se juntaram a Mary e a Rose.

- Achei que iriam faltar a essa aula... – Disse Rose maliciosa - Accio

Uma almofada rosa veio parar em sua mão e ela jogou na pilha de almofadas que já tinha convocado.

- Eu pensei o mesmo, a Lily disse que vocês estavam... bem... ocupados quando ela desceu. – Disse Mary rindo - Accio

A almofada azul bateu no rosto de uma corvinal.

- Para com isso gente! Tem uma aula rolando aqui! – Disse Alvo extremamente vermelho – Nós não demoramos por isso, demoramos porque o Neville veio conversar comigo sobre o James. Accio

A almofada não se mexeu.

O que tem ele? – Perguntou Rose preocupada

- Ele está vacilando. – Disse Alvo pesaroso – Neville disse que ele anda matando aula, e ele anda bebendo que eu sei...

- Você vai fazer alguma coisa, Al? – Perguntou Mary - Accio

A almofada voou pela janela.

- O que eu posso fazer? – Perguntou triste – Ele não vai me ouvir... Só espero que ele pare com essa coisa, porque se alguém lá em casa descobre, ele está morto.

Rose suspirou. Era bem típico do James querer chamar atenção. Ela olhou para Scorpius. Ele, como ela, tinha uma pilha de almofadas convocadas, e pelo jeito eram os únicos que haviam conseguido convocar as almofadas perfeitamente.

Ele estava mais sério do que o normal. Não olhara para ela nenhuma vez desde que ela entrara na sala. Não era isso que ela queria? Então por que a indiferença dele a estava incomodando tanto?

- Você ainda não disse o que aconteceu na festa – Disse Alana se pronunciando pela primeira vez desde que chegara quando viu que a amiga olhava na direção de Scorpius. - Accio

A almofada deu uns pulinhos e caiu no mesmo lugar.

- O bombom da fada era do Scorpius, nós dois nos encontramos lá no lago... – Disse Rose lembrando e sorrindo instantaneamente.

Rose contou tudo o que aconteceu as amigas, que pararam de tentar convocar as almofadas para encará-la perplexas.

- Eu não acredito! – Disse Alana visivelmente frustrada.

- Eu acredito! – Debochou Mary – A Rose tem vocação para ser boba. A vontade que eu tinha era de te dar um chute nas canelas, sabia Rose?

- Meninas eu não...

- Não! – Cortou Alana – Eu não acredito que não vi essa cena! Você e o Malfoy dançando coladinhos no meio do salão!

-A cara do Hugo deve ter sido a melhor parte – disse Mary.

As duas riram

- Se você não estivesse tentando engolir o Alvo em algum canto da festa teria visto... – Zombou Rose - Accio

A almofada voou para suas mãos.

- Olha Rose – Mary falou tomando um tom assustadoramente sério – Eu não falo mais nada sobre isso, você está sendo boba e só vai perceber isso quando o Scorpius desistir de você de verdade, se é que já não desistiu.

Rose ficou calada. Era verdade o que Mary tinha dito. Mas por que se preocupar tanto? Eles só tinham quinze anos, logo ela estaria encantada por outro menino e tudo estaria bem. Não era? E fora ela que tinha dito a ele para desistir dela... Então por que pensar nisso e ver e a indiferença do garoto a faziam sentir aquele aperto no peito?

- Hei vocês! Querem fazer o favor de parar de cochichar e me ajudar aqui! – Gritou Alvo, que por mais que tentasse a almofada não saía do lugar.


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- O que acha que poderia significar?

- Não consigo pensar em muita coisa... – Harry respondeu desnorteado ainda analisando a foto em movimento que mostrava – no porão de uma casa trouxa abandonada nos arredores de Londres – um corpo já sem vida, com o crânio aberto e vazio.

- Eu consigo. – Ron estava nauseado e adquirira um tom verde – Comissão Maléfica. É isso. E temos que agradecer todos os dias por Vicky não ter aparecido de cabeça rachada. Sem ofensa, irmão. – acrescentou olhando para a testa de Harry.

- O que mais me intriga – Harry largou a foto em cima da mesa onde estavam sentados mais sete aurores – É essa sigla... CM...

- Foi o que eu disse, Comissão Maléfica...

- Foi a primeira vez que assinaram desde que começaram os ataques. Talvez estejam querendo dizer alguma coisa. – opinou uma bruxinha de nariz arrebitado na outra ponta da mesa.

- Claire tem razão – o bruxo ao seu lado possuía uma cicatriz que cortava desde a sua têmpora esquerda até o queixo. Herança dos comensais de Voldemort. – Mas não podemos nos esquecer de que ainda existem três pessoas desaparecidas.

- Só espero que ainda tenham cérebro... – murmurou Ron de olhos fechados numa tentativa de apagar da memória a visão horrenda do homem sem crânio.



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Estava um dia quente e ensolarado. As arquibancadas já estavam lotadas para a partida Grifinória x Corvinal. A Grifinória tinha perdido a primeira partida para Lufa-Lufa, mas a Corvinal massacrou a Lufa-Lufa por 410 x 30 e dividia o primeiro lugar com a Sonserina.

Com o problema de Vicky, a Grifinória tinha um novo capitão, Poul Freeman, e agora uma nova artilheira Caroline Kristtyan, que de longe tinha as habilidades de Vicky, mas não era ruim.

- Esse sol pode prejudicar a visão dos goleiros...

- A gente ouviu da primeira vez que você falou isso, Hugo... – Disse Rose impaciente e Hugo apenas deu ombros.

“E vai começar mais uma partida emocionante de quadribol. Será que a Grifinória já conseguiu superar a saída da gatíssima Victoire Weasley?”. A voz de Silvio Harllows ecoava pelo campo.

“A Corvinal joga com Sawa, Bunish, Ritchis, Gladden, Rock, Walsh e Malfoy. A Grifinória...”

- Desde quando o Scor... Malfoy é do time de quadribol? – Perguntou Rose surpresa.

- James falou para mim que ele tinha entrado no time. Parece que ele não estava muito animado, mas como o pai dele foi apanhador da Sonserina quando estudava, ele fez o teste e acabou entrando para o time da casa dele. – Informou Hugo.

- Mas segundo o papai o senhor Malfoy só entrou no time na época porque o pai dele comprou vassouras para o time todo, ele não tinha muito talento... – Disse Alvo olhando para o meio do campo, onde os jogadores estavam com a professora Chang.

O apito soou e os quatorze jogadores subiram.

“E começa a partida! O artilheiro da Corvinal Gladden está com a posse da goles, desvia facilmente da investida da Bercovich, lança para Holler que MARCA! DEZ PONTOS PARA A CORVINAL!”

Os apanhadores estavam sobrevoando o campo, o sol forte dificultava a visão de todos os jogadores. Por vezes os artilheiros deixavam escapar a goles e os batedores erravam os balaços, acertando o vento.

Com James não era diferente, ele não conseguia ver direito os balaços e amaldiçoava a si mesmo por ter esquecido de colocar feitiços anti-reflexos nas lentes dos seus óculos. Numa tentativa de acertar uma artilheira da corvinal, ele quase acertou sua companheira Scarlet.

“A Corvinal tem a posse da goles, Walsh lança para Gladden, Walsh de novo, agora Rock e... Weissheimer faz uma grande defesa.”

De um ponto nas arquibancadas, Victoire olhava impressionada cada lance do jogo.

- Eles vão acabar caindo desse jeito, não vão primo Lupin? – Perguntou olhando assustada a velocidade dos artilheiros.

- Não vão não. – Disse Ted rindo – Você não caía, pelo contrário, era uma ótima artilheira...

Ela se virou para Ted desanimada.

- Eu não sei primo. Eu acho que não dá mais para mim. Eu já tentei de tudo aqui e nada dá certo. – E suspirou – Eu não agüento mais...

- Não Vicky, por favor... – Disse Ted segurando a mão da menina, que corou na mesma hora – Não desista, você tem magia aí dentro de você, nós estamos estudando para desbloquear sua mente. Por favor, confie nos curandeiros. – E levantou o rosto dela, fazendo com que ela o olhasse nos olhos – Confia em mim.

Vicky sorriu ainda corada para Ted, que não havia soltado a mão da moça e enlaçou seus dedos nos deles – Eu confio. – Disse ela.

Os dois ficaram se olhando um tempo. “Ele é meu primo, primos não podem se apaixonar. Eu não posso me apaixonar por você Ted...” pensou, enquanto ele acariciava os dedos dela. Mas um pequeno vulto dourado cortando o ar e dois vultos maiores atrás do dourado trouxeram sua atenção de volta ao jogo .

“Parece que finalmente os apanhadores avistaram o pomo. Malfoy passa a frente de Freeman, ele está quase lá, é só fechar os dedos e...”

- Ohhhhhhhhhhhhhhhh! -Todos nas arquibancadas se levantaram e Rose sufocou um grito.

“NOSSA! Potter acerta um balaço direto na cabeça de Malfoy, que caiu da vassoura. Parece que ele está desacordado. Mas Freeman que não tem nada com isso avança a toda velocidade e...”

“ACABOU! FREEMAN PEGA O POMO. GRIFINÓRIA VENCE A PARTIDA!”

Uma explosão de gritos ecoou das arquibancadas da grifinória. Todos pulavam e se abraçavam ao mesmo tempo, todos com exceção de Rose, que observava Scorpius sendo levado para dentro do castelo.

- Aonde você vai? – Perguntou Mary a Rose que não respondeu, apenas correu para dentro do castelo.

Rose se aproximou silenciosamente da porta da enfermaria. A Madame Pomfrey, uma senhora velhinha que caminhava vagarosamente estava ao lado de Scorpius, colocando um fino lençol em cima dele.

- Está se sentindo mal, querida? – A senhora perguntou sem sequer olhar para Rose.

- Não... Como ele está?

- Está bem, não foi nada grave. Ele bateu a cabeça na queda. Sorte dele que não estava muito alto e assim não teve danos maiores. Eu dei uma poção para quando ele acordar não sentir dor. Logo ele acorda e estará liberado. – Disse a enfermeira se virando para guardar o copo com o resto da poção.

Rose suspirou aliviada e entrou na enfermaria, parando ao lado de Scorpius. A enfermeira pareceu não notar que Rose havia entrado e simplesmente voltou para sua sala.

Rose levou sua mão aos cabelos de Scorpius e ele se moveu. Ela congelou, mas ele simplesmente voltou a dormir. Ela acariciou de leve os cabelos muito finos e brilhantes do rapaz.

- Por que você tem que ser um Malfoy? – Perguntou Rose triste – Seria tudo tão mais fácil se você não fosse...

Ela abandonou os cabelos dele e segurou sua mão.

- Às vezes eu tenho vontade de fazer o que você diz, esquecer de tudo e ficar com você de uma vez – Ela acariciou a mão dele com o polegar – Mas eu estraguei tudo, não é? Você tem razão de não querer nem me olhar. Eu sou uma covarde mesmo...

- Hei mocinha! – Madame Pomfrey vinha andando na direção dela – Ele está descansando, vai comemorar a vitória da sua casa, vai!

Rose assentiu e se virou para Scorpius de novo – É melhor deixar tudo como está não é? Daqui a pouco você me esquece e... Eu sobrevivo. – E deu um beijo em sua bochecha antes de sair.

Assim que ouviu a porta da enfermaria fechar, Scorpius se sentou com dificuldade e fitou a porta.

“É Rose”. Pensou, colocando a mão em cima da bochecha beijada. “Eu não queria que fosse assim, mas se você quer...”.



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Hermione andava chorosa de um lado para outro na sala de estar de casa, sendo observada por uma ansiosa Gina.

- Pára! – pediu de novo – Senta aqui comigo e toma logo essa poção calmante.

Ela sentou a contragosto e ainda agarrada a sua varinha, tomou de um gole o conteúdo do copo em cima da mesinha.

- Não vão levar sua varinha, Mione. Eles não são malucos de tentarem novamente.

- A sensação é horrível, Gi – Hermione finalmente falou – Parece que você fica totalmente impotente sem ela... – estremeceu ao relembrar o quase roubo de sua varinha, naquele dia mais cedo, na saída do ministério. – Como sabiam que hoje eu não iria aparatar direto em casa? Como sabiam que eu ia ao correio trouxa escrever aos meus pais?

- Chegaram! – Gina exclamou ao ouvir um leve “crack” do lado de fora da porta da sala.

Harry e Ron adentraram a sala parecendo cansados e nervosos ao mesmo tempo. Hermione correu para o marido, que a abraçou apertado.

- Você está bem? – perguntou beijando o topo de sua cabeça.

- Uhum – ela sinalizou com a cabeça e sorriu.

- Essa é a minha garota! – Ron brincou.

- E aí? – Gina perguntou depois de receber um abraço e um beijo de Harry e se sentarem no sofá. – Descobriram mais alguma coisa? O Profeta está pirando na abobrinha com essa coisa de CM e mais esse corpo dessa menina de onze anos.

- A família está revoltada. – comentou Ron – Sem cérebro de novo. E a assinatura estava cravada a fogo no ante braço esquerdo. CM... Canalhas Malucos.

- Alguns aurores teimam em achar que são novamente Comensais da Morte. – Harry tinha o olhar vidrado em algum ponto e acariciava umas madeixas do cabelo da esposa mecanicamente. – Não acho que sejam.

- Não são! – exclamou Hermione – Não podem ser. Não estão agindo de forma convencional, não seguem o mesmo padrão de antes, quando matavam trouxas para se divertir em nome de uma “limpeza” global. Esse grupo, seja lá o que for, tem um objetivo muito maior do que as mentes de titica dos comensais de Voldemort poderiam pensar.

- Hermione, você tem razão! – Harry acordou da divagação – Como sempre... – brincou parecendo muito mais animado.

- Minha garota! – Ron sorriu orgulhoso e Mione revirou os olhos.

- Antes de descobrirmos quem são, temos que descobrir o que são! Se conseguirmos interpretar seus passos e traçarmos uma linha de pensamento razoável e possível, podemos chegar ao objetivo principal da organização e finalmente aos membros da mesma. – Harry já estava de pé e nem se dera conta de quando fizera isso.

- E bingo!! – Gina exclamou do sofá. – Bom, já vou. Tenho informações muito quentes desse furo e vai dar uma ótima matéria. Podem comprar o Profeta Diário amanhã. Vão ler uma entrevista de primeira mão com os dois aurores chefe. – ela piscou marota e acompanhada de Harry, despediu-se do irmão e da cunhada e aparatou em casa.


- Sabe, parece que estamos de volta àqueles tempos. – Ron suspirou e abraçou ainda mais Mione – Quando não podíamos sair de casa sem o risco de ser assassinado. Não suportarei isso novamente. Principalmente depois de hoje. Te atacando a algumas quadras do ministério. Quem pensam que são? – ele se exaltava – Declarando guerra assim? Às claras?

- Não se preocupe meu amor – Mione beijou-o – Eu sei me cuidar.

- Mesmo assim. – ele acariciou seu rosto – Eu vou cuidar de você, e dos nossos filhos, e de Gina, e de Harry, mamãe e papai, meus irmãos, sobrinhos, e...
- Meu herói! – Hermione sorriu e o puxou para um beijo apaixonado. “Meu Ron...” sorriu “O mesmo de sempre...”.


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Não era um dia chuvoso. O que facilitava a tarefa matinal de Victoire com seu dedicado instrutor e curandeiro, Ted Lupin.

- Por quanto tempo mais vou fazer isso? – perguntava a garota loura se levantando pela sétima vez do chão onde a grama fofa já estava marcada com o peso dela.

- Até conseguir guiar pelo menos a cinco metros do chão e uns quarenta metros à frente. – Ted posicionou a vassoura novamente e esperou que Vicky montasse para mais uma tentativa.

- Acontece que eu me recuso. – ela cruzou os braços. – não consigo nem flutuar nessa coisa a um metro do chão e muito menos voar nisso.

Ted suspirou – Então tá.

Ele montou na Nimbus 2012 e a guiou até a menina que o observava curiosa.

- Monta.

- Nem morta.

- Não confia em mim?

Ela pestanejou e se dando por vencida passou uma perna por cima da vassoura.

- Segura firme. – Ted pediu – Hoje você vai perder esse medo de altura!

Vicky soltou um gritinho e agarrou Ted pela cintura quando o garoto empinou o cabo da vassoura para o alto e começou a ganhar velocidade. Ele sentia os olhos lacrimejarem e sentia os braços de Vicky o apertando, desesperados. Era uma sensação que vinha almejando há bastante tempo. Estremeceu. E não de frio.

- Ta muito alto! Muito alto! – a garota sentia suas orelhas arderem com o vento gelado. – E quanta nuvem! Não vejo nada! – ela berrava para Ted, que sorriu e fez uma curva de repente.

Pousou suavemente e ajudou Vicky a descer. Ela cambaleou um pouco e se firmou em seguida.

- Pernas dormentes... – sorriu para ele.

Quando olhou em volta, seus olhos brilharam com a vista. Hogwarts não muito distante, o campo de quadribol, o lago logo ali em baixo, a cabana de Hagrid e a floresta proibida. Estavam no alto de um morro por onde passava a estradinha que levava à Hogsmead.

- É lindo... – sussurrou a menina, encantada.

- É sim. – Ted concordou – Sempre vinha aqui. Era meu lugar de sossego. – ele se postou ao lado dela – Nunca trouxe ninguém. Espero que tenha gostado.

Vicky sentiu o coração palpitar mais forte. Arriscou um olhar para o lado e percebeu que Ted continuava olhando para frente. Sem notá-la. “Ele é seu primo. Seu primo. Não pode sentir isso!” sua mente lutava com seu coração. Desviou o olhar e mirou o céu infinito, desejando com todas as suas forças ter suas lembranças de volta e sua magia também, para que se acabasse logo esse tormento ao lado de alguém proibido para ela. Pegou a varinha no bolso da capa e sacudiu a esmo. Nada. Floreou. Nada.

- Para que a magia efetivamente aconteça, três fatores devem estar presentes: a necessidade, a emoção e o conhecimento. – Ted andou até a beirada do precipício que se estendia abaixo deles.

- O que... – Vicky mirava o garoto, apreensiva. – Ted, o que você... Não! Ted, não! – Ela correu para ele assim que o viu largar a varinha perto da vassoura e escorregar da ponta da encosta.

- Vicky! – Ele exclamava a alguns metros abaixo dela – Me puxe com um feitiço convocatório!

- Eu não consigo! Ted! – ela estava deitada na grama rala com os braços estendidos para ele tentando alcançá-lo.

- Anda! – ele sentia-se ofegar.

- Accio! – a garota gritou com a voz embargada pelas lágrimas. – Accio! – sacudia a varinha com tanta força que quase a jogou morro a fora.

- Concentre-se! – Ted pedia sentindo que não agüentaria por muito tempo. Mas onde estava com a cabeça quando fez isso? Ele sabia que Victoire não havia manifestado um sequer sinal de magia antes. Ia cair agora e nunca mais a abraçaria de novo...

- Accio! Accio!

E nem poderia dizer a ela o quanto a amava e o quanto foram felizes um dia...
Soltou uma mão. As pedrinhas rolaram antes fazendo o caminho que em breve ele faria.

Sentia alguma coisa molhada pingando em seu rosto. Arriscou mover a cabeça e olhar para cima. Viu um rosto vermelho e contraído de choro olhando para ele. E começou a se aproximar dele. Mais perto. E chegando.

Sentiu dois pulsos o agarrarem e o trazerem para junto de si.

- Conseguiu. – balbuciou e olhou para a garota apavorada que o apertava.

- Seu doido! – ela choramingou – Você podia ter morrido sabia?

- Eu confiei em você. – ele a abraçou também – “Necessidade, emoção e conhecimento.” Você tem conhecimento, criei a necessidade... E deixei a emoção por sua conta.

A garota se desvencilhou do abraço e olhou nos olhos do menino. Ted acariciou seu rosto e sentiu a respiração dela falhar. Por um segundo, os dois se perderam dos pensamentos que os separavam. Dos motivos, das complicações.

Beijaram-se.

Ted pode sentir novamente em sua boca o gosto doce dos lábios dela, agora um pouco salgado pelas lágrimas que ainda escorriam silenciosas por seu rosto. “Como eu te amo.” Pensou sem poder realizar em voz alta.
Vicky levou a mão e tocou suavemente o rosto do rapaz com quem tanto sonhava ultimamente, sem entender o porquê e acordando cada vez se sentindo mais culpada.
Estavam de joelhos. Ela estremeceu com o abraço apertado que Ted dava em sua cintura e suas costas, como se não fosse deixá-la escapar dele nunca mais. E ela queria isso. Queria poder ficar ali para sempre. Um beijo infinito. Um amor infindável. Inexplicável.

Descolou seus lábios lentamente. Encostou sua testa na dela e ficou ali, respirando pesado, acompanhando o mesmo ritmo. Inalando o mesmo ar quente que escapava dos pulmões de Victoire. Sorriu.
Vicky retribuiu o sorriso, sem graça.

- E-eu... – ela gaguejou, mas foi interrompida pela mão do garoto, que tocou sua boca gentilmente.

- Não diga nada. – ele sussurrou, ela concordou com a cabeça e o abraçou.

Nenhum dos dois percebeu as faíscas rosa choque que se soltavam da varinha presa na mão direita de Vicky.


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- É verdade, Julius? – ela perguntou gravemente.

- Sim, Senhora. Acharam mais um corpo. Daquele jeito. – ele comunicou receoso e marcado com as mesmas iniciais.

- Convoque o Conselho. – Maggie se virou lentamente da janela por onde olhava – Reúna-os o mais rápido possível. – anunciou calma – Vamos agir.



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No proximo capítulo...



Eles entraram em uma sala, Harry se sentou em uma mesa e James sentou na mesa ao lado, encarando os próprios joelhos. Achava que não seria capaz de olhar diretamente para o pai nunca mais.

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- Oi Al! – Disse a menina bonita de cabelos cacheados

- D-daniele? – Alvo perguntou surpreso, Alana engasgou.

- Será que a gente pode conversar? – Perguntou Daniele enrolando um de seus cachos no dedo.

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Rose se desvencilhou da amiga e olhou com mais atenção ao casal, que estava aparentemente conversando. Ela olhou com mais atenção, viu uma menina de cabelos curtos e negros, ela a reconheceu da sala comunla da grifinória, mas um ano abaixo. Olhou para o menino. Cabelos loiros e... Não, não poderia ser!



ssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss


****Agradecimento especial a nossa beta VAL!! Se num fosse por ela, axu q demoraria mais um mês pra sair... hehe****




N/A: Hellooooooooo!



Pessoal, quero pedir perdão pela demora. Infelizmente a parada aki estava braba. Tanto eu como Lana estavamos ocupadas e atarefadas ao extremo! É horrivel vc sentar para escrever sabendo que tem mil coisas para fazer, a história sai dos trilhos assim... Eu sei que vcs entendem isso, pq vcs estudam ou trabalham e sabem como é dificil arrumar tempo, mas achei que devia uma satisfação a todos vcs, afinal, são vcs que mantém a fic aqui onde ela está!

O cap 15 com certeza não vai demorar tanto, estamos tentando rearranjar o nosso horário para não acontecer de novo o que aconteceu.

Muito obrigada pela paciencia de vcs, garanto que demoraria muito mais a sair esse cap se vcs não tivessem insistindo comigo esse tempo todo!

***BIA***








N/B: Ufa! Demorou mais saiu não é? Bem, vou só dizer que adorei tudo no capítulo! E o Ron... ai, como eu estava com saudades dele aparecer na fic... Sério! Meninas! Coloquem mais cenas R/H, ou Ron com os filhos! Hehehe... Eu sei que a fic é mais focada na nova geração, mas o Ron é o Ron né?!
E bem... eu quero muito abraçar o Scorpius... Posso??? *insira uma carinha sapeca aqui*... Beijos e espero que o cap 15 saia logo! E se depender de eu encher a paciência da Bia do msn, ele sai!!!
Val

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