Corujas, Cartas e Chocolate

Corujas, Cartas e Chocolate



Oii! Espero que estejam gostando da história! Quero agradecer muito a Ana L. Weasley e a Graziela, que comentaram! Valeu, meninas, um beijo!! Tomara que gostem desse capítulo:


Capítulo 3 – Cartas, Corujas e Chocolate

Sylvie estava parada no centro de uma sala vazia. Era um cômodo escuro, muito pequeno, de forma oval. Ela olhou em volta, sonolenta; acabara de acordar, embora sequer houvesse uma cama no lugar. Onde estava? E, o maior mistério, como entrara ali? Não havia portas ou janelas, apenas a parede cinzenta e mofada.

De algum modo, mesmo sem poder ver o céu lá fora, sabia que era noite. Devia ser tarde, e ela procurou uma maneira de sair, lembrando a si mesmo de que teria de trabalhar cedo na manhã seguinte. Porém, assim que se levantou, sentiu-se paralisada. Um som agudo, muito alto encheu a sala. Vinha de fora, não, vinha de dentro dela. Ela não sabia dizer. E tampouco importava. Aquele uivo a fez tremer e uma sensação de pânico invadiu-a.

Correu para uma das paredes, apalpando-a, tentando achar uma passagem. Nada. Virou o corpo para tentar do outro lado, e seu coração parou de bater dentro do peito. Havia um lobo na sala. Um animal enorme, com dentes pontiagudos sujos de sangue e patas maiores que a cabeça de Sylvie. Ele jogou a cabeça para cima e uivou novamente. E ela se viu rodeada de feras, todas prontas para atacar.

Eles saltaram em sua direção antes que ela pudesse se mover. Tentou empurrá-los para longe, mas não conseguiu, não era forte o bastante. A sala pequena não lhe dava espaço para fugir ou se defender. Quis gritar, mas ouviu um uivo longo e selvagem sair dos próprios lábios. Tentou feri-los, assim como eles a estavam ferindo, mas não podia; fazia parte deles.

Uma dor sem limites a invadiu de repente. Ela viu a si mesma deixar o corpo enquanto gritava. Tudo bem, pensou, eu vou morrer. Ficaria tudo bem se morresse, se isso fizesse com que a dor cessasse. Mas a dor não parou. Aumentava tanto a ponto de fazê-la delirar. Sentia a pele rasgando, o sangue escorrer por seus braços e pernas, e os animais ao seu redor continuavam mordendo-a, fazendo piorar as feridas abertas.

Eram monstros. Lobos gigantescos e cruéis, animais malditos e sem sentimentos. Queria se afastar deles, continuava lutando em meio à dor que quase a cegava, mas eles a tinham, não havia para onde escapar. Eles a encontrariam aonde quer que ela fosse. Ela não tinha saída.

Tornou a gritar, e dessa vez o som saiu, ouviu sua voz berrando, pedindo socorro...

- Sofia! Sofia!

Sylvie rolou do sofá e caiu no chão, batendo o nariz no piso de madeira que ela mesma encerara há algumas horas. Remus estava ao seu lado, e ajudou-a a se levantar e sentar novamente, colocando a mão em sua testa. Ela quis tirá-la de lá, mas quando foi empurrá-lo viu sangue escorrendo pelos dedos. Pela primeira vez sentiu dor, e viu o ombro esquerdo arranhado, onde aparentemente ela estivera pressionando com as unhas.

- Eu adormeci – balbuciou – D-desculpe, vou voltar ao...

- Fique quieta um instante – Remus encarava-a com ares de preocupação. Chegara em casa há poucos minutos, e vira a menina se contorcer e gritar durante o sono. Quando chegou perto dela para acordá-la notou também que ela suava e tinha um corte no ombro, que ela mesma estava causando. Não conseguiu fazê-la despertar por algum tempo, seus golpes apenas pioraram quando tocou nela. E, mesmo agora, ele reparou, ela continuava tremendo.

- Não me demita, por favor – implorou ela, com a voz falha. Fechou os olhos para se controlar.

Estivera limpando a casa do pai pelo quinto dia. Ele passava bastante tempo fora, trabalhava como professor particular de jovens bruxos da região, que não tinha chance de ir para uma escola de bruxaria de verdade – ela perguntara no primeiro dia de trabalho. Sabia que ele preferia Defesa Contra Artes das Trevas e Trato de Criaturas Mágicas, mas também ensinava Transfiguração Básica e Herbologia. Abrira o “negócio” alguns meses depois de se mudar de Londres. E ganhava muito, muito pouco, por que só aceitava o que cada família pudesse pagar e a maioria era bastante pobre. Tinha, em compensação, muitos amigos e um prazer imenso em ensinar.

Quando acabara de limpar a cozinha, tinha ido para sala e admirara as fotos da mãe por um instante. Gostava delas, faziam-na se sentir mais próxima a Ninfadora e menos culpada por estar escondendo aquilo dela. Afinal, repetia a si mesma, ele abandonara-a também. Quando terminou com a sala, uma hora depois, se sentiu tão cansada que resolveu deitar um segundo e fechar os olhos, no sofá. Fora aí que adormecera.

- É claro que não vou demitir você! – ele parou, ajoelhado a sua frente, enquanto ela tremia compulsivamente. Segurou-a pelos ombros, e ela o encarou querendo que ele a soltasse, mas sem força para mais palavras – O que estava sonhando?

Ela balançou a cabeça de um lado para o outro. Não ia contar a ele.

- Sofia, o que aconteceu no seu sonho?

O olhar de preocupação dele era tão verdadeiro, tão intenso, que fez lágrimas surgirem em seus olhos. Ele era seu pai, dizia a voz na sua cabeça, e também passava por isso a cada lua cheia. Ele ia entender o que ela estava vivendo naquele momento.

Mas, afinal, era culpa dele.

- F-foi só um pesadelo – suspirou, por fim, como se cada palavra requeresse um esforço enorme – Deixe-me...

- Não foi um sonho qualquer – ele continuou mantendo-a presa – Você estava gritando e machucando a si mesma. E olhe – segurou seu pulso, deixando a mão direita levantada – ainda está tremendo. O que a deixou tão abalada?

- Não quero falar sobre isso – disse, mais firme e brava dessa vez – Com licença, preciso terminar meu trabalho.

Ele a soltou, e deixou que Sylvie levantasse, mas continuou encarando-a. Não estava com raiva, ela sabia, apenas preocupado e magoado. Com ela. Aquela idéia lhe causava um calafrio.

Por que ele se importava tanto com ela, afinal? Nem a conhecia! Não sabia quem ela era, não tinham qualquer parentesco, para ele. Então por que todo aquele carinho, por que aquela vontade de ajudar? Não queria que ele se metesse em sua vida, disse a si mesma antes de vir que não deixaria nada que acontecesse naquele período com o pai mexer com ela ou mudar sua opinião. Ela não se deixaria conquistar. Não ia gostar do pai, de jeito nenhum.

Tudo o que sofrera desde os cinco anos a fizeram odiá-lo. E sua opinião não mudaria em duas semanas!

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Tonks acordou com um barulho chato e irritante no vidro da janela e o sol entrando, passando através de suas pálpebras. Gemeu, incomodada, e rolou na cama por algum tempo, até desistir de adormecer novamente. Ouviu o pio histérico de uma coruja e, abrindo os olhos por poucos segundos, viu Selene à janela, um rolo de pergaminho amarrado à pata e o bico estalando, mostrando aborrecimento.

Levantando, enrolada nas cobertas, e quase caindo a cada passo que dava grogue de sono, abriu o vidro para que a coruja entrasse. Ela pousou com delicadeza na mesa de cabeceira de Tonks, que foi até ela e levou quase cinco minutos para conseguir pegar a correspondência, os olhos ainda parcialmente fechados e as mãos que pareciam não estar conectadas ao cérebro. Selene estalou o bico novamente, cansada de ficar com a perna levantada, e levantou vôo no instante em que Tonks finalmente apanhou a carta da filha.

- Espere ahhhh – ela bocejou – Espere aí. Quero escrever uma resposta – obediente, a ave cinzenta tornou a pousar, dessa vez no topo da estante do outro lado do quarto.

A carta era muito breve, mas animada.

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E aí, mãe, beleza?

O lugar aqui é muito bonito, e todos são bem amigáveis. Não que eu esteja conversando muito com o pessoal local, você sabe como eu sou, mas as pessoas com quem eu falei foram educadas e prestativas. Acabei achando um hotel legal, bem baratinho – graças a Merlin, por que o que você me deu mal dá para um prato de comida, senhora Ninfadora! Por sorte, conheci um cara mais velho, que me deu um emprego, e assim quem sabe eu evito pedir esmolar nas esquinas! Ele deve ter uns cinqüenta e poucos, e é bastante... gentil. Mora sozinho, e me contratou como empregada, já que trabalha fora o dia todo.

Sei o que está pensando, mas não se preocupe. Se o conhecesse, veria que ninguém é mais inofensivo. E, sua segunda reclamação, com certeza: eu não estou trabalhando demais. Vim aqui para pensar e descobrir mais sobre mim mesma, e é o que eu estou fazendo. Mas é bem mais divertido esclarecer minhas idéias com dinheiro o suficiente para um sorvete de duas bolas com calda de chocolate. Culpa sua, que me deixou viciada em açúcar! Hahaha.

Estou com saudade. Às vezes, à noite, queria que você estivesse aqui para a gente ficar conversando bobagens antes de dormir, como sempre fazemos quando eu estou em casa. Isso sempre me deixa menos ansiosa com a chegada da lua, você sabe. Mas estarei de volta antes da lua cheia, está bem? Não tenho a pretensão de passar pela transformação sozinha, sem sua ajuda.

Não se esqueça que eu te amo muito, mãe! Vou estar em casa logo!
Beijos da sua filha Sylvie (quantas outras você tem?)

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Tonks sorriu. Primeiro por ter notícias de sua menina, depois por que era óbvio que ela a conhecia como a palma de sua mão. Ela realmente ia perguntar se o senhor que a empregara era de confiança, e depois se ela não estava trabalhando demais. Mas sentia-se feliz sabendo que Sylvie estava conseguindo as coisas com seus próprios esforços e aproveitando a viagem.

Ela sempre fora muito sensível a respeito da licantropia, com medo de que alguém descobrisse e a recriminasse, e o maior medo de Tonks era que isso se acentuasse depois de Hogwarts, quando ela tivesse que procurar emprego. Sua condição a tornava a última pessoa de uma lista de possibilidades, e ela teria que se esforçar muito para conseguir se manter por sua própria conta. Não que a mãe não tivesse todas as intenções de oferecer ajuda, mas sabia que a garota era orgulhosa demais para aceitar um sicle sequer. Esperava que aquele tempo para “botar as idéias no lugar” fizesse bem a ela. um período sem aulas, sem amigos ou a mãe para sufocá-la, onde ela poderia pensar sem nenhuma influência. Tonks não era uma grande fã da solidão, mas sabia que para alguns funcionava. Esperava que Sylvie fosse uma dessas pessoas, que ela não estivesse apenas fugindo.

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A limpeza do quarto e do banheiro levara mais tempo do que o planejado. Isso provavelmente era por conta do fato de que Sylvie parava para observar cada quadro, cada fotografia, além de folhear os jornais e revistas que encontrava pelo caminho. Queria descobrir tudo sobre Remus Lupin, qualquer informação era bem vinda.

Seu primeiro emprego tinha sido no Ministério da Magia, ela descobriu olhando um antigo álbum de fotografia. E seus melhores amigos – isso ela já sabia – haviam sido James Potter e Sirius Black, além do traidor Petigreew. Fora monitor e monitor chefe, e não tirara nenhuma nota abaixo de Excelente nos exames do colégio, tanto nos N.O.Ms quanto nos N.I.E.Ms. Adorava ler, tanto ficção quanto livros didáticos, e tinha um carinho especial por criaturas mágicas. Ela achava que tinha a ver com o respeito e admiração que tinha por elas, além de se sentir quase interligado por sua condição de lobisomem. Gostava de comer torta – sempre comprava uma na volta para casa, e lhe oferecia um pedaço. Ainda se correspondia com antigos amigos da Ordem, guardava as cartas na primeira gaveta de sua mesa do escritório, junto com pergaminhos limpos, penas e tinteiros. E nunca, nunca esquecera sua mãe.

Isso lhe perturbava. Esperara encontrar um sujeito mal encarado, rabugento e mal educado, sem amigos e totalmente isolado de todos. Ao invés disso, dera de cara com um senhor simpático, um pouco cauteloso é verdade, mas rodeado de amigos e muito inteligente e educado. Conversar com ele era algo que a tranqüilizava e envolvia.

Tudo aquilo estava fora de seus planos.

Ela tinha certeza, também, de que ele nunca amara outra mulher depois de Ninfadora Tonks. Sabia, como se ele próprio tivesse lhe dito sílaba por sílaba. Só havia fotos dela na casa, e ela encontrara cartas escondidas em sua mesa de cabeceira. Não ligava se, na verdade, não devesse ter mexido lá em primeiro lugar. Pegara todas elas e lera, uma por uma. Eram cartas antigas de sua mãe, e cartas novas – que ele não lhe enviara depois que fora embora de casa.

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Sinto sua falta
, dizia uma delas, Sinto como se faltasse um pedaço de mim. Tento seguir em frente, Dora, mas não consigo sem você. Preciso tê-la ao meu lado, ouvir seu riso e ver seus olhos brilhando para mim novamente. E quero Sylvie. Quero-a feliz e saudável, e não condenada a um futuro como o meu. Sei que vai fazer isso por ela, como fez por mim durante anos, embora eu nunca tenha sido capas de retribuir. Perdoe-me, Dora, por fazê-la passar por toda essa dor. E não a culpo nem tenho raiva pela decisão que tomou. Era o que eu faria também, e entendo completamente, pois é para o bem de nossa filha.

Nossa filha. Sabe que isso me soa bem até hoje? São palavras poderosas essas, Dora: nossa filha. Sylvie é um tesouro muito precioso para se pôr em risco. É um pedacinho de mim que ainda leva com você, e gosto de pensar que ela combinou apenas nossas qualidades antes de nascer, e por isso é uma menina perfeita. Eu a amo mais que tudo, Dora, amo a vocês duas mais que minha própria vida. Quero que diga isso a ela, sempre que possível.


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Sylvie secou o rosto com as costas da mão. Lembrava-se de todas as vezes em que a mãe tentara falar sobre Remus, e ela fora rude e mal educada. Lembrava-se de, ainda pequena, alguns dias após a primeira transformação, dizer que não tinha pai. Nunca mais tocara no assunto, sempre arrumava um jeito de desconversar. Nunca quisera saber nada sobre ele.

Ele achava que ela era perfeita, pensou. Como estava enganado! Era o contrário de perfeita, era horrível, um monstro, e não apenas quando a lua mudava. Sempre mantivera todos à distância, brigara com cada um que tentara ajudá-la. Gritara com a mãe incontáveis vezes. Sentia-se culpada por isso agora.

Sentindo-se tonta, guardou as cartas esperando que ele não notasse as manchas de lágrimas novas que haviam se juntado às antigas. Os pensamentos se atropelavam em sua cabeça, como se uma multidão gritasse em seus ouvidos coisas confusas e sem sentido. O que estava fazendo? O que pretendera fazer ali?

Queria vingança, mas o que ia fazer? Certamente não pretendera matar o pai. Até onde sua raiva cega teria ido? Ela não conseguia lembrar-se dos planos, não sabia qual era o próximo passo. O que faria agora? Estava sozinha. Isso a abateu com a força de um chute no estômago. Estava sozinha, única e exclusivamente por sua culpa.

Queria a mãe. Não se importava de parecer uma criancinha, queria a mãe para embalá-la nos braços e fazê-la se sentir melhor. Mas estava longe, tão longe de casa!

Percebeu que chorava, ajoelhada no chão, onde estava desde que lera cada um dos sofrimentos do pai expostos em tinta negra. Agora, sentia-se mal por isso também. Continuou chorando, o corpo chacoalhando a cada soluço, até sentir as mãos de Remus segurando-a e colocando-a em pé. E abraçando-a. Ele a abraçou como se soubesse que ela era sua filhinha, de encontro ao peito, e deixou que ela chorasse. Era a segunda vez em dois dias que a via naquele estado tão deprimente, e queria poder ajudar. Não sabia ao certo porque tinha tanta simpatia por aquela garota que só conhecia há uma semana. Balançando-a de um lado para o outro lentamente, como se a ninasse, e acariciando seus cabelos castanhos, ele a sentiu tentar se desvencilhar dele e afastou-se, segurando apenas suas mãos. Já a vira ferir-se uma vez e não a deixaria repetir a dose.

- O que houve? – ele perguntou gentilmente.

- Quero minha mãe – Sylvie não se importou em parecer ridícula – Quero ir para casa!

- Shhh, está tudo bem – ele tornou a abraçá-la e ela não relutou, deitou a cabeça em seu ombro – Você pode passar a noite aqui e eu a acompanho até a estação amanhã bem cedo.

- Não! – ela gritou, dando um passo para trás – Você não entende. Ela vai saber que há algo errado, vai fazer perguntas... – sem notar, suas mãos haviam voltado ao corte do ombro, o pressionado. Remus segurou seu braço.
- Você sempre faz isso? – perguntou, preocupado.

- O quê?

- Machuca a si mesma – e apontou com a cabeça o ombro vermelho por baixo da alça azul-marinho de sua blusa – Já a vi fazendo isso na quinta feira, quando teve aquele pesadelo – sua voz era calma e tranqüilizadora, não havia acusação alguma. Ela quis agradecê-lo por isso. Em vez disso, deu de ombros.

- Não é nada. Você não entende – repetiu.

- Entendo mais do que você pensa. Sei tudo sobre noites mal dormidas, pesadelos e sentimentos guardados dentro de si. Sei o que é estar confuso, com medo e com raiva de todos. E conheço bem esse medo que você tem de se envolver com qualquer um – quando ela levantou as sobrancelhas, ele explicou – Você nunca sai com ninguém da sua idade, nunca diz nada sobre você. É muito séria e calada. É fácil saber que tem algo que não quer que ninguém saiba. Assim como eu.

Ela não conseguiu fingir que estava surpresa. Deu de ombros mais uma vez, com a cara amarrada, um pouco irritada por ele ter acertado tanto sobre ela.

Lupin a guiou até a sala novamente e entrou na cozinha. Quando voltou, depois de dez minutos, traziam uma bandeja com chocolate quente e duas fatias de bolo. Entregou uma a ela, que deixou o prato na mesa, intocado, mas tomou de sua caneca o chocolate fumegante, sentindo o calor aquecê-la por dentro, acalmando-a.

Por algum tempo, ambos ficaram em silêncio, sem saber o que dizer. Então ele olhou-a nos olhos, aqueles olhos cor de âmbar, idênticos aos seus, e suspirou, como se estivesse muito cansado.

- Sofia – ele disse depois de um tempo – Eu quero contar minha história a você. Acho que vai esclarecer algumas coisas.



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