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Capítulo 2
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O Sol brilhava intensamente sobre as muralhas de Ravetig, uma das maiores cidades existentes em Hopgrid. As muralhas eram tão altas que quando o Sol nasce, na cidade parecia estar ainda de noite. O portão abria frequentemente para receber os mercadores ou os turistas. Pequenas casas aqui, grandes casas acolá, a cidade estava dividida entre os pobres e os ricos. Os pobres normalmente era os mercadores, enquanto os ricos eram aqueles que vendiam coisas raras ou normalmente armas. Havia sentinelas a deambularem pelas ruas, tentando manter a ordem na cidade, ou também aqueles que vigiavam as enormes muralhas, durante o dia inteiro. O palácio do governador erguia-se graciosamente no interior da cidade. Freric David Golos era o respeitado governador de Ravetig. Barriga enorme, barba curta e pequeno, esse era o seu aspecto. Sempre sentado no seu trono de ouro, e com uma coroa pequenina, enfeitado de diamantes, passava o dia inteiro a jogar xadrez, com um dos seus conselheiros ou a comer.
O toque de uma corneta acordou o governador, que dormia calmamente no seu trono. Era o aviso de que alguém ou algo de muito importante chegara à cidade. Levantou do seu trono e dirigiu-se à vidraça de uma janela. O portão abria calmamente enquanto um grupo de cavaleiros entrava na cidade, eram cerca de dez, todos utilizavam uma armadura de prata. O cavaleiro que ia à frente trazia consigo uma bandeira vermelha, onde havia duas espadas entrelaçadas. Significava que o mensageiro que o governador mandou para Tinisis, acabara de chegar.
Afastou-se da janela calmamente e foi sentar-se no seu trono novamente, um bocado confuso e pensativo. Passaram dez minutos, quando o mensageiro entrou no salão, onde erguia o trono do governador. O mensageiro fez uma vénia suave e curta, e dirigiu-se ao governador. Ajoelhou-se e numa voz clara, falou:
- Grande governador Freric, apresento a minha pessoa, um mês antes do previsto. Posso prever qual será a pergunta que vossa excelência me fará. Porque eu regressei cedo de mais?
O governador observava o mensageiro calmamente, enquanto tamborilava com os dedos no seu trono, parecia estar furioso, o que preocupou ainda mais o mensageiro.
- A razão pela qual eu regressei cedo de mais, foi que a nossa missão falhou. Vinbord está completamente destruído, crianças e mulheres todas mortas, nem um soldado sobreviveu. Receio que sofreram uma invasão.
O governador fez uma cara de espanto.
- Quem no seu perfeito juízo atreveria a invadir Vinbord? ?gritou o governador.
O mensageiro parecia estar prestes a fugir dali, mas a disciplina que obteve no treino obrigou-o a permanecer no seu respectivo lugar.
- A Saphira mestre, a Saphira de Olhos Azuis. ?falou o mensageiro, a tremer.
O governador Freric teve de repente, teve um ataque de tosse. Parecia estar prestes a desmaiar.
- Tolice, mentira. Seu covarde, como atreve a dizer uma coisa destas na minha frente? -falou o governador, depois de ter bebido um copo de água com açúcar.
- Perdão senhor. Mas o que lhe acabei de dizer é simplesmente verdade, o símbolo da Saphira paira em cima de Vinbord. Sangue azul foi derramado em cima dos cadáveres, mulheres, crianças e idosos, foram queimados vivos.
O governador começou a andar de uma lado para o outro do seu trono. Parecia nervoso mas ao mesmo tempo pensativo.
- Quero um relatório do que acabou de me contar, com todos os detalhes, sem nenhum erro.
- Como desejar, vossa excelência. ?disse o mensageiro, fazendo um vénia.
- Pode sair. ?ordenou Freric.
O mensageiro hesitou, durante alguns segundo e depois numa voz a tremer, começou a falar.
- Vossa Excelência, tenho mais uma outra má notícia para lhe relatar.
Freric sentou-se no seu trono.
- Fala.
Um silêncio pairou entre os dois homens cerca de vinte segundos antes de o mensageiro começar a falar.
- Aconteceu uma grande tragédia, governador Freric. A guarda dos diamantes, morrerão todos, nenhum sobreviveu.
- Não pode ser. A maioria dos soldados que mandei fora homens que lutar ao meu lado. ?falou o governador, tristemente.
- O mais estranho senhor é que todos os diamantes desapareceram. Parece que foram assaltados.
O governador não falou mais. Fez um curto gesto, que o mensageiro entendeu como sendo uma ordem de saída.
Depois de ter feito uma outra vénia e o mensageiro abandonou o salão, num passo incerto.
- Nális. ?chamou Freric.
Uma porta no canto esquerdo do salão abriu-se e dele surgiu uma mulher, jovem e linda. Tinha um queixo fino e comprido, olhos azuis e um cabelo loiro, que lhe caía aos ombros. Trajava um manto cor-de-rosa, e uns chinelos brancos.
- Reúne os meus conselheiros. Mande uma mensagem para os outros governadores. Esta reunião é muito importante, diga aos outros governadores que não aceito desculpas. ?pediu Freric, com os olhos fixos no tecto sujo do salão.
*
A cidade estava mais barulhenta do que nunca. Todos ansiosos para conhecerem os outros governadores. Havia um tapete enorme que ligava os portões da cidade com a entrada do palácio do governador Freric.
O mais estranho é que o governador não estava presente.
- Ordem, por favor, assim não consigo perceber nada. ?pediu Freric. ? James, a sua opinião, se faz favor.
Estavam numa das salas particulares do governador, onde normalmente ocorriam as reuniões importantes.
James, um dos conselheiros do governador, estava sentado num dos cantos da mesa. Estava concentrado numa enorme papelada que havia à sua frente. Vários fios de suor, caíam sobre as folhas, tentando se concentrar, o que parecia impossível com todo aquele barulho. Utilizava óculos de aro de cobre e lentes grossa, os olhos eram apenas pequenos pontos negros na sua face. O cabelo estava todo desalinhado de tanto passar a mão nele.
- James, a sua opinião. ?chamou Freric.
James acordou de um pensamento longe. Observou a sala, ajeitou-se na cadeira e começou a falar.
- Tenho só uma pergunta, Vossa Excelência. ?falou James, enquanto limpava o suor da testa. ? Como souberam que a guarda transportava os Diamantes Mágicos?
Um silêncio pairou entre os conselheiros e o governador. A maioria dos conselheiros observavam Freric, com todo o cuidado, enquanto outros faziam uma cara pensativa.
- Uma boa pergunta James. ?disse Freric, acenando a cabeça afirmativamente. ? Alguém aqui consegue responder essa pergunta.
Todos observaram uns aos outros. James levantou a mão.
- Diga. ?pediu Freric.
- De acordo com o raciocínio que eu tive, acho que há um espião entre nós. ?proclamou James, numa voz clara. ? Que andou a passar informações para os nossos inimigos.
Um burburinho irritante envolveu a reunião novamente, enquanto a mente brilhante de James, trabalhava: ?O governador tem medo de admitir isso. Tem medo de dizer aos outros governadores que tem um espião entre nós. Adoraria ver a sua cara, quando ele for falar com os outros governadores. Mas ainda há uma outra questão? Quem sabia que nós guardávamos os Diamantes? Só há uma resposta. A Saphira ou o Ruby. Mas eu pensava que ambos estavam extintos. Saphira perdeu a sua posição de poder, depois da guerra dos Titães, entre eles e nós, os humanos. Só o Ruby que ainda está escondido ou extinto. De acordo com o mensageiro, a Saphira invadiu Vinbord, o que diz que a Saphira está no campo de batalha novamente. Mas como conseguiram reerguer-se??
- CALADOS. ?gritou Frerir, dando um soco na mesa.
O barulho desapareceu tão rápido como apareceu. Um conselheiro, que sentava umas cinco cadeiras ao lado de Freric, levantou a mão, pedindo permissão para falar.
Frerir, fez um gesto com a cabeça, permitindo que o conselheiro falasse.
- E se considerássemos que foi apenas uma assalto? ?disse o conselheiro.
- Impossível. ?disse James, rapidamente. ? Como uns simples assaltantes conseguiriam, assaltar a nossa guarda?
- E quem disse que eram simples assaltantes. ?falou o outro conselheiro, erguendo uma das sobrancelhas.
?Sinceramente eu não pensei nisso.?-pensou James. ?Mas, se foram mesmo os assaltantes que roubaram os Diamantes não era um qualquer assaltante. Estou num beco sem saída. Os únicos que conseguiriam assaltar a guarda, seria a Saphira e o Ruby. Estou mais inclinado de que foi a Saphira.?
Uma corneta, que soou baixo dentro da sala, tocou perto dos portões da cidade.
- Os outros governadores chegaram. Tenho de estar presente nos portões, para recebe-los. Esta reunião foi adiada.
James juntou todos os seus apontamentos e levantou-se.
- Marcus anda cá. ?chamou James.
O conselheiro que falou momentos antes, virou-se e observou James.
- O que pretende?
- Apenas conversar. ?prometeu James.
James e Marcus não lá muito amigos. Ambos invejam uns aos outros. James invejava-o porque ele era um dos mais importantes conselheiros de Freric. Marcus invejava-o porque James tem uma mente brilhante, um dos conselheiros mais dotados de Freric.
James levou-o para fora da sala. Foram parar num corredor, comprido e alto. James afastou uns metros da porta da sala de reuniões, e voltou-se para Marcus.
Marcus era mais velho do que James. Tinha a barba para cortar, e cabelo loiro esbranquiçado, que lhe caía pelas costas, tinha um aspecto excêntrico.
- Preciso da tua ajuda. Pretendo investigar tudo sobre a Saphira de Olhos Azuis e sobre o Ruby dos Olhos Vermelhos. E se for possível, tentar localizar esse tal espião entre nós.
- Eu já te disse? -falou Marcus. ?E se foram apenas assaltantes?
- Se foram apenas assaltantes, como poderemos localizar os Diamantes? Se foram mesmo assaltante, irão vender os Diamantes logo quanto for possível. ?resmungou James, enquanto dois de um dos conselheiros que estavam presentes na reunião, passavam perto deles.
- Ouve aqui não é o lugar mais apropriado para conversar. ?disse Marcus, vendo os dois lados dos corredores. ? Vai ter comigo no meu escritório às dez horas.
Dito isto, afastou-se calmamente, deixando para trás um James, com uma cara pensativa.
*
Freric, esperava, perto do portão, rodeado cerca de cinco soldados. Batia com o pé no chão, devido à impaciência. A uns cinquenta metros do portão, erguia-se uma caravana, graciosa, toda rodeada por uns vinte soldados. Uma bandeira segurada por um dos soldados, tinha duas águias desenhadas e uma espada, o tecido era leve e de um azul céu. Os soldados trajavam armaduras de ouro, e armas graciosas, que foram muito bem trabalhadas.
Cerca de vinte minutos depois atravessaram os portões de Ravetig. Freric, já estava cansado de esperar. A caravana parou em frente de Freric. Um cavaleiro, abriu a porta da caravana e dentro dela, emergiu uma mulher, linda de corpo bem desenhado. Tinha um cabelo negro, que lhe caía sobre as ancas. Era alta e trajava um manto branco acastanhado. Desceu da caravana cuidadosamente, e os seus olhos observaram Freric, cuidadosamente.
Com uma vénia lenta e suave, os dois governadores cumprimentaram-se.
- Já não a via há vinte anos, Kylis. ?disse Freric, beijando a mão da governadora.
A governadora fez um sorriso de agradecimento e numa voz suave, perguntou.
- Os outros já chegaram?
Freric, fez um acenou a cabeça negativamente.
- Estão atrasados, acho que temos de adiar a reunião para amanhã. Devia era ir descansar. Os meus criados, mostrar-lhe-á onde será o seu quarto. Os seus soldados irão conviver com os meus e os seus cavalos dormirão com os meus. Grolian e Drevan estão muito atrasados. Terei de mandar um mensageiro, para lhes informar de que a reunião será adiada para amanhã de manhã.
Kylis sorriu novamente e entrou no palácio, juntamente com Freric.
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