Born For This
”Oh, não, eu apenas continuo caindo
(De volta para o mesmo passado)”
Esqueçam Marlene, esqueçam Lily, esqueçam Dorcas, esqueçam Emmeline, esqueçam a vizinha que não tem nada de bruxa do 71. Pensem apenas em uma coisa, uma pequena coisa, uma palavrinha com apenas...okay, me dêem uma pausa para contar, matemática nunca foi o meu forte.
Enfim.
Uma palavra com apenas nove letras. Nove mágicas letras. E, não, eu não estou falando de chocolate, apesar de concordar que ele é quase tão gostoso como as mulheres já citadas...enfim.
Sim, caros amigos! É isso mesmo! A palavra mágica, que faz homens, mulheres, crianças, velhos e todo o mundo bruxo enlouquecer.
Q-U-A-D-R-I-B-O-L!
Sim, agora vocês compreendem o que eu estou falando, e me entendem! É uma coisa mágica, não acham? O vento batendo contra o rosto, um time inferior tentando vencer e muita, muita adrenalina!
Malditos sejam.
Ainda não aprenderam que é muito ruim pra saúde interromper os devaneios de Sirius Black?! Okay, como se eles ligassem para a saúde.
- Padfoot, pare de pensar na morte de Merlin e nos ajude aqui. – Resmungou James.
Eu não estava pensando na morte de Merlin, caro Prongs. Se bem que, agora que você mencionou, eu realmente não entendo como um cara fodão do jeito que ele era tenha morrido. Cara, ele devia ser tipo um Dumbledore, e eu realmente suspeito que ele seja imortal – Dumbledore, não Merlin; afinal, como um cara morto seria imortal? Dã. – Mas, levando em consideração que o
- SIRIUS!- Gritou Peter, meio emburrado por eu não ter dado sinal de vida.
Cara, eles tem problema. Qual o mal tem eu passar 80% do tempo olhando pro nada, pensando? Ah, okay, o mal nisso é que eu acabo pensando demais. Eles me culpam por ter um cérebro super avançado! Ahá, caros Marauders, eu descobri o segredo de vocês!
Oh! Merlin! Digo, Merlin não. Pobre merlin, já morreu há séculos e as pessoas ainda insistem em falar o nome dele toda hora. Deve ser bem chato isso. Se bem que...deve ser chato estar morto, então mais chatice não deve mudar muita coisa.
Enfim, onde eu estava? Ah, claro, no plano maligno dos Marauders. Será que eles vão comer o meu cérebro...?
- Sirius. – Chamou Remus, meio cansado.
- O quê?! – Aham, eu adoro fazer isso.
Sim isso, sabem. Encher a paciência deles e só parar quando o Remus pede. Quer dizer, isso aumenta ainda mais a possibilidade de ele ser uma espécie de Voz Da Razão. E eu gosto disso; o Remus é um cara legal, como todo mundo sabe. Mas, acreditem, ele não sabe disso. Então essa é mais uma das minhas missões no mundo: levantar a auto-estima de Remus John Lupin.
Cara, isso ficou tão gay.
- De qualquer forma – Começou James, pelo o que pareceu ser a milésima vez. – Qual vai ser o plano dessa vez?
- A partida de quadribol? – Sugeriu Peter.
É, às vezes ele me surpreende com tanta genialidade.
Mas, esperem um pouco. Isso me lembra sobre o que eu estava pensando antes. QUADRIBOL.
- Wormtail, seu rato desgraçado! – Exclamou Moony, jogando algum objeto em Peter. – Não fale em quadribol se não quiser que esses dois fiquem com os olhos brilhando!
Tarde demais.
Os olhos do James viraram dois globinhos brilhantes, e eu tenho certeza que os meus também. Esse é
Afinal, quem consegue não gostar de quadribol? É um esporte completamente mágico! E eu não estou falando em magia no sentido lógico da coisa; eu estou falando da magia dos contos de fadas! Quadribol é um esporte sagrado!
“Esporte mágico? Conto de fadas? Sirius, tem como você ser menos gay?” Foi o que Remus respondeu quando eu falei sobre isso com ele.
Eu nem sei porque eu ainda compartilho as minhas teorias com ele, já que na maioria das vezes ele ri de mim, me corrige, me contradiz e, quase sempre, mostra algum livro que prova que a minha teoria não é muito boa. Mas, entendam o meu lado: ele é o mais inteligente de nós, se a minha teoria estiver certa, ele provavelmente vai saber.
Se bem que...eu realmente devo parar de falar sobre as minhas teorias com ele. Sabem, ele vai perceber que eu penso muito mais do que ele pensa e vai comer o meu cérebro o mais rápido possível.
Depois de algum tempo, em que Remus e Peter ficaram quietos assistindo a minha conversa com James sobre quadribol, nós finalmente voltamos ao plano.
- Vocês dois – James apontou para Moony e Wormtail. – irão para a Casa dos Gritos assim que começar a partida, vocês podem usar a capa.
- Você e Sirius vão precisar dela. – Disse Peter.
- Não. Nós só vamos nos juntar a vocês após a partida acabar, quando já estiver escurecendo. – Falei, meio pensativo, percebendo a idéia de James.
Quem visse de fora até podia pensar que nós estávamos sérios demais para quem planeja uma super marotagem digna dos Marauders. Mas, não. Estávamos sérios pelo simples motivo de aquilo doer tanto que a nossa alma parecia se corromper.
- Exato. – Disse James depois de um tempo, sorrindo de leve ao perceber que eu tinha entendido o seu plano. – Nós vencemos a partida, contrabandeamos cerveja amanteigada para o pessoal e depois damos um jeito de sumir.
Óbvio que ninguém perguntou como nós despistaríamos o pessoal se a Grifinória perdesse, já que isso era meio que impossível. Tudo bem, o jogo era contra a Sonserina, mas o nosso time é o melhor do mundo, okay?
Remus balançou a cabeça, como se concordasse com alguma questão inexistente, e se levantou. Nós continuamos sentados no chão, olhando vagamente para o mata do maroto.
Pelo primeira vez depois de muito tempo eu olhei pela janela do nosso quarto e encarei as nuvens pesadas, o sol escondido em algum lugar; desviei o olhar e percebi que Remus também olhava para as nuvens de aparência tão fria.
- Ânimo, Moony! – Exclamei, sorrindo de orelha a orelha, mostrando os dentes.
Sorriu bem falsamente e juntou-se na animadora tarefa de olhar os pontinhos do mapa se movendo de um lado para o outro. Moony parecia pensativo, muito mais do que o normal. E isso era assustador.
Talvez dessa forma eles percebam que o cérebro do Moony é muito mais aproveitável que o meu e decidam que ele ficaria melhor com um pouco de bacon do que o meu.
- Esse plano. – Murmurou Remus, ainda olhando para o mapa.
James e Peter levantaram o olhar, para encará-lo, e eu percebi que eles pensavam a mesma coisa que eu. De novo..
- Remus John Lupin, nós sabemos dos riscos que corremos e não nos importamos. – James revirou os olhos. – Não nos faça repetir isso.
- A não ser que você queira uma morte muito, muito lenta. – Sorri meigamente, como se tivesse falando com uma criança.
Encare uma morte lenta como uma morte cerebral. Ahá. Talvez cérebro de Moony fique mais apetitoso com mingau.
- Okay, eu só peço que vocês não se distraiam comigo durante a partida.
Aham, claro. Caro Remus, eu não consigo nem pensar na Marlene durante as partidas. Eu nem lembro o meu nome do meio durante as partidas. Voar é uma coisa mágica, quantas vezes eu vou precisar repetir isso?
Aliás, qual é mesmo o meu nome do meio?
- Nós prometemos que iremos ganhar essa partida, okay? Agora pare de se preocupar. – Disse Prongs, tranqüilizando Lupin.
- Remus, você ainda tem alguma dúvida de que eles irão ganhar da Sonserina? – Riu Peter.
Mas Remus continuou com o olhar cabisbaixo, e eu sabia muito bem o motivo disso.
- Vamos lá, Moony! Nós estamos aqui, nos divertindo em Hogwarts! Deixe pra pensar no futuro outro dia, em outro ano, em outra década.
Eu tenho certeza que ele estava pensando que, um dia, eu seria obrigado a me preocupar com as coisas. Nunca vou entender porque todo mundo insiste em dizer que eu sou imaturo!
- É obvio que vai ser difícil de arrumar um emprego, nas suas condições. É obvio que sua vida vai ser completamente difícil quando terminarmos Hogwarts.
- Você é muito animador, Sirius. – Retorquiu ele.
Oras, eu estava sendo realista e maduro! E depois ainda reclamam.
- Mas olhe pelo lado bom! – Sorri orgulhoso. – Você ainda terá os melhores amigos que o mundo poderia lhe oferecer!
E então eu finalmente consegui arrancar um sorriso de Remus! Podem dizer, Sirius Black é um cara demais; é O cara.
James e Peter falaram alguma coisa que eu não ouvi direito e bateram algumas vezes em Remus, todos rindo. Mas, sabem, naquele momento eu estava refletindo sobre o que eu tinha dito.
“os melhores amigos que o mundo poderia lhe oferecer”.
Sim, nós quatro, juntos, somos imbatíveis. James, Remus e Peter eram os melhores amigos do mundo, e eu tenho certeza que eles sentem a mesma coisa. Vocês querem saber de uma coisa?
Nós nascemos para isso. Para sermos amigos, eternamente amigos. Nascemos para sermos os Marauders.
Mas, antes de conhecê-los, eu nunca tive amigos de verdade, sabem? Mentira. Eu nunca tive nenhum tipo de amigo antes deles. Digo, antes de conhecer os Marauders eu passava todos os dias da minha vida ao lado de Regulos, Andrômeda e Narcissa. Graças a todos os deuses Bellatrix não nos suportava, o que era muito bom para nós, para o nosso corpo e para a nossa mente.
Imaginem uma infância com Bellatrix Black, lhe lançando cruciatus todos os dias. Obrigado senhor Merlin, por ter me livrado disso. Não que a falta de Bellatrix tenha deixado a minha vida muito melhor, já que, caso vocês ainda não tenham percebido, eles são a família Black
Nessa hora cai um trovão e alguém dá uma risada maligna. Não, ainda não estamos em um filme de terror, estamos falando da minha família mesmo.
Sabem uma coisa que me lembra os Black? Isso mesmo, a Sonserina. Aquela, que eu e James vamos derrotar no quadribol.
Aliás. Eu já disse que o quadribol é um esporte mágico?
O horrível dia, onde ocorreu aquele horrível acontecimento, que trouxe conseqüências horríveis, amanheceu horrível.
É, eu sei que são coisas horríveis demais, mas acreditem: é horrível.
Digo. Era apenas mais uma sexta-feira comum. Ou seria, se nós não tivéssemos um jogo de quadribol no sábado e se, justamente nesse mesmo sábado, não fosse lua cheia. E todos estes fatos são os culpados pelo o que aconteceu.
Enfim.
Treinos de quadribol cansam muito. Ou pelo menos essa foi a nossa – minha e de James – desculpa para termos acordado atrasados. Afinal, quem conseguia levantar cedo depois de um exaustivo treino de quadribol, que havia sido realizado no frio até a madrugada?
Bom, talvez exista alguém capaz de fazer isso, mas essa pessoa não era eu, e muito menos James.
- Nós estamos literalmente ferrados. – Anunciou James aos gritos.
Eu juro que já estava imaginando as mortes mais lentas possíveis para ele, mas então eu abri os olhos e vi apenas ele, aos tropeços pelo quarto.
- O quê...? – Murmurei, sem entender muito bem.
- Acorda, seu cachorro sarnento! – Disse enquanto abotoava rapidamente a camisa do uniforme. – Temos poções em...
Foi nessa hora que tudo se encaixou e eu rapidamente olhei para o relógio. Pelo o que eu lembrava do nosso horário de aula nós já estávamos um pouco atrasados; mas nunca se esqueçam que eu sou péssimo em matemática, e isso aumenta ainda mais quando eu acabo de acordar.
- Bom, estamos um pouco atrasados. – Murmurou sentando-se na beirada da cama e calçando os tênis.
Por mais que eu estivesse bem lento naquele momento e, até aquele instante, tivesse lidando com a situação bem desleixadamente, eu me levantei em um pulo e comecei a me arrumar. Mas, entendam.
Eu me chamo Sirius Black, caso algum
Apesar de eu ser muito mais conhecido na arte de tirar a roupa...
- Sirius! – Chamou James, já parado na porta do dormitório.
Dei um nó rápido e desleixado na gravata e nós tentamos correr o mais rápido que conseguíamos.
Que
Não, nem os céus e muito menos Merlin nos ajudariam. Eu percebi isso quando nós entramos de forma educada na sala de aula. Sorrimos como garotos exemplares, mostrando os dentes e tentando de todas as formas mostrar o como queríamos assistir aquela aula.
- Ora, estão muito atrasados, senhores Black e Potter. – Disse Slughorn, que estava caminhando por entre as classes e analisando o caldeirão dos alunos.
James levou a mão até os cabelos, os balançando. Muita gente poderia achar que aquele era um sinal de arrogância dele, mas eu sabia que ele só fazia aquilo quando estava nervoso e/ou sem saída.
- Professor – Comecei com a voz mais educada que eu consegui fazer. – ontem nós ficamos acordados até tarde...
- Fazendo o trabalho que todos alunos deveriam entregar hoje, eu espero.
Eu juro que sempre fui com a cara dele. Sabem, levando em consideração ele ser o diretor da Sonserina, e sempre lamentar o fato de eu não ter seguido o passo de todos os meus familiares. Ignorando esses detalhes ele costumava ser um cara bem legal, que sempre insistia em chamar a mim e a James – e sempre ignorar Remus e Peter, para a irritação de James – para as reuniões do clube que ele havia formado, apenas com os melhores alunos de Hogwarts.
Mas, mesmo assim, ele continuava a ser um sonserino metido e traiçoeiro! Por quê?! Querem saber o por quê?!
Porque eu e James não tínhamos feito esse tal trabalho, oras! E pelo olhar satisfeito que ele nos lançou, era óbvio que ele sabia disso.
E se não soubesse, o nosso silêncio entregou tudo.
- Garotos, vocês devem demonstrar mais interesse na minha matéria. – Slughorn balançou a cabeça, como se lamentasse muito.
Talvez ele até lamentasse, porque não seria possível dizer que ele não gostava de nós. Mas, é óbvio, ele continuava a ser um sonserino.
- Se fosse apenas o trabalho, eu teria descontado pontos da Grifinória – E nessa hora a maioria dos alunos da grifinória que estavam presentes ali ficaram calados. – Mas vocês se atrasaram demais, então...detenção.
Okay. Detenção. Não era nenhuma novidade para nós. Ah, tudo bem, nós seriamos mortos pelo resto do time, mas quem se importa? Afinal, o meu cérebro já vai fazer parte de algum banquete mesmo.
Nós rumamos lentamente para os lugares vagos. Parecíamos dois cães arrependidos, com as orelhas tão fartas, os ossos roídos e o rabo entre as patas...fiquem calmos, eu não vou repetir isso 44 vezes.
Avistei a Lily, algumas classes à frente, concentrada na sua poção. Na verdade eu não avistei a Lily, eu avistei os cabelos dela. Percebi que James olhava de uma forma bem diferente de mim para ela. Quer dizer, a Lily é tipo uma irmã pra mim, sabem? Okay, uma irmã meio distante, já que eu nem converso tanto assim com ela. Mas vocês entenderam o espírito da coisa, da mesma forma como vocês sabem que o James vê a ruiva de uma forma bem diferente.
Enfim.
No final da aula o professor nos chamou até a mesa dele, provavelmente para marcar a detenção. Estávamos nos encaminhando até lá quando a Lily estava arrumando as suas coisas para ir embora.
- Olá. – James deu uma piscadela.
Chega a dar pena, sabem. Porque ela meio que ignorou. Claro, ela já não amaldiçoa todas as gerações Potter’s possíveis, e também não grita, e até consegue ficar no mesmo lugar que ele por algum tempo; às vezes eles até conversam. Mas isso não significa que a Lily tenha passado a venerá-lo como a maioria da população feminina de Hogwarts.
- Bom dia, Evans. – Eu falei, bem arrogante.
Aham, eu amo provocar a Lily.
- Bom dia, Black. – Ela me fuzilou com o olhar, porque agora ela tinha meio que ficado sem a opção de fingir que não tinha ouvido James. – Bom dia, James.
Sério, nunca vou entender as mulheres.
Tudo bem que ela até sorriu – bem forçadamente. Mas o que custava ter continuado a agir meigamente com ele, como ela agiu há alguns dias, quando voltamos do recesso de Natal?
Pensando melhor, eu acho que toda aquela demonstração de afeto foi saudade. Sim, Lily Evans com saudade de James Potter! Eu sei, é difícil de imaginar. Mas pensem junto comigo: Lily nunca foi com a cara do James, mas por alguma força da natureza as suas amigas começaram a ficar amigas dos amigos dele (e ela mesma ficou amiga de um amigo dele – Remus); então Lily percebe que vai ter que, pelo menos, aturar o cara; mas o que Lily nunca tinha percebido era como o seu pequeno coraçãozinho batia rápido toda vez que o cara que ela supostamente odiava sorria.
E ENTÃO LILY EVANS PERCEBEU ESTAR APAIXONADA POR JAMES POTTER!
Podem dizer, eu poderia ser escritor. Aham, eu sei. Mas, infelizmente, nem James nem Slughorn sabem disso, por isso eles me interromperam enquanto eu decidia o roteiro do meu livro.
Digo, enquanto eu pensava sobre o romance do meu melhor amigo com Lily Evans.
- Rapazes, vocês devem dar mais importância aos estudos. – Okay, o senhor já nos disse isso.
Ele percebeu que dizer isso para algum dos Marauders era tão inútil como mandar Snape lavar o cabelo.
- Bom, estejam aqui na minha sala hoje, as oito. – Anunciou.
Imaginem: sexta-feira à noite, todos podendo dormir até tarde, Marauders a solta por Hogwarts após um exaustivo treino de Quadribol, contrabando de bebidas, muitas risadas e muitas garotas.
Okay, agora esqueçam isso, pois, como vocês acabaram de perceber, nada disso irá acontecer. Detenção em uma noite de sexta é tudo o que eu poderia querer, podem ter certeza.
- Quer dizer que vocês não irão ao último treino antes da partida? – Exclamou Marlene, meio abismada.
Estávamos todos no Salão Comunal da Grifinória, um pouco antes do jantar. Todos incluí: eu, James, Remus, Lily, Marlene e Dorcas. E não me perguntem onde se meteram Peter e Emmeline, apesar de a minha mente
- E nós temos alternativa, Lene? – Resmunguei.
- Sinceramente? – A Lily se intrometeu.
Sabem, deveria ser proibido esse lance de obra tentar contradizer o escritor, afinal eu que decido como ela vai acabar no final! Se eu quiser eu posso fazer com que comam o cérebro dela. Aliás, o cérebro da Lily deve ser muito mais aproveitável do que o meu.
Digo, amigos deveriam manter uma conversa saudável, sem a ironia que ela usou, sabem. Pra que usar ironia com o anjo em forma de pessoa chamado Sirius Black?
- Você acha que nós poderíamos ter agendado a detenção com o Slughorn?
- Eu acho que vocês poderiam ter feito o trabalho que ele nos mandou fazer há uma semana. – Ela falou tudo bem rápido, e então parou pra tomar fôlego. – E talvez, se vocês não vivessem em uma eterna festa, acordar cedo não seria um problema.
Foi só eu que percebi uma pontinha de ciúmes nisso? Quero dizer: o James podia ser eternamente apaixonado pela Lily, mas ela mesmo o mandava sair com outras garotas, então era isso que ele casualmente fazia. Pelo jeito a Srta. Evans gostaria de participar das festas marotas.
- Mas o que a senhorita Evans desconhece é que nós fomos dormir tarde por causa do treino de quadribol. E você pode falar o quanto quiser, Lily, eu sei que no fundo você se importa com a vitória da Grifinória.
Okay, talvez eu tenha sido um pouco mal. Mas isso não justifica o olhar from hell do James.
- E, Lily, você poderia ter nos lembrado do trabalho! – James sugeriu, sorrindo.
Estava na cara que ele queria apenas mais algum pretexto para falar com ela.
Até que não foi uma má idéia, sabem? Afinal, Remus não estudava mais poções e, normalmente, ele que costumava nos avisar que nós tínhamos trabalhos para entregar na maioria das matérias.
- Não, James, péssima idéia. – Cortou Lily.
- Mau jeito, Prongs. – Murmurei, sorrindo.
Mais uma vez o olhar enfurecido do James foi completamente desnecessário.
- Falando em trabalhos – Começou Marlene, tentando impedir uma possível discussão. – a Emm tinha prometido me deixar dar uma olhada no dela. Alguém a viu por aí?
Isso toca o meu coração, sabem. Saber que ainda existe pelo menos uma pessoa no mundo com um coração tão puro e ingênuo.
- Acho que ninguém a viu, assim como ninguém viu Peter. – Respondeu Remus, com um olhar meio malicioso no rosto.
Vocês conseguem perceber isso?! Nem mesmo Remus Lupin tem o coração puro e inocente! Acho que a Marlene deve ser uma santa, sabem. E então daqui muitos e muitos anos, quando ela for realmente considerada uma santa, todo mundo irá rezar para a Santa Marlene, em busca de paz; ela será conhecida como a santa de coração mais puro que o mundo já conheceu.
Mas...até onde eu conheço sobre santas e religião todas as santas eram pessoas realmente puras. E até onde eu ME conheço, e conheço a minha tensão sexual...bom, eu prefiro nunca mais imaginá-la como uma santa.
Falando em tensão sexual, eu já comentei sobre o fato de a Marlene estar sentada do meu lado? Aham, está. Ela puxou as pernas pra cima do sofá e está sentada sobre elas e, Merlin, ela está tão bonita. E desculpa
Como eu comentava antes, a Lene está do meu lado. Nós temos ficado bem próximo nos últimos dias, e – infelizmente – eu não estou falando em proximidade física; quero dizer, nós temos conversado muito nos últimos dias. E então eu percebi que um pouco da culpa de eu estar me atrasando para a maioria das aulas, é pelo fato de eu e Marlene ficarmos conversando até tarde. Ahá, a culpa também é da sua melhor amiga, senhorita Evans!
Tudo bem, a culpa não é da Marlene se, mesmo depois de nós nos despedirmos, eu não conseguir dormir por pensar nela. Ou talvez a culpa seja inteiramente dela!
Enfim.
É impressão minha ou eu me perdi mesmo no assunto? É, eu não faço idéia do que eles estão falando.
- Vamos, Pads. – Falou Remus se levantando e me dando um olhar bem significativo.
É, pelo jeito eu tinha mesmo me perdido na conversa, mas mesmo assim eu levantei e o segui, junto com James.
- Eu acho melhor revisarmos tudo agora, antes de vocês irem para a detenção. – Anunciou Moony, consultando o relógio.
Pronto, já me achei na conversa. Vamos revisar o plano, para não termos surpresa. Na maioria das vezes nós revisávamos os planos antes de dormir, mas como nós tínhamos jogo de Quadribol amanhã, então todos dormiriam cedo. Ou pelo menos era isso que deveria acontecer, o que não garantia nada.
Repassamos rapidamente o plano, cada um falando a sua parte, para garantirmos que nada sairia errado. Desde sempre era daquele jeito, pois nunca alguma coisa poderia dar errado.
- E então eu e Peter nos escondemos debaixo da capa, Peter se transforma e nós entramos no Salgueiro.
Enquanto Remus falava, James rumou até a sua capa. Levantou o colchão e pegou um embrulho que havia debaixo dele; como eu sabia o que havia ali eu deixei a minha atenção voltada para Remus.
Só percebi que alguma coisa estava errada quando vi os olhos de Remus ficarem levemente saltados, olhando para o lugar que James estava.
Eu vou ser obrigado a, novamente, tirar Merlin do seu descanso dos mortos e pedir a sua ajuda.
Pois apenas Merlin nos ajudará a encontrar a capa de James, que foi aparentemente roubada. Nessas horas eu entro em desespero e paro de pensar, aceitem isso.
Nós nascemos para
Me diga, me diga, você consegue sentir a pressão agora?”
(N/A):
Esse capítulo deveria ter tido muito mais coisas, mas ele já ficou com 8 páginas e eu não gosto de capítulos muito grandes, então eu vou meio que dividir os acontecimentos do capítulo. Então vocês já sabem: no próximo teremos detenção - ou não - e quadribol - ou não.
Eu acho que tem vários erros de gramática, mas, enfim.
Beijos,
Lisi Black
P.S.: Não, não foi impressão, eu realmente coloquei coisas do Chaves no capítulo. Algum problema?
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