Amigos Sempre

- Harry querido, será possível que você não ouve a porta? –exclamou uma linda jovem ruiva caminhando em direção ao hall da casa.

- Gina eu estou ocupado com o seu filho! Brincadeirinha amor... –corrigiu o marido ao ouvir um bufo da mulher.

A profecia sobre Voldemort tinha sido concretizada, Harry o venceu com sua inacreditável coragem e com seus presentes divinos, seus amigos. Agora, sem a ajuda de nenhuma profecia, tinha acontecido o que todos sabiam que aconteceria. Harry era um excelente auror, conceituado magnificamente pelo ministério. Gina uma habilidosa jogadora de quadribol, artilheira pelos Tornados (para fúria de seu irmão mais novo), mãe de Alvo James Potter de dezoito meses de vida, casados há dois anos ambos com suas respectivas paixões 'um ao outro'.
A campainha voltou a soar, dessa vez mais repetitiva.

- Já vai! –gritou a ruiva para a porta. – É, eu tenho que ir mesmo, já que meu marido auror, combatente das trevas, temido pela maioria dos bruxos, não consegue levar menos que quarenta minutos para trocar as fraldas do seu filho –terminou ela, falando a beira da escada de modo que Harry ouvisse do quarto e desse boas risadas.

- Mione! – foi a única coisa que conseguiu pronunciar, antes de dar de cara com a Castanha na porta aos prantos, e no momento seguinte ser abafada por cabelos e braços.

- Gina! Onde está o Harry? Alvo? Está tudo bem? Eu tinha que vir... Posso ficar aqui por hoje? Voc... –Hermione cuspiu as palavras enquanto ainda secava algumas lágrimas e tinha o topo da cabeça acariciada por Gina (que a essa altura já imaginara o que tinha acontecido).

- Mione, uma pergunta de cada vez. Primeiro, é claro que você pode ficar aqui, por quanto tempo desejar. Mas me conte tudo o que aconteceu, o Harry está terminando de trocar a fralda do James e colocá-lo para dormir, descerá em breve, o que meu irmão fez dessa vez? –indagou Gina, convidando uma abatida Hermione para adentrar-se segura pelo braço.

- Ai Gina... Preciso de você e Harry juntos. Enquanto isso pode me servir um copo de água, por favor? –pediu a Castanha, agradecendo aos céus por ter Gina agora, sabia que ela iria ouvi-la, se necessário ficar acordada a noite toda conversando, xingaria Rony junto com ela se fosse preciso e até contrataria uma babá pra cuidar de Alvo durante a noite, é, já tinha acontecido outras vezes.

*****
Depois de tudo que passamos.
A beira de todo o abismo que nos separava
Você sempre soube quão vulnerável eu sempre fui
Sempre usou isso a seu favor

''Eu dirigi por milhas e milhas
E parei em frente a sua porta
Eu tive você por tantas vezes, mas de algum jeito
Eu quero mais''


- Sabe Mione, eu tenho acompanhado de perto o quanto Rony tem trabalhado duro nos últimos tempos –começou Harry, que depois de quase uma hora e meia tinha terminado de trocar a fralda e colocar o bebê pra dormir. Ele e Gina tinham ouvido atentamente Hermione, consolando e vez ou outra tendo que chegar perto da amiga pra acalmá-la quando esta falhava aos soluços na narrativa. – E olha, não foi por falta de avisos. Quantas vezes eu estava a vir embora – sabe, Gina não suporta que eu chegue atrasado, você conhece o temperamento desses ruivos –aqui Hermione dera uma fungada, e Gina um cutucão no braço de Harry. – E eu falava para ele deixar aqueles casos pro dia seguinte, mas ele insistia que aquilo tinha que ser feito naquele dia, que receberia a mais por isso, a história do casamento...

-Harry! Eu NUNCA cobrei isso dele, ele está doente com essa história de festa, muitos convidados... Não quer que eu pague nada, só trabalha, trabalha e trabalha! Sabe, não que eu ligue só para isso, mas há um mês nós não jantamos e nem... hum... dormimos juntos se é que você me entende. –Hermione tinha a fala encabulada, mesmo estando ali com seus melhores amigos, falar da vida conjugal era complicado.

-Mione, não se culpe. Entendemos você perfeitamente –começou Gina. –Se o Harry resolvesse ficar três dias sem jantar comigo, provavelmente ele não dormiria comigo por mais de um mês. Você só quer aquilo, ou melhor aquele, que esperou muito pra ter.

-Mas Gina... –balbuciou Mione.

- Mione, você sabe como Rony é inseguro. Eu mesmo me ofereci a dar o casamento pra vocês, sabendo muito bem que você sozinha bancaria sem problema algum, a festa toda. –explicou Harry, vendo como a amiga sofria com a teimosia do amigo 'cabeçudo'.

-Claro, mas 'Eu sou o homem dessa relação, portanto o casamento sou eu quem paga!' –Hermione imitou perfeitamente a voz grossa de Rony.

- Ou seja, 'Eu sou um grande trasgo ruivo idiota, e machista. Que prefere trabalhar feito um louco e deixar a mulher em casa sozinha ao aceitar que não tenho grana pra bancar o casamento' –Completou Gina, fazendo coro a Hermione sobre o irmão, arrancando risadas dos outros dois.

-Mione... Também tem o lance do Krum... –começou Harry na defensiva.

-KRUM? O que o Vítor tem a ver com isso? –soltou Hermione alterando-se.

-Calma Mione, primeiro calma. Olha, se você contar pro Rony isso que eu vou revelar, eu juro que troco de ultima hora os padrinhos do James e chamo a Fleur pra ser madrinha dele ao invés de você! –ameaçou Harry, suficientemente forte para que Hermione arqueasse a sobrancelha em direção aos dois. – Não, nunca faria isso. Mas é sério. A questão é essa –'Rony vai me matar' pensou ele. - Antes de vocês começarem a namorar e tal, Rony morria de ciúmes de você, não era novidade pra ninguém. Quando você firmou o relacionamento com o Krum, no sétimo ano, Rony quase morreu. Ele não comia, seu desempenho nos treinos de quadribol caiu a beça, ele conseguiu ser pior nos estudos...

-Se é que isso era possível... –corrigiu Hermione o cortando.

- Mione sem essa vai! Se não fosse por você, ainda estaríamos lá presos, penando no primeiro ano no colégio –riu-se Harry, lembrando da ajuda da amiga nos tempos escolares. –Continuando, ele virou um legume ambulante nos terrenos de Hogwarts, mas até aí ele não sabia que nutria por você todo esse amor.

- Como o desengonçado idiota que sempre foi, insensível –emendou Gina.

-Não fale assim dele, minha garotinha... –zangou-se Harry meigamente. –A questão Mione, é que ele sempre se julgou inferior a você. Sem dinheiro, sem mais amigos, sem muitas garotas, só ia bem nos estudos graças a você, achava que vivia na sombra dos irmãos e que você jamais olharia pra ele...

-Você, melhor que ninguém sabia o quanto ele estava enganado, não é Harry? Naquela época eu já era completamente apaixonada por ele, mas como ele não tomava nenhuma atitude resolvi assumir o namoro que mantinha com Vítor por pura 'comodidade'...

-Eu sempre soube disso Mione, mas Ron não. E só cabia a vocês dois resolverem isso. Eu não podia me envolver nisso, até porque tinha que tentar conquistar uma certa ruivinha que não dava mais bola pra mim, sabe –provocou Harry para sua mulher.

- Claro, porque o herói não teve olhos pra ruivinha a vida toda e resolveu notá-la apenas quando ela começou a ser devorada pelos formandos... –cantarolou Gina, vendo Harry afinar os lábios em contragosto.

- Rhumrhum –antes de continuar Harry limpou a garganta, sabia onde aquilo ia dar, ou melhor parar, se continuassem com essa de porque um não olhava o outro, parariam um sobre o outro, na cama. E essa não era uma boa hora pra discussões, sua amiga estava ali, enfrentando uma forte crise com o seu amigo, e ele tinha que fazer algo. – Então, como nenhum dos dois enxergava os sentimentos que sentiam, ou negavam-se a aceitar, o Krum lhe fez 'aquela' proposta...

- Ah, eu não acredito... Não, não posso acreditar... –começou Hermione.

-Hermione, deixa-me terminar. Após a proposta de casamento feita pelo Krum, com direito a festa na Bulgária, cruzeiro pelo mundo, confraternizações por Hogwarts, Durmstrang e Beauxbatons, fotos para todas as revistas patrocinadoras do Krum, ah... Você sabe... Ele queria 'A' festa ao casar-se com você. Rony tem consciência que não pode fazer nem metade disso, mas quer uma bonita comemoração do dia mais feliz da vida dele com a única mulher que ele amou e vai amar pelo resto de sua vida –completou Harry para uma Mione estarrecida a sua frente.

-Eu quero matar o Rony... –Hermione ia se levantar, estava emocionada com as palavras do amigo... Como Rony poderia se comparar a Krum? Seu ruivo conseguia ser muito melhor...

-Eu não terminei Mione.

-O que tem mais Harry? Vai dizer que ele quer encomendar as vestes matrimoniais no mesmo lugar que o Vítor iria encomendar? –satirizou Hermione, nervosa.

-Mione, não vulgarize isso que o Rony sente. Se não fosse tão ridículo, seria um dos mais belos sentimentos que um homem poderia sentir por uma mulher. Em outros termos, claro, eu também pensaria assim, imagine se a mulher que eu amo, deixasse de se casar com o partido mais perfeito por minha causa, deixando de ter tudo que toda mulher daria a varinha pra ter, apenas pra viver ao meu lado? –comentou Harry.

-Mas eu já cansei de dizer ao meu querido irmãozinho, não adianta a Mione ter o mundo aos seus pés, e desejar apenas ele –Harry olhou desconfiado, imaginando se Gina diria isso para o Rony, ela continuou. – Sabe, às vezes ele precisa que levantem o ego dele. Tem dias que ele sai na hora do almoço dele e corre lá no CT de treinamento me perguntar se está tudo bem com você Mione, sabe... TPM...

- Ele... Ele faz isso? –Hermione tinha lágrimas, mais uma vez, nos olhos.

-Faz, 'Gina, ela tem me evitado... Naquelas horas sabe?' –Gina imitava o envergonhado Rony ao tratar desse tipo de assunto com a irmãzinha. –'Eu sei que sou esquentadinho demais... Será que ela não gosta mais de mim? Será que desistiu de ficar comigo Gin? Converse com ela, convença-a que seu irmãozinho aqui não suportaria viver sem ela...bla bla bla', às vezes ele cansa Mione.

-Você nunca me contou isso Gina. –reclama Harry.

-Ah claro, para no outro dia meu irmão me lançar um Avada enquanto eu estiver voando? Nem pensar. Ele faz isso no intuito de eu tentar amenizar as coisas. Não que precise realmente disso, porque normalmente a Hermione só está cheia com o trabalho, TPM, ou era dor de cabeça de verdade...

-Gente, a questão não é essa. Eu não vou mais tolerar essa vida. Eu o amo sim, muito! Mas eu quero um marido, e não um homem que viva se comparando a outro que eu nem lembro mais –sentenciou Hermione.

-Mione, eu acho que vocês deveriam conversar. A essa altura ele já deve ter se dado conta o quanto você está chateada! Acredite, ele também não agüenta mais ficar sem dormir com você... –disse Harry para uma rubra Hermione.

-Ele... Fala com você disso Harry?

-Como não falaria Hermione, todos falamos! Ele diz que muitas vezes chega cansado do trabalho e quer namorar você só um pouquinho, mas você já está ressonando feito um anjo na cama. –completa Harry lembrando-se dos comentários de Rony no trabalho há alguns dias.

-É, eu irei conversar com ele, mas não hoje. Hoje eu preciso dormir, descansar e pensar sobre tudo o que vocês me contaram. Comparar-se ao Vítor, Francamente! – dizia uma Hermione cansada com o seu dia exaustivo.

-Mione, fique quanto tempo precisar para colocar as idéias no lugar. O quarto de hóspedes está pronto para a hora que você quiser se retirar. Mas pense com carinho, lembre-se de tudo que conversamos. Eu não aprovo Rony ao tentar ficar 'nos padrões do Krum', porém isso é uma coisa que você deve dizer a ele. –emendou Harry preocupado com os destinos dos amigos.

-Concordo com Harry, Mione. Tudo que meu irmãozinho avoado fez e faz é tentar ser o suficiente para você. Quer te dar tudo que você merece, mesmo que isso atrapalhe sua vida, ele não mede esforços. –explicou uma Gina já sonolenta em meio a um bocejo.

-Ao tentar me dar tudo que ele acha que eu mereço, ele esqueceu-se de dar o que eu realmente preciso –disse uma Hermione triste levantando-se e caminhando até a porta. –Irei me deitar, muito obrigado, aos dois. Eu nem sei o que faria se não os tivesse... –E dizendo isso, deu um duplo abraço nos amigos e saiu para tentar dormir.

-Como meu irmão é retardado, amor. –comentou Gina ao perceber que os passos na escada cessavam.

-Ele não é retardado Gin, ele apenas a ama demais. Isso o torna inconseqüente ao tentar fazer de Hermione a mulher mais feliz do mundo. –disse Harry, mantendo sua lealdade ao amigo.

-Ah, que seja. Se ele não enxergar logo a besteira que está fazendo, vai ter que guardar o dinheiro da festa de casamento 'dos sonhos' pra tentar arranjar outra noiva. –disse Gina. –O que faremos agora meu bebezinho?

- Bom, eu tenho muitas idéias sobre o que fazer agora ruivinha linda, mas antes de colocá-las em prática, escreveremos uma carta ao Rony, avisando que ela está aqui, para não preocupar-se tanto. Depois, podemos subir e tentar fazer outros bebês, sabe eu já estou 'expert' em troca de fraldas! –Disse Harry colocando a mão sobre a coxa da ruiva sentada a sua frente que ria com gosto do comentário do marido.

*****

Cap.2 quentinho..

Gente, eu sei que não tem nada a ver o lance do casamento e talz.. mas é que eu me baseei na época de Hogwarts.. hauhaua como o Rony era inseguro né? Isso está refletindo agora no quase casamento dele... Eu sei que a fic tá um tanto.. hum.. Tosca... mas.. é o melhor que eu posso fazer, por enquanto. =/

Gostaria de comentários... Acredite essa fic é muito gostosa de escrever, mas eu ‘preciso’ de comentários pra saber como estou me saindo ^^

Vlw quem tem acompanhado essa fic... É tão legal chegar aqui e ler oq vcs escreveram pra mim *.*
Brigado mesmo!!!

=***

Brunna Oliveira x]

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.