Namoro ou amizade?
Às avessas.
Capítulo 7 – Namoro ou amizade.
Dias como James Potter: 43 Aula #sem aulas.
Lição: Como saber se o cara com quem você sempre sonhou realmente é seu príncipe encantado.
Agora eu tenho CERTEZA ABSOLUTA que mesmo que você jogue uma pedrinha em um poço ela nunca vai chegar ao fundo e fazer TIBUM! A pobrezinha vai ficar lá, caindo sem parar. Vai ficar naquele Fiuuuuuuuuuuuuuuuuuuu... E você vai esperar pelo TIBUM! Mas ele nunca vai chegar.
Okay, eu sou a pedrinha e o poço é minha vida.
EU PRECISO DE UM TIBUM!
Eu simplesmente passo minha vida inteira – exagero meu, perdão. Passei cinco anos dos meus dezessete – almejando a pessoa certa para mim e quando a encontro – e conquisto – o que acontece?
Ó desculpe, mas você é BOM demais para mim e eu não consigo gostar de você! Tudo bem que quem estava namorando Josh era o James – ele não permitia que ele tocasse nele – mas meu coração resolveu que eu não gosto do Josh.
Ah, não, CLARO que não! Por que não fazê-la sofrer ainda mais ao invés de ficar “feliz para sempre”?
BUM! Eu me apaixono pelo meu melhor amigo que, por um acaso, está no meu corpo e fingindo namorar o cara que eu queria estar apaixonada. Por que não piorar e fazê-la lembrar-se de que NUNCA daria o braço a torcer e gritar para todos “Ei mundo, eu amo James Potter! Isso mesmo, James Potter, o garoto que sempre desprezei amorosamente!”?
EU PRECISO MESMO DE UM TIBUM!
Se eu não tiver um TIBUM! onde vou parar? Vou acabar contando ao James essa loucura!
Okay, eu já conto como tudo aconteceu. Só preciso respirar...
1,2,3,4,5,6,7...
Pronto, já estou me sentindo melhor – na medida do possível, CLARO.
Onde estava? Ó sim! Como eu me apaixonei repentinamente pelo meu melhor amigo que está namorando o cara que eu deveria amar para a eternidade.
Não posso dizer que eu olhei nos olhos dele e pensei “puxa, esse é o cara que eu quero para mim!”, porque se isso acontecesse eu estaria me olhando no espelho.
Bem, o fato é que... Eu percebi que sempre gostei dele, assim como a Hill sugere! Como percebi? Um sonho. É isso aí, sonhos podem mudar nossas vidas.
Eu estava deitada em uma cama de dossel – Dossel lembra o que? Sim, eu sonhei que era uma princesa – com as mãos sobre a barriga e mantinha os olhos fechados, como se fosse a Bela Adormecida. Eu acho que era para estar dormindo, mas eu podia ouvir claramente um cavalgar se aproximando e tinha total noção de que estava no alto de uma torre – Meus sonhos são mesmo inexplicáveis.
Eu só precisei esperar um pouco para avistar Josh vestido de príncipe encantado dos contos de fadas – Com direito a penacho na ponta do chapéu e tudo. Ele estava sorrindo para mim e se aproximando de meu rosto – Okay, se eu estava dormindo como eu sabia? E quem dorme em um sonho? Tenho problemas seríssimos.
No exato segundo em que Josh iria me beijar, ele se transformou no James. É isso aí, James Potter!
Talvez isso não seja o suficiente para fazer uma garota normal pensar “Ei, talvez eu esteja completamente apaixonada pelo meu melhor amigo e não sabia”, mas é o suficiente para fazer Lily Evans pensar assim.
Okay, eu refleti sobre tudo o que aconteceu com nós dois – Do primeiro ano até o fim dos tempos em que o odiava – e cheguei à conclusão que eu nunca deixei de gostar dele. Pode me chamar de louca: esse tipo de coisa pode até demorar a ficar claro para mim, mas quando fica, ninguém tira mais da minha cabeça. Nem eu mesma.
Eu tentei de todas as maneiras arranjar desculpas para que isso tudo não passasse de uma das minhas alucinações, mas quem disse que eu consegui?
O jeito foi aceitar – Ou melhor, tentar aceitar – e ver que DIABOS eu ia fazer.
Normalmente eu iria vestir minhas melhores roupas perto dele e iria ficar jogando charme. Se desse certo, eu até começaria a o sondar para saber se sentia o mesmo por mim.
Mas não posso fazer isso por quatro motivos óbvios:
1- Ele é meu amigo, conheceria todas essas “táticas”.
2- E, também, ele é esperto o bastante para não cair nessas artimanhas idiotas – chame de infantis se quiser.
3- Simplesmente não dá para, do nada, flertar seu amigo.
4- Ele está no meu corpo! Não quero dar em cima de mim mesma!
Diante disso tive de apelar para a única pessoa que não entraria em estado de choque quando lhe pedisse ajuda: a Hill.
-Eu sabia. – Ela falou com um sorriso quando eu terminei de contar a ela o meu sonho.
-Sabia o que? Eu ainda não disse o meu problema! – resmunguei.
-Você gosta do James! – ela alargou o sorriso. – Não é isso?
-Ei, por que você não berra logo de uma vez? Assim o restante da população mundial pode saber! – Eu olhei de esguelha para o dormitório feminino, como se pudesse olhar através da porta para saber se havia alguém escutando.
-É! Você gosta dele! – ela começou a gargalhar. Muito reconfortante, eu abro meu coração para ela (ou quase) e ela ri da minha desgraça!
-Do que você está rindo, Hill? – falei entre dentes.
-Você... Descobre isso... Logo... Agora... – ela disse tentando parar de rir – É mesmo muito engraçado!
-Qual a graça? Como assim “logo agora”?
-Você está no corpo dele. – ela sorriu divertida.
-Nossa! – exclamei cruzando os braços – Você ficou mesmo muito boba depois que começou a namorar o Remus!
-Há-há-há!
-Você não vai me ajudar?
-Como você quer que eu ajude? – ela se endireitou na cama, em sinal de que triplicava sua atenção.
-Bem...
Este “Bem” pode significar três coisas, e duas delas são sinônimo de perigo. Mas, a Hill, ainda assim, manteve-se disposta a me ajudar. Repetiu a pergunta após notar que não falaria mais nada:
-Lily, como você quer que eu ajude?
-Não tenho o que fazer, não é mesmo? – suspirei meio triste. Quando lhe pedi ajuda não esperava que ela me ajudasse exatamente, e sim me orientasse.
-Olha aqui – ela fechou os olhos em sinal de que já estava em seu limite (geralmente ela só faz isso quando eu masco chiclete de baba-bola perto dela) – Você veio pedir ajuda, não veio? Então peça!
-Eu vim pedir ajuda – falei pensando em como explicar – mas, e daí se eu gosto dele? Isso não muda nada!
-Ah, pelo amor de Deus! Não me venha ter uma crise agora!
-É sério, eu continuo no corpo dele, certo?
-É – Ela concordou – isso dificulta um pouco as coisas. – Sorriu – Talvez você devesse falar com Sirius.
-Ah claro! – ri sarcasticamente – Eu chego lá e falo “Hey, hey, Sirius, estou apaixonada pelo seu melhor amigo, yeah!”...
-Você não precisa falar – alargou o sorriso – Eu faço isso.
Estou perdida.
Nem preciso falar, é lógico, que Sirius desafiou todas as leis da improbabilidade com um sorriso fantástico – de colocar qualquer um em uma cela acolchoada de um sanatório – quando ouviu Hillary dizer com todas as letras: “A Lily descobriu de quem ela gosta”.
Parecia até que ele já sabia quem era, parecia até que ele esperava por aquilo.
Essa minha impressão absurda só se intensificou quando ele disse todo feliz:
-Finalmente, Lily!
Eu estava completamente abobalhada. Tudo aconteceu tão rápido que mal tive tempo de raciocinar e Sirius já espalhava a notícia para Remus e Peter – que logo festejaram com apertos de mão irreverentes.
Fiquei meio perturbada: se Sirius pretendia propagar a notícia, James logo ficaria sabendo!
-Sirius – chamei irritada, encarando-o – Se importa de parecer menos feliz?
-Por que? – ele sorriu.
-Porque isso não é motivo para alegria, ora!
-Por que não? – ele pareceu surpreso e todos os outros meio que prenderam a respiração.
-Porque é o sinal que eu precisava para ter certeza de que beiro à insanidade. – Sentei-me na cama de James – Olhe só, esqueçam isso, tá? Nem sei porque deixei que a Hill falasse com vocês...
-Ei! Iria nos privar disso? – Remus perguntou divertido e, vendo que não estava para brincadeiras, falou: - Olha, não é o fim do mundo.
-Pois deve estar bem próximo dele, sabe...
-É, deve mesmo – Sirius riu – Só mesmo a Lily admitir que gosta do James para causar a explosão final!
-Pára com isso! – Hillary mandou – Agora conte a ela.
-Contar o que? – perguntei.
Sirius de repente obteve uma expressão séria, tão séria que me assustou...
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