Após a tempestade vem a bonanz
A manhã já monopolizava os céus de Hogwarts. Pássaros cantando, o Sol brilhando, o lago reluzindo alegremente e Tiago sentado em frente à janela, tentando localizar as últimas estrelas - no trabalho de Lupin - para que pudesse terminar seu dever de astronomia.
Quando seu pulso começou a doer, Potter desiste de continuar e atira seu pergaminho em cima de sua cama, atestando que, assim, não perderia nem ganharia pontos para a Grifinória. (Ver o garoto não perder pontos para sua casa já era uma grande vitória para Remo.)
O sinal já havia tocado há cinco minutos - Nesse tempo, Tiago e Pedro gritavam em plenos pulmões no ouvido de Lupin para descerem - mas, apenas quando Remo terminou, eles desceram, com os deveres em mãos, para ver como estava Sirius, com Pettigrew aos protestos de fome.
- Não acredito que você já está com fome. - Lupin faz cara de desapontamento, mas segue rumo à enfermaria. - Se quiser, pode ir para o salão principal, assim ninguém vai ficar esperando.
- Mas... Sirius vai ficar bravo comigo, não vai? - Pedro fica temeroso. Ele sabe que Black conhece feitiços tenebrosos.
- Não esquenta, ele sabe que você sempre é vencido pela barriga. - Tiago já estava à porta da ala hospitalar quando ele e Lupin se viraram para Pedro. - Além do mais, a gente fala pra ele que você queria mesmo estar aqui.
- Obrigado, garotos. - Pedro sai correndo para as escadas. Ele sempre estava com fome, ainda mais por passar "oito incríveis horas"(Dormindo) sem comer.
Os garotos abriram a porta e se depararam com uma cena chocante. A cama em que Sirius estava naquele dia estava coberta de sangue e, no piso, havia poças e mais poças do mesmo. Paralisados de temor, os garotos ficaram naquela posição por cerca de cinco minutos, até que viram que seu amigo estava na cama do outro lado da ala, com novos curativos, dormindo.
- Ah, garotos! - Cumprimenta a Sra. Gandy, sorrindo. - Seu amigo está muito bem agora, parece que os sangramentos estancaram.
- O que é aquele monte de sangue? - Lupin ainda estava pasmo com aquelas poças. - São de quem?
- Do seu colega, oras. - Gandy acha incrível que os garotos ainda não soubessem. - Pela noite, os cortes voltaram a se abrir. Acho que faz parte do feitiço. - Ela se senta ao lado de Sirius e o coloca um termômetro. - Mas um garoto veio aqui e incrivelmente acabou com as feridas, com uma canção. Se não fosse ele, talvez Black estivesse no St. Mungus agora.
- Qual é o nome deste garoto? - Tiago agora tinha um ídolo em Hogwarts, um garoto que havia salvado seu melhor amigo da morte. - Preciso agradecer!
- Seu nome era Severo Snape, da Sonserina. - Fala ela, entre bocejos. - Bem, acho que vou me deitar. Tudo parece nos devidos conformes. - Termina ela, após checar o termômetro.
- Snape?! - Tiago não acreditara no que ouvira. - Não pode ser! Por quê ele salvou o Sirius?
- Elementar, meu caro entojo. - Lupin tenta se lembrar de todo o acontecido, que Tiago o havia contado milímetro por milímetro. - Se Snape criou, Snape sabe curar. Provavelmente ele veio ganhar alguma coisa, como pontos para a sonserina, ou um troféu de serviços prestados à escola.
- Acho que ele não vai acordar tão cedo. - Tiago olha para o amigo que dormia um sono profundo. - Ele passou por uma noite difícil. - O garoto de óculos redondos se levanta e sai, bufando, até os corredores, seguido por Remo.
- O que você vai fazer, Potter? - Lupin já pressentia o que iria acontecer, mas achou melhor perguntar.
- Me cobrar, é claro. - Tiago puxa sua varinha e começa a olhar para todos os lados. - Snape merece a morte.
- Pelo menos ele salvou o Sirius. - Seu amigo tenta o acalmar, mas não tem muito sucesso.
- Salvou e machucou, apenas fez o que tinha que fazer. - Potter termina o assunto e segue sozinho a passos largos para o salão principal.
- Quero que você fale a verdade para todos! Você ensinou uma maldição para o seu comparsa e ele usou no Sirius! Tudo para você cura-lo e ganhar pontos para sua casa!
- EEEEU?! - Severo se faz de desentendido, mas logo solta um sorriso malicioso. - Parece que você encaixou todas as peças bem rápido, potinho.
- Garanto que você fez isso para que, mesmo que a grifinória ganhe a copa de quadribol, o time não consiga juntar o número de pontos necessários para ganhar a taça das casas.
- Tudo para ela ficar com as serpentes. - Snape levanta a mão, como se sua frase fosse um juramento. - E então, vai me deixar esperando?
Os dois se olharam cara-a-cara, como se saíssem faíscas de seus olhos. Os dois realmente se odiavam e não teriam receio de lançar nem a pior das maldições contra o outro.
- Eu achei que quisesse rezar para um de seus santos pedindo um milagre para ficar vivo, mas agora vejo que prefere ir para o quinto dos infernos. - Caçoa Tiago, puxando sua varinha e a empunhando, em posição de duelo.
- Oras, você não sabe o quão talentosos são os sonserinos. Você vai se arrepender por isso eternamente, Potter.
- Vamos ver quem é que vai se arrepender! DIFFINDO! - Tiago aponta sua varinha para a capa de Snape, que começa a encolher muito rápido. - Veja isto!
- Finite encantatem. - Sussurra calmamente o sonserino, fazendo a capa voltar ao normal. - Você se acha muito esperto, não é?! TARANTALLEGRA! - Tiago começa a dançar, sem controle de seus movimentos, arrancando risadas de Snape.
- HORA DE MORRER, SNAPE! - Grita Tiago, tentando parar de dançar. - ESTUPEFAÇA!
- ESTUPEFAÇA! - Grita juntamente Snape, fazendo os dois raios ficarem paralelos, cada um atingindo seu alvo. Potter e Snape caem juntos no chão, desacordados. Aquele era um feitiço muito poderoso, ensinado apenas a partir do quinto ano, mas os dois o executavam perfeitamente.
Ele não estava mais deitado na grama úmida do jardim, em frente ao castelo, ele estava em uma sala muito iluminada, sentado em um banco.
"Estou na Sala Precisa", pensou ele, reconhecendo o banco. Ele se levanta e tenta avistar os unicórnios que havia brincado, mas eles não estavam lá. Ao invés da grama verde, existiam apenas galhos secos, como se tivessem sido queimados. Não existia mais um lago, mas sim, um grande espaço com lava derretida. Tudo estava morto, sem vida, sem esperança, mas aquela luz ofuscava seus olhos. Agora ele percebera, ele estava sem óculos.
A luz estava em frente ao sol, mas brilhava mais que o mesmo. Ela parecia se dirigir para o garoto, que sentia uma coisa acordar em seu coração, um sentimento que ele sentira quando viu Lily no trem. Realmente era alguma coisa que ele amava. A luz chegava cada vez mais perto e Tiago queria pegar aquela luz. Ele pulava, tentando alcança-la, mas ela parecia apenas fumaça. Ele conseguiu finalmente enxergar o que era: Um patrono, um gato.
O patrono se desconjurou e Potter se sentou no banco, mas foi cegado por um par de mãos. Em um primeiro momento, ele se assustou, mas então sentiu aquelas mãos macias e quentes, ele conhecia aquelas mãos.
- Adivinha quem é? - Perguntou a pessoa desconhecida.
- L-Lily? - Potter se levanta do banco e vê a garota. Era realmente Lílian Evans e ela vestia um bonito vestido verde com detalhes em roxo, que brilhavam como diamantes. Ele se aproximou da garota e segurou suas mãos.
- Olá, Tiago. - Lily sorri ao segurar as mãos do garoto e cora. - Como vai?
- Você... - Não podia ser verdade, Tiago não conseguia acreditar. Ela tinha deixado ele segurar suas mãos, elas pareciam nuvens. Ele adorava cada parte de Lily. Cada vez mais certeza ele tinha de que a amava. - onde estamos?
- Estamos nos jardins da escola... tudo acabou, só sobramos nós dois, foi um ataque em massa. - Lily despeja tudo rapidamente e se desata a chorar nos ombros do garoto. - Estou... com medo. Preciso de você, Tiago.
- Calma, está tudo bem agora. - Potter consola a garota. Paralizado com aquela situação milagrosa entre ele e Lily, ele não havia se lembrado de algumas pessoas, mas finalmente percebeu: Se só os dois sobraram, então Sirius, Lupin e Pedro também haviam sido mortos. - Como estão Sirius, Remo e Pedro?
- Eles foram mortos, Tiago. Oh, estou me sentindo tão só... Me abrace, por favor. - Tiago abraça fortemente sua amada, mas tudo aquilo começa a ficar disforme.
O garoto de óculos redondos agora abria os olhos. Ele estava no sofá de três lugares no salão comunal da grifinória. Ele sentiu que sua cabeça estava apoiada em alguma coisa. Tiago se virou e viu que Lílian estava ao seu lado. Aquilo tinha sido apenas um sonho, ele estava vendo filmes de romance em excesso.
- Agora que está tudo bem, eu já posso ir. - Lily se levanta do sofá, mas sua capa é presa por Tiago.
- Espere, vamos conversar. - Pede o garoto. Lily vê que ele não tinha más intenções e resolveu se sentar, por precaução, num sofá ao lado do de Potter.
Lily e Tiago estavam sozinhos em uma grande sala e finalmente Lily tinha aceitado ao menos, falar com ele. Tudo não tinha realmente acabado e Potter estava feliz por isso. Talvez a parte boa do sonho pudesse se repetir.
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