capítulo 16
Nota: olá! Viram como estou atualizando com muita mais freqüência? Bem, espero que vocês curtam esse capítulo muuuuito bem já que ele é beeeem maior, ok? Mas não se preocupem! Não vou demorar mais pra postar o próximo por causa disso. Bejao pra todos n.n~~*
Capítulo 15
Hermione sentou-se na frente de Lúcio no escritório. Era um aposento que ela teria gostado em outras circunstâncias, já que era lotado de livros, do chão ao teto. O fogo estava rugindo na lareira, e Lúcio tinha puxado duas poltronas de dentro de lá: uma para ele, outra para Hermione.
Não havia nenhum lugar para Harry se sentar, então ele ficou em pé ao lado de Hermione.
- Então, Lilá..._ Lúcio estava falando. Seus dedos estavam coçando seu queixo e ele estava sorrindo, mostrando assim seus dentes afiados. Hermione achou que ele ficava melhor aborrecido – Como você conheceu meu filho? Quero saber o que uma bela garota como você viu em Draco.
Que babaca esse homem é, pensou Hermione furiosamente.
- Várias garotas gostam de Draco_ ela disse suavemente – Ele é muito popular.
- Você também está na Sonserina?_ perguntou Lúcio.
- Não. – Hermione disse rápido, não só porque estava revoltada com a idéia de estar na Sonserina, como também temia que Lúcio achasse estranho Draco nunca a ter mencionado nos últimos seis anos. Por outro lado, ela também não podia dizer que estava na Grifinória – Estou na Corvinal.
- Então você deve ser muito inteligente. – disse Lúcio.
Hermione não sabia o que dizer, então não disse nada. Harry limpou sua garganta.
- Ela é a melhor aluna de nosso ano, pai.
Lúcio virou seus olhos para Harry, depois se voltou para Hermione. Era como se ele não estivesse lá.
- Estou feliz que você está aqui, Lilá. – disse Lúcio – Você veio em boa hora. Coisas ótimas estão acontecendo na Mansão Malfoy. Na verdade, muitos amigos meus estão chegando esta tarde e eu estou planejando uma pequena recepção. Eu presumo que você vá participar, não vai? – seus olhos pararam em Harry – Como a... Namorada de Draco?
Lúcio disse “namorada” como se fosse uma palavra que ele não dizia há trinta anos.
- Eu não... tenho nada... para vestir._ disse Hermione, arregalando os olhos, surpresa.
Os olhos de Lúcio examinaram Hermione, de seus jeans surrados e sua camiseta, para seu cabelo, que estava começando a ondular nas pontas (já fazia um tempo desde a última vez que ela se lembrou de usar sua Poção do Alisamento) e pelas suas botas batidas.
- Você é miúda e esbelta._ ele disse, e agora ela definitivamente não gostava do olhar no rosto dele. A mão de Harry apertou o ombro dela bruscamente – Como minha mulher. – continuou Lúcio suavemente – Tenho certeza de que ela pode te emprestar alguma coisa. Draco!
- Sim?_ disse Harry, que, como Draco, tinha agora manchas vermelhas de raiva nas maças do rosto. – O quê?
- Vá até sua mãe._ disse Lúcio – Pergunte a ela se ela pode trazer um vestido para sua jovem amiga aqui. Eu acho que Lilá ficará encantadora em algo... lilás!
Lúcio sorriu. Ele provavelmente se achava divertido. Não parecia que Harry havia concordado. Ele olhou de Lúcio, violentamente para Hermione, que deu a ele um sorriso desesperado. Vá, ela mexeu os lábios para ele, Eu vou ficar bem.
- Está bem!_ disse Harry. Ele se virou para ir, e então, virou de volta rapidamente, e disse no ouvido de Hermione, alto o suficiente para Lúcio ouvir – Volto logo, querida!
- Claro que sim!_ ela disse fracamente.
Seus olhos encontraram os de Harry. Os olhos dele estavam cheios de aflição, raiva, e algo mais. Sem avisar, ele se inclinou e a beijou na boca.
Foi um beijo rápido e meticuloso, e Hermione quase não teve a chance de perceber o que estava acontecendo. Ela fechou seus olhos e se entregou ao beijo, mas Harry já a tinha soltado. Por um segundo, ele olhou dentro dos olhos dela, Hermione podia jurar que estava olhando para os olhos verdes de Harry, e não para os acinzentados de Draco... Ele estava muito Harry naquele momento.
Harry então se levantou e virou-se para Lúcio.
- Eu já volto!_ ele disse, virou-se e deixou o aposento.
Logo que a porta fechou atrás dele, o coração de Hermione foi à sua boca. Ela sempre sentiu que podia encarar qualquer coisa enquanto estivesse com harry... Mesmo com Draco, estava tudo bem, já que ele tinha a aparência de Harry... mas encarar Lúcio Malfoy sozinha a deixava doente de estômago.
- Então, Lilá..._ disse Lúcio, sorrindo por todo o seu pálido e pontudo rosto – Você ainda não me contou como conheceu Draco.
- Quadribol – ela disse rápido – Você sabe que ele é apanhador da Sonserina, e eles estavam jogando contra a Grifinória e ganharam, e depois do jogo, eu fui parabenizá-lo por vencer Harry Potter. Então ele me chamou para sair.
Os olhos de Lúcio lampejaram com a menção ao nome de Harry.
- Você conhece o garoto Potter?_ ele perguntou.
- Todo mundo conhece Harry Potter._ disse Hermione, honestamente.
- Ele é seu amigo?
Hermione respirou fundo.
- Não – ela disse. E machucava, em algum lugar debaixo de suas costelas, dizer que não era amiga de Harry, mesmo isso sendo uma mentira. – Ele é horrível para Draco. Então eu não gosto dele. – ela respirou fundo de novo – E ele é o Inimigo, não é?
O sorriso de Lúcio se alargou.
- Eu estava certo em dizer que você era inteligente._ ele disse – Então você está do nosso lado?
- Ah, claro! Draco me explicou tudo, e tudo faz sentido. Quando... quando o plano for posto em ação, aqueles que forem leais serão recompensados.
- Está certo. E você é um daqueles leais...Lilá?
- Sou leal a Draco._ ela disse solidamente.
- Você é?_ ele perguntou pensativo – Venha aqui por um minuto, minha querida. Eu gostaria de te mostrar algo. _ ele se levantou e caminhou até as estantes de livros. Hermione seguiu-o. Ele pegou um livro grosso cujo título era Elaborações Essenciais de Bruxaria e o abriu, vasculhando as páginas – Você já viu esse livro antes?_ ele perguntou.
- Não_ disse Hermione, e ela pressentiu que se ela tivesse procurado por esse livro na biblioteca de Hogwarts, ela o acharia na seção restrita.
- Olhe para isso_ disse Lúcio, olhando afetuosamente para o livro – É a maldição Lacertus. Uma forma muito avançada de bruxaria, na qual um braço de metal feito de Magia Negra é transplantado ao braço de um humano vivo.
- Com qual propósito?_ perguntou Hermione.
- Quando o braço de metal é transplantado para um ser humano, ele se torna uma arma poderosa, seleta e mágica arma. Em resumo, seu toque destrói qualquer pessoa que não tenha sangue mágico.
- Mata trouxas. – disse Hermione categoricamente.
- E sangues-ruins._ disse Lúcio – Tem mais efeito desse modo.
Ela olhou para ele. Ele parecia feliz, como se estivesse mostrando para ela a fotografia de uma begônia que ele plantou, e não uma arma aterrorizante.
- O senhor vai usar essa maldição em Harry Potter._ ela disse vagarosamente.
- Não eu, pessoalmente_ disse Lúcio, fechando com o livro com um estalo –O mestre das trevas. Eu vou, é claro, ajudá-lo.
Ele estava olhando ela daquele jeito de novo. O olhar que ela não gostava. Hermione andou para trás e esbarrou na parede quando Lúcio começou a andar até ela.
_Uma vez que a maldição Lacertus está nele, nosso Mestre irá enfeitiça-lo com a maldição Imperius. Imagine como irá ser, o grande Harry Potter andando por aí, usando Magia Negra para massacrar trouxas e mestiços. Muitos irão correndo para o nosso lorde pedindo proteção. E ele dará, mas com um preço.
Eles estavam contra uma das estantes agora, e Lúcio colocou uma de suas mãos em um lado do torso dela, prendendo-a contra a parede. Ela estava entre e a desesperada necessidade de empurrá-lo e a igualmente desesperada necessidade de ouvir mais sobre o que planejavam fazer com Harry.
- Por que Harry?_ ela perguntou, e rapidamente se corrigiu – Por que Harry Potter? Por que você-sabe-quem simplesmente não o mata e põe o braço metálico em outra pessoa... Alguém que ele não tenha que colocar sob a maldição Imperius?
- Para começar, porque a maldição Lacertus é fatal._ disse Lúcio – Suga toda a energia de seu portador e o mata vagarosamente. Então Harry irá morrer, mas morrerá servindo ao nosso Mestre. Uma ironia que eu com certeza vou adorar. Agora fique quieta, sua garota idiota, estou tentando te beijar!
Hermione ficou pasma.
- Mas o senhor é o pai de Draco!_ ela guinchou.
- E por esse motivo, numa posição perfeita para te garantir que você é boa demais para ele!_ disse Lúcio trivialmente.
- O senhor nem me conhece..._ disse Hermione tirando as mãos dele sobre ela.
- Isso_ disse Lúcio – Já vai mudar.
E ele tentou alcançá-la de novo, dessa vez agarrando-a fortemente na cintura. Hermione tentou dar uma cotovelada nele, mas ele escapou ligeiramente. Lúcio era rápido.
Alguma coisa passou pela cabeça de Hermione, balançando seu cabelo.
TAC!
- AAAII!_ berrou Lúcio.
Ele cambaleou para trás, colocando uma mão em sua têmpora, que estava ensangüentada. Um pesado castiçal de bronze havia voado pelo ar e atingido a cabeça de Lúcio com uma força impressionante.
- Quem jogou isso?_ Lúcio olhou em volta violentamente – Onde você está?
Outro objeto navegou pelo ar: um peso de papel de porcelana em forma de lagarto. Lúcio esquivou-se e o peso de papel atingiu a parede atrás dele.
Hermione percebeu que estava sorrindo.
Draco.
- O senhor tem um poltergeist, senhor Malfoy?_ ela perguntou bem alto, para sobressair-se ao barulho de vidro quebrando, porque um alguém invisível havia jogado a bandeja de drinques no canto.
Lúcio disse inúmeras palavras grosseiras. Era fácil perceber de onde vinha o grande vocabulário de xingamentos de Draco.
Elaborações Essenciais de Bruxaria de repente voou pelo ar e foi na direção da cabeça de Lúcio. Ele puxou Hermione, colocou-a na sua frente, como um escudo. O livro a atingiu no ombro, e caiu no chão.
- Ai!_ ela reclamou, desaprovando, e olhando para Lúcio.
Ele estava pálido e suava muito, e ele tinha uma mão sobre seu próprio peito. Por um momento, Hermione achou que ele estava tendo um ataque cardíaco. Mas então, ela percebeu: ele estava protegendo algo perto de seu punho.
O escritório estava silencioso. Ela pressentiu que Draco tivesse perdido o controle, nesse ponto.
Lúcio baixou suas mãos e Hermione viu algo brilhar no peito dele. Ela ia dizer alguma coisa, quando ela percebeu que Lúcio estava olhando depois da cabeça dela, para a porta. Ela seguiu o olhar dele e viu Harry e Narcisa parados na entrada. Harry olhava para ela com aflição. Narcisa não transmitia emoção.
- Eu trouxe o vestido que você me pediu, Lúcio._ ela disse.
Ela estava segurando um tecido dobrado.
- Obrigado!_ disse Lúcio com uma calma incrível, considerando que ele tinha acabado de ser atacado por forças ocultas e que suas têmporas ainda estavam sangrando.
Nesse momento, ele colocou sua mão na cabeça, e Hermione viu de novo a coisa brilhante no peito dele.
Era um pingente de vidro redondo, preso a um cordão de prata. O vidro era muito transparente, e no centro dele, Hermione podia ver algo suspendido. Algo como... um dente!
Estranho, ela pensou. Mas de todo modo, Lúcio não era esquisito?
Pelo aposento, seus olhos encontraram os de Harry. Me tire daqui, ela pensou para ele com força.
Harry andou a largos passos até ela e pegou sua mão.
- Eu acho que Lilá deve quere descansar antes da recepção._ ele disse – Posso levá-la para..._ ele parou, parecendo embaraçado. Ele estava quase dizendo “meu quarto”, mas Lúcio e Narcisa não pareciam o tipo de pais que deixam a namorada de seu filho adolescente dormir no quarto dele.
- O quarto dela?_ Lúcio completou – Não. Sua mãe pode acompanhá-la. Eu preciso de você por um instante, Draco.
- Hã... Obrigada!_ agradeceu Hermione.
Narcisa olhou para Hermione, considerando.
- Espere!_ Narcisa disse, e então ela saiu do quarto e voltou um minuto depois carregando um par de elegantes sapatos prateados e uma caixa – Eu achei que você poderia querer isso._ ela disse – E a recepção é às quatro.
Ela saiu de novo, desta vez fechando a porta atrás dela. Curiosa, Hermione abriu a caixa. Parecia ter cosméticos lá dentro. Esquisito, ela pensou. A maioria das bruxas usava o Feitiço Enrubescedor de Lábios e similares.
Ela colocou a caixa e os sapatos sobre a cama e começou a tirar sua camiseta. Então, algo ocorreu a ela. Ela abaixou seus braços vagarosamente.
- Draco?_ ela falou – Você está aqui?
Não houve resposta, mas Hermione sentiu uma espécie de silêncio culpado de um lugar perto do armário.
- Eu sei que você está aqui!_ ela disse – Eu preciso me vestir!
- Então se vista!_ falou a voz de Draco, num tom abafado – Eu não me importo!
- Malfoy!_ ela disse ameaçadoramente.
- Ah, está bem!_ disse Draco, e ele de repente apareceu perto do armário, segurando a capa em uma mão, e sorrindo – Você quase...
- Eu não fiz nada quase._ disse Hermione – Agora vire para a parede!
Grunhindo, ele virou-se. Mantendo um severo olhar nele, Hermione tirou seus jeans e camiseta, e pôs o vestido. O tecido era muito rico e pesado, e sem dúvida, muito caro. Ela sentiu frio contra sua pele, ela amarrou o cordão, e inclinou-se para afivelar os sapatos. Finalmente ela se levantou e balançou o cabelo.
- Pronto!_ ela disse.
Draco virou-se. Seu queixo caiu.
- Hermione_ ele disse – Você está linda!
- Estou?_ ela perguntou espantada.
- Vá se olhar no espelho!_ ele disse apontando para a penteadeira perto da cama.
Hermione caminhou até lá e se olhou no espelho. E enrubesceu. Ela nunca entendeu porque garotas como Lilá e Parvati conseguiam gastar tanto dinheiro em roupas, mas agora ela entendia. O belo e pesado tecido refletia na luz como água e o profundo tom lilás combinava perfeitamente com sua morenice .O vestido grudava nas partes certas e servia tão bem nela, que Hermione se perguntou se era encantado. Não que ela ligasse. Ela girou em frente ao espelho e viu a saia cintilar.
- Uau!_ ela exclamou.
Draco estava sentado na cama assistindo Hermione. Ela podia vê-lo refletido no espelho. Ela sentou-se na penteadeira, tirou uma escova da caixa de Narcisa e começou a pentear os cabelos. Ela ainda podia ver Draco pelo espelho. Ele estava deitado contra os pilares da cama.
- Você deveria ser batedor, e não apanhador._ ela disse – Você tem um ótimo braço para arremessar.
Draco riu.
- Eu não posso acreditar que bati na cabeça de meu pai com um castiçal!
- Eu fiquei muito feliz que você estava lá.
- Você ficou?_ perguntou Draco. Ele estava tentando parecer indiferente, mas sua mão esquerda estava batendo na sua perna ansiosamente com sua varinha – Eu vi que Harry te beijou. Eu achei que você tivesse gostado...
- Ele só estava mostrando ao seu pai que ele, você sabe, tinha pretensões com Lilá._ disse Hermione silenciosamente.
- Não funcionou, funcionou?_ perguntou Draco, batendo com a varinha mais rápido.
- Draco..._ ela virou-se e acariciou-o no rosto.
Ele tirou a mão dela de perto.
- Está bem. Eu sei que ele é um cretino, o meu pai.,br>
Ela sentiu muita pena dele, mas não soube o que dizer.
- Você acha... que quando voltarmos para a escola... vamos continuar a ser amigos?
- Quando o efeito da poção passar, você sequer vai querer_ ela falou.
Draco não parecia convencido com isso.
- Draco, nem tem muita aula para nos preocuparmos. Já é junho!
Draco ficou, de repente, muito interessado no cadarço de seu sapato.
- Talvez eu possa te visitar no verão, então._ ele disse.
Hermione deixou sua escova cair.
- O quê?
- Se você não tiver nada para fazer...
- O quê?_ ela perguntou de novo.
Agora, ele parecia irritado: um pouco do antigo Draco lampejou em seus olhos, Garoto Intitulado, como Parvati costumava chamá-lo.
- Você está dizendo que não quer que eu vá?_ ele perguntou.
Uma imagem rebelde e súbita apareceu na cabeça de Hermione, de Draco, sentado em sua mesa de jantar, entre sua gorda tia Matilda e seu surdo Grande tio Stuart, ambos contadores. Eles estavam tentando cativar Draco numa conversa sobre Wimbledon, e Draco, parecendo muito deslocado vestido com vestes pretas e chapéu pontudo, não estava nem prestando atenção. Finalmente, ele puxou sua varinha, e transformou todos que estavam à mesa em sapos.
A imagem rebelde passou e Hermione disse:
- Draco!Você irá odiá-los! Eles todos são trouxas!
Você está ficando louca, Hermione, ela disse para si mesma. Ela virou-se de sua cadeira e olhou para Draco.
- Olha_ ela disse – Se nós voltarmos para a escola e você ainda quiser me visitar no verão, então, sim, você pode.
Ele se alegrou.
- Sério?
- Ah, claro!_ disse Hermione, imaginando que em setembro, sua família inteira estaria comendo moscas.
- Harry já te visitou no verão?_ perguntou Draco, neutro.
- Sim_ disse Hermione – Mas ele já está bastante acostumado com trouxas e meus pais realmente o adoram, então..._ela percebeu a expressão de Draco – Você podia parar de ficar falando no Harry?_ ela disse asperamente – Ele é o meu melhor amigo, e acho que você tem algum tipo de problema com isso...
- Aquele beijo que ele te deu no escritório não era um beijo de melhor amigo!_ Draco falou asperamente.
- Eu te disse que ele estava só fazendo uma cena para o seu pai!
- Você pode dizer isso para você mesma, Hermione!_ disse Draco – Mas eu aposto que você adorou o beijo, não adorou, Hermione?
- Ah, cale a boca, Malfoy!
- Você gostou do beijo?
Ela jogou a escova na mesa, e isso fez um barulho.
- Sim! Eu gostei!
- É melhor você manter sua mente em alerta!_ ele disse com uma raiva aguda – Nós somos bruxos, e não mongóis!
- Eu vou gravar isso na cabeça para o caso de eu decidir casar com um de vocês.
Eles olharam ameaçadoramente um para o outro.
- Você sabe o que eu quis dizer._ ele disse sombriamente.
- Talvez eu não saiba_ disse Hermione, indelicada – Talvez você precise explicar!
Draco apenas a encarou e ela encarou de volta. Ela sempre pensou que só Harry podia cuidadosamente exasperá-la assim, mas aparentemente, esse não era o caso.
- Eu não sou sua namorada._ ela disse – E nem de Harry. E eu devo dizer que NENHUM DE VOCÊS indicou que querem ser meu namorado. Então se eu resolver fugir... fugir com... Neville Longbottom, isso é problema MEU, e não de nenhum de vocês!
Draco parou de encará-la e começou a rir histericamente.
- Você realmente quer fugir com Neville Longbottom? Porque Hermione Longbottom é um nome horrível!
Hermione sentiu sua boca se contrair num sorriso relutante. Draco estava atrás da cadeira dela, agora. Ambos os rostos estavam refletidos no espelho, lado a lado. O cabelo escuro dele estava arrepiado para todos os lados, parecia que ele não podia controlá-lo assim como Harry não podia. Nós combinamos tanto, ela pensou, para depois sentir uma bolha de culpa e confusão viajar de seu estômago até seu peito. Se distraia!, ela disse a si mesma e começou a vasculhar a caixa de cosméticos de Narcisa.
Bateram na porta do quarto; esta se abriu, e Harry entrou. Hermione não podia acreditar no quão cansado ele parecia estar. Ele tinha olheiras e ele parecia ainda mais pálido do que Draco geralmente estava. Mas ele sorriu quando a viu.
- Oi!_ ele disse.
- Harry!_ ela falou – Você está bem?
- Agora estou!_ ele respondeu – E você?
- estou bem!_ ela disse, levantando-se.
O resultado disso foi bastante inesperado. Harry parecia que tinha acabado de ser atingido por algo muito pesado na cabeça. Ele deu um passo para trás, literalmente, e olhou para ela.
- Hermione..._ Harry disse, e seu tom parecia o de Draco uns instantes atrás – você... está...
- Sim?_ ela disse.
Mas Harry não parecia ter mais nada a dizer. Ele só olhou.
- Bem, eu acho que isso livrou-se dele por um instante_ disse Draco para Hermione – Nós devemos voltar à nossa conversa?
É isso, Hermione pensou. Não importa o que acontecer, eu vou ficar com esse vestido. Lúcio Malfoy vai ter que abrir meus frios dedos mortos antes que eu concorde em devolvê-lo.
- Claro!_ disse Hermione.
- Sobre o que estávamos falando?_ perguntou Draco.
- Hogwarts, uma história_ disse Hermione, sorrindo.
Isso tirou Harry de seu transe. Ele olhou para Draco espantado.
- Você leu Hogwarts, uma história?
- Por que isso é um grande feito?
Harry não parecia muito agradado.
- Se você não sabe por quê, não sou eu quem vai te contar._ Harry disse.
Draco olhou para ele friamente.
- Você não pode ir à recepção assim, Potter!_ ele disse – Você parece que deitou e dormiu nas suas roupas!
Harry fez uma cara mal-humorada para Draco.
- Me desculpe se eu não sou elegante o suficiente para você, Malfoy._ ele falou asperamente – Eu estou um pouco cansado. Eu passei os últimos sessenta minutos ao seu infeliz pai a arrumar o seu escritório idiota. O escritório que você bagunçou.
- Eu acho que não devia ter bagunçado o escritório_ disse Draco, com falso arrependimento – Eu devia ter me sentado e deixado ele TIRAR A ROUPA DE HERMIONE E ESTUPRAR ELA NA MESA!_ ele berrou a última parte, e Harry esquivou-se com surpresa.
Os olhos de Harry viraram-se imediatamente para Hermione.
- Isso é verdade?_ ele perguntou, nervoso.
Hermione mordeu seu lábio e fez que sim com a cabeça.
- Eu vou matar ele!_ disse Harry sem tom – Quando nós tirarmos Sirius daqui, eu vou voltar e matar ele. Se eu não puder usar o Avada Kedavra nele, eu vou arrancar a cabeça dele com uma dessas espadas de esgrima idiotas!
Hermione estava muito chocada para dizer qualquer coisa. Ela nunca viu Harry assim, nunca. Isso a assustava.
- É meio rude_ disse Draco – Falar em matar meu pai quando eu estou na sua frente, não é, Potter?
- Você vai tentar me impedir, Malfoy?_ perguntou Harry – Eu não te aconselharia a isso.
Draco, que estava deitado na cama, levantou-se vagarosamente e sentou-se.
- E eu te aconselho a deixar isso passar._ Draco disse. Seus olhos estavam brilhando de raiva agora – Hermione está bem.
- Ela não está bem!_ disse Harry – Malfoys estão querendo agarrar ela o dia todo, como ela poderia estar bem?
- F***-se, Potter!_ disse Draco, levantando-se e puxando sua varinha.
Harry fez o mesmo. Hermione rapidamente se colocou no meio deles, se sentindo profundamente ressentida com toda essa situação.
- EU ESTOU BEM!_ ela berrou – EU ESTOU PERFEITAMENTE BEM! SÃO VOCÊS DOIS QUE TÊM UM PROBLEMA!
- Eu não tenho um problema!_ disse Draco. Ele tinha no rosto um sorriso horrível, que fazia Hermione olha incrédula: ela nunca havia visto uma expressão como essa no rosto de Harry, isso era tão bizarro para ela quanto se ela tivesse visto Lúcio Malfoy dançando salsa no saguão – Ele tem um problema.
- Pelo amor de Deus!_ disse Hermione com repugnância, pegou sua varinha do bolso e disse – Expelliarmus!
As varinhas dos dois pairaram nos ares e Hermione as agarrou. Eles olharam para ela espantados.
Draco estava sorrindo de novo, mas era um sorriso muito mais agradável desta vez.
- Tudo que você quiser!_ ele disse.
Mas Harry não estava sorrindo. Hermione olhou para ele, e o que ela viu fez seu estômago sacudir. Ele estava muito pálido, ainda mais pálido do que Draco geralmente estava, e seu cabelo louro platinado estava grudado em sua testa em mechas suadas. Ele estava respirando, inseguro.
- Harry_ ela disse em alerta – Você está bem?
Harry balançou a cabeça e sentou-se subitamente no chão. Hermione sentou-se ao lado dele, e ele agarrou os punhos dela e os segurou bem firme. Nenhum dos dois se mexeu por muito tempo. Então, Harry se levantou, cadavericamente pálido, mas se não fosse por isso, normal. Ele disse, então:
- Eu preciso me vestir para a recepção. Volto logo!_ e deixou o quarto, fechando a porta atrás dele.
- Ele está ficando maluco!_ disse Draco categoricamente, assim que a porta fechou.
- Não_ disse Hermione, se levantando – Ele só está sentindo coisas que ele nunca sentiu antes, e ele não sabe como lidar com isso. Harry não está acostumado a sentir ódio, ele não odeia as pessoas. Ele não odeia sequer você._ ela adicionou, com o espectro de um sorriso.
- Fala sério!_ disse Draco – Com certeza, ele me odeia!
- Eu devo estar perdendo meu estilo._ disse Draco, e como ela não sorriu, ele adicionou, mais sério – Ele não é um santo, Hermione.
Draco não disse nada depois disso. Ele se sentou silenciosamente na cama e depois de algum tempo, Hermione sentou-se a seu lado e colocou sua cabeça no ombro dele. Ele colocou sua mão sobre a cabeça dela, e meigamente fez carinho no cabelo dela.
- Hermione..._ ele começou.
- Sshhh!_ ela disse – Eu não estou fazendo o tipo. Eu só estou fazendo isso porque nesse momento, eu quero. Está bem?
- Claro!_ ele disse – Está bem!
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!