No Beco Diagonal



– Isso é incrível! – exclama Roberta, maravilhada com as lojas, especialmente as de animais.

– Vocês ainda não viram nada! – diz Hagrid, rindo.

– Eu quero comprar minha varinha! Vamos comprar logo as varinhas? – diz Louis, puxando a mão de Hagrid.

– Mas nós temos que comprar os livros! Esqueceram que vão para uma escola? – reclama Lilian.

– Oras, os livros podem esperar! E afinal, como poderemos praticar magia sem varinha? Ela é a coisa mais importante! E a mais legal! – diz Louis, sorridente, sendo puxada por Roberta para mais perto das vitrines.

Lilian olha irritada para as duas. Aparentemente, só ela sentia falta de casa. Hagrid fita-a com olhos bondosos e leva-as até a Olivaras, a melhor loja de varinhas do Beco Diagonal. As garotas entram nela e olham com curiosidade para tudo o que lá havia, até que um sujeito um pouco velho, com interessantes olhos azul-claros, veio até elas.

– Olá! Posso ajudá-las? – pergunta para elas, voltando-se para Lilian.

– Queremos uma varinha – responde Lilian, olhando séria para as irmãs, que brincavam com varinhas que estavam no balcão. Até que Roberta pega uma e um vaso que estava próximo explode.

– Ai, droga! Desculpa, eu não queria... – fala Roberta, nervosa.

– Calma, querida... Não precisa se preocupar. Pegue aquela outra. – diz ele, indo até ela. – Não é o bruxo que escolhe a varinha, e sim a varinha que escolhe o bruxo... Prove esta. Carvalho, 30 cm, flexível, possui uma corda de coração de Focinho Curto-Sueco. – entrega-a a Roberta, que ao tocá-la, faz com que saiam bonitas faíscas coloridas. Ela sorri.

– Parece que sua varinha encontrou você. – Sr Olivaras sorri, e vira para Louis e Lilian. – Agora são vocês. – Volta-se para a estante, e começa a procurar algo. Vira-se para Louis e entrega uma varinha, que ela pega e no menor aceno, derruba centenas de caixas de varinha.

– Opa... Hum... É, parece que não é esta! – diz, sem graça, e põe a varinha rapidamente na escrivaninha dele.

Ele ignora as caixas derrubadas e continua procurando as varinhas. Lilian, aborrecida, vai para fora da loja. Hagrid observava, divertido, Roberta fazer pequenos truques com sua varinha recém-adquirida. O Sr Olivaras vai atrás dela, pedindo a Louis que esperasse. Os três, dentro da loja, ficam olhando Lilian e Olivaras, aparentemente discutindo.

– Ela não aceita ser uma bruxa... – diz Louis, fitando-a.

De repente, Olivaras fala algo e pega o crucifixo de Lilian. Fita-o por alguns segundos e puxa firmemente, quebrando a corrente. Ela olha para ele num misto de raiva e incredulidade, mas ambos retornam a loja. Ela guarda o crucifixo no bolso, e ninguém toca no assunto.

– Prove esta, querida... Mogno, 27 cm, inflexível, possui um pêlo de unicórnio. – entrega-a a Louis, que ao tocar na varinha, consegue levitar um copo de água. Ambos sorriem.
– Agora você – olha para Lilian. – Sei exatamente o que procura. – volta-se para uma pilha de caixas, e pega com cuidado uma delas. – Salgueiro, 26 cm. Boa para feitiços. Prove – entrega para ela.

Lilian pega a varinha, e sente uma brisa bater em seu rosto. Espontaneamente, sorri. Olivaras também sorri.

– Acho que podemos continuar fazendo as compras. Até breve, Sr Olivaras! – despede-se Hagrid, levando as três.

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Depois de uma ida à Gringotes, o banco dos bruxos e um dos lugares mais seguros que existia, segundo Hagrid, o quarteto vai a Floreios e Borrões. Nesse ponto, Lilian começa a ficar mais animada, e procura os livros da lista com Hagrid. Louis e Roberta preferem comprar os animais, e escolhem bonitas corujas.

– Hora das vestes! – exclama Louis.

– Mas já? – pergunta Lilian, não tão empolgada quanto a gêmea.

– Claro! Temos que chegar bonitas em Hogwarts! Hagrid, onde fica a loja de roupas? – Louis, sorridente.

– Eu as levo até lá. – diz Hagrid – Mas vou aproveitar para resolver alguns assunto particulares de Hogwarts, portanto quando estiverem lá, comportem-se! – completa.

– Não se preocupe, Hagrid... Eu cuido delas – responde Lilian, com um meio-sorriso.

Ao entrarem na loja de Madame Malkin, os três pares de olhos começaram a vasculhar todo o lugar. Roberta começou a provar botas engraçadas, Lilian procurou alguém que as ajudasse com as vestes de Hogwarts, e Louis ficou observando duas garotas que provavam roupas. Uma delas era loira, alta e magra, mas de modos esnobes. A garota que estava ao seu lado era muito semelhante, porém seu cabelo era negro. Olhava para aquelas duas, e sentia algo estranho... Percebeu que era nojo.

– Cissy, como estou? – perguntou a de cabelo negro para a outra.

– Linda, Bella! – sorri a outra – E eu? – pondo as mãos na cintura.

– Divina, Cissy! – a outra sorriu.

Louis pensou “Credo...” e começou a olhar umas camisas, próxima a elas. A morena virou-se para ela e perguntou:

– Quem é você?

– Eu? Louis Evans – respondeu, estranhando aquela pergunta súbita.

– Evans da França? – questionou a loira.

– Não, não... Da Irlanda – respondeu, sem dar muita atenção às duas.
Elas se entreolharam, a loira soltou risadinhas irônicas e a morena completou:

– Uma trouxa...

Louis virou-se para ela, com uma expressão de raiva.

– Vamos ver quem é trouxa aqui – diz, dando um forte soco no rosto da morena, assustando a outra. Sendo criada numa fazenda, ela aprendeu coisas que julgava bastante úteis, como dar um bom soco. Sua oponente levantou-se com a mão no rosto, olhando com fúria para ela, que respondeu com um sorriso satisfeito.

– O que está havendo? – pergunta Lilian, sem entender aquela cena.

– Essa imbecil me ofendeu – responde Louis, olhando raivosa para a morena.

– O que foi que ela fez, Lolie? – pergunta Roberta, do lado de Louis.

– Vejo que não é só uma, Bella... São um trio de sangue-ruim! – diz a loira.

– Sangue-ruim? Você vai ver quem é sangue-ruim aqui, sua vadia – diz Roberta, dando um chute da canela da outra.

Lilian grita, pedindo ajuda. Agora eram quatro garotas se engalfinhando, e tudo por causa de uma mera expressão. O que diabos era “sangue-ruim”? Não parecia ser algo bom, mas elas nem sabiam o que era. E como aquilo começara? Prometera a Hagrid que ia cuidar das duas, e agora estavam se batendo com completas estranhas.

Hagrid chega na loja, e dando de cara com aquela briga e com uma Lilian confusa, aparta a briga, juntamente com as vendedoras. Elas continuam olhando-se furiosamente.

– Escutem aqui, suas Evans malditas! Saiba que ninguém bate em Bellatrix Black e Narcisa Black e sai impune! Vai ter troco! – diz Bellatrix, descabelada, olhando para elas com desprezo.

– Da próxima vez que abrir a boca para falar da minha família, lembre-se do soco que eu te dei! – diz Louis, tentando se libertar dos braços das vendedoras.

– Parem! Louis, Roberta, vamos sair daqui – diz Lilian, ajudando Hagrid a sair de lá com as duas. Lança um último olhar para as Blacks, e pressente problemas futuros. Não estava errada.

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– A culpa não foi minha! Aquela imbecil que veio me chamando de trouxa, sem mais nem menos! – resmungava Louis, enquanto estavam sentados tomando sorvete na Florean Fortescue.

– E depois aquela loira oxigenada veio chamar a gente de sangue-ruim! – completou Roberta, enquanto tomava seu sorvete.

– Me perdoem... Eu sabia que não seria prudente deixar vocês sozinhas, ainda mais podendo acontecer uma confusão como essa. – começa Hagrid. – Vocês sabem o que significa tudo o que elas falaram?

Elas se entreolharam, e perceberam que não faziam idéia do que significava tudo aquilo. Hagrid, então, explica que “trouxa” são as pessoas sem magia, as pessoas comuns. E “sangue-ruim” era um xingamento que se referia aos “trouxas”.

– Que preconceito! – exclama Lilian.

– Pois é... Alguns bruxos de famílias mais tradicionais gostam de ofender os bruxos de pais trouxas e os mestiços, que são os que têm um dos pais bruxo. Orgulho do “sangue-puro”, sem misturas... Como se isso fosse muito importante. Não liguem para isso. – diz Hagrid, terminando seu sorvete. – Aquelas duas são irmãs, Bellatrix e Narcisa Black. A família Black é uma das mais tradicionais, e das que mais desprezam os mestiços e nascidos trouxas. Vocês vão descobrir mais sobre ela em Hogwarts.

Elas continuam ouvindo o que Hagrid dizia, até que um garoto de cabelos escuros, magro e um pouco baixo {N.A.: imaginei o ator Adam Brody, conhecido também como Seth Cohen do seriado “The O.C.” =D} se aproxima delas.

– Com licença... Posso me juntar a vocês? Estou um pouco perdido... – diz o garoto, olhando pros lados como se procurasse algo.

– Claro, gatinho! – adianta-se Roberta. – Senta ai... Como se chama?

– Igor Potter – diz ele, sorrindo.

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