Vida Ruim
1. Vida Ruim
Você já sentiu como se sua vida tivesse tomado o rumo errado? É mais ou menos o que eu sinto...
Eu sou Gina Weasley, e depois de terminar o ensino médio há 3 anos, não consegui entrar em faculdade alguma, e ainda estou desempregada. Minha família se dissipou pelo mundo, meus amigos estão muito melhores de vida do que eu (prometo pagar todos os empréstimos). Moro num pequeno apartamento na periferia de Londres, mas não posso dizer que seja, de modo algum, luxuoso (pra não comentar que está caindo aos pedaços). Bom, pelo menos o aluguel está quase (atenção para o “quase”) em dia (não graças a mim). Para dizer a verdade, a hora em que o bolso do meu irmão apertar de vez e ele não puder pagar, tenho certeza de que vou ser despejada. Precisava de um emprego urgentemente...
E como se leitura de pensamento fosse possível, o telefone tocou me acordando de um péssimo pesadelo que dizia respeito a mim, chuva e caixas de papelão debaixo da ponte, nada legal...
- Alô? – eu atendi o telefone (sim, eu tinha um e a linha nem estava cortada, graças às poucas ligações que fazia, todas a cobrar) ainda meio dormindo.
- Gina? É a Luna, tudo bom? – Luna, minha grande amiga, estava milionária, morando em uma mansão, casada com Neville Longbottom, e era chefe de uma empresa famosa de colchões, chamada “Di-Lua”.
- Luna, o que deu em você?! São 6:30 da manhã! – falei abismada.
- Sua folgada! Eu arranjei um bom emprego pra você! – ela disse animada.
- Se é bom não vão me aceitar, eu não sei fazer nada e nem sou formada. – o que era a mais cruel verdade.
- Mas no emprego que eu arranjei você não precisa saber nada! – ela falou com uma voz de “aceita logo!”.
- Não? – que tipo de emprego seria aquele?
- Olha, é período integral, e você vai ganhar 600 euros por mês.
- O quê??!! Mas isso é muito mais que um salário mínimo! – eu não estava entendo nada.
- Vem pro escritório da “Di-Lua”, agora! – ela disse apressada.
- Ok. Até mais. – desliguei.
Não conseguia acreditar. Será que era verdade que eu não precisava saber nada? Luna teria que me explicar direitinho para que eu não continuasse achando que era brincadeira.
Coloquei uma roupa qualquer, porém me preocupando em achar uma calça relativamente bonita e uma blusa arrumadinha, já que aquele escritório não deveria ser nadinha humilde, eu tinha certeza. Arrumei o cabelo na medida do possível e tentei desamassar um pouco o rosto (a cara de sono era muitíssimo perceptível...).
Saí de casa com uma bolsa discreta onde não havia muito mais do que minha carteira e um espelhinho, dentro da carteira uma foto reduzida da família, outra com Luna, uns 5 euros em moedas e 3 bilhetes de trem.
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Di-Lua Office – dizia a placa com letras douradas. O lugar era lindo: fontes jorrando água em várias direções, paredes de vidro escuro e portas automáticas, todo e qualquer detalhe era em dourado brilhante. A sala de Luna era sem dúvida muito mais luxuosa do que o necessário, incrível como quem tem dinheiro esbanja, não é? Poltronas em azul-marinho estavam estrategicamente disponibilizadas nos cantos, o carpete impecável e os vidros sem nem uma mísera marca de dedos. Só o computador na mesa de Luna deveria ter a capacidade de um ciborg inteiro, mas não deixava de ser compacto e elegante.
Me sentei em uma cadeira mais confortável que minha cama, em frente a Luna, em sua mesa. Ela me encarou sorridente.
- Bem, Gina, o emprego é de empregada doméstica. – disse na maior simplicidade.
- O QUÊ??!! – minha voz saiu até rouca com os ataques de tosse que reprimi - Desde quando empregada ganha 600 euros??? – perguntei pasma, chocada, assustada, e mais alguns adjetivos do tipo.
- Bom, é um cara muito rico, foi a minha prima quem me indicou. Creio que ele seja extremamente milionário. – disse Luna.
- Mais do que você?
- Muito mais...
- Que mundo injusto... – reclamei – Quem é?
- Eu não sei, minha prima me entregou só esse papel com o telefone dele. Me disse que ele mora sozinho. – ela me entregou um papel com um número a caneta.
- Mas sem o nome dele, como eu vou chamá-lo? “Com licença, eu poderia falar com o Sr. Anônimo?” – imitei uma conversa por telefone.
- Ele mora sozinho. – ela repetiu.
- E rico desse jeito não tem outros empregados para atender o telefone?
- Não, até onde ela me contou, ele é jovem e acabou de herdar a fortuna, logo essa é a primeira tentativa dele com uma empregada. Isso é bom para você, pois ele não poderá questionar muito os seus serviços, já que não teve outros para comparar se é bom ou ruim... – ela falou sorrindo.
- Hum...
- Eu já mencionei que ele é jovem? E que deve ser bonito? Um pouco mais velho que nós... hein, Gina? – ela me olhou com um sorriso safado.
- Pode ir parando por aí, Luna! Eu só vou trabalhar lá, não misture as coisas! Nem conheço o cara! – falei indignada.
- Brincadeirinha! – ela riu - Boa sorte, ligue pra ele lá da secretaria! É no térreo.
- Ok, obrigada, Luna! Até depois! – eu disse e saí da sala dela.
Depois de passear uns 15 minutos em elevadores e escadas sem chegar a lugar nenhum, pedi ajuda a um segurança qualquer no corredor e finalmente encontrei a secretaria daquele prédio enorme. Pedi para usar o telefone e disquei o número do papel.
- Alô? – falou uma voz jovem, meio grave, e meio familiar...
- Bom dia, eu fui indicada de que o senhor precisa de serviço doméstico aí.
- Sim, como você se chama? – ele perguntou – Me chame de Malfoy.
- Weasley. – falei junto com ele.
- Malfoy?!
- Weasley?! – falamos juntos novamente.
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N/A: Me likez reviéls! -olhar de cachorro que caiu da mudança-.
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