O Três Duelos
Harry estava sentindo sua cicatriz doer com tal intensidade que pensou que iria morrer. Levantou-se e virou a cabeça para os lados, mas não enxergava nada. Suas pernas tremiam e sentiu que a dor iria matá-lo a qualquer momento. Sentiu seu queixo mexer, mas não foi a sua voz que falou, mas sim uma voz fria e cortante:
- Maldita Granger. Estava quase conseguindo... Avada Kedavra! – então a cicatriz explodiu de dor e Harry sentiu seus joelhos baterem no chão. Abaixou a cabeça e sentiu tudo á sua volta girando cada vez mais rápido. A sua cicatriz doía muito. Ele queria parar com isso, morrer, qualquer coisa que parasse com aquilo... então tudo parou bruscamente. Ainda tonto, Harry se pôs de pé e olhou á volta, sua cicatriz parara de doer e já conseguia enxergar normalmente. Seu olhar parou em Hermione, que estava caída ao pé da escada, olhando fixamente para ele e com uma bolha de sangue no canto da boca. Todos estavam muito pálidos.
- O que aconteceu? – perguntou ele, confuso. Rony contou tudo o que aconteceu e ele ficou totalmente estupefato.
- Vamos ao Dumbledore. – disse Gina. Harry hesitou e olhou para Hermione.
- Tá tudo bem – falou Rony, enquanto Hermione se levantava com dificuldade. – acho que você conseguiu afastá-lo de seu corpo antes do feitiço se completar. Vamos? – perguntou ele, inseguro. Harry concordou com a cabeça e ele, Gina, Hermione e Rony foram para a Sala dos Professores. Chegando lá viram o Prof Dumbledore conversando com prof ª McGonagall.
- Prof Dumbledore? – falou Rony, olhando para ele.
- Sim? – perguntou ele, se virando para os meninos.
- Aconteceu uma coisa... – começou Gina.
- Voldemort possuiu Harry agora a pouco – disparou Rony. – e atacou Hermione. – completou.
O rosto de Dumbledore ficou sério e ele falou:
- Me conte tudo o que aconteceu – e Hermione foi contando, ajudada por Rony e Gina. Quando acabaram, Dumbledore saiu da sala e disse para eles fingirem que nada aconteceu. Harry berrou:
- Porque vocês nunca contam o que vão fazer?
Dumbledore reapareceu na porta da sala e falou:
- Se lembre da nossa conversa ano passado, Harry, e você vai entender. – e saiu novamente.
Harry refletiu um pouco e se lembrou do que Dumbledore dissera: "Voldemort já sabe da existência da ligação entre vocês. Ele vai explorá-la."
Então era isso! Por isso Dumbledore não fala o que vai fazer. Está com medo de Voldemort descobrir por meio de Harry.
*****
No outro dia, Hermione chegou perto de Harry e Rony, que estavam jogando Snap Explosivo, e perguntou:
- Vocês não estão sentindo falta de algo?
- Não – responderam Harry e Rony.
- Nem de algo que vocês deveriam ter recebido em julho? – perguntou ela.
- Não – responderam os dois novamente.
- Gente, eu to falando dos N.O.M.s. deveríamos ter recebido o resultado em julho – ponderou ela.
- É mesmo – falou Harry.
- Por que será que não recebemos? – perguntou Rony.
- Não sei, mas podemos perguntar à prof. McGonagall. Nossa próxima aula é dela.
Os três desceram os degraus para a aula de Transfiguração, e, assim que todos os alunos chegaram, ela disse:
- Bom dia! Como vocês já sabem, por meio de uma carta anexada aos N.O.M.s. que vocês receberam em julho, este ano iremos trabalhar com a animagia, isto é, aprenderemos a ser animagos. Então, vamos começar logo. Mas primeiro eu quero lhes dizer que nós vamos começar com a parte teórica. Depois sim iremos para o prático, ok? Abram o livro: “Animagos e Animagia na palma da mão” na página 7 e comecem a ler.
- Que tal fazermos o teórico na aula e o prático depois dela? – perguntou Harry ao ouvido de Rony, que ficou claramente tentado com esta hipótese.
- Legal! – falou ele, e eles, pela primeira vez em muito tempo, prestaram total atenção no livro. Quando a sineta tocou, eles esperaram todos os alunos saírem e foram á mesa da professora.
- Prof ª McGonagall... É sobre os N.O.M.s. – começou Hermione – é que nós não recebemos o resultado dos nossos. – completou.
- Eu sei – disse prof ª McGonagall – Dumbledore achou melhor entregá-las para vocês quando já estivessem em Hogwarts, porque a coruja de vocês seria quase com certeza interceptada. Mas vejo que ele esqueceu, não? Mas estão aqui, comigo. – disse ela, entregando os envelopes para eles. Harry abriu o seu, sentindo um frio na barriga.
N.O.M.s.
Níveis Ordinários da Magia
Resultado:
Transfiguração - excepcional
Poções - passável
Trato das criaturas mágicas - excepcional
Herbologia - aceitável
Adivinhação - deplorável
Defesa Contra as Artes das Trevas - excepcional
Astronomia - deplorável
História da Magia - ótimo
- Uau! – disse ele. Não se lembrava de ter feito tão bem os exames.
Rony soltou uma exclamação.
- Então? – perguntou Harry.
- Um deplorável em poções, um em astronomia e mais um em adivinhação. Só recebi um ‘EE’ em DCAT. Teve uns excepcionais em transfiguração, história da magia, e TCM (Trato das Criaturas Mágicas). E um aceitável em herbologia. Não foi tão ruim assim, não é mesmo? – falou ele, olhando o resultado de Harry.
- E você Hermione?
- Se querem saber, eu tirei um aceitável em poções, um em adivinhação, outro em astronomia. Os outros foram todos excepcionais, exceto Aritmancia, que eu tirei ‘EE’.
- Eu queria estar bem assim como você – disse Rony, infeliz.
- Vamos para o Salão Comunal? – falou Harry e eles se foram.
*****
A semana passou rapidamente, e Harry se viu um dia antes do primeiro duelo com Malfoy. Ele havia esquecido completamente daquilo, e começou a se preocupar, porque não se preparara, não tentara fazer nenhum feitiço, nem nada. Então, Rony entrou no Salão Comunal e se sentou ao seu lado.
- Harry, quando vamos começar o prático? – perguntou ele, olhando para os lados, se certificando que ninguém os ouvia, e continuou – da animagia?
- Agora – falou Harry, tentando esquecer o duelo com Malfoy.
Ele e Rony ficaram lendo e relendo todo o livro de animagia na biblioteca, onde tinham mais tranqüilidade e mais livros para pesquisar.
Depois de muita leitura, Rony falou:
- Parece que é fácil, não? É só esvaziar a mente e depois investir toda a força no animal que queremos ser e dizer: “Dueroid” e pronto. Isso é manha.
Continuaram a devorar os livros, e só pararam quando Madame Pince chegou e disse que ela precisava fechar a biblioteca.
No Salão Comunal, Rony viu como era mais difícil do que pensava. O mais difícil era conseguir investir os pensamentos no animal. Depois de muito tempo, derrotados, Harry e Rony resolveram se deitar. No outro dia bem cedo, Harry recebeu uma coruja que trazia uma carta dizendo:
É amanhã, Potter. Não se esqueça.
Harry tinha certeza de que era Malfoy, mas não respondeu. Como iria esquecer? O Três duelos não era ilegal. Então ele teria que duelar, ou ficaria conhecido por ser medroso.
O primeiro duelo, como Hermione havia lhe explicado, seria em terra firme, com padrinhos e tudo mais. O segundo seria no ar e o terceiro debaixo d’água.
O tempo amanheceu no dia do duelo do mesmo jeito que estava o ânimo de Harry. Estava com muitas nuvens escuras e parecia que iria chover. Toda a escola já sabia do que aconteceria n’aquele dia. Antes do duelo Harry iria as duas aulas de Transfiguração e uma de Poções. Depois do almoço, todos foram para o campo de quadribol, inclusive os professores e Dumbledore. Hermione deu um adeusinho para Harry e desejou-lhe boa-sorte. Gina insistia em ser sua madrinha, mas Harry já havia combinado com Rony, e ele nunca permitiria Gina entrar no campo por sua causa. Ela pareceu muito triste, mas deu um beijo de boa-sorte no namorado e se foi. Só ficaram Harry e Rony no Salão Comunal.
- É isso – falou Harry. – está na hora. Vamos? – ele sentiu sua voz tremer, mas sabia que não iria acontecer nada à ele. Os dois desceram para os gramados e entraram no vestiário da Grifinória. Lá Harry colocou as roupas oficiais, que já o esperava, para o duelo. Era uma roupa totalmente preta com o símbolo da Grifinória na frente e, no verso, Harry fez um feitiço para que ficasse escrito “Harry Potter”. Ele esperou pouco tempo antes de ouvir a voz de Lino Jordan berrar, com sua voz magicamente ampliada: “Sejam bem vindos novamente ao estádio de quadribol oficial da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Hoje o evento que ocorrerá é um pouco diferente do que estamos acostumados a ver aqui. Hoje iremos ver o primeiro duelo do, há muito tempo não ocorre esta disputa, ‘Três Duelos’. O Três Duelos é, basicamente, três duelos.. Hahahahaha. Brincadeirinha. O primeiro duelo é em terra firme, o segundo no ar, montados em vassouras, e o terceiro e último duelo será na água, logicamente dentro do lago. No último duelo, os competidores irão ter que se virar para conseguirem ficar muito tempo na água, até vencer o outro. Lembrando que eles não podem tirar a cabeça d’água. Vamos ao que interessa. Este é o primeiro dos três duelos, que será disputado por... Draco Malfoy – e Harry viu Malfoy entrando no campo. – contra... HARRY POTTER! – aplausos eclodiram das arquibancadas enquanto Harry entrava no campo, que estava totalmente coberto por um piso firme, onde havia uma linha no central e outra passando pelos cantos do tablado. Lino continuou gritando: - O padrinho de Malfoy é... Crabbe. – aplausos da Sonserina – e o padrinho de Harry Potter éééé... Ronald Bilius Weasley, mais conhecido como Rony Weasley – aplausos da torcida da Grifinória, Lufa-Lufa e Corvinal. – Os nossos juízes são o excelentíssimo sr prof Alvo Dumbledore, o sr Cornélio Fudge, Ministro da Magia, o recém-chegado Vítor Krum, e o último juiz é o sr McLagan, Ministro da Magia do Brasil.”
- Não é o Vítor Krum, é, Harry? – perguntou Rony, correndo os olhos pela arquibancada.
- É, porque?
- Droga – resmungou Rony e Harry olhou para o lugar onde Rony estava fixando os olhos e viu que Hermione olhava fixamente para Krum e tinha os olhos arregalados.
- Esquece – falou Harry – ela gosta de você.
- Eu tenho medo que ela goste mais dele – falou Rony, frustrado
“Prontos? – berrou a voz de Lino Jordan – sejam bem vindos, juízes em geral. Ok. Harry Potter, Draco Malfoy, se postem para o começo do duelo. Ronald Bilius Weasley, Crabbe, vão para seus respectivos lugares. Boa sorte aos participantes. Quando as fagulhas que eu mandar para o alto explodirem irá começar o duelo. Três, dois, um e... foi”.– e tacou as fagulhas para cima. Harry imediatamente se postou para a batalha. Estava a uns dez metros de Malfoy quando as luzes estouraram. Harry agiu rápido e berrou:
- Estupefaça! – mas Malfoy conseguiu desviar o feitiço. Harry podia ouvir apenas zunidos de todo estardalhaço que a torcida fazia. Alguém da torcida da Sonserina fez as fagulhas de Lino Jordan se transformarem em algo como “Potter Pirado”, mas Harry não se importou. Já estava acostumado com aquilo. Malfoy se virou para Harry e berrou:
- Locomotor Mortis! – Harry teve que se jogar por inteiro no chão para evitar o feitiço. Estava se levantando enquanto gritava:
- Serpensortia! – uma cobra imensa saiu da varinha de Harry, assustando todos da torcida. Se a cobra ficasse totalmente em pé ela teria talvez duas vezes a altura de Harry, que sussurrou para ela: - Sahsishirhesh! – e ela se virou para Malfoy, que agora estava muito pálido. Harry gritou: - AGORA! – e a cobra investiu rapidamente em Malfoy, que se desviou na hora. Harry então, berrou:
- Rectusempra! – enquanto isso a cobra deu outra investida contra Malfoy. Ele se desviou da cobra novamente e, sem perceber o feitiço de Harry e com um sorriso de triunfo no rosto, ele disse:
- Vibera Evanesca! – a cobra explodiu ao mesmo tempo em que o feitiço de Harry acertou em cheio as costas de Malfoy, que começou a rir freneticamente. Harry, só para humilhar, gritou:
- Orchideous! – e rosas saíram de sua varinha. Ele disse baixinho:
- Gomensnetium! – e duas rosas saíram obedientemente do chão e seguiram para Malfoy. Harry fez um gesto na horizontal com a varinha e as rosas se encaixaram nas duas orelhas de Malfoy, que continuava a rir sem parar. Harry disse, apontando a varinha para si mesmo:
- Sonorus! – imediatamente sua voz foi ouvida por todos os espectadores, que faziam a maior zona, e disse: - Eu acho que você deveria limpar a sua boca, Malfoy, antes de falar dos meus amigos! Limpar! – bolhas de sabão rosa começaram a sair da boca de Malfoy, fazendo-o engasgar. Harry, a fim de fazer aquilo acabar, disse:
- Estupefaça! – e Malfoy ficou desacordado no chão. Muitos começaram a gritar e alguns a vaiar. Lino Jordan berrou: “Harry Potter fez um duelo incrível e venceu Malfoy. Agora eu peço para ele e Malfoy irem para o vestiário (Crabbe já havia feito Malfoy acordar) e daqui a pouco eu os chamo para saberem sua nota.” Harry foi para o vestiário feliz, por agora ter um bom saldo em relação ao Malfoy.
- Você foi demais, Harry – disse Rony, rouco.
- Obrigado.
“Agora eu chamo aqui Draco Malfoy para receber sua nota.” Houve alguns minutos de silêncio, então Lino Jordan falou: “Dumbledore dá dois para Malfoy... Cornélio dá três... Krum... – Justino deixou escapar um palavrão – nove para Malfoy. – continuou, de má vontade. Muitos torcedores vaiaram. – e, por último, McLagan dá cinco para Malfoy. No total agora Malfoy tem dezenove pontos. Por favor, Malfoy, entre novamente no seu vestiário. Agora, por favor, entre, Harry Potter.” Harry entrou no campo abaixo de aplausos que se ouviam através da chuva fina que caía agora. Harry olhou para os juízes. “Vamos lá. – falou Lino – Dumbledore vai ser o primeiro a dar nota e a nota dele é... NOVE. – a torcida gritou mais que nunca – o próximo é Cornélio Fudge, que dá... oito para Harry Potter. – mais aplausos da torcida. – agora o sr Krum – continuou Lino, entredentes – e ele dá... VOCÊ NÃO SABE O QUE È UM DUELO? – berrou Lino quando Krum fez o gesto com a varinha e um três apareceu no ar. – Desculpe, McGonagall. É que ele deve ser cego – completou, com muita raiva na voz. – Bom, é melhor passarmos para o próximo. McLagan? DEZ! – berrou ele, e a torcida da Grifinória acompanhou um canto que Harry não soube distinguir, mas parecia com ‘Sonserina não agüenta, Grifinória arrebenta’ – E o total de Harry – continuou Lino. – é trinta pontos. Harry Potter tem uma vantagem de onze pontos para a segunda tarefa, que se realizará daqui a exatos dois meses. Tenham todos um bom dia” – completou, logo depois dizendo “Quietus!” e a sua voz voltando ao normal.
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