A solução para o problema: O n
Capítulo 11 ~ A solução para o problema: O novo professor de transfiguração.
O domingo começara com o lindo e magnífico gritar do despertador de Remo, que já se encontrava sentado em sua cama, fazendo os deveres. Quando Tiago e Sirius se acordaram e já iam se sentar, sentiram um grande frio. O inverno havia chegado, bem mais rápido do que eles haviam esperado.
- Eu já tomei banho. - Avisa Lupin, apertando um botão de seu acessório-acordador-de-dorminhocos. - A disputa agora é entre vocês.
- Que... - Sirius esfregava os olhos, estava com muito sono e frio, não queria se acordar naquele momento.
- São dez horas da manhã. - Responde o garoto, adivinhando a pergunta do amigo. - Por isso, já pro banho os dois.
- Vá você primeiro, Pontas. - Sirius se deita na cama, adormecendo novamente. Tiago, se esforçando, se levanta e vai a passos lentos até o chuveiro. Pedro parecia mal ter ouvido o despertador de Lupin.
Tiago abriu a porta do banheiro e tirou a roupa, abrindo logo o chuveiro. Tremendo de frio, ele entrou logo para baixo da água quente. Após lavar os cabelos, ele ficou mais algum tempo, se lembrando de Lily saindo do três vassouras de mãos dadas com o Diggory. Aquela lembrança fez o dragão adormecido no estômago de Tiago se levantar e rugir, soltando uma baforada de fogo contra a barriga do garoto. Definitivamente, aquele próximo mês não seria tão bom quanto o primeiro, que havia acabado de terminar.
Aqueles dois meses que se seguiram passaram tão rápido quanto o demorado e quente banho de Potter. Tão normal quanto um lumus, tão sem-graça quanto um Wingardium Leviosa. A única coisa que ainda motivava os alunos era o campeonato de quadribol. A todos, menos aos "providos de inteligência", como dizia repetidamente Remo Lupin e Lílian Evans, como se tivessem combinado antes.
Desde a primeira saída do grupo à Hogsmeade, o garoto de óculos redondos e a ruiva não haviam se falado, nem ao menos se encontravam, nem no salão comunal da grifinória, ou em algumas reuniões importantes da casa. Por algum motivo, Lílian também evitava falar com o garoto, um motivo guardado às sete chaves, que nem Lupin, o detetive, conseguiu solucionar.
Dezembro começara com intensas nevascas, muito frio e pouca diversão. Os professores, bravos com o tempo, descontavam tudo nos deveres e nas aulas. Nunca Tiago tinha desejado mais o natal. Eles tinham passado o novembro inteiro pensando em uma forma de levar seu amigo lobisomem são e salvo para a casa dos gritos, mas nem sequer uma pista eles tinham de o que fazer, mas isto estava prestes a acabar.
Era fim de tarde e o grupo dos grifinórios do terceiro ano descansava em um dos bancos em frente ao castelo, contemplando a neve que caia. Eles haviam tido duas aulas de poções pela manhã e pra fechar com chave de ouro, uma de adivinhação. Não era um dia que eles haviam pedido a Deus, mas eles tinham o conforto de saber que as duas aulas seguidas ao almoço eram de Herbologia. Tiago excepcionalmente, já que ele nunca fizera nada em tal aula e sempre recebera elogios.
- O que vamos fazer neste momento monótono? - Perguntava Sirius, olhando para uma árvore, que tentava resistir fortemente ao frio, enquanto pequenos flocos de neve caíam sobre ela, formando um grande peso de gelo sobre a mesma. - Odeio neve. - Completa ele, começando a riscar o pé contra o terreno muito branco, revelando um pequeno espaço de terra muito marrom.
- Simples, vamos descansar da nossa linda aula de "Adivinhe o futuro vendo folhas de bobotúberas" - Zomba Tiago, fazendo Sirius apenas soltar um sorriso para não perder o amigo. Lupin não prestava atenção na conversa, ele achava mais interessante ver Pedro saltitar por entre os bancos do castelo, já coberto de neve, tentando pegar alguns flocos randomicamente.
- Pessoal... - Remo chama a atenção dos dois, que olhavam para o nada. - e o meu... - ele engole a seco e cochicha - problema?
- Não sabemos. - Falam os dois em coro, tão alto que Pedro se virara, achando que haviam falado com ele, tropeçando em um banco e caindo de quatro pés no chão, uma cena um tanto engraçada, que arrancou risadas do público em geral. - Você devia ser palhaço, Rabicho! - Tiago levanta a mão, como se apoiasse os atos grotescos que seu amigo fazia sem querer.
- Rabicho? - Lupin levanta uma de suas sobrancelhas, como se não entendesse. - Por quê, pombas, Rabicho?
- Porque... - Começava Tiago, com tom sonhador, olhando para o céu, enquanto Pedro agora caía de propósito por todos os lugares, em uma atitude desmedida de chamar atenção dos amigos.
- Ih, lá vem mais flashback desse narrador ridículo. - Sirius dá um tapinha na testa, começando a olhar para seu amigo Pontas.
* FLASHBACK MODE ON *
Em um dos domingos ainda com sol e sem neve de novembro, quando eles não tinham nada para fazer e o assunto "como salvar o Aluado" havia sido tocado novamente, mas pela primeira vez com a presença de Pettigrew, o garoto ficara interessado. Após toda a narrativa dos garotos, contando sobre a idéia de Sirius, Pedro recuara e dissera que não poderia ajudar, por alguns motivos fajutos, mas fora pressionado pelos amigos a ao menos fazer o feitiço de descobrir qual sua forma animaga. Com calafrios e suando frio, Pedro completa o feitiço, transfigurando sua cabeça na cabeça de um rato e arrancando risos e gargalhadas dos outros três garotos, inclusive Lupin, que não se agüentou.
* FLASHBACK MODE OFF *
- Realmente. - Começa Sirius, se lembrando de tal história. - Deve ser meio humilhante ter a forma animaga de um rato.
- Humilhante é esse narrador, que nos faz gastar cérebro pra lembrar de uma cena tão pequena como essa. - Afirma Remo, enquanto os outros dois confirmam com a cabeça. Pedro agora estava cheio de roxões, tonto e com dor de cabeça. Definitivamente, agora ele tinha parado de tentar chamar a atenção.
- Olha! - Remo aponta para seu ouvido, mostrando que o sinal havia tocado. - Vamos para a próxima aula?
- Eu estou com fome... - Comenta Pettigrew, massageando a própria barriga, enquanto os outros se viravam, pasmos.
- Você acabou de almoçar! - Comenta Lupin, indignado, com um protesto silencioso. Com medo, Rabicho apenas recuou.
Os três garotos se levantam do banco e começam a caminhar em direção das estufas, enquanto rabicho ia alguns metros atrás, ainda com medo de uma reação de Lupin. Quando eles chegam na costumeira estufa de número três - a dos alunos do terceiro ano -, a profª Fridget os cumprimentou com o balançar da cabeça. Tiago a acenou e ela sorriu. Divididos em duplas, Potter e Sirius ficavam sempre nas primeiras classes, seguidos atrás por Lupin e Pedro, que agora parecia estar mais confiante de que Remo não o atacaria. Aquela aula havia sido demorada, não apenas pelos textos chatos se tratando de um carvalho negro, que era muito raro, ou pela poda de plantas inofensivas, mas porque aquela era a primeira aula da tarde e eles teriam que enfrentar duas aulas de transfiguração com o tão imóvel e sonolento professor Terry. O sinal havia acabado de bater e os alunos saiam sorridentes por terem sobrevivido a mais uma aula de Herbologia. Os terceiranistas da grifinória agora se dirigiam para o primeiro andar do castelo.
- Ei, pronto para dormir Pontas? - Perguntava Sirius, entrando pela porta da sala, enquanto Tiago já bocejava. Nos últimos dias, a simples palavra "transfiguração" causava sono no garoto. Sentados em uma das últimas cadeiras que, na concepção de Tiago e Sirius eram as melhores para uma aula de transfiguração, eles esperaram a entrada do professor Terry, de trinta e sete anos.
- Olá. - Uma voz vinda da frente da sala ecoava pelas quatro paredes, uma voz diferente. Aquela não era a voz do professor de transfiguração. - O Professor Terry saiu, rumo à uma missão como transfigurador do ministério. - Tiago tentava olhar para o homem, mas não conseguia. Ele estava começando a se arrepender de estar sentado na última cadeira. - Então, veio à mim a ordem de dar transfiguração básica, que não é o meu forte. - Ele sorria humildemente, se movimentando muito pouco. Desistindo de ver o rosto do professor, o garoto de óculos redondos apenas abaixa a cabeça e a descansa sobre os dois braços cruzados em cima da mesa. - Meu nome é Alvo Percival Wulfric Brian Dumbledore, mas podem me chamar de Professor Dumbledore. - Ele vai até a mesa do professor, que se situava em um dos cantos da sala. Sirius podia ver o rosto do homem de relance e chamou o amigo, que quase dormia.
- Ei, Pontas! É o Dumbledore! - Sussurra Black no ouvido do garoto, que imediatamente se acorda. Ele havia ouvido dos grandes feitos daquele homem, mas não sabia que ele trabalhava em Hogwarts.
- Alvo Dumbledore? - Pergunta Tiago, olhando para os lados. - Não acredito! - Dumbledore agora pegava sua varinha e fazia alguns movimentos. De repente, um giz se levanta da mesa e começa a riscar o quadro, formando a seguinte frase:
Alvo Percival Wulfric Brian Dumbledore: Professor de Transfiguração Avançada.
- Transfiguração avançada? - Lupin estava com o braço levantado, como se quisesse uma explicação. Nos dois últimos anos eles haviam estudado apenas teorias nas aulas de Transfiguração e estavam aprendendo apenas o básico do básico da parte prática. - Não estamos nem preparados para uma aula prática de transfiguração básica!
- Não se preocupe, Senhor... - Dumbledore se virava em direção ao garoto, que respondia cordialmente seu nome. - Senhor Lupin. Eu já era professor de Hogwarts apenas do sétimo ano e nem ao menos dormia no castelo. Agora, assumirei todos os anos, então terei inclusive uma sala pessoal. - Ele movimenta novamente a varinha, fazendo o apagador apagar a palavra "avançada" e o giz escrever "prática". Tiago estava muito atento ao que todos diziam e finalmente levantou a mão, ao ver o giz terminar de escrever sozinho.
- Sim, senhor...? - O professor se dirigia ao fundo da sala, rumando para a classe do garoto.
- Me chamo Potter, senhor. Tiago Potter. - Ele olha atentamente para os olhos azuis do professor, atrás de um par de lentes de meia-lua presos as hastes dos óculos. Dumbledore, apesar de ter histórias de ser um grande autodidata e um dos maiores bruxos que já existiu, transmitia uma sensação de paz e de confiança, que confortava Tiago com um simples olhar. Após o contemplar por alguns segundos, Tiago esqueceu do que dizer.
- Senhor Potter, o que queria? - Pergunta novamente o homem, olhando fixamente para o garoto, que sentiu suas mãos tremerem.
- A-aulas práticas? - Gaguejou ele, enquanto praticamente toda a turma olhava o diálogo. - Não sabíamos que existiam aulas práticas de transfiguração.
- Realmente, Sr. Potter. - Ele sorri ao terminar de escutar, se virando para a frente. Tiago respirou sossegado. - Eu sou o pioneiro deste modo de ensinar transfiguração, acho o método mais correto para o aprendizado. Hoje...
O que pareciam ter sido cinco minutos para Tiago, que prestara atenção em cada palavra que Dumbledore dissera, havia passado duas aulas inteiras e já era hora de ir embora. Com um aceno, o homem de óculos de meia-lua e uma longa barba muito branca se despediu, entrando em sua sala pessoal. Quando todos os alunos já saíam, se dirigindo para seus dormitórios, Tiago esperou o grupo se unir novamente, segurando Sirius e aguardando a chegada de Lupin e Pedro. Quando o quarteto se formou novamente, Tiago fechou a porta da sala. Só estavam os quatro lá. Ele se preparou e, com duas tossidas, começou:
- Pessoal... - Ele mostrava a mão, que tremia. - Este é o maior bruxo que eu já vi na vida! - Lupin o olhara, como se o desse razão.
- Também, você contemplou uma aula do maior bruxo de todos os tempos, Alvo Dumbledore. - Sirius prestara atenção na conversa e parecia estar se lembrando de alguma coisa.
- Ei, pessoal. - Ele aponta para a porta da sala do professor, sorrindo. - Quem sabe ele não possa nos ajudar com o problema peludo do Aluado?
- Foi justamente nisto que eu pensei. - Tiago enrigece sua expressão, ele não queria que outra pessoa tivesse dado a idéia. - Ele me transmitiu apenas por um olhar ser uma pessoa de confiança.
- Então, vocês acham realmente que ele podemos contar para ele? - Lupin começa a suar frio. Mesmo sendo um excelente aluno, ele sabia que lobisomens não podiam estudar em Hogwarts, era uma das regras mais rígidas da escola e ele não queria sair de lá, não agora que tinha achado amigos de verdade, que o aceitavam como era.
- Relaxa, ele não vai contar nada para o diretor. - Tiago se dirigia até a porta. O único que não havia opinado era Pedro, mas ele sempre tinha receio em falar qualquer coisa, desde bobagens a coisas sérias. Com duas batidas na porta, ela magicamente se abriu, mesmo sem ninguém do lado de dentro ter girado a maçaneta. Ao entrar ele viu, nas paredes, o retrato de cada professor de transfiguração que já havia pisado em Hogwarts. Em último lugar, a foto do novo professor, que mal se mexia. Em todos os lados, muitos armários com estranhos objetos prateados que giravam, apitavam e se moviam. No centro da sala, uma grande mesa de mogno podia ser vista. Atrás dela, o maior bruxo de todos os tempos, Alvo Dumbledore. Tiago estremeceu, mas seguiu caminhando até, enfim, todo o grupo caber dentro da sala. O último a entrar foi Pedro, que fechou a porta num estalo.
- Sim? - O professor, que lia um livro muito grosso, com grossas capas de couro marrom agora via que tinham intrusos em seu recanto. Com um estalar de dedos, o livro que estava lendo se fecha e vai em direção à gaveta da escrivaninha. Os garotos apenas olham aquele movimento sem varinhas, com a boca aberta. Dumbledore os olha pacientemente com um sorriso e pergunta novamente. - O que querem, garotos?
- Queremos... - Lupin toma partido. Afinal, ele teria que se ajudar, também. O professor o olha nos olhos e o garoto os desencontra, com vergonha. Aqueles olhos muito azuis de Dumbledore além de transmitir paz, como dizia Tiago, também sabia intimidar. Lupin de repente esquece o que estava falando, mas Sirius toma a dianteira, falando tudo.
- Queremos que o senhor nos ajude, professor. - Fala o garoto, tocando a mesa de Dumbledore com sua mão, que tremia. Seu coração palpitava quando o novo professor de Transfiguração subiu o olhar até sua face, analizando o rosto de Black por alguns segundos. Por fim, se levantou, com os rostos do garoto acompanhando o movimento.
- Bem, então me falem o que querem detalhadamente. - Ele pega sua varinha, que estava em uma das extremidades da mesa, fazendo um movimento simples. De repente, quatro cadeiras de estofado muito pretas apareceram em frente à mesa, onde os garotos se sentaram, um pouco mais confiantes. - Vamos ver se posso ajudá-los, então.
- Certo... - Tiago olha para os lados, esperando o relato de um dos seus companheiros, mas vendo que todos continuaram imóveis, com exceção de Pedro, que tremia excessivamente, o garoto resolveu contar. - Lupin é um lobisomem. - Dumbledore se surpreende com a notícia e olha rapidamente para Remo, como se tivesse levado um feitiço muito poderoso. O olhar de surpresa do professor intimidou novamente os garotos e fez a pontinha de esperança de Tiago despencar de um barranco.
- Bem... - O professor se senta novamente, com expressão pensativa. Ele já tinha lidado com pessoas que eram lobisomens antes, mas aquela notícia foi dada muito rapidamente, como um tiro. - Vocês estão cientes de que lobisomens não são permitidos nesta escola, certo? - Ele olha para os quatro, um por um, que confirmam com a cabeça, atentos. - Vocês poderiam me dar um motivo para terem falado justamente comigo, que iniciei as minhas aulas com vocês hoje?
- Apenas um. - Tiago aponta o dedo indicador para cima, enquanto Dumbledore se virava para encarar o garoto, que tremeu. - Você olhou para mim na aula de um jeito diferente. Alguma coisa me inspirou confiança em você. Com aquele olhar, me senti uma vez na vida à salvo de qualquer perigo. - Com o fim do relato, Dumbledore olha para a própria mesa, tentando conter um sorriso de orgulho. Após alguns segundos, ele retomou a expressão pensativa de sempre.
- Só temos uma solução. - O professor começou a olhar por entre seus óculos de meia-lua, enquanto acariciava sua longa barba branca, que se acumulava em seu colo. Por fim, ele encarou um vaso em cima da mais alta estante da sala, com olhar de triunfo. - Aquela ali. - Dumbledore aponta para o vaso, que flutua até a mesa. Era um bonito salgueiro, que se mexia freneticamente para os lados, como se tentasse rebater o ar que soprava contra ele.
- Espera aí. - Lupin olhava atentamente para o Salgueiro, que não se dava por vencido. - Eu conheço esta árvore! É um salgueiro lutador!
- Vejo que é bastante capacitado, Remo Lupin. - Dumbledore sorri, se levantando. - Vamos, precisamos dar uma passada no terceiro andar e depois irmos direto ao térreo.
Sem entender, os quatro apenas se levantaram. Com um estalar de dedos do professor, as poltronas desapareceram e eles rumaram para a porta da sala, desaparecendo no segundo andar.
Após percorrerem as escadas, Dumbledore pede que eles esperassem na frente de uma estátua de gárgula. Com uma tossida, o professor fala "hertringentix" e o gárgula começa a se mover, criando uma escada de espiral, onde ele sobe e desce cerca de quinze minutos depois, sorridente.
- Certo, tenho o aval do diretor Dippet. - Comenta ele, alegre, com o salgueiro ainda em mãos. - Este salgueiro parece muito saudável e o diretor disse que estava precisando de uma árvore naquele grande espaço de terra, senão os sereianos tomariam o local.
- Sereianos? Em Hogwarts? - Pergunta Tiago. Ele não sabia da existência daqueles seres. Na sua concepção, eles eram criaturas míticas.
- Claro que existem, cara. - Remo começava, com tom de professor. - Eles ficam no fundo das águas do lago. Apesar de terem forma humana, eles não gostam muito de conversa.
- Legal. - Ele termina com o assunto rapidamente. Ele nunca gostava daquele tom que Lupin mostrava as coisas.
- Chegamos, garotos. - Dumbledore saía do castelo, se virando em direção da grande planície dos jardins de Hogwarts. - Aqui, vamos plantar o Salgueiro lutador.
- Certo. - Resmunga Lupin, enquanto o professor começava a cavar para enterrar a muda. - "Não sei para o que isso vai funcionar, de qualquer jeito." - Ele pensa, com medo de falar e ser escutado pelo professor.
- Agora, esperem um momento, sim? - Com um movimento da varinha, uma faísca roxa salta no céu e em cerca de segundos, dois elfos domésticos aparecem no lado de fora do castelo, correndo freneticamente.
- Sim, senhor? - Um dos elfos tomara a dianteira. Ele era muito amarelo e tinha nariz e orelhas compridos. Parecia muito leal e competente com seus serviços.
- Quero que vocês me façam um favorzinho. - Dumbledore movimenta a varinha novamente, murmurando palavras sem sentido e fazendo o salgueiro crescer rapidamente. - Cavem um túnel embaixo deste salgueiro, até... - Ele tinha se esquecido de escolher um lugar para o pequeno lobisomem se esconder até sua fase sombria passar. Quando o professor se vira para os quatro, Lupin dá um passo a frente.
- Até a casa dos gritos. - Completa ele, olhando para os elfos, que dirigem seu olhar novamente para Dumbledore, que confima com sua cabeça, sorrindo. Começando a trabalhar, os elfos desaparecem debaixo do caule da árvore, quando o professor se volta novamente para os garotos.
- Bem, acho que já ajudei vocês. - Ele sorri, se dirigindo para a porta do castelo. - Não se esqueçam do dever de transfiguração!
- Certo! - Responde Tiago, acenando em despedida e se sentando em um dos bancos do castelo. Ele não tinha visto um dia melhor que aquele, mesmo sem sua aula preferida, de defesa contra as artes das trevas. Ele tinha finalmente achado uma nova matéria que gostaria de aprender. Agora, seu maior problema estava resolvido. Lupin respira, aliviado. Finalmente, ele não correria mais perigo de ser pego em suas transformações. Agora, ele tinha realmente aprendido que podia confiar até sua vida a seus amigos, que eles não o decepcionariam.
Após algum tempo, ouvindo apenas os gemidos dos dois elfos, que cavavam incessantemente, eles se cansaram da monotonia e resolveram subir para o salão comunal, desta vez antes do toque de recolher da escola. Após uma longa jornada até a torre no sétimo andar, os garotos se separaram em dois grupos. Sirius e Pedro foram até um dos cantos da sala jogar Xadrez de bruxo, enquanto Tiago contemplava o profeta diário e Lupin lia um dos livros escolares. Por alguns minutos, nada aconteceu, até que um barulho pôde ser escutado da escada do dormitório feminino. De lá, desceram três garotas muito conhecidas pelo trio: Lily, Mégara e Lorelai, as três terceiranistas da Grifinória. No seu primeiro reencontro após dois meses evitando-o, Lily resolveu seguir seu caminho com suas amigas.
- Olá, garotos. - Acena Mégara, enquanto Lorelai abafava um risinho. Tiago e Lupin acenaram, enquanto Sirius planejava um grande ataque de rainha contra o exército de Pedro, que tremia, não conseguindo pensar em uma estratégia de defesa. - como vão?
- Tudo bem. - Fala Potter, sem dar importância ao jornal e o jogando na mesa. - Alguma novidade?
- Sim, uma! - Lorelai retruca. Elas estavam esperando aquela pergunta dos garotos, estavam precisando contar aquela novidade. As duas garotas adoravam causar ciúmes em Tiago.
- Qual? - Pergunta Lupin, fechando o seu livro e olhando para as três. Lily havia corado e evitava olhar nos olhos de qualquer um dos garotos.
- Ela está namorando com o Diggory! - Grita Mégara, já na porta do Retrato da mulher gorda. Lily usara toda sua força para tirar a dupla de fofoqueiras dali antes que elas contassem, mas seu esforço tinha sido em vão.
- O... Diggory... - Tiago se afunda no sofá do salão comunal da grifinória. Lupin, já prevendo a depressão instantânea do amigo, já foi para seu lado tentar animá-lo. Sirius e Pedro deixaram o jogo em um empate, para o alivio de Pettigrew, dando mais importância ao ânimo do amigo.
- Ei, Pontas, a vida não acabou. - Sirius dá um tapinha nas costas do garoto, que continuava chateado. Ele se sentia sem vontade de ao menos respirar. - Você vai conseguir conquistá-la algum dia!
- Espero que esse dia chegue logo... - Comenta ele, deprimido. - Sei lá, às vezes acho que ela nasceu para ficar com o Amos.
- Não, ela nasceu para se casar com você, Tiago. - Lupin olha nos olhos do garoto, sério. - Durante os jogos de quadribol, ela não olha para o Amos, ou para o Sirius, ou para qualquer jogador. Ela mantém seus olhos presos a você, em seu movimento. Ela nega e foge, mas tenho certeza que a Evans ao menos gosta de você. - Potter fica de boca aberta com a revelação e agora se sentia melhor, mesmo sabendo que a garota de que gostava ficaria com outro.
- Obrigado, pessoal, mas eu vou me deitar. Hoje o dia foi cheio. - Se despedindo, mesmo quando já eram seis horas da tarde, Tiago subiu as escadas e desapareceu. Sirius e Pedro voltaram ao jogo de xadrez e Lupin voltou a ler seu livro, ambos pensando em como Tiago estava se sentindo.
* Com Lílian Evans, no salão principal *
Lily olhava para os lados, a procura de Diggory, pronta para dizer que aceitaria seu pedido de namoro, enquanto as suas duas amigas esperavam, ansiosas, no degrau mais baixo das escadarias, também procurando o garoto. Finalmente, Lily o havia visto na mesa da corvinal, conversando com um dos corvinais ali presentes, um terceiranista. Eles faziam os deveres de Poções, matéria em que Amos tinha devida dificuldade e Lily sabia que o corvinal tinha grande facilidade. Em geral, os corvinais não tinham dificuldade em nenhuma matéria, mas as vezes se saiam mal em aulas práticas, como Defesa contra as artes das trevas e, agora, transfiguração. Quando Diggory notou que a garota o esperava, rapidamente pulou o banco da corvinal e se dirigiu ao encontro da garota, com um sorriso no rosto.
- Olá, Lílian. - Diz ele, colocando uma das mechas do cabelo da garota para trás de sua orelha. Ambos sorriam. - Se decidiu? - Ele pergunta, a olhando nos olhos.
- Sim. - Ela faz um pequeno suspense, ficando séria por alguns segundos, mas logo soltando um largo sorriso. - Eu aceito.
- Nossa, sério?! - Amos parecia não acreditar na resposta da garota. Ele deu uma volta no salão, antes de ser advertido por um dos professores que passava por ali. Alguns segundos depois, ele voltava do outro lado do grande salão, com um sorriso de orelha-a-orelha para a garota.
- Gostou da notícia? - Pergunta ela, também sorrindo. Ele a abraça, a dando um longo beijo. Das escadarias, Lorelai e Mégara apenas olham para os dois se agarrando no meio do salão, com um pouco de inveja da garota. Amos realmente era um garoto bonito e com um porte físico atlético. Para as garotas do terceiro ano, ele era normalmente apelidado de "Docinho de coco", ou até mesmo, pelas mais atiradas de "Meu gostosão". Após alguns minutos de amassos, os dois seguem de mãos dadas até o jardim, onde ficam à sombra de uma árvore, como um método de defesa contra a neve que recomeçara a cair. Mégara e Lorelai subiram novamente as escadas para o salão comunal, não queriam incomodar aquele momento mágico para Lílian.
* Horas depois, no dormitório das Meninas *
Quando o toque de recolher começou a soar, Lily apareceu na porta de seu quarto, onde as duas garotas esperavam, a olhando intensamente, com sorrisos marotos no rosto.
- E aí, garota, como foi? - Mégara dava soquinhos nas costas de Lily, que soltava sorrisos sem-graça para as duas.
- Foi... - Lily procurava palavras para demonstrar o que tinha achado daquele momento. - Legal. - As duas olharam torto para sua amiga. Elas não sentiram firmeza no que ela havia acabado de dizer. Na verdade, nem ela havia sentido firmeza no que tinha dito.
- Fala sério. - Lorelai fala, amargurada, sentando ao lado de sua colega, que se deitava para trás. - Você não gosta do Amos?
- Gosto... - Ela não sabia o que dizer para as garotas. Ela sempre sonhara em namorar o Diggory, mas não estava realmente feliz com o que tinha acontecido. Na verdade, ela se sentia culpada. - Mas não me sinto bem de estar com ele, não sei por que.
- Por que isso, garota? O Amos é o sonho de consumo de toda a garota! Você devia estar se sentindo nas nuvens! - Mégara tenta a animar, mas vê que é impossível. Lily faz sinal para as outras sairem de sua cama e as outras perceberam que ela precisava pensar sozinha. Quando cada uma voltou para sua respectiva cama, Lily fechou as cortinas da sua, começando a olhar para o teto. A imagem de Tiago sorrindo para ela não saía de sua cabeça.
A alguns metros dali, na mesma posição, o garoto repetia o gesto de Lily, se lembrando da garota sorrindo para ele, com expressão sonhadora. Talvez, alguma esperança ainda o restasse, afinal.
P.S: Por favor, leiam e comentem! ;D
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