Nosso Fim



Draco olhou pela janela ao seu lado e fitou as nuvens densas no céu. O tempo não estava bom e logo começaria a chover. Bem conveniente com o dia que estava tendo. Recostou a cabeça sobre o encosto da cadeira e voltou a encarar suas mãos nervosas, sentindo-se cansado. Perguntou-se se havia tomado a decisão correta, mas ainda não sabia. Respirou fundo ao se levantar da cadeira e ir até junto da janela de sua sala. Encarou a bela vista. Em todo o tempo que estivera ali trabalhando, jamais havia reparado nos detalhes daquela paisagem. Prestou atenção nas pessoas andando pelas ruas. Cada uma em seu próprio ritmo, com seus próprios problemas, não pareciam se importa com quem estava ao seu lado. O homem riu de si mesmo, pois nunca havia feito aquilo antes, mas observar as pessoas parecia ser realmente interessante quando sua cabeça estava tão confusa e seu coração tão dolorido. Voltou a se sentar e recordou das palavras de Susan antes do vôo. Não poderia esperar tal atitude dela, que o havia encorajado a não desistir, afinal, como ela mesma dissera, ele era um Malfoy e jamais seria feliz longe de Gina e muito menos de sua filha. E ela tinha razão. Ele não poderia fugir, não poderia desistir novamente como fizera anos atrás. Não embarcar naquele avião havia sido a coisa mais certa que já fizera, tinha certeza. Não se importava com o que poderia acontecer. Não desistiria tão fácil da família que pertencia somente a ele e jamais poderia ser de Harry. Tinha que lutar pelo que queria, e ele sabia que o que mais desejava naquele mundo era ter Gina e Diana ao seu lado. Já havia ligado para Miller e avisado que não venderia a sua empresa. Agora o que tinha que fazer era ir atrás de sua família. Mesmo que fosse expulso da casa de Gina e que Harry tentasse matá-lo. Nada o impediria de tentar. Draco deixou suas coisas na sua sala mesmo e foi apressado para a recepção. Ao ver Dany, correu até ele.
- Dany, viu Gina? – perguntou ao rapaz, que ficou muito surpreso pela visível ansiedade dele.
- O senhor Miller deu a ela o resto de dia de folga. A essa hora deve estar em casa...
- Senhor Malfoy! – Mary apareceu de repente atrás dele e pareceu feliz em alcançá-lo a tempo. – Ela me disse que iria para a casa dos pais – falou ao loiro e olhou para Dany com um sorriso animado, ao qual ele correspondeu, contentes em verem que as coisas entre o patrão e a amiga poderiam se resolver.
- Obrigado, Mary! – Draco abriu um gigante sorriso, agradeceu novamente os dois e correu para o hall das escadas de emergência. Ao subir uns degraus para que ninguém pudesse vê-lo ali, tirou de dentro do bolso sua varinha e, sem pensar duas vezes, aparatou nos jardins da casa dos Weasley. Ao ver Diana e Josh brincando com um gnomo, correu até eles.
- Filha! – gritou na direção dela e quando a menina o viu, sorriu-lhe como há tempos não fazia e correu desesperadamente para abraçá-lo.
- Draco... – disse baixo, apoiando a cabeça nos ombros do pai, que estava ajoelhado na sua altura, abraçando-o forte. – Vovô me disse que você tinha viajado.
- Eu ia, mas não pude. Não consigo ficar longe de você. – falou sorrindo, acariciando os cabelos loiros da pequena à sua frente, também a abraçando forte. Seria capaz de não soltá-la nunca mais e permanecer ali com ela para sempre. A menina se afastou do abraço e o encarou com os olhos brilhando de alegria. – Onde está sua mãe, princesa? Preciso falar com ela.
- Tia Mione disse que ela tá em casa.
- Sozinha? – A menina concordou com a cabeça. Ele se levantou e, ao olhar para a frente, deparou-se com Arthur na varanda. Ele pegou Diana no colo e foi até o homem.
- O que faz aqui, rapaz? – Arthur perguntou confuso, mas satisfeito em vê-lo.
- Sou um Malfoy, não posso desistir. – disse com um grande sorriso e os olhos brilhando de esperança. Pôs a filha no chão e disse para ela voltar a brincar com o primo.
- Eu fico feliz, meu filho. Fico muito feliz. – Realmente não escondeu a felicidade pela notícia. – Já encontrou Gina, então?
- Não. Fui até a empresa e me disseram que ela tinha sido liberada e viria para a casa do senhor.
- E ela veio. Conversamos e ela foi atrás de você no aeroporto, mas quando chegou lá o seu vôo já havia partido.
- Ela foi atrás de mim? – Ele indagou ainda mais contente. Quase não podia acreditar que ela havia ido atrás dele. Era um sinal de que a ruiva tomara uma decisão. Sentiu seu coração saltar nopeito. Havia tomado a decisão certa, então. Seria inútil desistir. – Eu não cheguei a embarcar. Onde ela está?
- Hermione a encontrou no aeroporto e a levou para a casa. Ela estava mal e queria ficar sozinha. Vá até lá. Tenho certeza de que ela ficará feliz em vê-lo.
Draco apenas concordou com um sorriso e, sem pensar duas vezes, aparatou imediatamente no prédio da ruiva. Não tinha tempo a perder. Só deseja resolver as coisas de uma vez por todas, e a esperança resultada de saber que a ruiva havia ido atrás dele só aumentava sua ânsia em tê-la novamente. Sem se importar com as pessoas que poderiam vê-lo na portaria, que para sua sorte estava vazia, surgiu exasperado e subiu as escadas correndo, quase caindo a cada novo lance. Chegou em frente ao apartamento dela ofegante, exausto pela corrida. Respirou fundo até se recompor e bateu na porta, chamando por ela, mas não teve resposta. Resolveu bater mais uma vez, ainda sem obter qualquer resposta. Encostou o ouvido na porta afim de ouvir qualquer sinal da ruiva dentro do apartamento, mas nada. Achou muito estranhou. Rodou a maçaneta sem acreditar muito que a porta pudesse estar destrancada, mas para sua surpresa estava enganado. Em meio a satisfação e desconfiança, passou pela porta em silêncio e não a encontrou na sala. Onde ela estaria?
- Gina... – chamou, olhando no quarto e na cozinha. – Sou eu, Draco. Onde você está?
Começava a ficar preocupado com aquele silêncio, quando parou ao ouvir um som próximo ao quarto. Seguindo o barulho, chegou mais perto da porta do banheiro e ouviu o som do chuveiro. Sorriu para si mesmo e abriu a porta com cuidado para que ela não percebesse sua presença. Viu-a sob a água , de costas para ele, abraçada as próprias pernas e com a cabeça baixa apoiada nos joelhos. A cortina do box aberta fazia com que todo o pequeno banheiro ficasse molhado. Draco sentiu seu coração ser envolvido de paixão novamente e tudo o que queria era abraçá-la.
- Eu sou uma idiota. Eu preciso de você. Volta, por favor... Volta. – A ruiva falava sozinha entre os soluços do seu choro, sentindo que poderia desmaiar a qualquer momento tamanha a dor que comprimia seu peito apenas de imaginar Draco indo embora. Não sabia por quanto tempo estava ali, sentindo a água percorrer seu corpo frio. Só sabia que nada mais lhe importava sem tê-lo ao seu lado. Não poderia imaginar quem estava logo atrás dela.
Draco sorriu ao ouvi-la e se aproximou ainda mais, sem deixar escapar nenhum ruído. A mulher de sua vida estava ali, confessando que precisava dele, precisando dele. Não haveria nenhum outro momento tão perfeito para se reconciliarem como aquele. O loiro tirou seu blazer e o colocou sobre a pia do banheiro. Abaixou-se e se aproximou do pescoço da ruiva.
- Eu voltei, Gina. Voltei por você... – Ele sussurrou próximo ao ouvido dela, pousando suas mãos sobre seus ombros molhados e gélidos.
Gina, ao ouvir aquela voz tão próxima, arregalou os olhos e ergueu o rosto de imediato. Sentiu todo o seu corpo se arrepiar. Por um momento pensou que aquelas palavras haviam sido fruto de sua imaginação, mas a respiração tão quente em seu pescoço não poderia ser ilusão. Virou-se lentamente até encontrar os olhos que mais amava em todo mundo. Olhos que tinham o azul de sua vida. Lágrimas incontroláveis surgiram em seu olhar. Levou sua mão até o rosto dele e o acariciou com carinho, sem conseguir crer realmente que ele estava ali.
- É você mesmo? – Ela perguntou, observando cada detalhe do rosto do homem como se fosse a primeira vez que o via.
- Eu acho que sim – Ele respondeu rindo, encantado pelo olhar tão fixo sobre ele.
- Você tinha ido embora... – tentou falar, mas não conseguiu segurar a vontade de chorar. – Eu, eu...
- Tudo bem. – Draco disse com a voz serena ao levar o dedo sobre os lábios da ruiva e lhe acariciar o rosto. – Eu estou aqui agora e não vou te deixar, não posso. Você querendo ou não, não vou te deixar jamais.
- Você me promete? – Ela indagou sorrindo entre o choro.
- Eu prometo, pequena Weasley. – terminou e beijou delicadamente a boca trêmula dela, depois voltou a encará-la. – Amo você e não vou desistir e nem fugir disso.
Gina, chorando ainda mais de emoção, agarrou-o pelo pescoço e, trazendo-o para debaixo do chuveiro com ela, beijou-o apaixonadamente. Abraçou-o com toda a força de seus braços. Não queria que ele se afastasse jamais. Precisava estar junto dele. Sentindo a água correr por seu corpo e se misturar às suas lágrimas, e o corpo quente dele envolver o seu, fechou os olhos e apoiou a cabeça sobre seu peito coberto com a camisa molhada. Ele estava ali, finalmente, e ela não o deixaria escapar de novo. Não poderia suportar a mesma dor que sentira horas antes com a idéia de não voltar a vê-lo. Levantou o olhar, sem conter o sorriso bobo.
- Eu amo você, Draco. E só posso ser feliz ao seu lado. Desculpe-me por ter demorado tanto tempo para entender isso.
- Posso te desculpar se você me recompensar... – Beijou-lhe rapidamente, lançando-lhe um olhar malicioso com um sorriso maroto. Ela riu com os olhos ainda molhados.
- E como posso te recompensar por eu ter agido como uma boba? – Perguntou com o mesmo sorriso que o dele, desabotoando-lhe a camisa encharcada e tirando-a sem desviar o olhar.
- Não sei exatamente como, mas está indo pelo caminho certo.
Os dois riram e se beijaram cheios de volúpia. E com a água caindo sobre eles, entregaram-se ao desejo que os arrebatou por um tempo, para eles, infinito, mas insuficiente para tudo que sentiam quando estavam juntos.


Já era começo da tarde e ali estavam eles, em frente à Toca, depois de uma noite muito mal dormida, mas que valera a pena cada minuto. Sentiam-se como se fossem dois adolescentes. Provavelmente toda a família já desconfiava o porquê de não ter tido notícias deles desde o dia anterior. Gina enrubescia com a idéia, imaginando os olhares dos irmãos. Mas não lhe importava mais. Nada poderia ser maior do que aquela alegria tão grande que sentia quando estava com Draco. Ainda se sentia hesitante em falar com Harry, mas deveria fazê-lo imediatamente. Olhou para o lado e encontrou Draco com um sorriso de incentivo sobre ela, já sabendo o que se passava na cabeça da mulher. Apertou-lhe a mão, com os dedos entrelaçados. A aliança estava no bolso. Era a hora. Ela puxou Draco até a entrada da casa. O homem também se sentia um pouco nervoso. Provavelmente toda a família estaria ali e era hora de enfrentá-los. Havia prometido a si mesmo que não provocaria ninguém e faria o máximo para ignorar qualquer coisa que pudesse ofendê-lo. Tinha que fazê-lo por Gina e por sua filha. E imaginar que Arthur estaria ali já era um conforto e o fazia se sentir mais tranqüilo. A ruiva bateu na porta e sorriu para Draco.
- Diana vai ficar tão feliz. – disse apoiando a cabeça sobre o ombro dele.
- O senhor Weasley também. Sabia que eu sou o preferido dele? – indagou com uma sobrancelha arqueada e um sorriso convencido. Ela riu.
- É o meu preferido também. – falou e o beijou, mas se afastou rápido ao ouvir a porta se abrir e Rony aparecer, com uma expressão de poucos amigos ao ver Draco. Ela o encarou com um pequeno sorriso, dizendo com os olhos que era somente com ele que poderia ser feliz e que ele precisava entender. Rony revirou os olhos, mas depois sorriu para ela e a abraçou com carinho.
- Fico feliz por estar melhor. – falou e deu passagem para que entrassem. – O pai já os esperava. Podem se sentar que eu vou chamá-lo.
Draco entrou ao lado de Gina, ainda segurando sua mão firmemente, imaginando que, se ele a soltasse, provavelmente teria uma emboscada de algum irmão Weasley que o puxaria para longe e o mataria por mudar o rumo da vida da caçula. Sentaram-se sobre o sofá e logo escutaram passos rápidos que, de repente, pararam ali mesmo na sala. Os dois se viraram para ver quem era e encontraram a imagem de um Harry estático. Gina abaixou a cabeça, mordendo os lábios. Respirou fundo, levantou-se e foi até ele, ignorando a vontade de sair correndo e fugir daquela situação constrangedora. Ao se aproximar, esperou algum tempo para encontrar as palavras certas a dizer.
- Harry, precisamos conversar. – Ela começou muito hesitante. – Aconteceu...
- Eu já sei, Gina. – Ele se apressou em dizer, evitando olhá-la. – Sei de tudo e quer saber? Tudo bem. Eu entendo. Eu já sabia que você não me amaria de verdade, jamais seria feliz ao meu lado e Diana muito menos.
- Eu sinto muito. Eu sei que você queria tentar e eu também estava disposta... – Gina falou, tentando conter a vontade de chorar. Sabia que seria triste terminar com Harry, mas não imaginou que seria tanto. – Gosto muito de você, mas Draco... é diferente. Ele sempre estaria...
- Gina, – Ele a encarou muito sério, mas parecendo compreensivo. – não precisa se preocupar e nem se explicar. Sei que você queria tentar. Se Draco, mesmo morto, sempre foi uma sombra, vivo seria sempre um obstáculo. Você ama esse idiota e não há nada que eu possa fazer para mudar isso. Porque se houvesse, pode ter certeza de que eu o faria. – Ele a fitou e segurou suas mãos com carinho. Não viu Draco cerrar os punhos e encará-lo com fúria. – De qualquer forma, foi bom o tempo que estivemos juntos e disso eu jamais vou me esquecer.
Gina o encarou com os olhos banhados em lágrimas e o abraçou repentinamente. Harry, conformado com aquele abraço fraterno de amigos em uma despedida, correspondeu com pesar. Ao se afastar do abraço, a ruiva pegou a aliança que estava no bolso e devolveu-a a Harry.
- Você é maravilhoso. Não queria te magoar, mas tem coisas que a gente não pode mudar, não é? Eu te agradeço tanto por ter estado ao meu lado quando eu precisei.
- Tudo que eu fiz, eu fiz de coração. Por gostar de você e de sua família. Eu faria tudo de novo, mesmo levando um chute seu. – Riu triste.
- Harry, eu...
- Tudo bem, Gina. – Ele sorriu e acariciou as mãos dela. – Não estou magoado. Vou superar. Mas saiba que eu sempre estarei aqui para te proteger de qualquer um que possa pensar em te fazer mal – terminou olhando sério para Draco, que contava até dez para não voar no pescoço dele e matá-lo. – Sempre poderá contar comigo. – Acabou e, segurando o rosto dela, beijou-a rapidamente. Ao afastar-se fitou a mulher, que sem reação apenas virou o rosto para o lado. Draco saltou da cadeira e ia até Harry para quebrar-lhe o pescoço, quando Arthur apareceu e o segurou com a ajuda de Rony. – Até mais, Gina.
- Até mais, Harry. – Ela disse sem olhá-lo, ainda encabulada com o beijo. Sabia que Draco deveria estar queimando em fúria e nem queria ver sua cara.
Somente quando Harry saiu pela porta, Arthur e Rony soltaram Draco. Gina se aproximou do loiro, que estava completamente vermelho e tremia de ódio. Sorriu para ele.
- Agora está acabado. – falou satisfeita e aliviada, acariciando com carinho as mãos dele, tentando acalmá-lo.
- Como se eu ainda não acabei com ele? – falou fitando duramente a janela pela qual dava para ver Harry indo embora.
- Eu sou sua e você sabe disso. – Ela disse docemente ao abraçá-lo. Ele abrandou a face e correspondeu ao abraço, também sorrindo.
- Eu sei. – Beijou-a.
- Bem... – Rony começou a falar alto, fazendo os dois se afastarem. – Não vão falar com Diana?
- Falar o quê comigo? – Uma vozinha tranqüila e contente falou da cozinha indo em direção à sala.
Quando Diana chegou ali e viu os pais, sorrindo e com as mãos dadas, deu um salto de alegria na direção deles e os abraçou pelas pernas. Sem ninguém falar nada a pequena já havia entendido tudo. Draco a pegou no colo e a abraçou com força. Não poderia explicar o que estava sentindo tendo a filha em seus braços e com a certeza de que a teria para sempre ao seu lado. Acariciou os cabelos tão iguais aos seus com carinho e fitou o olhar alegre da filha. Sua pequena filha.
- Você vai ficar com a gente? – Diana perguntou levando a mão até o rosto do pai.
- Sim, minha filha. Eu vou ficar com você para sempre.
Diana bateu palmas, muito contente, e olhou para a mãe, buscando uma resposta para o que aconteceria dali para a frente. Gina entendeu.
- Vamos ficar juntos. Nós três. – A ruiva falou ao envolver Draco em um meio abraço que fez Diana delirar de alegria. A menina pulou para o colo da mãe.
- Mamãe, desculpe por ter me comportado mal. – começou olhando para baixo enquanto mexia na alça da blusa da mãe, muito sem jeito. – É que eu não queria que você se casasse com o tio Harry.
- Tudo bem, querida. Eu entendo, mas agora isso não importa. – Abraçou a filha e lhe deu um beijo na testa. Viu seu pai logo atrás de Draco lhe chamar discretamente. – Fique com seu pai que eu já volto. – terminou e entregou a menina para Draco segurar. O homem olhou para trás e ao ver Arthur concordou.
- Vamos brincar, filha. – O loiro falou e foi com a menina para o jardim.
Gina se sentou no sofá ao lado do pai e os dois se encararam com um sorriso, aliviados por verem que aquela época ruim de sofrimento parecia ter fim. Arthur segurou as mãos da filha com carinho e a fitou satisfeito.
- Estou orgulho de você. Estou muito orgulhoso. – falou balançando as mãos dela entre as suas.
- Obrigada, pai. Você é o meu melhor amigo e sempre me ajudou. Obrigada por ter falado com Draco e por ter conversado comigo. Sem você não estaríamos juntos.
- Não foi nada. Eu queria que vocês se entendessem e dei só um empurrãozinho. – falou com um pequeno sorriso e uma piscadela. – Diana merece ter os pais juntos e vocês merecem ser felizes.
Gina sorriu e abraçou Arthur com amor. Não poderia ter um pai melhor. Ele sempre estaria ao seu lado. Os dois ficaram na sala conversando até que escutaram Hermione descendo as escadas com a ajuda de Rony. A morena, que andava lentamente, foi até a cunhada e a abraçou pela cintura. Gina acariciou sua enorme barriga, que parecia cada vez maior, e sorriu ao sentir os bebês mexerem. Hermione encarou a ruiva com um sorriso.
- Está feliz? – perguntou.
- Nunca estive tão feliz. – respondeu firme, e sua expressão de felicidade só comprovava sua resposta.
- Então tomou a decisão certa. – Deu uma piscadela e lhe sorriu mais uma vez, satisfeita em ver finalmente um brilho de alegria em seus olhos, que não via há anos.
- Onde está mamãe? – Rony perguntou olhando em volta. Foi rapidamente até a cozinha e voltou para a sala. – Ela não estava lá em cima.
- Acho que está na varanda. – Arthur falou rindo ao sentir, junto com Gina, os bebês de Hermione se moverem novamente. – Vão ser jogadores de quadribol. Eu tenho certeza!
Todos riram com o comentário do avô tão “babão”. Ele dizia a mesma coisa toda gravidez de suas cunhadas e de sua filha. Rony torcia para que fosse verdade. Não haveria algo que pudesse trazer tanto orgulho do que ter filhos jogando no seu time preferido.
Os quatro foram até a varanda e viram Molly sentada no banco observando Draco e Diana brincarem rolando pelo gramado enquanto tricotava um cachecol vermelho. Arthur se sentou ao lado dela e também ficou a observar a cena. Rony hesitava em confessar, mas o seu pai tinha razão ao falar que Diana precisava de uma figura paterna perto dela. Não havia como negar. Bastava ver o quanto a menina parecia feliz ao lado do pai e era inegável que Draco parecia amá-la muito.
- Mãe! – Diana gritou ao se levantar da grama, onde estava deitada com o pai, e ir correndo na direção de Gina. – Quando vamos para a casa? Quero ir logo.
- Mas pensei que que fossem ficar para o almoço... – Molly falou em um tom quase decepcionado ao soltar as agulhas de tricô, que continuaram tricotando o mesmo ponto que ela fazia.
- Acho que Draco prefere passar esse dia só com a filha. – Gina falou quando ele, caminhando lentamente, visivelmente cansado, aproximou-se, mas procurou não ficar muito próximo da família. Por mais que tudo estivesse bem, não conseguia se sentir parte deles.
- Ah, fiquem... – A mãe de Gina pedia chorosa.
- Molly! Eles querem ficar sós. – Arthur reprovou a mulher ao olhar para Draco e lhe sorrir cúmplice. – Eles têm o direito de comemorarem esse dia juntos.
- Quem sabe uma outra vez. – Draco falou ao pegar Diana no colo e parar ao lado de Gina. Arthur foi até ele. – Mais uma vez, obrigado por tudo, senhor Weasley.
- Bem vindo à família, meu filho. – disse ao apertar sua mão com firmeza. Gina não acreditava que estava vendo aquela cena. Era tudo o que havia sonhado durante sua adolescência. Ver Draco e seu pai daquela forma. Sentia que sua felicidade era sem limites.
Quando Gina conseguiu convencer Draco a voltarem para casa por Pó de Flú, que era a maneira preferida de Diana viajar, despediram-se todos. Alguns com abraços, outros com apenas um aperto de mão. De fato, sabiam, seria assim por um tempo. Não seria de uma hora para outra que Draco seria tratado como o membro mais querido da família, principalmente por Rony e seus irmãos. Mas isso era o menos importante. Agora ele estava junto de sua família e nada poderia separá-los. Ao entrarem na chaminé, segundos depois apareceram no apartamento de Gina.
- Eu odeio essas fuligens... – Draco resmungava enquanto batia em suas roupas.
- Enfim... – Gina sussurrou ao se jogar no sofá de olhos fechados e Diana fez o mesmo sobre o corpo da mãe. Draco riu. – Cuidado, meu amor.
- Vem também, papai! – Diana pediu rindo, sentada sobre a barriga da mãe.
- Acho melhor nã... – Ele começou distraído, mas calou-se ao se dar conta do que havia escutado. Ajoelhou-se no chão próximo ao sofá, segurou com força as pequenas mãos da filha e a encarou. Discretas lágrimas oscilaram em seu olhar. Gina ergueu-se rápida e colocou a filha sentada ao seu lado. Sentiu seus olhos marejarem ao ver o olhar emocionado de Draco. – Do que você me chamou, Diana? – Ele indagou incrédulo e Diana sorriu tímida.
- De papai, pai. – respondeu levando um dedo à boca e roendo a unha, ansiosa pela reação de Draco.
- Diana... – Draco murmurou ao puxar a pequena para seus braços e abraçá-la de forma intensa. Sentiu seu coração pular-lhe a garganta e não conteve as lágrimas pelo rosto. Não conseguia descrever o que estava sentindo ao ouvir aquela palavra que lhe parecia tão mágica e pela qual havia esperado tanto. – Amo tanto você, minha filha.
- Amo você, papai. – falou com a voz abafada pelo abraço.
Gina emocionada abraçou os dois, as duas pessoas que mais amava no mundo. Os três ali, abraçados, juntos e felizes. Pela primeira vez na vida sentiam-se plenamente completos. Quando um tinha ao outro, nada mais lhes faltava. Apesar de não saberem o que viria dali para frente, tinham a certeza de que seriam felizes enfrentando os problemas juntos. Ainda não sabiam que dali a duas semanas Draco criaria coragem de pedir a mão de Gina em casamento para os pais dela e que duas semanas depois já estaria aproveitando a lua de mel em Paris, com a filha ao lado. Não sabiam que logo Harry encontraria uma mulher que o faria feliz e que Susan mandaria um cartão-postal para a empresa convidando-os para seu casamento com um milionário sueco. Ainda não sabiam que em uma noite chuvosa em meio a uma visita de Rony e Hermione a morena entraria em trabalho de parto de repente e, sem ter tempo de saírem para um hospital, Rony desmaiaria e Draco teria que fazer o parto dela. E que a partir daquele dia o ruivo jamais provocaria Draco novamente. Não sabiam que meses depois do casamento Gina descobriria que estava grávida e que teriam que batalhar com Diana para que a menina perdesse o ciúme do neném, e que tal sentimento da pequena desapareceria logo quando visse pela primeira vez a pequena loirinha chamada Elizabeth. A única coisa que sabiam era que brigariam muitas vezes e que a vida em família não seria fácil, mas seria maravilhosa e cheia de amor até o fim porque os laços que tinham era mais fortes que qualquer coisa.


N/A: gente como é difícil falar, mas é isso, acabou. Eu amei escrever essa história. Entre momentos de dificuldades e inspiração fico feliz por ver que eu consegui terminar. Não só quero agradecer a todas as pessoas que leram e deixaram seus comentários como também àquelas que não o deixaram, mas ainda assim usaram um pouco do sue tempo para ler o que eu escrevo. Mas se tem alguém que eu tenho que agradecer é a minha bata que me ajudou sempre. Flá, muito obrigada por sua ajuda, conselhos e conversar e dedico esse último capítulo a você. Espero em breve estar de volta com uma nova história. Um grande beijo a todos!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.