O beco diagonal




Quando faltava apenas uma semana para a ida a Hogwarts, Harry recebeu a notícia de que eles teriam que passar o resto das férias na casa de Sirius. Isto não animou Harry, muito pelo ao contrário, Harry estava extremamente triste e sem a amizade de Hermione, ter que passar as férias na casa de Sirius era uma tortura, depois que Sirius se fora.

Faltando cinco dias para a ida à Hogwarts, os meninos receberam os bilhetes contendo o novo material escolar dos garotos. Dois dias depois, Harry e os outros foram ao Beco Diagonal fazer as compras de sempre. Harry foi comprar uma nova vassoura, e quando entrou na saleta, viu uma coisa que acabou com seu dia: Draco Malfoy acabara de comprar a mais nova Nimbus 2007, a mais veloz vassoura que existe até o momento.

Draco também viu Harry, e com um sorriso desdenhoso ele chegou mais perto de Harry.

- O famoso Potter... E então, Potter, como você está se sentindo? Um herói?

- Cala a boca, Draco. – Harry cortou rispidamente – Ou você quer ficar igual ao seu pai?

NÃO FALE ASSIM DE MEU PAI! – gritou Malfoy e, recuperando a calma disse – Potter, não me ameace. Você não sabe do que sou capaz.

- Malfoy, você não sabe o que está dizendo. – disse uma voz feminina que assustou Harry e Draco, que olharam imediatamente para Hermione, que estava agora entre os dois e olhava furiosa para Malfoy. – Você está tentando descontar no Harry o que aconteceu ao seu pai, não é?

Draco a fuzilou com os olhos, mas ela sustentou o olhar.

- Ora, ora, ora, Potter. Estou vendo que a sangue-ruim agora também quer dar uma de engraçadinha para cima de mim, não?

Do que você me chamou? – perguntou Hermione, e Harry percebeu que ela estava pondo a mão no bolso interno do casaco para pegar a varinha.

- SANGUE-RUIM – gritou Draco.

- Como você ousa? – perguntou Hermione.

- Não sei como Dumbledore aceitou você na nossa escola. Você é a vergonha dos bruxos, Granger. – e fingindo estar pensando, acrescentou – Talvez seja você e os Weasley. E depois, claro, esta tralha aqui – disse apontando para Harry.

- Vai se arrepender, Malfoy. – disse Harry, puxando a varinha e saindo de trás de Hermione.

Os dois se encararam por um tempo e Malfoy disse:

- Vai ter coragem, Potter? Tem coragem de me atacar aqui?

- Se eu fosse você não duvidaria disso. – disse Harry entredentes.

- Acho que você não teria coragem, Potter. – e disse abaixando a voz de modo que somente ele e Harry pudessem ouvir – Eu sei que você tem medo de mim.

- É mesmo? – perguntou Harry em voz alta para todos ouvirem – Expelliarmus!

Malfoy voou até o outro canto da sala e, bufando, se levantou e apontou a varinha para Harry.

- Você não devia ter feito isso – sussurrou Hermione – Não devia mesmo.

- Vai se arrepender Potter – disse ele com cara de nojo.

Draco chegou perto e disse:

-Estupefaça!

- Protego! Conjutivictus Curse! – Harry gritou – Eu sei me defender bem, Malfoy.

- Protego! Estupefaça! – disse Malfoy – Quem não sabe, Potter?

- Impedimenta! PETRIFICUS TOTALUS! – e finalmente Harry conseguiu fazer Draco se calar. Ele tombou para o lado e Harry saiu rapidamente da loja, evitando olhares curiosos que ainda o seguiam.
Algum tempo caminhando calados, Harry percebeu que para salvar Hermione. E parece que ela também tinha percebido isso.

- Harry... – disse ela após um tempo

- Sim?

- Harry, você... eu...ahn... Eu queria te agradecer pelo o que você acabou de fazer... – disse ela sem graça.

Harry somente a encarou.

- Sabe, se tiver algo que eu pudesse fazer para que fiquemos quites de novo...

- Tem. – disse ele repentinamente, sentindo o rosto ferver e olhando diretamente nos olhos dela.

- O quê? – perguntou ela num ar de esperança, somente agora ela percebera o quanto ele era bonito. Como nunca tinha reparado nisso?

- Bem... Eu... você é muito bonita, sabe, e...

Mas não terminou de dizer, ao invés disso, lhe tacou um beijo. Ele sentia como se uma chama se ascendera em seu coração, como se, no meio de tanta tristeza, ele ainda conseguisse se sentir feliz. Hermione sentia-se ao mesmo tempo assustada com a ousadia de Harry e se sentia incrivelmente feliz e protegida ali, perto dele.

Quando Harry a largou, ele viu que ela estava corando violentamente, e ainda estava se sentindo muito quente.

Os dois ficaram por ali durante uns vinte minutos e depois resolveram voltar para a Floreios e Borrões para se encontrar com os outros.

Harry se surpreendeu como a notícia de seu duelo com Draco havia se espalhado tão rapidamente pelo beco. Todos que passavam pelo beco o cumprimentavam e diziam que ele fora demais contra Draco, que ele era o melhor, ou parabenizando ele pelo feito.

No outro dia, já na casa dos Black Hermione recebeu uma coruja de Harry:




Cara Mione,



Eu não consegui parar de pensar sobre o que aconteceu no Beco Diagonal, e estava me perguntando se você viria ao meu encontro hoje ás 20:30 no quarto de Bicuço. Eu preciso conversar com você. Ok?



Harry




Hermione leu e releu a carta várias vezes e mandou a resposta “Estarei lá”. Depois disso, ela só pensou no que Harry queria lhe falar. Ela queria que o tempo passasse rápido, mas ainda faltavam três horas para as oito e meia!
Harry não conseguia pensar em outra coisa a não ser em Hermione e no que dizer a ela, e nem percebeu quando o jantar estava pronto.

Ás oito horas em ponto Harry subiu de seu quarto e se dirigiu à sala onde Bicuço estava, fazendo uma profunda reverência para ele. Enquanto isso, Hermione estava deitada em sua cama, esperando mais um pouco para dar tempo à Harry subir. Ás oito e quinze Hermione subiu para o quarto de Bicuço, onde Harry já estava esperando. Ao chegar, Harry foi logo ao assunto:

- Hermione, você gosta de mim?

- Harry... Eu te amo.

- Sério? – Harry estava muito sério, o que assustou Hermione.

- É claro. – disse ela, temendo que Harry dissesse que não gostava dela. – Você não está aqui para me dizer que...

- Não é nada disso. Mione. Eu queria dizer sobre... Voldemort. Eu também te amo, mas... – começou Harry, muito sem graça. – Mas eu estive pensando... Se você gosta de mim, logicamente você quer que a gente fique junto?

- Claro. – disse Hermione rapidamente.

- Mas...sabe...é difícil começar...porque...eu acho que não vai dar, sabe... – ele estava visivelmente constrangido – Porque eu sou o “menino-que-sobreviveu”, então... você não pode ficar comigo...porque Vol-Voldemort não me quer ver feliz... e... se ele souber...souber que eu e você...ele vai querer matar você...eu não quero isso...você me entende? Eu te amo...é isso aí... eu amo você, Hermione, e se Voldemort souber disso, ele vai querer te matar, Hermione. Isso nem eu nem ninguém quer que aconteça.

- Harry!

- O quê?

- Eu não me importo em correr riscos para ficar com você.

- Hermione, Primeiro foi meus pais, depois Sirius e agora ele vai seguir você até você mor..., ah, Mione...ele matou todos que eu amo. Não quero que ele te mate também.

Eles se abraçaram e ficaram assim por algum tempo, e Harry deu um beijo em Hermione e depois disse:

- Eu acho melhor ficar só com nós dois essa história. – disse ele, limpando as lágrimas que escorriam pelo seu rosto – Ninguém pode saber sobre nós, ok?

- Ok.

- Então vai.

Mal disse isso e deu um beijo exageradamente demorado em Hermione e deixou-a ir embora. Quinze minutos depois ele também foi deitar.

O restante das férias fora um tanto tranqüilo depois daquilo, mas Hermione percebeu que Harry não estava bem, pois quase não comia direito, e ia dormir muito cedo e acordava muito tarde e ela viu também que ele estava evitando todos na casa. Então resolveu conversar com ele.

- Harry... – ele não havia percebido a presença dela. – Harry! HARRY! – gritou ela, e ele deu um pulo de sua cadeira.

- Ah, é você, Mione...

- Harry, porque você está assim?

- Assim como?

- Eu percebi que você não está comendo direito e tem nos evitado.

- Eu estive pensando...

- No Sirius, não é?

Harry levou aquela frase como ofensa. Como ela poderia dizer sobre o Sirius assim, tão calmamente, enquanto ele estava tão mal por causa dele?

- Harry, deixe de bobeira. Sirius não vai voltar se você parar de comer.

- Mas pelo o menos eu posso morrer e revê-lo.

- Harry, você sabe que ele não se sacrificou para você ir atrás dele.

- Eu preciso, Mione. Eu não consigo ficar aqui sem ele, você não me entende?

- Harry, você já devia ter se conformado com isso.

- Eu NUNCA vou me conformar com isso, Mione. Será que você não me entende? Eu sinto a falta dele. Ele era minha única esperança de sair de perto dos Dursley e não vê-los nunca mais. Mas agora eu tenho que ir para lá todo ano. Você sempre esteve junto ao Rony, não é? Sempre esteve bem. Vocês dois aqui, ou na TOCA conversando animadamente ou rindo de mim? E jogando Snap Explosivo enquanto eu fico trancado na casa dos Dursley SEM COMER. Eu pensei que você entenderia, Mione. Eu ainda sinto a falta dele. Harry subiu rapidamente as escadas e se jogou em sua cama.

Hermione tentou dizer alguma coisa, mas não conseguiu dizer nada. Ela não queria ofendê-lo, só dizia para Harry não ficar tão abalado. Ele é quem entendera errado. Harry entrou correndo e trancou a porta do seu quarto para que ela não possa entrar e ficou pensando: Como ela era tão sem sentimentos a ponto de ter a coragem de mencionar Sirius na cara dele? Como ela pôde fazer isso? Logo ela, que Harry tinha confiado tanto...

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