Prólogo



Prólogo


Há alguns meses atrás eu realmente me acharia perdido, se me visse nessa situação. Mas hoje e agora, no momento que estou a vivendo, não consigo ver nada mais certo e normal de se fazer.

É de se esperar que depois de quase 17 anos agüentando uma família insuportável, mesquinha e hipócrita, você exploda. Mas sejamos sinceros, essa não foi a primeira vez que eu explodi com eles; mas foi a última. Ou mais provavelmente a penúltima, já que estou prestes a enfrentar a pior de todas as brigas com a pior de todas as mães: Walburga Black.

Só espero que essa discussão fique apenas nas palavras e que ela se esqueça de sua varinha. Se bem que seria divertido ver o ministério chegando aqui, prontos para um ataque de aliens, e se depararem com a minha querida mamãe, no auge de seus ataques. Dica de amigo: nunca provoque Walburga Black; quando isso acontece, ela faz da sua vida um filme de terror.

Mas eu nunca segui essa dica, e ela transformou a minha vida no maior filme de terror da história do cinema e é exatamente por isso que eu adquiri esse péssimo habito de falar comigo mesmo, e descrever as coisas que estão acontecendo, ou então os meus sentimentos, apesar disso ser meio gay e constrangedor. Mas eu estou prestes a dar uma reviravolta na minha vida, e vou mudar o gênero de filme: minha vida não será mais o filme trash de terror, será a comédia com pitadas de ação e aventura, exatamente da forma que já é em Hogwarts, mas agora sem o peso de drama que antes eu carregava.

Enfim, o que importa é que a minha mochila já está pronta. Incrível como só agora eu fui perceber que as coisas que realmente importam na minha vida não estão aqui. Algumas roupas e objetos pessoais, nada mais. Nem mesmo as lembranças eu quero levar.

Fechei a porta do meu quarto e não senti a mínima vontade de olhar para trás; mas senti muita vontade de conseguir chamar o Senhor Griffindor para uma conversinha. O cara é conhecido como o homem mais corajoso que já pisou na face da terra; seria bem interessante se ele tomasse conta do meu corpo e tivesse uma conversinha séria com a minha mãe.

Okay, coragem, Sirius Black.

- O que significa esta mochila? - Perguntou friamente, ao me avistar.

Ela estava parada ao lado da lareira que temos na sala de entrada. Preciso dizer que a varinha dela estava muito bem segura em suas mãos?

- Eu vou embora. - Disse em tom definitivo.

Ou era pra ter sido definitivo, já que mesmo com toda coragem que o tio Griffindor me mandou, eu continuo meio tonto e nervoso com tudo isso.

É meio estranho estar com a mochila nas costas na sala da minha casa, prestes a encarar a minha mãe. É claro que eu sempre esperei por isso, sempre desejei por isso, sempre sonhei com esse dia mais do que tudo. Mas é bem estranho estar fazendo isso...Eu estou mesmo saindo de casa! Merlin não me faça acordar e perceber que é tudo um sonho. Merlin também me ajude a ser menos dramático.

- Não vai a lugar nenhum, seu traidor do próprio sangue! - Gritou Walburga, que parecia prestes a ter algum ataque, ou coisa do tipo.

Minha mãe empunhou a varinha com mais decisão e posicionou-a diretamente para o meu peito.

- Cru...

Nunca, em toda minha vida, eu achei que fosse capaz de fazer o que fiz a seguir, mas o fiz. Com toda decisão e coragem do mundo.

Ao ouvi-la pronunciar aquelas palavras, daquela maldição tão pateticamente cruel, eu não pude conter os meus instintos Grifinórios(e nessa hora que eu agradeço ao tio, digo, senhor Griffindor). Me aproximei rapidamente dela e tirei-lhe a varinha de suas mãos. Como eu fiz isso sem ser acertado pelo feitiço, ou como consegui tirar a varinha da minha mãe(acreditem, ela é alta), eu não sei. Talvez seja sorte ou o destino, mas, de qualquer forma, eu consegui interromper o feitiço. O que eu sei é que ela perdeu um pouco do equilíbrio e quase caiu; na verdade eu também quase caí, mas é nessas horas que eu amo ainda mais o Quadribol.

- TRAIDOR IMUNDO! - Urrou ela, se apoiando na parede, devido a falta de equilíbrio. Sim, minha mãe urra, vai entender.

Me aproveitando disso, eu voltei a tomar distância dela e me dirigi até a porta. Ao abri-la, senti um vento gelado percorrer a sala, alguns flocos de neve entrando ali.

Okay, eu ia ter que dar um jeito nisso, senão morreria de frio, sozinho em meio a neve, sem poder usar magia.

Ela percebeu o que eu pretendia fazer e começou a se levantar.

- Não ouse sair por essa porta! - Gritou a mulher.

- Acontece, mamãe, que eu já saí. - Falei, passando pela última vez pela porta do número 12.

Nunca entendi muito bem a proporção dos problemas que fugir de casa me traria, mas depois de uma hora andando pelas ruas vazias de Londres, eu comecei a perceber alguns dos principais defeitos da minha grande e heróica fuga.

Eu poderia chamar o Noitebus, mas além de odiar andar naquele onibus, eu ainda não sei bem para onde ir. O feriado de Natal acabaria em dois dias, e Hogwarts é uma boa opção, já que muitos estudantes permaneceram na escola. Mas uma voz insistente na minha cabeça insistia em murmurar "James sempre lhe disse que seria bem-vindo na casa dele." .

Sim, eu odeio essas vozes insistentes que ficam na minha cabeça. Um dia todo o instinto Black que existe em mim ainda vai explodir; nesse dia eu saio matando todo mundo e no topo da lista estará: Vozes insistentes da minha cabeça.

Mas voltando ao assunto: aonde ir quando se foge de casa.

A minha cabeça já estava começando a latejar, quando eu ouvi um pequeno estalo vindo do meu bolso, e o meu rosto se iluminou em um sorriso.

- Padfoot?! - Exclamou aquela conhecida voz, enquanto eu tirava o pequeno espelho do bolso.

Verifiquei se não havia nenhum trouxa pelas ruas, mas percebi que pela hora e pelo frio, ninguém se arriscaria a nenhuma caminhada.

- Pode falar, Prongs.

Às vezes eu tenho assim, esse jeito meio frio e rabugento, mas eu acho que é de família. A minha prima mais velha, Bellatrix, é a pessoa mais fria e rabugenta que eu conheço, então realmente deve ser alguma coisa genética. Mas ela é insuportável, então eu me esforço pra ser sempre o Maroto que eu costumo ser em Hogwarts.

- Onde você está? - Perguntou James, perplexo.

Eu fingi pensar por alguns segundos, e depois procurei por alguma placa na rua.

- Em alguma rua indefinida, em algum bairro que eu me esqueci o nome; Londres.

- Eu diria que você está em Grimmauld Place, nº 12, não?

Ri verdadeiramente e suspirei. O frio começava a aumentar.

- Fugi de casa. - Eu respondi assim, bem resumidamente.

- Você...- James começou a repetir, mas parou no meio da frase. Nessas horas ele costuma ser meio lento. - Você o quê?!

- Fugi de casa, faz umas duas horas. Eu tenho andado em círculos nessas últimas horas. - Sorri para o espelho. - Nunca é tarde para fazer um tour pela cidade e conhecer os lugares mais estranhos da nossa amada Londres!

Depois de uma longa conversa, onde eu tive que explicar exatamente tudo o que eu havia feito durante o tempo em que havia ficado sem vê-lo, James ficou quieto por alguns instantes. Sabem, é nessa hora que eu agradeço por não ser trouxa e ter que pagar telefone; eu e James (ou qualquer outro Maroto) falamos muito quando estamos juntos.

- Então, como você vai vir? - Perguntou depois de alguns instantes, com um grande sorriso nos lábios.

- Como eu vou ir para onde?

Sim, é um defeito de todos os Marotos, exceto Moony(aquele desgraçado): ter momentos de lerdeza. Fazer o quê, é o preço que se paga por tanta perfeição.

- Como você vai vir para a minha casa, seu animal! - Okay, eu sei que cachorros são lindos e sexys animais, mas não precisa ficar assim, jogando isso na cara. - Flú ou noitebus? Ou você prefere que o meu pai te ache nessa rua sem nome?

E é nessas horas que eu lembro o porque de considerar o James meu melhor amigo. Quero dizer, ele pode ser o cara mais convencido, mais chato, mais irritante, mais insistente e mais prepotente do mundo, mas ele tem algumas qualidades. Qualidades estas que costumam faltar em mim, então nós nos entendemos perfeitamente bem, já que enquanto fica se gabando para as garotas, eu saio com elas. Se bem que há algumas semanas o James passou a não se gabar tanto, e tem saído com as garotas mais discretamente. E eu finjo acreditar que isso não é por causa da Lily, a ruiva pela qual ele é apaixonado.

Da mesma forma que ele também fingi acreditar em todas as minhas desculpas de não querer sair com 'aquela' corvinal em público, ou com 'aquela' outra lufa-lufana. Mas, pensando bem, não existe motivo para isso, a não ser o simples e verdadeiro fato de eu não querer queimar o meu filme com as outras garotas que me esperam por esse mundo a fora. Mas o James insiste em dizer que tudo isso é porque eu não quero queimar o meu filme com uma certa garota da Grifinória. Ele nunca vai entender a minha amizade com a Lene.

E foi exatamente sobre isso que nós ficamos conversando durante toda a noite, cada um com uma caneca de chocolate quente, em frente à lareira da casa da família Potter. Os pais dele já haviam ido dormir, depois se despedirem-se de nós e dizerem, mais uma vez, que estavam muito comovidos em saberem que eu os considerava como a minha segunda família.

- Eu e a Lily somos amigos, depois de eu ter conseguido falar com ela se levar nenhuma estojada, obviamente. - Ele tentava me fazer entender o raciocínio nada lógico dele. - Mas você tem que concordar: o desejo entre nós é notável!

- O seu desejo, James. - Corrigi com um sorriso divertido. - A Lily não te deseja, caro Prongs.

James fez uma cara emburrada e largou a caneca no tapete fofo no qual estávamos sentados, para logo após enterrar suas mãos nos cabelos, em um ato meio automático e nervoso.

- Ela me deseja, apenas não percebeu isso.

- A Lene me disse... - EU SEI que é errado falar esse tipo de coisa, mas não deu pra segurar. Aliás, o James é o meu melhor amigo e isso o ajudaria, então o que eu estava fazendo não era assim, de todo ruim.

Ele, que antes estava com a cabeça apoiada nas mãos, deu um pequeno salto e seus olhos brilharam.

- O que a Marlene disse? - Ah, claro, eu me esqueci de citar: o James parece uma criança quando fica muito entusiasmado.

- Ela disse que, entre outras coisas, a Lily vem percebendo as suas mudanças. - Ele sorriu ainda mais abertamente e eu achei melhor alertá-lo. - Mas que ainda assim ainda te acha...hum...meio, você sabe como é. Cheio de titica de galinha no lugar de miolos.

Mas, apesar das minhas últimas frases, a felicidade dele não pareceu se abalar.

- Mas mesmo assim, isso já é um progresso! - Ele parou, pensativo. - Mas por que você não me disse isso antes?!

Falando isso, James me jogou uma das almofadas que estavam no chão. Esse cervo me paga.

Mas, mais tarde, quando eu já estava deitado na cama que havia sido arrumada para mim, no quarto de hóspedes, eu percebi que quem deveria pagar alguma coisa ali era eu. Pagar por ter um amigo como ele, e pagar por ter vida, fora de Grimmauld Place.

Deveria também agradecer pelo tio senhor Griffindor, por ter me dado coragem. Afinal, alguém deveria deixar as chamas começarem, e as chamas daquele novo e livre Sirius haviam a recém sido acendidas.




(N/A): Ok, admitam, eu deixo. ¬¬ Ficou uma bela porcaria :)
Mas, vejam só: se eu não tivesse postado esse prólogo podre [e pequeno, eu sei], eu não teria conseguido postar nada, porque eu tava com um super bloqueio pra essa fic.

Me arrependo amargamente do dia em que eu decidi variar um pouco de fics e ler S/M, porque apesar delas serem super legais, não é a minha praia escrever esse tipo de fic (y) Mas eu não vou abandonar a fic, então eu vou tentar escrever e pegar prática, mesmo não conseguindo fazer grandes coisas.

Obrigada aos comentários, comentem, mesmo que seja pra dar dicas e falar pra Lisi voltar pras B² :D
Beijos,
Lisi Black

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