Epílogo – Finais felizes
Alguns meses haviam se passado. O sol do mês de julho animava a todos na casa dos Potter.
Harry estava adorando a idéia de ter os pais de volta.
Era um domingo, véspera de seu aniversario, Harry acordou, mas não quis se levantar. Ficou na cama, olhando o teto e lembrando vários momentos que passou nesses últimos sete anos. Os mais felizes de sua vida. Conheceu seus melhores amigos, Rony e Mione, conheceu Ginna. E ainda Luna e Neville. Aprendeu a jogar quadribol, fora um garoto feliz, por mais confusa e atordoada que tenha sido sua vida escolar. Mas agora as coisas iam melhorar, e muito.
-Harry – chamou Lílian – Harry, levante já é tarde.
Harry sorriu. Seu amigo Rony ia odiar ser acordado, mas Harry sonhou com isso a vida toda.
-Já vou mãe. – disse o garoto se levantando da cama.
Harry foi para o banheiro e se olhou no espelho. Harry notou que havia algo diferente em seu rosto. A cicatriz havia sumido.
-Hoje é domingo querido – disse Lílian entrando no quarto e abrindo a janela. – Estava pensando em fazer um almoço e chamar a todos, o que você acha?
Harry saiu do banheiro pálido e silencioso com a mão na testa.
-O que foi filho? – Lílian foi a socorro de Harry – Você esta bem?
Harry tirou a mão e levantou o cabelo.
-Ah querido, como disse Dumbledore: ainda a coisas para se entender, favores para devolver e alguns mistérios para se desvendar. A sua historia ainda não acabou Harry. Agora vamos, se arrume e desça para tomar café.
-Tudo bem.
Era estranho pensar que depois de tudo que ele passou, ainda teria coisas para entender. Mas não ficou pensando nisso, se arrumou depressa e desceu as escadas correndo ate a sala de estar para tomar café.
-Bom dia filho.
-Bom dia pai. Bom dia tia.
-Bom dia querido.
-Bom dia Harry – era Dobby que entrava com uma bandeja de biscoitos em uma mão e de bolos na outra.
-Bom dia Dobby.
O elfo usava um casaco verde limão e um par de meias amarelas.
-Você está bem colorido hoje em Dobby? – brincou Tiago
-A sim, adoro essas cores.
Harry sorriu para o elfo. Apesar de atrapalhado e de quase tê-lo matado em seu segundo ano, Harry gostava muito dele.
-Tiago – disse Lílian ao entrar na sala e se sentar – estava pensando em fazer um almoço hoje e chamar os Weasleys e a família de Hermione, o que você acha?
-Deixe para amanha Lílian. Hoje quero dar uma volta com Harry.
-Mas você pode sair pai? Bem, para o mundo bruxo vocês morreram.
-Não tínhamos pensado nisso. – disse Tiago se levantando e começando a andar de um lado para outro.
-Mas Olho-Tonto pensou. – disse Mila.
-Por falar nele, ele não estava aqui na despedida de Sirius e Dumbledore. E eu não o vejo há meses.
-Ele estava resolvendo esse nosso pequeno probleminha. Moody foi ao ministério informar a atual condição de vocês e pedir que nada fosse noticiado.
-E desde quando o ministério aceita isso? – perguntou Harry.
-Desde que Moody, como ex-funcionário, sabe de coisas que ninguém sabe. Como por exemplo, que o ministério poderia ter evitado o retorno de Voldemort há três anos.
Harry encarou os pais. Não seria possível, então o ministério estava ciente de tudo muito antes do próprio Harry ter certeza.
-Então – começou Tiago – nada será noticiado, mas e as pessoas nas ruas?
-Tiago, isso já não é mais responsabilidade do ministério. O pior que poderia acontecer, era a verdadeira historia ser noticiada de maneira errada. Dizerem mentiras sobre vocês.
-Tiago – disse Lílian – Você vai mesmo sair?
-Lílian, não vou ficar preso aqui o resto da vida e nem você. Teremos que enfrentar isso no começo, mas depois vai passar.
Harry olhava para os pais e sentiu uma criança de cinco anos olhando os pais conversarem. Sorriu discretamente para que ninguém perguntasse o motivo de seu sorriso.
-Pra onde vamos pai? – perguntou Harry enquanto saia pelo jardim ao lado do pai.
-Tenho que comprar umas coisas no Beco Diagonal e resolver umas coisas.
Harry já havia ido muitas vezes ao Beco Diagonal, mas agora era diferente.
Os dois andavam pela estreita rua olhando as vitrines e fazendo comentários sobre tudo.
-Harry – disse Tiago – A sua vassoura já esta meio velhinha né?
-É – começou Harry – Essa viagem em busca das Horcruxes acabou com ela. Apesar de não ter usado muito. Por quê?
-Porque amanha é seu aniversario. E eu nunca te dei nada, então estava pensando...
-Pai, não precisa... Serio! Só de estar com vocês já é o bastante.
-Bom você é quem sabe. Vamos já vai anoitecer e sua mãe deve estar louca de preocupação.
Harry estava achando tudo muito engraçado. Ouvir seu pai dizer isso, era realmente muito legal.
-Finalmente – disse Lílian ao ver o marido e o filho entrarem – E então? Como foi?
-Lílian calma. – disse Tiago levando a mulher ate a sala e sentando ao seu lado no sofá. – Esta tudo bem. Claro que fomos perseguidos o passeio todo por olhares curiosos, pessoas que tentavam entender o que estava acontecendo... Mas esta tudo bem.
Lilian respirou aliviada. Já era um problema a menos, só achava estranho que ninguém tivesse perguntado nada a eles, mas resolveu não perguntar nada.
-E então Harry – começou Tiago – Aceita uma partida de quadribol antes do jantar?
-Claro.
Os dois foram para o jardim dos fundos onde ficaram jogando ate que Mila os chamasse. Harry ganhou de 50 a 20 do pai. Achou que o pai o deixou ganhar, mas tudo bem não tinha importância.
Na manha seguinte, Harry acordou com uma grande confusão em seu quarto. Lilian, Tiago, Mila e Dobby, o acordaram com cornetas, fitas vermelhas e tudo que causava muita bagunça.
-Parabéns filho – disse Lilian beijando a testa de Harry ainda um pouco confuso.
-Brigado mãe.
-Parabéns querido – Mila abraçou o sobrinho tão forte que deixou Harry vermelho.
Dobby subiu em cima da cama e pulava incansável cantando Parabéns Pra Você, com uma corneta que mudava de cor.
-Obrigado a todos. – disse Harry se levantando. – Esse é o aniversario mais legal que eu já tive.
-E ainda não acabou... – começou Dobby. Mas quando olhou para Tiago, o viu fazer sinal de silencio.
-Se arrume Harry. Molly nos chamou para ir para a Toca. Quer lhe dar os parabéns. Agora que Artur é ministro, ela não tem tempo pra mais nada.
-Tudo bem. Eu já vou descer.
Harry se arrumou correndo. Tinha ficado tanto tempo em casa aproveitando a família, que não vira mais Ginna.
-Nossa que rapidez – brincou Tiago ao ver o filho nos pés da escada – Olha Lílian como ele esta arrumado. O motivo é a pequena ruivinha, Ginna.
Harry corou tanto que fez Tiago, Mila e Lílian caírem na risada.
-Bem, então vamos. Dobby vem com a gente?
-Só um minuto – o elfo saiu e voltou com um chapéu que Harry já havia visto – A menina Lovegood me deu. Olha o que ele faz.
-Dobby... – Harry tentou impedir, mas o chapéu soltou um rugido que estremeceu a casa.
-Que chapéu é esse?
-Luna enfeitiçou o chapéu uma vez, para um jogo da Grifinoria.
-Vou com ele em homenagem ao Weasley.
Harry sorriu.
-Chega de conversa e vamos.
A família saiu para o fundo da casa.
-Harry, pegue no meu braço. Você ainda não tirou licença para aparatar. Mas logo, logo cuidaremos disso.
Harry já havia sentido essa sensação antes. A de estar entrando em um cano muito apertado. Apesar de incomodo, era uma forma rápida e pratica de se chegar onde queria. Em poucos segundos, a Família Potter já estava no quintal da Toca.
-Vamos – disse Lílian puxando Harry – Molly deve estar louca lá dentro.
Quando Harry entrou notou que a casa mudara muito. Estava maior, mas continuava aconchegante e receptiva como sempre.
Harry olhava a casa procurando os moradores mais ninguém apareceu. Ate que ele pisou em um brinquedinho de criança que denunciou sua presença.
-SURPRESA!
Gritaram todos os moradores que surgiram em meio à fumaça e confetes coloridos que caiam do teto.
-Ah querido – Molly abraçou Harry como Mila o havia abraçado mais cedo. Harry pensou que mais um desses, ele não respiraria mais.
-Harry – Hermione e Rony vinham à direção do amigo e o abraçaram.
-Ginna esta descendo – cochichou Hermione para o amigo sem que ninguém notasse.
-Vamos para o quintal dos fundos. Vocês vão adorar o que Fleur e Tonks fizeram.
Todos foram e se depararam com uma enorme mesa com uma toalha azul-clara e vasinhos de flores por toda a mesa.
-Essa mesa não é muito grande? – perguntou Harry.
-Acredite, vai precisar de muito espaço.
Nesse instante, entram correndo quatro crianças que quase derrubaram Rony.
-Essa casa ta uma loucura cara.
-Tio Rony, vem jogar com a gente... – disse um garoto ruivinho.
-Já vou Gabriel.
-Quem são Rony?
-Filho de Fleur e Gui.
-Os quatro?
-Quadrigêmeos. Essa família tem tendência a ter muitos filhos. Eles agora vêm de monte – brincou Rony. – Os dois meninos são Gabriel e Frederico. As meninas Giulia e Fabiane.
-Mas espera essas crianças já estão bem grandinhas...
-Fleur engravidou e quando ganhou as crianças deixou com os pais dela. Isso há muito tempo, nem mamãe sabia. Quando Gui contou pra ela, ela quase o matou. Mas depois que viu os netos, ela amoleceu.
-E ai Harry – era Tonks que estava com um cabelo azul-celeste e uma roupa clara. Estava bem diferente. – Parabéns.
-Obrigado.
-Tonks, Sirius esta chorando de novo.
-Sirius?
-É o bebe da Tonks com o Lupin – respondeu Mione.
Imediatamente veio a mente de Harry a imagem de um lobisomem colorido.
-Realmente vamos precisar de muito espaço – disse Harry sorrindo.
Harry sentiu um perfume floral encher o local e entrar em sua mente tão depressa que ele não conseguia pensar. Duas mãozinhas quentes tamparam os seus olhos.
-Adivinha... – Harry não esperou Ginna terminar. Pegou a garota e a abraçou.
-Parabéns meu amor.
-Obrigado.
-Pensei que tinha se esquecido de mim – disse ela brincando.
-Esses dias todos não conseguiram sair de casa. É muito bom ter meus pais de volta.
-Tudo bem, só estava brincando.
-Ora do almoço – gritou Molly
-Vamos.
A mesa era enorme. Todos couberam. E ainda deu para Luna e Neville que chegaram depois.
O tempo parecia ter parado. Estava tudo tão maravilhoso, que quando Harry percebeu já estava anoitecendo.
Os adultos foram para dentro da casa, com as crianças. Enquanto Harry, Ginna, Mione e Rony, ficaram em baixo de uma arvore lembrando momentos e ate sorrindo de coisas que tinha acontecido durante a guerra, coisas eu eles poderia ter feito e não fizeram.
-Sabem – começou Mione que estava deitada com a cabeça sobre as pernas de Rony – Apesar de tudo, foi bom. Nós nos conhecemos, viramos amigos, agora namorados. Tenho medo que tudo acabe.
-Não vai – disse Rony – A assombração que nos impedia de sermos felizes se foi. Sem deixar vestígio algum.
-É – disse Ginna – Rony tem razão. Agora nos temos tempo de sobra.
-Sim Ginna – disse Harry – Todo o tempo do mundo.
-Vamos fazer uma coisa – disse Mione se levantando de repente. – vamos prometer que será pra sempre. Nada, nem ninguém vai acabar com a nossa amizade e nem o nosso amor – terminou olhando pra Rony.
-Prometido – disseram os outros três juntos.
-E como prova disso - Ginna ficou em pé e tirou quatro flores da arvore que os cobria – Vamos cada um guardar uma dessas – entregou uma para cada um e colocou a sua no cabelo.
As flores que eram rosa-claro ficaram inexplicavelmente azul-escuro e brilharam.
Os quatro ficaram ali, sem dizer nada, vendo o sol sumir no horizonte. O sol e a arvore foram os únicos cúmplices daquela promessa. Unidos pra sempre, pelo poder que salvou Harry Potter. O Amor!
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