Festa do Chocolate
**Um bom capítulo e muito chocolate para vocês – quente, derretido, barrinha, branco, preto, meio-amargo, de licor de cereja, ao leite, com castanhas, de banana, galak, sensação, diamante negro, ah! Sonho de valsa e serenata de amor! Com certeza!**
CAP.13 “FESTA DO CHOCOLATE”
- E então Malfoy, como ela está?
Assim que Malfoy desapareceu da lareira, todos que estavam na toca, com exceção de Luna e seu marido que ficaram para cuidar das crianças, correram para o Saint Mungus.
O hospital, que na noite de natal geralmente ficava vazio, estava cheio. Não só pelos Weasleys, mas também pelos muitos curandeiros que corriam de um lado para o outro.
- Aparentemente ela está bem – Disse Malfoy diante de toda a família que ouvia atenta – Ela foi encontrada na porta do Gringotes desacordada.
- Na porta do Gringotes? – Perguntou Bill chocado.
- Sim. Pelo jeito queriam que ela fosse encontrada por alguém da família, e não vejo melhor lugar do que o trabalho do pai dela.
- Mas ela tem alguma marca? Já sabe se foi submetida a alguma coisa, algum tipo de tortura ou feitiço? – Perguntou Harry.
- Ainda não sabemos ao certo, mas não está parecendo. Os primeiros exames não deram nada. Estamos esperando que ela acorde para que ela mesma possa nos contar e facilitar as coisas.
- Nós podemos vê-la doutor Malfoy? – Perguntou Fleur aflita, olhando para as muitas portas no corredor.
Draco olhou de Fleur para toda a família, que parecia compartilhar da pergunta dela, a julgar a expressão de todos.
- Sala 23 – Informou Draco – Tentem não fazer muita “baderna”, se possível – Acrescentou com desdém.
Bill e Fleur se apressaram pelo corredor à frente de todos.
Eles abriram a porta do quarto silenciosamente, mas ao contrário de que pensavam, Vicky não estava sozinha. Um bruxo jovem, vestido de verde-limão e com cabelos roxos estava sentado próximo a cama, deitado sobre o braço e acariciando levemente a mão da moça.
Bill caminhou vagarosamente na direção de Ted. Fitou por um momento o garoto, que estava com um meio sorriso no rosto e com os olhos brilhando, parecendo aliviado por estar perto dela.
Bill tocou levemente o ombro de Ted, que se virou. Ao ver quem era, o garoto deu um pulo para trás, esbarrando na mesinha ao lado da cama e derrubando todos os frascos com poções no chão.
- S-senhor Weasley! – Exclamou Ted, seu rosto muito vermelho – Ahn... Reparo - Disse apontando a varinha para os frascos no chão. – E-eu estava... Checando o pulso dela, é isso... Eu vou chamar o curandeiro para vê-la! – Disse saindo, mas Bill o segurou pelo braço.
- Ted... – Começou a falar Bill, com a expressão séria – Eu sei que fui contra o relacionamento de vocês, mas também sei o quanto você faz bem a ela e ela a você – Disse apontando o cabelo do rapaz – Então, eu tenho certeza absoluta de que no momento, embora não seja formado, você é o melhor curandeiro para estar com ela.
Ted abriu e fechou a boca várias vezes, mas não sabia o que dizer. Bill sorriu para ele e foi para perto de Vicky. Ted olhou para Harry, que faz um sinal de positivo para o afilhado.
Todos se aproximaram da cama. Vicky respirava pesadamente e tinha profundas olheiras, mas não tinha sinais de que havia sido maltratada.
- Oh minha filha... – Fleur se sentou ao lado da cama, pegando a mão de Vicky – Fiquei com tante med' de te perrderr.
- Não pensa mais nisso, Fleur. – Disse Ron dando palmadinhas no ombro da cunhada – Agora ela vai acordar, vai nos contar o que aconteceu, nós vamos pegar os desgraçados e vai ficar tudo bem.
Fleur apenas sorriu e voltou a atenção para a filha, que ainda dormia profundamente.
- Quem a encontrou Ted? – Perguntou Harry
- Eu não vi, eu estava em casa quando a encontraram, somente a estagiária da ala de danos permanentes estava por aqui. – Disse Ted – Ela disse que foi um homem alto e negro.
- Huum – Vicky resmungou se mexendo na cama.
Ted correu para fora do quarto e todos pararam de falar na hora e observaram a moça, que respirava rápido e tinha uma expressão assustada no rosto e, vagarosamente, abriu os olhos. Parecia perdida, fitava o teto com o olhar vago.
- Vicky, filha! – Exclamou Bill. Vicky apenas olhou para o pai, mas não demonstrou reação alguma.
Todos se entreolharam assustados. Ted voltou para o quarto com Draco, que passou por todos para examinar a menina.
- Victoire? – Chamou Draco baixo – Você está me ouvindo?
Vicky olhou confusa de Draco e para todos que estavam no quarto e, com a voz meio embolada falou: - Quem é Victoire?
Todos estavam apreensivos na recepção do Saint Mungus. Já fazia uma hora que Vicky havia acordado e os curandeiros continuavam trancados com ela. Apenas Rose parecia alheia ao que estava acontecendo, ela estava em um canto, isolada de todos na sala. Desde a ultima conversa com Scorpius ela estava meio ausente de tudo. E o fato de ter sido o pai dele que aparecera na lareira da Toca não tinha ajudado muito a fazer com que ela parasse de pensar no garoto.
- Está tudo bem filha?
Rose deu um pulo com o susto
- Quer me matar mamãe?
- Estou te achando muito quieta, está tudo bem? – Perguntou se sentando ao lado da filha.
- Está sim. – Disse distraidamente.
- Se quiser conversar...
- Está tudo bem mamãe. – Disse Rose encerrando o assunto, olhando distraidamente o quadro de um curandeiro que tinha um bigode enorme e fazia anotações em sua prancheta na parede.
Hermione fitou a filha por uns instantes, abriu e fechou a boca algumas vezes tentando achar as palavras para talvez recomeçar a conversa, mas vendo que Rose não queria falar se levantou.
- Por que tudo tem que ser tão complicado, hein? – Rose perguntou ainda observando o curandeiro no quadro.
Hermione voltou a se sentar, assustada com o repentino “sinal de vida” de Rose.
- Quero dizer, as pessoas podiam ser felizes com quem quisessem sem depender da aprovação das outras, não é? – Continuou Rose, sem encarar Hermione.
- Por que isso, filha? – Perguntou confusa.
- Eu não sei, estava só pensando... – Disse ela agora brincando um pouco alheia com um cacho de seu cabelo.
- Deixa eu adivinhar. Isso tudo tem a ver com algum garoto, não é? – Perguntou Hermione fazendo cócegas na cintura de Rose.
- Mamãe! – Disse ela rindo, desviando das mãos de Hermione – Bem, mais ou menos... – Disse ficando levemente corada.
- Sabia! – Exclamou Hermione um pouco alto, ganhando um olhar reprovador de Rose – Mas qual é o problema? Você achou que eu ou seu pai brigaríamos com você?
- Bem...
- Rose, você tem quase quinze anos, e é perfeitamente normal você se interessar por um garoto e ele por você, o que se acontecer, torna a coisa toda bem mais fácil.– Disse Hermione sorrindo, como se tivesse esperado a vida toda para ter aquele tipo de conversa com sua filha.
“É porque você não sabe de quem eu estou falando, se não saberia que realmente não é fácil”.Pensou Rose.
-Se bem que... – Continuou Hermione pensativa observando um ponto fixo na parede e logo depois olhando para o marido, que tentava disfarçar que não estava olhando para as duas. – Ron espera mesmo que você não se interesse por ninguém nunca, aposto nele dizendo que você ainda é uma garotinha, e que ele não deixará nenhum marmanjo colocar as mãos em cima de você! – Hermione mirou a filha e sorriu com um brilho diferente nos olhos. Brilho que Rose sempre via nos olhos da mãe quando ela falava do pai ou simplesmente quando o olhava. – Mas mamãe sabe muito bem como fazer seu pai aceitar as coisas, sabe como é, eu sei como lidar com ele, então, com isso você não deve se preocupar.
- Mamãe! – Chamou Rose trazendo Hermione de volta para a terra. – É realmente embaraçoso contar essas coisas para a própria mãe e pior ainda a escutar dizer que sabe como lidar com o pai. – Rose fez uma careta só de pensar na sua mãe lidando com seu pai, e rapidamente voltou ao assunto inicial. -Mas não se preocupe, eu já dei um jeito.
-Rose, meu bem... Antes de ser sua mãe, sou sua amiga, quero que saiba disso sempre, ok?
-Tudo bem mãe. Obrigada por se preocupar.
-E que jeito foi esse que você disse que deu, hein? – Hermione perguntou marota, como se estivesse conversando com Gina quando eram mais novas.
- Mandei que ele não me procurasse mais. – Respondeu simplesmente tentando sorrir, e voltando a atenção para um de seus cachos.
- M-mas... – Hermione conseguira ver nos olhos da filha que esse jeito que ela havia dado não a estava deixando feliz. – Por que você fez isso, Rose? Eu nem sei quem é, mas só de você falar no assunto, seus olhos já brilham.
- Pode ter certeza mamãe, foi melhor assim. – Disse se levantando. - E a propósito, eu não gosto dele. É impressão sua. E me de licença que eu vou até o banheiro.
Hermione acompanhou a filha com o olhar até ela sumir no corredor. “Minha filhinha cresceu” pensou. “E tem a cabeça dura do pai. Não gosta dele, sei”.
- E então, já sabe o que ela tem? – Perguntou Ron, sentando ao lado de Hermione.
-Além de ela ser cabeça dura como você? Acho que sei... – Respondeu Hermione sorrindo, ainda observando o corredor onde Rose sumiu.
-Como se você também não fosse uma cabeça dura, Hermione. Mas e então?
O que ela tem?
- Não vou te contar! – Disse Hermione rindo
- M-mas como assim? – Perguntou confuso. – Acho que tenho o direito de saber o que esta acontecendo com a Rose. Afinal, é minha filha também, Hermione!
- Desculpa Ron, mas é uma conversa de mulher. Por que você não vai conversar algo com o Hugo e me deixa de fora também?
- Porque não é o Hugo que está no mundo da lua se divertindo ao olhar um quadro com um curandeiro esquisito. – Disse Ron impaciente, apontando o quadro com o curandeiro, que lhe lançou um olhar torto.
- Ai Ron... É complicado...
- Tem alguém no meio, não é? – Disse Ron se alterando – Aposto que tem algum garotinho que ela conheceu em Hogwarts no meio. – Pelas calças de Merlin Hermione! Me diga que não tem garoto nenhum no meio disso.
- E se tiver? – Perguntou Hermione desafiadora
- Eu azaro ele – Disse Ron, pegando a varinha e fazendo um floreio. – Onde já se viu. Um garoto... – Ele resmungou.
- Ron, ela já está bem grandinha, sabia? Na idade dela eu já era apaixonada por você!
- Não, não sabia! – Ele exclamou emburrado – Para mim ela vai ser sempre minha garotinha, a minha princesa. E quanto a nós dois, é outra história. Éramos feitos um para o outro.
- Ron. – Hermione assumiu um ar de paciência como se estivesse falando com uma criança. – Ela tem quase quinze anos. Ela já é uma moça e muito bonita por sinal, você acha mesmo que ninguém iria se interessar por ela?
- Não quero saber! – Disse Ron cruzando os braços – Eu não quero saber e muito menos imaginar que tenha algum marmanjo tocando na minha filhinha. Além do mais...
Mas Ron não conseguiu terminar a frase, pois Hermione colou seus lábios nos dele, impedindo-o de dar continuidade a essa ou a qualquer outra conversa. Ela realmente sabia como lidar com seu marido.
Rose, que assistia tudo do corredor, saiu para dar alguma privacidade aos pais. “Será que eu vou ter uma relação tão legal como a de meus pais um dia?” Perguntou a si mesma. “Se o papai não estuporar meu pretendente... Porque somente cogitando a idéia de ter alguém interessado em mim ele fica assim, imagina se ele soubesse quem é” Rose riu do próprio pensamento e pareceu hesitar. “Mas o Scorpius não é meu pretendente e eu não gosto dele”. Rose suspirou. Estava ficando cada vez mais difícil negar isso a si mesma.
Uma movimentação vinda do corredor chamou a atenção de todos na sala de espera. Draco, seguido de mais alguns curandeiros entraram na sala, todos com uma expressão preocupada no rosto.
- E então? – Perguntou Bill assustado
- Fizemos vários exames nela – Disse Draco – Mas até agora não descobrimos o que fez ela perder a memória.
- Não será que apagaram a memória dela? – Perguntou Ron
- Não, ela não tem nenhum sinal de feitiço... – Disse Draco cansado – É como se tivessem bloqueado a mente dela.
- Mas isso não faz sentido – Disse Harry confuso – Se queriam que ela esquecesse algo era mais fácil apagar. Parece que não querem usar magia...
- E isso não é tudo. – Disse Draco olhando para os outros curandeiros e de volta para os Weasleys – O mais estranho é que ela não apresenta nenhum sinal de magia.
- Mas isso é impossível! – Exclamou Hermione – Mesmo que tenham apagado a memória dela ela deveria apresentar sinais de magia!
- Eu sei disso, Gran.. Weasley – Cuspiu Malfoy – Por isso estamos fazendo tantos exames, mas a única coisa que conseguimos descobrir é que não foram usados feitiços contra ela.
- E agora? – Perguntou Fleur aflita
- Agora a única coisa que podemos fazer é tentar estimular o lado mágico do cérebro dela, dando poções e... – Draco fez uma pausa e olhou para os companheiros de trabalho
- E o que Malfoy? – Perguntou Ron ansioso
- E mandá-la de volta para Hogwarts! – Falou finalmente.
Todos se entreolharam incrédulos e Hermione deu uma risada irônica.
- Você acabou de dizer que ela não tem sinal de magia, Malfoy. – Disse Hermione impaciente – Como você quer mandá-la para Hogwarts?
- Escuta, quem é o curandeiro aqui? – Malfoy perguntou irritado para Hermione e Ron automaticamente cruzou os braços – Ela não perdeu a magia, isso não tem como acontecer. Ou você nasce com magia ou não. Se ela nasceu com magia não tem jeito de tirá-la.
Hermione bufou.
- É importante que ela esteja no meio de bruxos e aprendendo magia para ver se abre a mente dela de alguma forma. – Continuou – Além do mais, ela não irá sozinha.
- Você vai com ela, ”senhor curandeiro?” – Zombou Hermione.
- Obviamente que não, Weasley. – Disse Malfoy – Um dos meus estagiários vai acompanhá-la para me manter informado sobre qualquer mudança no quadro.
- E quem vai com ela? – Perguntou Ron.
- Sabe Weasley. Eu realmente achei que você iria fazer uma pergunta tão inútil como essa. – Disse Malfoy sarcástico e Ron cerrou o punho - Qual dos meus estagiários a conhece melhor? É claro que quem vai é o Lupin.
Harry estava parado na porta do quarto dele em silencio, apenas o observando guardar algumas coisas em uma pequena mala, já que o malão que ele levaria estava na casa da avó, com a maior parte de suas coisas.
Era um alívio vê-lo daquele jeito, os cabelos violeta e com um sorriso no rosto. Diferente de algumas semanas, quando ele só conseguia chorar. “Como ele ama essa menina” Pensou Harry sorrindo para ele.
- Padrinho? Não te vi aí.
- Eu não queria chamar sua atenção – Disse Harry, sentando na cama ao lado dele. – Você está muito feliz agora, não?
- Muito. – Disse sorrindo – É muito bom tê-la de volta.
- Mas ela está sem memória, quero dizer, você contou a ela que vocês...
- Não! – Disse rápido – De jeito nenhum. Ela poderia se sentir pressionada. Eu quero que ela se lembre de mim na hora certa, por mais doloroso que isso seja...
Ted fitou o chão por um momento. “Doloroso é pouco, é uma tortura”.
- Você está certo filho – Disse Harry pesaroso, apoiando sua mão no ombro de Ted – Mas não vai demorar e ela vai lembrar de tudo.
- Assim espero... – Disse Ted num suspiro, se levantando. – Eu vou para casa agora, tenho que terminar de arrumar as malas para ir a Hogwarts.
- Ansioso?
- Muito! – Disse excitado descendo as escadas – Estou louco para voltar a Hogwarts.
- Eu sei... – Murmurou Harry pensativo
- Até mais, padrinho – Disse Ted acenando, e com um “crack” desaparatou.
“Hogwarts...” Pensou Harry. “Será?”.
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”Vou te mostrar que é de chocolate
De chocolate que o amor é feito”
O clima era excitante. Alunos por todas as partes do castelo comentavam sobre o anúncio feito pela diretora naquela manhã. Uma festa era tudo que eles precisavam para aliviar o incômodo dos últimos ocorridos. E desde que Victoire Weasley havia regressado a Hogwarts em companhia do estagiário curandeiro Ted Lupin, toda a realidade dos acontecimentos exteriores às aulas e à vida na escola tinha sido violentamente jogada nas costas dos alunos e professores de Hogwarts.
Alvo andava com o estômago constantemente embrulhado. O motivo? Não era difícil de adivinhar.
“Cada casa terá dois representantes, os quais ficarão responsáveis pela organização dos casais participantes, do mural simbólico e da distribuição dos chocolates saídos dos colegas de sua própria casa. O sorteio já foi feito e aqui estão os nomes dos alunos que irão trabalhar juntos até o dia quatorze de fevereiro – Minerva puxou um rolo de pergaminho e desenrolou elegantemente, ajeitou os oclinhos no rosto e leu – Sonserina, Claus Stephens e Kelly Minshen. Lufa-Lufa, Justin Newell e Bianca Carter. Corvinal, Adam Schwartz e Melinda Rowan. E por último, Grifinória, Alvo Potter e Alana Andersen”.
Difícil descrever quem ficou mais surpreso. Se Alvo, Alana ou Daniele. A menina fez uma cara tão feia da mesa onde tomava café, que mais tarde, Rose podia jurar que ela tinha parentesco com a lula gigante – sem querer ofender o animal.
Alana ficou tão corada que Alvo não pode reconhecer seu rosto, quando seus olhos esbugalhados pousaram na garota e a encontrou mesclada nos cabelos de Lily sentada ao seu lado.
- Acho uma péssima hora para uma festa de dia dos namorados, não acham? – perguntava Daniele, que agora andava grudada em Alvo para cima e para baixo.
- Eu não ach... – Lily começava a falar, mas foi interrompida por um James mal-humorado.
- Pela primeira vez em quatro anos, concordo com um sonserino, Jackson. – Todos olharam incrédulos para o menino.
- Ah... Já entendi – fez Hugo apontando com a cabeça uma garota ruiva de cabelos cheios que conversava animadamente com o segundo monitor da Lufa-Lufa, Justin não sei do quê.
- Mesmo assim, - Rose continuou firmemente – Tenho certeza que São Valentin ficaria honrado com uma Festa do Chocolate, e a hora não poderia ser melhor. Precisamos descansar a mente com um pouco de música e diversão. – ela suspirou cansada.
- Ah é, porque você tem mesmo cara de quem se diverte muito... – Daniele disse sarcástica e Alvo prendeu a respiração. Mas Rose simplesmente a ignorou, como fazia a maior parte do tempo.
- Eu preciso ir ao banheiro, vão vocês na frente para o Bruise não pegar no nosso pé. – Alvo saiu de perto do grupo e caminhou para o outro corredor.
- Hey, Al! Não se esqueça que hoje não tem aula teórica, é prática e palestra no terceiro andar. – Rose gritou para ele.
- Bom, até mais então, a Sonserina ficou com a Corvinal... uma pena eu não poder ficar mais tempo com meu Alvinho. – Daniele sorriu abertamente, jogou um beijinho para as meninas e seguiu para sua aula.
- Ew! – Mary botou o dedo na garganta e fingiu vomitar, os outros repetiram o gesto.
Na altura em que a palestra de Chris Bruise sobre ‘Novos Tempos Novas Azarações Proteja-se À Moda Antiga’ terminou, o murmurinho entre os alunos de quarto, quinto, sexto e sétimo anos da Grifinória e Lufa-Lufa já havia cessado e recomeçado, pela expectativa de formarem pares para treinarem contra-azarações.
- Oi, posso ser seu par?
- Ela já tem par!
- Alguém te perguntou alguma coisa? Porque até onde eu sei você não se chama Bianca, Newell! – James olhava feio para o garoto à sua frente.
- Justin deixa que eu... – Bianca tentou apartar a discussão que se aproximava.
- Bianca não se mete! – Justin puxou a menina para trás. Ela bufou revoltada.
- Não preciso disso, Newell! – ela exclamou passando a frente dele.
- Não toque nela de novo Justin Timberlake ou...
- Do que você me chamou, Potter? – Justin puxou a varinha.
- Ah, então você está sem par para treinar? – James caçoou e puxou sua varinha também.
- Vocês são tão idiotas! – Bianca perdeu a paciência e se afastou com uma amiga.
Os pares já estavam formados, o professor passava entre as filas para avaliar o desempenho dos feitiços e contra-feitiços lançados. Os alunos deveriam atacar com um ‘expeliarmus’ e seriam barrados com um ‘impedimenta’.
- Pronto, Potter Bebê? – Justin zombava – Aliás? Sua mãe pôs no mundo mais dois, não foi? Um deles foi você não foi, bebezinho?
- Cale a boca, Newell! – James fumegava por baixo dos cabelos.
- Podem começar! – Ouviu-se a voz de Bruise ampliada.
Uma chuva de raios vermelhos e azuis roial se espalhava pela sala. “Muito bem” ia dizendo Bruise por onde passava no meio dos alunos.
- Expeliarm... – James não teve tempo de terminar.
- Petrificus-totalus! – Newell ria do corpo duro do garoto caído no chão!
James levantou de um salto quando sentiu o efeito passar.
- Tarantalegra!! – Newell começou uma dancinha ridícula com as pernas desengonçadas.
- Ei, vocês dois! – Bianca havia parado de praticar com a amiga e se aproximou – Parem já com isso! Não vêem que vão se dar mal?
- Levicorpus! – e num segundo James estava flutuando por cima da cabeça de todos.
O professor veio correndo a tempo de vê-lo cair no chão novamente e apontar a varinha para Justin.
- Potter! Não se atreva! – ele tentava passar apressado pela multidão de alunos que se aglomeravam em volta da cena. – Você já será punido por isso e se continuar, será expulso, eu juro que sim! – ele berrava exaltado.
James não pensou duas vezes e soltou o primeiro feitiço que veio à cabeça.
- Furunculus! – gritou com vontade.
Todos olharam assustado para Justin, que continuava com a cara sã, quando ouviram um gemido por trás deles. James bufava de raiva olhando ferozmente para Chris Bruise, que surgia do meio dos alunos com o rosto coberto de feridas inchadas e algumas vazando um pus amarelado.
- Foi ele quem começou. – disse simplesmente se referindo a Newell. – E você não pode me expulsar por isso. – concluiu ainda irado.
- Potter e Newell. – rosnou o professor – venham comigo agora. O resto está dispensado.
Já fazia quase uma semana e Chris Bruise ainda não havia se curado totalmente dos furúnculos.
- Você estava realmente condicionado pela raiva naquele momento – explicava Rose na mesa do almoço – A emoção e a necessidade presente na hora do feitiço, influenciam bastante na intensidade que ele é lançado.
- Pelo menos você não foi expulso e, veja pelo lado bom, Bianca não vai mais fazer parceria com Justin. – Lily consolou o irmão que comia desolado pensando em quantos coraçõezinhos metálicos ainda teria que polir com Justin para a festa.
- Falando nisso, - Mary piscou para Rose – O que nossa dupla dinâmica está preparando para o nosso quadro hein?
Alana engasgou levemente e conseguiu transformar numa tossida.
- É-é verdade, Alana – Alvo gaguejou – precisamos conversar sobre o trabalho, não é? – ele tomou coragem e olhou para a menina.
- É. Quem sabe hoje depois do jantar, se sua namorada não se importar.
- Ela não é mi... – Alvo suspirou, Daniele fazia sinais para ele lá da mesa da sonserina e lhe jogava beijinhos. – Está marcado então. – ele desviou o olhar da menina e transferiu para Alana na sua frente. – Biblioteca?
- Parece bom. É calmo lá. – ela respondeu sem pensar direito.
- Ótimo! E mais ótimo ainda é que provavelmente em três dias, o Bruise não deve estar curado e não vai à festa! – Hugo ria gostoso – E melhor ainda. É que secundaristas estão liberados! – ele olhou galanteador para Mary, que riu debochada e virou o rosto para Rose.
- Alguém já tem par para a dança? – sussurrou para a amiga que observava Scorpius a mirando de longe.
- É... nem vem, Mary. – Rose sacudiu a cabeça e se concentrou no resto do almoço.
- James – Neville se aproximava com um embrulho nas mãos – Acho que isso aqui é seu... Bem, não exatamente seu não é mesmo rapaz? – e sorriu para a cara de espanto do menino ao notar que aquilo era a capa de invisibilidade do pai. – Guarde-a bem, ok? – o professor piscou para ele e acenando um tchauzinho para os outros, saiu da mesa.
- Isso é o que eu estou pensando? – Lily arregalava os olhos para o irmão.
- Não! – ele exclamou alterado.
- Mas ela não te disse o que estava pensando, Jay! – Alvo também mirava o irmão inquisitivamente.
- Não acredito! – Rose pôs as mãos na boca.
- Que demais! Eu vou usar! – Hugo sorria feliz da vida.
- O que é? – Alana perguntava curiosa.
- Acho que é uma capa de invisibilidade! – Mary disse com assombro olhando para o pedaço de pano fino como seda que escorria de dentro do embrulho mal feito.
James perdeu a paciência e tirou a capa da mesa guardando no bolso interno das vestes.
- Dá para vocês pararem com o escândalo? – bufou para eles enquanto terminava de almoçar.
- Tá. – Hugo respondeu por todos – Mas se eu precisar, vou usar! – e sorriu moleques – Segredos têm preço, primo!
- Segredo absoluto! – James olhou sério para cada um que sabia agora da existência da capa no bolso dele.
- Por mim tanto faz... – Rose deu os ombros – Não vou precisar mesmo.
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Quem olhasse de longe, veria um casalzinho feliz andando pelo lago. Mas jamais poderiam imaginar o aperto no peito daquele rapaz de cabelos rosa e a confusão na mente daquela moça loira.
- Sabe Lupin, já faz quase dois meses que estamos aqui e às vezes eu acho que eu nunca pertenci a esse mundo bruxo. – Victoire suspirou e continuou – Acho que nunca mais conseguirei fazer essa tal magia como vocês dizem que eu já fiz um dia.
- Não diga isso, Vicky – Ted segurou sua mão, delicado – Você pertence sim a esse mundo e você mesmo não acreditaria no seu próprio poder. – ela sorriu cansada e Ted continuou – E quantas vezes tenho que pedir que me chame de Ted?
- Te chamo de Lupin por costume simplesmente. Era assim que todos se referiam a você lá no hospital, e no tempo em que fiquei lá pude notar... E... Obrigada primo, ainda bem que você está aqui. – ela sorriu sincera – Não sei se suportaria toda essa novidade sem seu apoio. E esteve comigo desde o início, no hospital onde te conheci e à minha família.
- Você não me conheceu lá, Vicky, e nem sua família. – Ted olhou tristemente para a menina – Você tem que se esforçar se quiser que suas lembranças voltem. E saiba que você me faria a pessoa mais feliz do mundo se conseguisse se lembrar de tudo.
Victoire mirou-o intrigada.
- Às vezes você diz coisas sem sentido sabia, Ted Lupin? – ela sorriu para o rapaz e continuou caminhando.
Ted suspirou e correu para acompanhá-la. A cada dia que passava, ele a amava mais e mais. Mas como explicar a uma pessoa desmemoriada, que ela era inteiramente louca, apaixonada por um namorado que por acaso também era seu primo e agora também era seu curandeiro acompanhante e melhor amigo?
“Não deveria ser tão complicado assim”.Pensava Ted enquanto a observava sacudir a varinha tentando fazer umas pedrinhas levitarem para dentro do lago. Ele esperou e ansiou tanto pelo momento que poderia tê-la nos braços novamente e beijá-la, e tudo que teve foi um abraço amigo, um amor amigo, um agradecimento por cuidar dela. Não poderia culpá-la, ela não se lembrava de nada mesmo. Os exames mostravam que o cérebro estava são, ou seja, a opção tortura estava nula. Mas notaram uma leve escoriação na parte superior central do cérebro – parte desenvolvida para a habilidade mágica – e no tele-encéfalo localizado nas têmporas – memória longa permanente. A questão era: não foi feitiço, não foi cirurgia trouxa. A equipe de curandeiros chefiada por Draco Malfoy fazia pesquisas e testes para que pudessem clarear um pouco o caminho escuro o qual seguiam. Os aurores chefiados por Harry com Ronald na sub-chefia viravam noites analisando fichas e mais fichas de prisioneiros, comensais, tipos de possíveis feitiços. A seção de Execução de Leis da Magia, chefiada por Hermione, estava atenta a qualquer sinal de magia não autorizada por mais inútil que fosse o feitiço. O Profeta Diário fazia especulações e mais especulações e Gina não deixava passar nada pela sua mesa sem que não fosse analisada a fundo, por mais fofoca que fosse. Mas a maior esperança de todas, era a recuperação da memória longa de Victoire. Assim que ela pudesse se lembrar de tudo, recordaria também do que havia acontecido do momento em que foi seqüestrada em diante. A solução do problema da comunidade bruxa residia agora 98% nas mãos, ou melhor, na mente de uma jovem de 17 anos que não fazia idéia de quem realmente era.
- Lupin? – Vicky agitava as mãos nos olhos do rapaz que viajava em pensamentos. – Primo, você está bem?
Ted piscou duas vezes e se levantou do toco de madeira onde havia sentado. Percebeu que a menina parecia exausta pelo esforço que vinha fazendo desde aquela manhã na aula de feitiços de Flitwick e agora tinha a tez afogueada pelas tentativas de fazer levitarem as pedrinhas. Ele ofereceu seu braço à prima e a guiou até o dormitório da Grifinória, aonde ambos pertenciam, e Ted agora ocupava a cama do rapaz que havia desaparecido durante as férias.
- Descanse um pouco e depois nos vemos no jantar ok? – Ted a deixou no pé da escada feminina.
- Lupin! – Ela pareceu insegura ao chamá-lo de volta. Ele se virou e esperou – Você... você me espera aqui? Na sala comunal? – ela demonstrava ansiedade.
- Claro. – Ted sorriu para ela, que suspirou aliviada.
- E-eu, é que, ir até lá, eu...
- Você não precisa explicar nada – Ted se aproximou – E não tem que ficar arranjando desculpas para a sua insegurança, Vicky. Lembre-se que eu estou aqui para isso. Para acompanhá-la e te ajudar em qualquer coisa, ok? – ele olhou firme para a garota que percebeu verdade naquelas palavras.
Victoire ameaçou levantar os braços e abraçá-lo, mas decidiu-se por não fazê-lo, o que virou um gesto atrapalhado. Ted percebeu e disfarçou.
- Obrigada. – disse ela simples.
O rapaz fez uma mesura como se curvando a uma princesa.
- Ao seu dispor, vossa majestade. – e beijou-lhe a mão – Agora recolha-se aos seus aposentos reais e às oito em ponto estarei lhe esperando para guiá-la ao salão principal.
Vicky sorriu gostoso e curvou-se também, subindo logo em seguida.
Ela sentia o coração acelerando gradativamente. Sentia as mãos do rapaz lhe pressionando as costas, lhe apertando a cintura. Ela própria passeava os dedos por entre os cabelos dele e pela sua nuca. Sentia-o se arrepiar quando lhe arranhava o pescoço levemente. “- E se seu pai chegar?” “- Ele não vai. E se chegar, enfrentamos.”
Alguém se aproximava lentamente. “Será meu pai?” Um rosto escuro, deformado, assustador entrava em foco. Ela gritou e olhou para o rapaz ainda abraçado a ela. Uma força assustadora separava os dois, e o rosto terrível já estava mais perto. “Não me deixe!” Ela pedia desesperada. “Não vou! Nunca!” Ele respondia, em vão, pois de repente, havia sumido, esvaído no vento. A deixando com os braços estendidos para frente, vazios. Ela gritou mais ainda. Olhou dentro dos olhos daquele rosto demoníaco em cima dela. O que viu a fez perder o ar. Desmaiou.
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Andava de um lado para o outro. Há muito tempo não ficava tão nervosa assim. Nervosismo? Não. Era raiva. Como podia? Como ele se atrevia a passar por cima da ordem do Conselho? Acendeu o cachimbo com os dedos trêmulos. Esfregou as mãos e se concentrou em parar com o tremor. “Não sou uma fraca, pai. Mas três mortes? Não podemos perder anjos assim!” Bateu com a mão fechada na mesa de madeira na mesma hora que batiam na porta.
- Entre!
- Senhora, mandou chamar? – um homem de média estatura, mas com feições muito duras entrava.
- Julius, sinto em lhe informar que a guerra que temíamos acontecer um dia, está mais próxima do que desejávamos. – a mulher comunicou decidida.
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“Não foi uma boa idéia”. Alana pensava nervosa na porta da biblioteca onde esperava por Alvo, que havia demorado mais no salão principal por causa de Daniele. Então ouviu passos apressados.
- Oi, desculpa a demora. É que – ele chegava afoito.
- Não tem que explicar. – ela o cortou. – Vamos só fazer logo esse trabalho, ok?
Alvo estendeu a mão e empurrou a porta da biblioteca para ela passar.
- Como quiser. – murmurou apreensivo.
Poucas pessoas estavam lá naquela hora, a maioria ainda estava se dirigindo ao salão para jantar. O silêncio reinava e Madame Pince empilhava cuidadosamente uns livros velhos. Alvo e Alana escolheram uma mesa no fundo, perto das últimas estantes para que não fossem incomodados.
- Então, algo em mente? – Alana perguntou largando a mochila no chão.
- Ultimamente, não. – ele respondeu sincero.
- Bom, isso eu percebi, - ela rebateu sarcástica – Mas eu me referia ao trabalho.
Alvo sentiu o clima pesado que envolvia os dois. Há muito tempo não falava realmente com Alana, a não ser quando estavam em grupo. E agora que precisava, parecia ainda mais difícil.
- Olha vamos deixar a Daniele de lado por um momento, tá? – ele pediu encarando a mesa.
Alana continuava olhando para ele.
- E quem foi que tocou no nome precioso dela, hein? – perguntou baixo.
O garoto levantou os olhos para ela. Queria poder dizer para Alana que gostaria de nunca mais tocar no nome de Daniele Jackson ou mesmo vê-la, mas ao invés disso se ouviu dizendo.
- Ciúmes?
- Alvo Potter, você está muito enganado. – Alana disse perdendo a paciência.
- Não é o que parece, Alana! – ele perdia a cabeça também.
- E sabe do que mais? Você não só se engana como à Jackson também! – ela levantava a voz sem perceber – Pensa que pode brincar com os sentimentos alheios assim?
- O que? – Gritou Alvo sem se dar conta de como já estava de pé na frente da menina.
- É verdade! – Alana levantou-se também – Pensa que não notamos? Que não sabemos como você se sente sobre ela? – a menina riu como uma alucinada – Você não tem esse direito, Potter. Se não a ama, se não sente nada por ela, por que a ilude então? – ela baixou a voz dizendo quase num sussurro – Covarde...
Alvo estava abobado. Quem era aquela? E o que havia feito com Alana?
- Quem é você para me dizer isso tudo, hein garota? – ele a fulminava com o olhar.
Alana catou sua mochila do chão e saindo de perto dele se virou uma última vez.
- Quem sou eu Al? – perguntou triste – Talvez você possa me dizer...
E dando as costas para o garoto, saiu correndo da biblioteca.
- Se você falar de novo o nome dessa menina pata choca eu juro que te azaro Alvinho! – Daniele estava pendurada no ombro de Alvo observando-o passar as tintas magicamente coloridas pelos desenhos do quadro que montava – sozinho – para a festa no dia seguinte.
Não dormira direito pensando na discussão que havia tido com Alana e nas coisas que ela disse. “Tudo besteira!” Tentava se convencer.
- Quem ela pensa que é? – perguntava em voz alta sem se importar se obteria resposta ou não. – Quero dizer, Alana é minha amiga, claro, mas isso não dá o direito de...
- Alvo que cor é a roupa que vai usar no baile amanhã? – Daniele agora massageava os ombros do garoto fazendo-o borrar aqui e ali.
- Mas ela vai ver só! Isso não acaba aqui. – ele continuava o monólogo sem ouvir a menina nas suas costas.
- Eu usarei vermelho! – ela sorriu maliciosa – A cor da paixão!
- Me abandonar faltando um dia para a festa! Não tem desculpas que cubram uma traição dessas, Alana Andersen! – Alvo agitava a varinha furiosamente pintando o quadro.
- ALVO POTTER!
O garoto deu um pulo e olhou para uma Daniele irritadíssima com as mãos na cintura.
- O que? – perguntou seco – Não sou surdo.
- Mas parece! – ela gritou novamente e ecoou na sala vazia que usavam. – E está assim desde hoje de manhã! O que aquela pata choca da Alana fez com você, hein?
- Olha, Daniele... – ele respirou fundo – Eu não quero falar sobre isso, está bem? Esquece.
- Um pouco difícil se você não pára de falar dessa garota nem um segundo! – estava irada – Quer saber Alvo, eu achei que me amava! Mas não estou tão certa disso!
- Nem eu... – ele disse quase num murmúrio.
Daniele olhou-o inquisitivamente.
- Então?
- Então o que? – ele perguntou cansado, imaginando quando é que acabaria essa tortura. “Covarde” a voz de Alana ecoou em sua mente.
- Eu vou embora! – ela decidiu por fim andando para a porta.
- Acho – Alvo respirou fundo – Acho que é melhor mesmo.
- Está me dispensando? – a voz fina da menina transbordava raiva. – Na véspera da festa de namorados?
- Daniele, vamos encarar, não achei que iríamos tão longe!
- Você não presta Potter! – ela se virou para sair, mas voltou mais uma vez e...
PAF!
- Canalha! – ela sussurrou e esfregou a mão ardida – Você não merece ninguém. Nem mesmo a pata choca.
Alvo suspirou aliviado. Apesar do rosto vermelho, tinha finalmente conseguido resolver as coisas entre ele e Daniele. Só esperava que ela arrumasse um par para o baile, e que ela não tivesse razão em dizer que ele não merecia Alana. Seu coração acelerou de repente. Alana. Ele tinha que achar um jeito de recompensá-la por ter-lhe aberto os olhos e ter-lhe dado coragem para enfrentar sua timidez diante de situações tão simples. “Timidez?” – Pensou - “Covarde!” - a voz dela em sua mente do novo. Ele se ajoelhou ao lado do quadro que montava, e de repente uma idéia surgiu.
- É isso!
Quem entrasse no salão principal muito rápido, ficaria temporariamente assustado, pensando que uma tragédia sangrenta ocorrera ali, tamanha era a quantidade de vermelho que cobria as paredes, chão, quadros, mesas, cadeiras, flores, enfeites, prataria, e até mesmo o teto encantado possuía agora um tom avermelhado de pôr do sol.
Alguns alunos adoraram a decoração exagerada e Daniele Jackson gritava aos quatro ventos que tinha certeza que acertara ao escolher a cor do vestido decotado vermelho berrante que usava – razão pela qual o seu par, um rapaz da sonserina mesmo, soltava ligeira baba pelo canto da boca e não reparou na decoração do salão, pois só tinha olhos para o decote da menina.
- Nossa! – exclamou Mary ao cruzar a porta do salão com os amigos – Se eu soubesse que tudo seria tão vermelho teria escolhido outra cor e não vinho!
- Você teria ficado linda com qualquer cor. E mesmo com tanta cor igual, eu a reconheceria sempre e só teria olhos para você, Mary.
- Ah, Hugo, corta o papo furado para cima dela, falou? – Rose encarnou nele e não percebeu Mary corando levemente ao sorrir.
A menina trajava um vestido fino vinho franzido na altura do joelho. Diferente de Rose em seu conjunto ouro-sujo colado no corpo ressaltando as recém-adquiridas curvas de jovem mulher e saltando os olhos dos garotos para fora. E diferente de Alana, que escolhera um tomara-que-caia preto de saia curta rodada.
- Onde está Lily, hein? – James perguntava catando alguém pelo lugar cheio de alunos animados e bem arrumados.
- Ela desceu com a gente, mas ficou para trás esperando alguém, eu acho... – respondeu Rose também procurando alguém pelo salão.
- E eu acho que sei quem ela estava esperando... – Mary sorriu e apontou com a cabeça para a escadaria do salão principal.
Lily vinha descendo, nos seus gloriosos doze – quase treze – anos de idade, dentro de um vestido tubo, tomara-que-caia verde oliva que exaltava a beleza da cor de seus cabelos, e acompanhada por ninguém menos que...
- Ephram Barrow? – James exclamou agora hipnotizado por notar como a irmãzinha parecia ter crescido rápido nos últimos dias.
Alvo e Rose pensaram juntos e barraram a passagem de James, olhando feio para ele.
- Nem pense nisso, James Potter. – Alvo falou entre os dentes – Não vai arrumar confusão hoje ou eu juro que te azaro!
James pareceu considerar por um instante e então simplesmente sacudiu os ombros e se afastou deles.
- Olá, família! Amigos! – Lily chegava sorridente ao lado de Ephram – Não acham que isto aqui está muito vermelho, não?
- Lily que roupa é essa? – Alvo perguntava mirando indignado o tomara-que-caia da irmã.
- É a mesma roupa, de cor diferente é claro, que a Alana está usando caso você não tenha notado, Al! – Lily falou grossa, mostrando que não estava aberta a opiniões machistas de irmãos aquela noite.
Alana corou violentamente quando Alvo sem perceber virou-se rapidamente para olhar a roupa dela, e ainda sem perceber, continuava olhando fixamente para ela.
- Hamham – Hugo pigarreou a garganta para chamar o primo de volta à realidade.
Eles sorriram e aceitaram a sugestão de Ephram de acharem uma mesa para se sentarem. O lugar estava cheio delas, redondas e vermelhas, espalhadas por todo canto e na parede central um palco, onde a Prof. Minerva estava de pé começando a falar com a voz magicamente ampliada.
“Sejam bem vindos a Festa do Chocolate. Dedicada aos enamorados e reconhecedores do amor e da amizade como parte essencial da vida. Sem os quais, os fundamentos básicos do ser vivo seriam apenas fantasmas de uma existência vazia e incompleta. – Agora que já estão todos aqui, se não se importam, gostaria de uma pequena mudança na decoração”.
E batendo duas vezes com a palma das mãos, um vento suave passou pelo salão e balançou os cabelos das pessoas, mudando a decoração vermelha para uma de “muito bom gosto”, pensou Rose.
As toalhas das mesinhas agora eram douradas. A prataria, realmente prata; nas paredes, o vermelho escorria como um cortinado caindo, e mostrava os quadros apaixonados e o mural criado pelos alunos; o teto, agora exibia uma noite estrelada e de lá, caíam pétalas rosas que sumiam antes de tocar ao chão. E por todo lado, cupidos pigmeus de cachinhos dourados voavam sacudindo suas asinhas furiosamente e atirando flechinhas vermelhas nos corações enamorados. Uma música suave começou a tocar em algum lugar do salão. Ao redor do palco, pilastras de dois metros, resplandecentes e feitas de vidro rosa, suportavam fadas encantadoras que sopravam beijos enfumaçados em forma de coração que viajavam entre as pessoas e então evaporavam.
“Encantador” suspirou Alana olhando de esguelha para Alvo que parecia admirado assim como todos os outros.
- Chocolate para Rose Weasley! – uma vozinha fina fez-se ouvir.
Uma fadinha chegava voando graciosamente carregando um pacote em forma de coração. Rose estendeu as mãos e a fada entregou-lhe o embrulho, ficando a observar a menina com o presente.
- De quem é? – Hugo bisbilhotava por cima do braço da irmã, tentando achar um cartão. Mas nem Rose achou um.
- Deixa ela, Hugo! – Mary ralhou e o garoto sentou direito - E você? - virou-se para a fadinha brilhante que continuava observando Rose abrir o pacote – Não tem mais bombons para entregar, não?
- Desculpe-me senhorita. – falou com a voz fininha – Tenho ordens de garantir que a senhorita Weasley veja os bombons e coma um.
- O quê? – Alvo olhou surpreso para a fada – Rose acho melhor você comer logo um, ou vamos ter platéia pelo resto da noite.
Rose pegou um bombom, confusa, e mordeu. Licor de cereja. Seu favorito. De repente sentiu vontade de ficar só. “O lago” pensou. Guardou o resto do chocolate e se levantou. A fada sorriu satisfeita e voou para longe.
- Aonde vai? – Mary quis saber.
- Ah... Já volto, ok? – Rose disfarçou e saiu logo dali.
Mary levantou-se também.
- Acho que ela não quer companhia. – Alana disse.
- Eu sei. Vou ao banheiro. – Mary sorriu e saiu também.
Hugo levantou-se de um pulo.
- Bom, enquanto a comida não aparece, vou dar uma volta. – e saiu da mesa.
Lily observava os casais começando a se levantar para dançar no meio do salão, e quando olhou para Ephram, ele estava de pé com a mão estendida, sorrindo para ela.
- E então, menininha das poções? Concede-me esta dança?
Lily caiu na gargalhada e aceitou a mão do amigo, mas não sem antes fingir se zangar, como fazia a toda hora, desde que o garoto a apelidara gentilmente em homenagem à cisma que ela possuía com a matéria de poções.
Alvo teve a leve sensação de que aquilo era um complô bem feito deles. Alana parecia ter pensado a mesma coisa, pois sorria levemente pelo canto da boca.
- Eu queria... – começou Alana.
- Desculpa! – disseram os dois juntos e riram sem graça.
- Eu não deveria ter te tratado mal por me dizer umas verdades... Você tinha razão. – Alvo disse sincero.
- Não, eu sei que eu não tinha o direito de me meter nos seus assuntos. Eu não quero que você fique mal com a Daniele por minha causa então eu vou dar uma volta também.
- Não! – Alvo segurou a mão dela para que ela ficasse sentada. – Ela não vai se importar... –e baixando a voz disse – Não mais...
Alana olhou curiosa para Alvo, acreditando, mas não acreditando no que o garoto revelava.
- Vocês...?
- Sim. – ele suspirou – Foi melhor assim.
- Ai, caramba! – Alana botou as mãos na cabeça – Eu não devia ter dito aquilo tudo, te deixei confuso!
Alvo buscou as mãos da menina e as trouxe para a mesa de novo.
- Não foi pelo que você disse, Alana. – ele a mirou apreensivo e continuou – Mas não posso negar que o motivo realmente foi você. – confessou corajoso. E Alana sentiu o coração acelerar.
- Vem comigo. – Alvo levantou e a puxou com ele, atravessando por entre as mesas e cadeiras até chegar na parede do mural.
Parou ali em frente e observou a reação de Alana, que olhava encantada para o mural feito por Alvo. Chocolates, cupidos, canecas conjuntas fumegando corações, um casal, um dizer. “CoragemxVerdade – Amor&Amizade”
- Al... – Alana não tinha palavras.
- Lembra do que me disse, ou melhor, gritou ontem? – Alvo ainda segurava a mão da garota – Precisou coragem para me dizer a verdade que eu não enxergava. O amor requer coragem, e a amizade requer a verdade. E o amor e amizade... Esses são dois sentimentos que tem muito a ver um com o outro, não acha? – ele mirou os olhos de Alana e sentiu-se corar.
- Eu... Não sei o que dizer! – A menina estava perdida dentro dos olhos verdes de Alvo.
- Dança comigo? – ele pediu num sussurro.
Alana sorriu e acenou que sim. O garoto a guiou para o meio do salão, onde vários casais já estavam embalados ao som da música. Ele passou um braço na cintura de Alana e segurou a outra perto de seu rosto. Alana ofegou ao sentir o hálito quente dele em sua mão. Fechou os olhos e se aproximou do menino, repousou a cabeça em seu ombro e acariciou o pescoço dele com a mão que se apoiava em seu ombro. Alvo se arrepiou ao toque da menina. Naquele momento, ele sorriu por dentro, mal acreditando nos últimos acontecimentos. Quando poderia imaginar que em vinte quatro horas teria conseguido terminar um namoro forçado e estaria dançando com a garota de seus sonhos no baile dos namorados? Mesmo que não tivesse claramente se declarado para ela, seria muito mais fácil agora, que a tinha em seus braços. “Finalmente, posso te sentir pertinho”.Pensou inalando o cheiro bom que saia dos cabelos da menina.
Ela mexeu a cabeça incomodada e puxou a mão que era segura por Alvo. Ele a olhou intrigado. “Fiz algo de errado?” Pensou assustado. Mas não entendeu quando ela sorriu travessa.
- Está coçando... – e levou os dedos ao queixo esfregando.
Alvo riu também. E tirando uma coragem, não se sabe de onde, segurou o queixo de Alana delicadamente e inclinou seu rosto até o dela. Ela ofegou novamente e ele sorriu fracamente. Alana acabou com a distância que os separava e mergulhou no tão esperado beijo. Sentiu os lábios quentes do rapaz exercerem pressão sobre os seus, e no momento seguinte, sentiu a necessidade de aprofundar o beijo. Alvo sentiu a mesma coisa. Agora, nada se passava na mente dos dois. Parecia que o mundo ao redor parara de girar. Só existiam os dois, o beijo, o calor que emanava de seus corpos, a emoção e saudade que tinham sem nem ao menos terem ficado juntos para terem se separado um dia. Amor e amizade mesclavam-se como um só.
A música mudou. Um grupo de bruxas descabeladas subia ao palco, arrancando da multidão de adolescentes, aplausos e gritos. As Esquisitonas tocaram um som bem agitado, mas Alvo e Alana pareciam ocupados demais para notarem que, a sua volta, ninguém mais dançava colado, e sim aos pulos.
Ephram sorriu quando Lily o puxava novamente pelo braço para voltarem à pista de dança. Eles estavam sentados usufruindo do banquete que surgira nos pratos de cada mesa, e quando as Esquisitonas começaram a tocar, ela levantou-se de um salto e insistia para dançar de novo.
- Está bem! Está bem, incansável! – Ephram brincou e levantou sendo carregado por uma satisfeita Lily. – O que não faço por você, hein menina?
- Não seja chato, Ephram Barrow Weasley! – ela caçoou – Se você não quiser mais ser meu amigo e nem me ajudar mais em poções... – ela fez biquinho e parou de andar no meio da pista – Então pelo menos dance comigo, ok? – e sorriu travessa!
Ephram soltou uma gargalhada e acompanhou o balanço da menina ao som da música.
Rose estava parada de pé em frente ao lago se perguntando pela milésima vez o que estava fazendo ali sozinha e por que simplesmente não fazia meia volta e entrava no salão de novo. Seus pés não obedeciam. “E ainda por cima está ficando gelado aqui!” Ela se arrepiou com a brisa fria que acariciou sua nuca e ao levar a mão ao pescoço encontrou outra coisa lá. Levou um susto e gritou.
- Calma. – Scorpius sussurou retirando sua mão do pescoço da menina. – Sou eu, Weasley.
- Isso é jeito de chegar, Malfoy? – Rose tinha a mão espalmada no peito e inspirava profundamente. – Quase me mata do coração!
- Pode ter certeza de que essa não era minha intenção. – ele sorriu para ela sarcástico – Não mesmo.
Rose fez uma careta – Imagino...
Scorpius acariciou uma mecha do cabelo de Rose e se aproximou.
- Não vai perguntar qual era minha intenção?
Rose olhou seriamente para o garoto loiro a sua frente e sem querer se perdeu em pensamentos. “Como alguém pode ser tão lindo? Ele parece um anjo. O cabelo é quase branco de tão claro... e tão macio... que vontade de tocar. Rose recomponha-se! Culpa daquele bombom! Aliás...”.
- O que você fez com aquele chocolate hein? – ela perguntou de repente e ele sorriu mais meigo ainda.
- Eu precisava te tirar de lá sem que os chatos dos seus primos e seu irmão ciumento notassem e viessem atrás. A fadinha Luz me ajudou. – ele pasou a mão do cabelo dela para seu rosto – Agora me diga, sentiu minha falta?
Rose bufou – Você se acha demais não é? É melhor eu voltar para a festa.
- Eu senti. – ele revelou de sopetão. – Desde a última vez que conversamos, não consigo dormir direito, não aceito que nós não possamos ter uma chance por um motivo tão banal como rixa familiar. Eu não sei porquê, mas eu gosto de você...
Rose não achou palavras. Apenas ficou olhando para ele como se esperasse que a qualquer momento alguém fosse pular e gritar “primeiro de abril”.
- E o que você sugere, Malfoy? Que nós enfrentemos Deus e o mundo por algo que provavelmente nem futuro tem? – ela soltou amarga.
- Não. Não precisaremos enfrentar ninguém se soubermos como agir. – ele soava esperançoso – Sabe a Torre de Astronomia? Na ala oeste do castelo? Pode ser nosso lugar secreto. Ninguém vai lá. Só nas noites de aula, que são três vezez na semana. E durante o dia então, nem se fala. Deserto.
- Sabe que as vezes parece realmente simples... – Rose suspirou e permitiu que o garoto a trouxesse mais para junto dele. – E agora?
Scorpius passou os braços pela cintura dela e a apertou contra o peito. – O agora se resolve com o tempo. – Ele depositou-lhe um beijo suave na bochecha e cobriu o caminho até seus lábios. Rose não relutou. Como resistir? Ela tinha a leve impressão de que estava apaixonada por aquele Malfoy. O frio que sentira momentos antes havia sumido agora, e dado lugar para o calor aconchegante dos braços protetores ao redor do seu corpo. Deu um passo a frente e sentiu Scorpius mais próximo. E gostou. “Como uma pessoa conseguia completar outra tão perfeitamente assim?” Scorpius pensava quando sentiu Rose colar seu corpinho ao dele e espantar a brisa que soprava entre os dois. “Magia” Concluiu.
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Rose e Scorpius voltaram ao salão principal em silêncio. No caminho, olhavam disfarçadamente um para o outro, mas quando seus olhares se encontravam, desviavam e riam. “Devo parecer uma boba” pensou Rose, após olhar mais uma vez para Scorpius.
No salão principal tocava uma música lenta, que embalava casais na pista de dança. Os pequenos cupidos ainda voavam sobre as cabeças de algumas pessoas lançando as pequenas flechas, alguns outros simplesmente comendo algumas comidas.
- A proposta foi verdadeira - Disse Scorpius olhando penetrante em seus olhos – Dança comigo? – Perguntou sorrindo para ela, fazendo suas pernas bambearem.
Rose não teve forças nem para responder, apenas assentiu com a cabeça. Scorpius segurou a mão da menina, e a conduziu para o meio dos casais que dançavam.
Ele colocou as mãos na cintura da menina, que se arrepiou involuntariamente. Ela passou seus braços em volta do pescoço do garoto e encostou o rosto no peito dele.
Rose fechou os olhos e, por uns minutos esqueceu que estava no salão principal e que estava sob os olhares de seu irmão e primos. Ela apenas sentia o momento, as mãos firmes dele em sua cintura, sentindo-o acariciá-la de leve com o polegar.
Seu perfume... Aquele perfume maravilhoso que às vezes ela se pegava lembrando sozinha. Ela ainda sentia o gosto do beijo dele instantes atrás no lago. O beijo. Aqueles lábios macios e quentes que quanto mais ela sentia, mais ela queria sentir.
“Por Merlin, eu estou gostando mesmo dele? Eu não posso...” Pensou.
Rose abriu os olhos. Nem percebera e estava dançando uma música diferente da que ela estava dançando quando começou. Ela correu os olhos pelo salão, alguns casais continuavam dançando.
Avistou Ted de pé recostado numa pilastra, bebericando alguma bebida enquanto assistia Vicky dançando uma música com um garoto ranzinza que praticamente implorou para ele que concedesse a garota a ele por uns segundos e Victoire gentilmente aceitou.
Ela viu Mary em uma mesa conversando com um quintanista da corvinal. Automaticamente seus olhos foram à procura de seu irmão.
Hugo estava sentado em uma das mesas, com uma expressão de fúria no rosto e tagarelava rapidamente com um cupido voador.
- Não senhor! A senhorita parece estar interessada em outra pessoa e não posso atirar uma flecha nela sem interesse algum. – o cupidinho falava de olhinhos fechados como se encerrando a discussão.
- Cupido idiota! – Hugo xingou a criaturinha.
- E não adianta me ofender. – resmungou malcriado mostrando o dedo do meio para o garoto. Hugo não notou, pois parecia ter avistado uma coisa bem mais interessante.
- Malfoy idiota! – xingou de novo se levantando para ver melhor o que a irmã fazia com aquele loiro aguado.
“Droga!” Exclamou Rose em pensamento. Hugo olhava para ela dançando com Scorpius e parecia querer pular nos dois.
Rose se lembrou da conversa de seus pais no St Mungus, lembrou de seu pai dizendo que azararia qualquer um de seus pretendentes. Lembrou também das muitas conversas dos Weasleys em que eles afirmavam não se dar bem com os Malfoys.
“Vovô Weasley nunca a perdoaria se você se casasse com um puro-sangue”. A voz do seu pai falando isso para ela quando ela tinha apenas onze anos não saía de sua cabeça. Então, como em um impulso, Rose parou de dançar e se afastou de Scorpius.
- O que foi? – Perguntou Scorpius confuso.
- Eu... Isso é um erro Scorpius. – Disse Rose de subto e Scorpius revirou os olhos.
- Achei que você tinha parado com essa bobeira. – Disse cansado.
- Não é bobeira, você sabe que não é. – Exclamou Rose, embora não quisesse dizer aquilo.
- Não, Rose, eu não sei. – Exclamou irritado – Você procura obstáculos para tudo. Eu já estou cansado dessa historinha de “nossos pais se odeiam”. Se não quer, fala e acaba logo com isso!
- Não é isso! – Exclamou, sentindo lágrimas começarem a querer brotar de seus olhos – Scorpius, isso só traria problemas, olha meu irmão. – Ela apontou Hugo, que continuava com a mesma expressão de fúria – Ele está assim só porque viu a gente dançando. E meu pai, e seu pai? Nos matariam!
Scorpius fez menção de abrir a boca, mas Rose continuou falando.
- Sabe, a gente só arranjaria discussões em nossa família. Acho que não vale a pena...
- Então você acha que não vale a pena? – Ele perguntou incrédulo – Você acha que não vale a pena enfrentar as pessoas pelo que você quer?
- Você não me entendeu...
- Eu entendi muito bem! – Disse ele em um tom extremamente frio que assustou Rose – Meu pai tinha razão...
- Scorpius... – Murmurou Rose. Ele estava diferente, não parecia aquele Scorpius de uns minutos atras.
- Meu pai tinha toda razão – Repetiu ele em um tom ainda mais frio, fitando Rose – Eu não devia me meter com os Weasleys, vocês não passam de uns medrosos!
Aquele tom a estava machucando, ela preferia que ele gritasse a ouvi-lo falar daquele jeito.
- Agora eu vejo que eu apenas perdi meu tempo com você. – Continuou sem poder esconder a mágoa nas palavras – Pode ficar tranqüila agora porque você vai ter o que me pediu, eu não te procuro nunca mais, Weasley. – E saiu do meio da pista de dança e do salão principal, deixando uma Rose sem ação parada, apenas olhando o caminho em que ele sumiu.
- Rose?
Rose se virou e viu Hugo parado, com os braços cruzados.
- Hugo... – Rose murmurou, sua voz saiu tremida – Eu não quero conversar agora. – Disse saindo, mas ele a segurou pelo braço.
- Mas nós vamos conversar sim! – Disse firme – O que você estava fazendo com aquele idiota?
Rose sentiu uma vontade incontrolável de bater em seu irmão, descontar tudo que estava sentindo nele, mas se segurou, afinal, estava no meio do salão principal.
- Estava apostando corrida com ele – Disse irônica – Eu estava dançando, não viu?
- Mas por que com ele? Ele é o Malfoy, todos o odiamos, esqueceu?
- Não, infelizmente eu não esqueci. – Murmurou triste – Agora dá licença Hugo, eu não estou afim de conversar agora.
Rose se virou, mas Hugo a segurou de novo.
- Papai vai adorar saber disso...
- Como é que é? – Rose se virou tão rápido que estalou o pescoço.
- Isso aí “maninha”, papai vai adorar saber que a filhinha perfeita dele está saindo com um Malfoy. – Disse sorrindo malicioso.
- Como ousa? – Perguntou incrédula – Você não sabe o que está dizendo. Eu não estou saindo com ele!
- Bem, você não está mentindo, eu vi como ele saiu daqui. Mas isso não quer dizer que nunca esteve...
- Por que não vai cuidar da sua vida? – Perguntou irritada.
Hugo deu uma risada irônica. – Eu estou fazendo um bem para você, Rose. Aquele garoto não é para você!
- Quem é você para decidir isso? – Perguntou. Alguns casais estavam mais prestando atenção neles do que na música.
- Sou seu irmão! E embora você seja irritante e teimosa eu quero seu bem! – Exclamou irritado
- Eu não preciso de proteção! – Falou secamente – Quer saber? Faz o que você quiser, pode contar para quem você quiser, se puder provar, “maninho”. – E saiu sem olhar para o irmão.
- DROGA! – Exclamou chutando a caixa de sapos de chocolates que estava no chão.
Scorpius andava de um lado para o outro no dormitório. “Como ela se atreve?” Pensou.
O dormitório estava vazio, os garotos do quarto ano da corvinal, assim como os de toda a escola, estavam na festa. Todos menos Scorpius, que não tinha a mínima vontade de voltar para lá.
Não depois da briga. Depois de tudo que eles conversaram no lago, depois de terem finalmente se acertado, ela volta com a mesma história ridícula de “nossas famílias se odeiam”. Por que ela não mandava tudo para o ar como ele? Era simples.
“Meu pai tinha toda razão”
Desde que Draco vira Scorpius e Rose juntos na Floreios e Borrões não parava de falar o quanto os Weasleys eram ruins.
Scorpius se sentou em sua cama e afundou o rosto nas mãos. Sentia uma coisa estranha dentro de si, uma sensação incomoda. Ele queria simplesmente esquecer tudo, esquecer a briga, esquecer Rose...
- Por que? – Murmurou para si mesmo – Por que eu não consigo esquecer tudo isso? Por que você não sai da minha cabeça, Rose. Por que?
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Ela viu um vulto caído no chão perto da estátua da bruxa caolha e se arrependeu amargamente de dispensar a companhia de Justin. “Mas também ele é tão chato que eu prefiro estar sozinha”. Pensou se aproximando devagar para ver do que se tratava.
- Quem é você?
- Eu é que pergunto quem é você e por que está tão tarde fora do dormitório. – rebateu desafiadoramente.
- Olha, por que não me deixa em paz e continua seguindo seu caminho, hein?
- “Lumus” – um jato de luz saiu da varinha dela e... – James Potter?
- Tira essa luz de mim garota – James então acendeu a própria varinha – Bianca? – ele não acreditava que a garota iria vê-lo naquele estado. – O que está fazendo aqui? Por que não volta pro seu namoradinho, hein?
- Como você é arrogante, Potter. – ela se dirigiu até ele e então notou duas garrafas vazias ao lado do rapaz. – O que é isso? – ele tentou esconder, mas ela foi mais rápida e pegou uma das garrafas na mão – Whisk de fogo? Não acredito Potter! Qual é o seu problema? – ela estava furiosa demais para notar que o problema do garoto era maior do que parecia.
- Não te interessa – respondeu secamente.
- Onde conseguiu isso?
- Jumpy é muito bonzinho comigo. “Qualquer coisa senhor James Potter, Jumpy está aqui para servir e ajudar” – ele imitou ridiculamente a vozinha do elfo.
Bianca suspirou e com um grande esforço, sentou-se ao lado dele, que arregalou os olhos surpreso com a atitude da menina.
- Vamos, me desculpe. Agora por que não me conta o motivo desse ato rebelde?
- O que? Nós somos amigos agora? – ele atacou.
Ela estava sendo realmente gentil e James sentiu uma vontade incontrolável de dividir com ela a sua angústia contida.
- Não foi nada. – disse ao invés de falar a verdade.
Bianca levantou a mão e esticou o dedo mindinho na cara de James.
- O que é isso? Está machucada? Doendo? – Ele mirava intrigado o dedinho fino da menina.
- Eu faço a jura do mindinho. – disse Bianca séria – Faço a jura do mindinho com você para prometer que o que for dito aqui, fica aqui.
James olhava para o mindinho da garota com um ar de confusão e diversão. Mas preferiu não rir, já que a menina mantinha a expressão séria.
- Ah... É, claro, claro. – disse sério também e fechou os dedos em volta do dedo de Bianca.
- Não, não é assim. – ela o repreendeu e ensinou a juntar o seu mindinho ao dela. – Assim.
James sorriu e apertou o dedinho dela de leve. Bianca o olhou como o encorajando a se abrir.
- Sabe, não é nada demais, Bianca. – James disfarçou e parecia ter dificuldade em expor a angústia. – É... Quando Alvo nasceu, ele era como papai, todos notaram a semelhança. Quando Lily veio, a primeira menina. Que gracinha... – ele sorriu amargo – Então chega mais um, ops, mais dois, e gêmeos! Com os olhos da vovó Lily. – ele parou de falar e abaixou a cabeça.
Bianca começava a entender o que atormentava o garoto. Mas tinha certeza de que ele não era desprezado. Devia ser apenas uma crise existencial. Ela botou a mão no ombro dele.
- E agora papai e mamãe discutem sobre coisas que eu não consigo entender ainda o que é... Não sei qual é o problema deles, mas não quero que se separem, e nem que dividam nós cinco entre eles... – o garoto parecia apavorado apenas de pensar. E Bianca sentiu que apesar de tudo, o amor que James tinha pelos irmãos, pelos pais, pela família, era tão grande que o atormentava dia e noite.
- Por que é tão difícil as pessoas serem felizes? – Bianca passou as mãos pelos cachos ruivos, tão bem penteados para a festa, num ato confuso e cansado.
- Não sei. – James pegou as mãos dela entre as suas. – Mas com você por perto, não parece assim tão difícil. – Ele levou as mãos da menina até o rosto e acariciando a pele com um toque sensível, a beijou em seguida.
Bianca tremeu ao toque dos lábios ardentes do rapaz em suas mãos, e por um momento louco, se pegou imaginando e até desejando saber como seria a sensação de tê-lo em seus lábios.
- Ahn... E-eu acho melhor irmos, - ela gaguejou puxando as mãos de volta - Se o Dick nos pegar aqui, vai achar que estávamos por aí nos embebedando. O que não seria totalmente mentira, não é? – e riu nervosa para James.
Ela se levantou do chão e James levantou-se de um pulo e cercou o caminho da menina. Bianca se assustou e arregalou os olhos para ele. Mas não encontrou forças para empurrá-lo e sair dali. Quando sentiu que seu corpo era imprensado pelo corpo maravilhoso – “Maravilhoso? Pelo-amor-de-Deus, Bianca” – de James, ela ofegou, mas para seu alívio, o garoto parecia estar tonto demais para notar. Ele acariciou seu rosto levemente como se fosse uma pena.
- Eu sempre gostei de você sabia? Sempre, e sempre irei gostar. – ele chegou mais perto e beijou-lhe a ponta do nariz. E sentindo que não resistiria muito tempo se ficasse tão próximo à garota que lhe atormentava os sonhos, se afastou alguns centímetros e respirou fundo. – Mas agora que somos amigos de novo, não quero estragar tudo.
O corpo de Bianca se recusou a mover-se, como num protesto pela distância agora imposta pelo rapaz. Ela continuou parada no mesmo lugar, encostada na parede do corredor observando James se virar e começar a andar.
- Jam... – Ela pensou em chamar, mas não conseguiu completar a fala, pois nesse exato momento ela viu o garoto voltando e colando seus lábios nos dela desesperadamente.
Ela sorriu. Ou meio que sorriu já que James não dava espaço para um sorriso atrapalhar o tão esperado beijo. Segurou a nuca de Bianca com as duas mãos, como se para garantir que ela não tentaria tirar o rosto de onde deveria estar a muito tempo. Ela sentiu a pressão na nuca, e em sua boca, o gosto dele, doce e ardente pelo whisk de fogo. “Se existe uma coisa melhor do que beijar o James, eu ainda estou para descobrir...” As mãos dele agora desciam pelas costas dela e a traziam mais para perto. Bianca ergueu uma mão e entrelaçou os dedos por baixo das madeixas lisas de James, que se arrepiou involuntariamente ao sentí-la arranhar levemente seu pescoço enquanto mexia nos seus cabelos. Os lábios quentes do garoto passaram da boca de Bianca para seu queixo e daí para o pescoço delicado da menina. E como um botão de ligar, Bianca de repente se deu conta do que estava fazendo.
- James – ela ofegou sentindo a mão dele percorrer todo o caminho pelo seu braço e costas enquanto a outra se detinha na sua cintura apertando-a firmemente. Ela não sabia de onde tirar forças para dizer o que tinha de ser dito. – James, você está bêbado!
Ele interrompeu os beijos e devagar olhou no rosto da garota. – Não, eu não estou. – disse sincero.
- Está sim. E amanhã não se lembrará de nada e muito menos de ter dito... – ela abaixou a cabeça.
James suspendeu seu queixo gentilmente e mirou fundo dentro dos olhos dela – De ter dito que gosto de você? – ele perguntou – Mas eu não disse isso.
Bianca sentiu os olhos arderem, não acreditava no que ouvia.
- Eu disse que sempre gostei de você e quesempre gostarei. – ele a beijou na testa longamente.
Ela sentiu uma lágrima solitária escorrer pela sua face e ir salgar-lhe a boca. “Será?”.
- Sabe e se você quiser, eu até faço a jura do mindinho! – disse James estendendo o mindinho divertido e aliviado por conseguir arrancar um sorriso fraco da garota. – Vamos, eu te acompanho de volta. – passou um braço pelos ombros dela e a guiou pela noite. – A propósito, você está muito linda!
Bianca sorriu pensando no quão simples era aquele vestido preto e em como ela se sentiria linda dentro dele a partir de agora.
Mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm
PRIMEIRAMENTE:
AGRADECIMENTO ESPECIAL A NOSSA MAIS NOVA BETA!!! EEEEEEEEEEEHHHHHHHH
VIVA A VAL!!!!!!!!!
POIS É PESSOAL! AGORA TEMOS PARTICIPAÇÃO ESPECIALÍSSIMA DA NOSSA QUERIDA VAL WEASLEY!
VALEU VAAAL!!!
BIA E LANA TE ADORAM!!!
HUAHAU XXX BJAOOOO
N/A²: OLÁ PESSOAS!!! Q SAUDADE DE VCS!
UM TEMPÃO Q EU NÃO RESPOINDO COMENT NÉ?
MAS EU TO LENDO VIU! É Q ANDEI BEM ATAREFADA E TODO TEMPINHO LIVRE ERA DEDICADO AO CAPITULO, NÉ? HEHEHEH
ESPERO Q TENHAM GOSTADO!! EU SIMPLESMENTE A-D-O-R-E-I !! ESSE CAP FOI MTO ROMANTICO!! TADINHO DO TEDYYYYYYYYYYYYY!! A VICKY É SÓ PRIMA DELE AGORA..... SNIF-SNIF...
BOM, ENJOY! ATÉ O CAP.14!!!!!
FUIZ.... :D :D :D :D
:)LANA:)
N/A: *AUTORA SE ESCONDENDO*
Oiii pessoaaaaal!!!!
DESCULPAAA!!! CARA, EU CHEGUEI EXATAMENTE 00:40 EM CASA, CORRI O MAXIMO Q EU PUDE, PERDÃO...
Demorou um pouquinho, né? Heheheh.. Mas espero q tenha valido a pena.. XD Heheheh...
É isso pessoal, em breve o cap 14 pra vcs!! XD
Bjussssssss]
****BIA****
N/B: Eu queria dizer que é uma honra ser a beta a partir de agora! Eu adoro essa fic! Muito mesmo! E que capitulo, hein? Muitooooo bom!!! Vários casais... O Al estava a coisa mais fofa ever! Mas eu juro que quero chutar a canela da Rose (e olha que eu simplesmente a ADORO) e abraçar o Scorpius (meu Deus! Eu não posso crer que quero chutar a canela de uma Weasley e abraçar um Malfoy???) Hahahaha! Brincadeira... De certa forma, eu sei que a Rose está confusa e sofrendo... Portanto, não quero chutar a canela dela mais e sim abraçar também. E o Ted????? Ele está a coisa mais apertável do mundo nesse capitulo! Vou ficando por aqui ansiosa pelo próximo capitulo e saber como ficam os casais agora! E esse mistério todo da Vicky e esse povo estranho que fez o que fez com ela... Tudo muito sinistro, né?!
Beijinhos
Val Weasley
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