Repensando



2. Repensando

Eu não acredito! Eu NÃO acredito!!! Alegria de pobre dura pouco mesmo, né?! O primeiro emprego decente que eu tenho condições de exercer, o patrão é o MALFOY!

Esse cara era sem dúvida a pessoa que eu mais odiava em toda a minha vida. Um inimigo antigo, dos tempos escolares, que sempre fez questão de humilhar minha família publicamente. Esnobe, egoísta, metido, tudo de ruim o Malfoy tinha. Menos dinheiro... Dinheiro é bom, e isso ele tem de monte... Ah, céus, é muito azar pra uma pessoa só..!

Se eu aceitei? Claro que não! Trocamos alguns insultos no telefone e acabei desligando na cara dele! Até parece que eu vou trabalhar para aquele... aquele... Tudo bem que a quantia não é fácil de arranjar para alguém como eu, que se deu tão mal na vida e não sabe fazer nada. Mas eu não vou trabalhar lá! Não vou dar ao Malfoy o prazer de mandar em mim!

- Gina, o que você fez??!! – Luna gritava na sala do meu apartamento quando convidei ela para tomar um chá e lhe contei sobre o telefonema.

- Ah, Luna, pelo amor de Deus, né?! Prefiro ser empregada doméstica de Você-Sabe-Quem do que do Malfoy!!! – “Você-Sabe-Quem” era como todo mundo chamava o pior assassino do Reino Unido. Ele tinha cometido crimes terríveis e era tão temido que ninguém tinha coragem de pronunciar seu nome... Pelo menos já estava em penitenciária de segurança máxima fazia alguns anos.

- Ai, Gina! – Luna ficou realmente brava.

- Tudo bem, exagerei... – eu concordei – Mas não tenho motivação alguma para ir trabalhar para o Malfoy!

- Talvez estar desempregada, precisando de dinheiro e sem condições de um emprego melhor não sejam bons motivos para você, não é? Pensa um pouco, Gina! Vocês sempre se odiaram! Ele não tem motivos para te dar dinheiro! Para te dar esse emprego! Mas está dando! Está te oferecendo uma ajuda indireta! Nunca um Malfoy ajudaria uma Weasley quando ela mais precisa, e agora que o está fazendo você não vai aceitar? Me poupe dos seus chiliques! Leve para o lado profissional, Gina!!!

Depois do discurso todo, não tive coragem de contestar, fiquei bem quietinha.

- Se você quiser continuar com essa opinião, eu não vou falar mais nada, vou deixar você ser pobre para o resto da vida, mesmo com essa oportunidade de ouro que chegou agora. Como é aquele ditado? Cavalo dado não se olha os dentes! Você não está em posição de escolher, só de aceitar!

...

Silêncio.

....

Não poderia ser tão ruim, poderia?

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Cena ridícula 1: uma mulher ruiva e pobre, sentada toda emburrada no banco traseiro da BMW da sua melhor amiga, com destino à mansão do seu pior inimigo. Ah! Que droga, depois da pequena (pequena?!) discussão na minha sala, não tive mais coragem de discordar. Acabei aceitando ir atrás dele.

Chegamos na frente da Mansão Malfoy. O portão dava a impressão de casa mal assombrada, e só de lembrar que teria que passar grande parte dos meus dias lá dentro, o filme de terror na minha mente já me dava arrepios.

Descemos do carro. Eu e Luna ficamos paradas em frente ao portão. Um interfone prateado com um botão de ouro estava posicionado à esquerda. Apertei o botão. Uma musiquinha estranha começou a tocar, foi nesse momento que me perguntei se Malfoy era idiota por ter instalado aquilo. Que droga, a música não parava, e ele não atendia. Quando pensei em apertar novamente o botão, a música parou e surgiu a voz arrastada que eu bem conhecia...

- Residência Malfoy, pois não?

“Ah, pelo amor de Deus! Que recepção ridícula, Malfoy!” – foi o que eu pensei em dizer, mas eu estava ali para conseguir as desculpas dele, e também o emprego, logo achei que essa não era a melhor saudação.

- Olá, Malfoy. – falei com tédio, e Luna me deu uma porrada com o cotovelo. – Ai!

- Weasley?! – o fato de ele ter reconhecido quem era não aumentou pontos na moral dele comigo, levando-se em conta que o tom de voz que usou foi de nojo – Ah, dá um tempo...

E deu para se ouvir o som do interfone batendo. Que ódio! Só porque ele é um milionário ele acha que pode me ignorar assim?! Ótimo. Agora estávamos nós duas do lado de fora, ignoradas sem nem ser ouvidas! Que ridículo!

- Vamos embora! – eu arrisquei meio irritada para Luna.

- Claro que não! Viemos até aqui, agora ele vai nos ouvir! – ela puxou do bolso um celular super moderno, que nem eu sabia que ela tinha – Vamos, ligue lá dentro! E não deixe que ele desligue na sua cara!

- Ok... – eu não ia contrariar a Senhora Luna poderosa...

Cena ridícula 2: O cara estava em casa, e eu, no portão, tentando falar com ele por telefone, ao invés dele me receber. Toca... Toca... Ele parecia saber que era eu. Que irritante... Toca... Toca...

- Alô? – FINALMENTE!

- Malfoy, precisamos conversar. – falei depressa antes que ele desligasse.

- Precisamos? Pra quê? Pra você me xingar mais um pouco? Não, obrigado. – ele respondeu sarcástico.

- Não é isso! Estou há meia hora tentando te pedir desculpas, mas você não quer me atender! – fui bem direta.

- Desculpas...? – ele estranhou. E desligou na minha cara novamente.

Não entendi o que tinha acontecido. Fiquei procurando o que eu tinha falado de errado, levando em conta que qualquer inocente vírgula, saindo da minha boca poderia ter sido “a coisa errada” para o Malfoy... Mas logo percebi que, com muita sorte, não tinha dito nada errado, e sim a coisa certa.

O portão começou a se abrir automaticamente e todas as fontes do jardim começaram a jorrar água. A visão era realmente linda e fiquei um pouco hipnotizada com o espetáculo antes de voltar à consciência e me tocar que alguém saía da mansão. Em frente à enorme porta de mogno havia uma pequena (?!) escadaria, de onde seguia uma trilha de pedras escuras. Na realidade, tudo por ali tinha tons escuros, até as diversas flores pelo vasto jardim eram todas roxas, quase azuis ou vermelho-sangue. Dava um ar sombrio e ao mesmo tempo elegante ao lugar.

Malfoy veio caminhando pela trilha de pedras até nós. Estava muito mais alto do que da última vez que o tinha visto, como os homens esticam, não? Não que eu tenha ficado reparando nisso, é claro.

Usava uma calça jeans bem escura, quase preta, de grife, claro, com uma camisa de botões, vermelha fosca também escura. Reparei no cinto preto de couro, com a letra M dourada na fivela, muito imponente. O rosto não havia mudado muito, na minha opinião. Apesar de não ter mais aquela cara de criança, continuava com os mesmos olhos cinzentos e frios, e os cabelos bem loiros já não usavam nem gel e nem o penteado para trás de antigamente, deixando agora os fios soltos, alguns por cima do rosto pálido.

Ele chegou até nós e não se preocupou em disfarçar quando me olhou de cima a baixo, analisando. Fez uma cara de nojo (MAS QUE IDIOTA!) e disse arrogante:

- Você já pode morrer feliz, Weasley. Está sendo convidada para entrar na Mansão Malfoy.

Agora, mais do que nunca, eu tinha vontade de matá-lo!


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N/A: Juro solenemente tentar aumentar o tamanho dos capítulos! -pessoa revivendo fanfic mui antiga sem muita inspiração-

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