O Berço das Trevas
Cap. 17 - O Berço das Trevas.
Depois de ouvir a notícia de Remo, o sorriso de Harry, presente em seu rosto desde que acordara ao lado de Gina no dia anterior, só fez aumentar. Ele mesmo tinha certeza de que nunca tivera tanta esperança desde que descobrira a profecia no seu quinto ano. Tinha plena ciência de que ainda faltava muito para conseguir destruir Voldemort, e agora restava a parte mais difícil. Matar a cobra, que sempre andava junto de seu mestre, para depois matar o próprio Voldemort.
Só uma coisinha o estava incomodando naquela manhã: quando contasse para Rony, Hermione e Gina sobre a descoberta de Remo, com certeza os três iriam querer ir com ele até a cabana desaparecida. Lembrava-se muito bem da ultima vez em que tinham se metido nisso. Rony quase tinha ficado com um dano permanente na cabeça, devido à queda de um pedaço do teto em cima dele.
Tinha certeza de que nenhum dos três abriria mão de ir com ele, mas como tinha descoberto há algum tempo, ele já não era capaz de tentar afastá-lo dele. E pensando por outro lado, dessa vez iriam com Remo, ele era perito em Defesa Contra a Arte das Trevas, além de ter sido um maroto, e conhecer vários feitiços que poderiam salvá-los. Dessa vez não haveria nenhum acidente. Iriam até lá, recuperariam o bracelete e depois voltariam para Hogwarts.
Depois que tomou café, foi junto com Hermione Rony para as aulas da manhã. Decidiu só contar o que sabia quando os quatro estivessem juntos, na Sala Precisa, aproveitaria que mais tarde teriam uma reunião da AD.
O dia passou tranqüilo para Harry, nada do que aconteceu, nem mesmo o irritante Professor Slughorn conseguiu fazer com que sua felicidade diminuísse. Rony e Hermione perguntaram para ele varias vezes durante o dia se estava tudo bem, e Harry apenas acenava com a cabeça, em sinal de concordância.
E pra total alívio de Harry o fim das aulas chegou, e depois de um longo banho e de um rápido jantar no Grande Salão, puxou a namorada e os amigos em direção a Sala Precisa.
- Por que tanta pressa, Harry – resmungou Rony, quando estavam entrando na Sala – a reunião da AD é só daqui uma hora!
- Eu sei Rony, eu sei – concordou o moreno, fechando a porta atrás de si – Mais tenho que contar uma coisa muito importante para vocês – completou.
Os outros três olharam para ele, os três com conhecidas expressões de ponto de interrogação. Para os três era realmente estranho ver Harry tão feliz, como ele se mostrara por todo o dia.
- Dá pra falar logo, Harry – resmungou Gina, um quê de curiosidade implícito na voz – Você vai matar agente de curiosidade desse jeito!
- Ta bom, Gina – ele concordou sorrindo, e se jogando em um sofá que tinha aparecido na sala, e continuou a falar, ainda olhando para a ruiva – Acontece que hoje de manhã eu fui até a sala do Remo pra contar o que a você descobriu sobre o bracelete. Ele não conhecia essa historia, mas tem certeza de que a você chegou à conclusão certa. Voldemort roubou o bracelete da menina, depois que ela saiu de Hogwarts.
Gina sorriu ainda mais, estava radiante por ter descoberto a história do bracelete, queria muito poder ajudar Harry, ainda mais depois de ter presenciado o quanto aquela história toda estava acabando com o namorado.
- Eu ainda não entendi o motivo de toda essa felicidade, Harry – falou Hermione levantando uma das sobrancelhas – o que mais que Remo te disse pra você ficar tão feliz?
Em resposta a pergunta da amiga, Harry contou aos três a historia de Remo. Sobre a descoberta da noticia do jornal trouxa, sabre o depoimento da menina que tinha visto Voldemort, e depois de sua ida até a floresta na Albânia, para checar se realmente havia uma cabana ali.
- Como Remo tem quase certeza de que o bracelete está naquela cabana – continuou Harry, ignorando a expressão de espanto dos outros três – nós vamos até lá, no sábado, pra recuperar o bracelete.
- Isso é maravilhoso, Harry – exclamou uma sorridente Hermione, indo abraçar o amigo – E é claro que nós vamos com você! – completou.
- Vocês não vão não, Hermione – para surpresa da garota, quem disse isso foi Rony, e não Harry – Você e a Gina vão ficar aqui! É muito perigoso… - continuou, encarando a namorada com um olhar firme.
- Eu acho que você ainda não entendeu muito bem, Rony – falou Gina, colocando as mãos na cintura, e retribuindo o olhar do ruivo – você não manda na minha vida. Eu vou com o Harry e ponto final!
- Eu concordo com a Gina, Rony – falou Hermione, a voz firme e com uma carranca que deixaria até mesmo Voldemort com medo dela – Você não manda na minha vida! Há anos que digo para o Harry, e agora vou falar pra você também, eu não vou desistir de lutar pelo que acredito, e não vai ser você que vai me impedir!
Rony lançou um olhar mortífero para as duas, principalmente para a namorada. Pareceu pensar por alguns segundos antes de responder, mas foi cortado por Harry.
- Eu também concordo com o Rony – falou o moreno, Gina e Hermione agora olhando para ele com a expressão acusadora – também acho que vocês não deveriam ir, já que é muito perigoso. Mas – continuou, antes que a ruiva o interrompesse – Sei que vocês duas são extremamente capazes de cuidar de vocês mesmas, e sei que as duas só querem ajudar. Afinal, tenho certeza de que não impedir nenhuma das duas de ir com a gente, mesmo se eu quisesse.
- Viu Rony – falou Hermione, agora sorrindo para o amigo – até mesmo o cabeça-dura do Harry já entendeu isso! E pode tirar essa carranca da cara! Eu e Gina vamos com vocês e ponto final.
Rony olhou para as duas garotas com um olhar firme, para depois fitar o amigo, agora com um olhar decepcionada, como se Harry o tivesse traído quando concordara com as duas meninas, no que Harry apenas deu de ombros, sabia que seria inútil discutir com Gina e Hermione, ainda mais com as duas ao mesmo tempo.
Quando Rony se recuperou do choque e ia começar a falar alguma coisa, o relógio de Harry apitou, avisando que faltavam apenas dez minutos para começar a aula da AD.
- Depois nos conversamos, Rony – ele falou, cortando o amigo – os outros alunos vão começar a chegar, já esta quase na hora.
Antes que o ruivo pudesse retrucar, Harry saiu da sala para esperar os alunos. Menos de cinco minutos depois, todos os alunos que tinham se inscrito para a AD já estavam ali, e eles puderam começar a aula.
Assim como vinha acontecendo desde o começo do ano, a cada encontro da AD, Harry sentia um pouquinho mais de esperança e até mesmo certo orgulho de si mesmo, já que graças a essas aulas tinha certeza de que todos ali estavam cada vez mais preparados para lutar por suas vidas, caso isso fosse preciso.
Pedia a Merlin a cada instante que isso não fosse preciso, que nem mesmo os alunos maiores de idade precisassem lutar na guerra, mas estaria sendo pouco realista se acreditasse veementemente nisso.
A reunião se passou tranqüila, e em meio a algumas risadas provocadas por alguns alunos, e alguns elogios aos avanços feitos por todos, Harry encerrou a aula, meia hora antes de acabar o horário em que poderiam ficar fora dos Salões Comunais.
Assim que se viu na Sala, acompanhado apenas de Gina, Hermione e Rony, soube que a conversa dos quatro ainda não tinha acabado, já que Rony mantinha a carranca adquirida depois que ele concordara que Gina e Hermione tinham que ir à busca pela ultima Horcrux.
- Vamos Rony não adianta ficar com essa cara de quem cheirou bomba de bosta – começou Gina, vendo que o irmão não iria falar nada – você sabe muito bem que eu não sou mais a pirralhinha que você tinha que ficar vigiando enquanto papai e mamãe não estavam em casa. Eu cresci, ta legal?
“E a Hermione, bom, sei que você já descobriu que ele não é uma criança – ela completou, com um tom malicioso – ela sabe muito bem cuidar de si mesma. E tenho certeza de que vocês não teriam saído de metade das suas enrascadas se ela não estivesse junto. Ela é o cérebro da equipe, esqueceu?
“Além disso, ela já está metida até o pescoço nisso tudo, seria até injusto dizer que ela não pode ir com vocês! Seria desmerecer muito dos poderes dela disser que ela não pode ir por que será perigoso, Hermione é a bruxa mais inteligente e corajosa que eu já conheci!”
No mesmo instante em que acabou de falar, Gina olhou para os três presentes na sala, e em cada um pode notar uma reação diferente. Harry a olhava, com um sorriso de canto, que ela julgou fofo, e um olhar orgulhoso. Hermione muito emocionada com as palavras da amiga, parecia estar a beira das lágrimas, enquanto Rony, permanecia firme, mas com um olhar que admitia a iminente derrota.
- Você está certa – murmurou Rony, alguns segundos depois – como sempre – completou, sorrindo para a irmã.
- Bom, agora que resolvemos esse pequeno acidente de percurso, acho que já podemos voltar para o Salão Comunal – falou Gina divertida, o sorriso maroto já de volta aos seus lábios.
- Hum, vão indo na frente, eu preciso falar com a Hermione – concordou Rony, ficando levemente corada, ao perceber a cara de interrogação da morena.
- Tudo bem – concordou Harry, puxando a namorada com ele para fora da sala, antes que ela pudesse falar alguma coisa.
- Ai, Harry, também não precisava me tirar de lá a força – reclamou a ruiva, quando os dois já estavam no corredor do sétimo andar, e a porta da Sala Precisa desaparecia atrás deles – eu queria saber o que o Rony ia falar!
- Você não aprende mesmo Gina – retrucou o moreno – pela primeira vez, desde que conheço o seu irmão, ele admite que esteja errado na sua frente, e ainda por cima parece querer se desculpar com a Hermione por ter insinuado que ela não era capaz de fazer alguma coisa e você quer atrapalhar?
- Eu tenho culpa de que meu irmão mais parece um trasgo do que outra coisa? – ela resmungou – é um momento tão inacreditável que eu queria estar lá para ver.
- Você realmente não existe, Gina – respondeu Harry, rindo com as palavras da namorada, que apenas revirou os olhos.
Hermione seguiu Harry e Gina com os olhos, até que a porta da Sala se fechou atrás deles, para depois deixar seu olhar vagando pela sala, até cair sobre Rony, que a encarava com uma expressão dividida entre o nervosismo e arrependimento.
- Então – começou Hermione, de maneira insegura – o que você queria falar comigo, Ron?
- Bom – respondeu ele, as orelhas já ficando tão vermelhas quanto seus cabelos – eu queria, bem, pedir desculpas, sabe. Acho que você e a Gina não entenderam bem porque não queria que vocês fossem buscar a Horcrux. Eu não acho que vocês não são boas o bastante pra ir, eu só… fico com medo por vocês duas. Sei que são bruxas muito talentosas e inteligentes, mas vocês não podem me culpar por querer proteger minha irmãzinha e minha namorada.
- Eu sei disso, Ron – respondeu a morena, sorrindo carinhosa – eu não culpo você por querer que agente fique protegida, mas a Gina tem razão – completou – você não vai conseguir proteger agente o tempo todo…
- Sei disso, Mione, eu sei disso – ele concordou, se aproximando da namorada e a abraçando carinhosamente. – é que eu não sei o que faria se Gina ou você se machucassem… você é a coisa mais importante da minha vida agora, e bem… Gina é minha irmã.
Assim que ouviu as palavras do ruivo, Hermione não conseguiu conter as lagrimas de caírem lentamente pelo seu rosto, e muito menos pode refrear os soluços.
- Você ‘tá chorando? – perguntou Rony, se afastando momentaneamente dela para poder encará-la.
Hermione não conseguiu dizer nada, na verdade não tinha a mínima noção do que dizer, apenas tentou concentrar-se em si mesma por um instante para conseguir acalmar-se e parar de chorar.
- Mione, por que você está chorando desse jeito? – resmungou o ruivo ainda atônito – o que eu fiz de errado?
- Você não fez nada de errado, Ron… - ela respondeu, quando conseguiu parar com os soluços, mesmo que as lagrimas ainda corressem por seu rosto.
- Então por que você está chorando, Mione? – ele perguntou, uma quê de desespero em sua voz.
- Estou chorando de emoção, Ron – ele respondeu, e vendo a expressão de duvida que o namorado ainda mantinha, ela continuou- você ouviu o que disse para mim? – ele pareceu ainda mais confuso – você disse que eu a coisa mais importante da sua vida agora…
- E é verdade – concordou Rony, agora com um sorriso aliviado – achei que você soubesse disse, Sr Sabe-Tudo – ele completou brincalhão, secando as lagrimas da menina.
Hermione sorriu ainda mais, as lagrimas voltando com força total agora, como se Rony tivesse apertado algum botão desconhecido nela.
- Hei, para de chorar – ele falou de um jeito muito carinhoso – assim você me deixa preocupado, Mione.
Ela o olhou por alguns segundos, para depois secar as lagrimas do rosto e respirar fundo controlando a própria respiração.
- Pronto Rony, já parei – ela falou, sorrindo – e me desculpe… eu não sei o que deu em mim. Pareço uma daquelas garotas frescas que choram por qualquer coisa…
Rony apenas sorriu, para depois beijá-la levemente os lábios.
Harry acordou muito cedo naquela manhã de sábado. Um incomodo ar de ansiedade pairava sobre ele pelo resto da semana, que se estendeu lentamente, em sua opinião. Quando se levantou da cama e olhou pela janela o sol ainda não tinha aparecido completamente no horizonte.
Mesmo sem conseguir dormir continuou deitado em sua cama. Ficou repassando em sua cabeça todos os feitiços que ele tinha aprendido e que poderiam ser úteis na busca belo bracelete.
Quase uma hora depois Rony também acordou. Ficou encarando o teto por quase vinte minutos, enquanto Harry tomava banho e se trocava. Depois que o amigo saiu do banheiro, já com roupas trouxas, foi sua vez de fazer a higiene matinal. E meia hora depois os dois estavam descendo para o Salão Comunal.
O salão ainda estava praticamente vazio, apenas dois garotos que Harry não se lembrava de conhecer já estavam acordados, os dois sentados em um canto afastado do Salão. Hermione e Gina não demoraram nem dez minutos para descer, e em silencio os quatro foram em direção a Sala de Lupin.
Quando chegaram em frente a sala de Remo, Harry se adiantou e bateu na porta, e em alguns segundos Remo apareceu na porta, as vestes de bruxo deixadas de lado, dando lugar a uma calça jeans surrada e uma camiseta de uma banda bruxa, que Harry sabia que Tonks era fã.
- Bom dia, meninos – ele falou, saindo da sala, com um sorriso simpático, tão característico dele – Estão prontos para ir?
- Com certeza, Remo – respondeu Hermione, também sorrindo simpática para o professor – Parece que o senhor está de muito bom humor essa manhã – ela completou, parecendo entre envergonhada e divertida com a própria pergunta.
- Muito bom humor – concordou Remo, os guiando em direção aos jardins, onde usariam a chave de portal.
- Será que agente podia saber por quê? – dessa vez quem perguntou foi Rony, parecendo ainda mais curioso do que a namorada.
- Ah Rony, com um dia tão bonito com esse – ele começou, com um sorriso maroto no canto dos lábios – como é que alguém pode não ficar bem humorado – completou.
Rony, Hermione e Harry sorriram com a resposta do ex-maroto, apenas Gina lançou a ele um olhar de quem sabe de alguma coisa, e ela sabia.
- Ele está assim porque a Tonks estava aqui – ela falou no ouvido de Harry, a voz não passando de um sussurro – eu a vi na sala, quando ele abriu a porta – completou, no que Harry soltou uma sonora gargalhada.
Os cinco continuaram a andar até chegarem a um ponto afastado do jardim, então Remo tirou uma pequena latinha de refrigerante trouxa vazia do bolso.
- Bom, temos pouco mais do que dois minutos – ele começou a falar, um pouco mais rápido do que de costume – a chave vai nos levar para o coração de uma floresta na Albânia. Vamos ter que andar alguns quilômetros até chegar ao lugar exato onde a cabana esta ‘escondida’ magicamente. Não façam nenhum feitiço antes que eu consiga fazer a cabana aparecer, nem mesmo Lumus. A magia pode ser detectada nas redondezas e podemos ser descobertos. Entenderam?
Os quatro concordaram com a cabeça, sérios.
- Quando a cabana aparecer, entramos lá, com o maior cuidado possível – ele continuou falando – nada de se precipitar. Precisamos ter calma, ou podemos cair em alguma armadilha. Pelo que vocês contaram do orfanato, não vai ser nada fácil chegar até o bracelete.
Os quatro concordaram novamente com a cabeça, todos concentrados demais para falar alguma coisa.
- Vamos, falta menos de um minuto agora – falou Remo.
Os quatro também seguraram a latinha, e alguns segundos depois, sentiram ser puxados pelo o umbigo para em seguida, caírem no chão.
Assim que conseguiram se levantar, Harry pode observar onde estavam. A floresta se parecia muito com a Floresta Proibida nos terrenos de Hogwarts. Nesse ponto, as árvores estavam pouco espaçadas, fazendo com que quase nenhuma luminosidade atravessasse as grosas copas das arvores. E assim como na Floresta proibida, Harry não conseguiu ouvir barulho algum, e não conseguiu ver nenhum animal, por menos que fosse por perto.
- Vamos – chamou Remo, andando em direção ao norte da floresta, onde ela parecia ficar ainda mais escura e mais densa.
Andar por aproximadamente vinte minutos, até que Remo parasse na frente de uma pequena clareira. Harry não tinha certeza de como, mais podia sentir a mágica emanar daquele lugar, assim como acontecera na caverna e no orfanato.
Mais uma vez Remo se colocou na frente do grupo, e empunhando a varinha, começou a murmurar alguns feitiços desconhecidos apontando para o nada. Depois de alguns minutos, Harry já estava começando a achar que algo estava errado, mais antes que pudesse perguntar alguma coisa para Remo, uma cabana velha e de aspecto mal cuidado surgiu na frente dos cinco.
- Uau! – exclamou Hermione, se adiantando e ficando do lado de Remo – Brilhante, Remo, brilhante! Onde você aprendeu todos esses feitiços?
- A maioria eu aprendi durante minhas viagens pelo mundo bruxo – ele respondeu rindo – e os outros, eu, Tiago e Sirius descobrimos nos livros da seção reservada da biblioteca.
- Certo, vamos deixar o papo de sabe-tudo de lado e entrar logo – reclamou Rony, despertando Remo de seus devaneios – quanto mais cedo pegarmos esse bracelete, mais cedo eu posso voltar para a escola e ir até a cozinha.
- Você não tem jeito mesmo, Rony – falou Gina, rindo da cara do irmão.
Dessa vez foi Harry quem tomou a frente do grupo, seguido por Gina, que segurava sua mão, em um gesto de apoio ao namorado.
A porta da cabana já estava aberta, na verdade ela parecia estar prestes a cair, Harry a empurrou de vagar, e os cinco entraram na escura cabana, todos de varinhas a posto e olhares atentos.
Estavam no que parecia ser uma pequena sala, nas paredes havia varias prateleiras, todas cobertas com uma grosa camada de poeira. Bem ao centro, puderam ver um caldeirão, igual ao que eles usavam nas aulas de poções, apenas um pouquinho maior do que de costuma.
Os cinco andaram até o caldeirão, tentando ver o que tinha lá dentro, mais foram impedidos por uma rajada de vento que passou por eles, em seguida uma cobra gigante se materializou na frente deles, impedindo-os de chegar até o caldeirão. A cobra não era tão grande como o basilisco que Harry enfrentara na Câmara Secreta, mais chegava a ser maior do que Nagine a cobra de Voldemort.
- O que fazemos? – perguntou Hermione em um tom desesperado.
Antes que alguém respondesse, ou se quer pensasse no que fazer, ouviram outro barulho, e ao virarem de costas viram outra enorme cobra, tão grande quando a primeira se materializar na frente deles. E no segundo seguinte, estavam encurralados no meio da sala por cinco cobras gigantes e parecendo famintas.
Harry foi o primeiro a se recuperar do choque, e ainda segurando firmemente a varinha em uma das mãos, lançou um feitiço estuporante em uma das cobras. A cobra apenas recuou alguns centímetros para depois voltar a avançar.
- Incendio – Harry gritou depois, apontando para a mesma cobra, que dessa vez, foi atingida pelas chamas, e começou a se contorcer de dor.
Nesse momento um alarme soou na cabeça dos outros quatro que usaram o mesmo feitiço para acertar as cobras que ainda avançavam lentamente pra cima deles. Assim que foram atingidas pelos feitiços, as outras quatro cobras também se contorceram de dor no lugar em que estavam, para depois de alguns instantes todas virarem apenas um punhado de cinzas no chão.
Novamente Harry foi o primeiro a se recuperar do choque, voltou a andar em direção ao caldeirão no meio da sala. Chegou bem perto, mas sem realmente encostar-se a ele. Dentro do caldeirão havia uma poção quase transparente mais com um aspecto bem gosmento, e no fundo do caldeirão, envolto em uma aura prateado estava um bracelete de ouro, cravejado com algumas pedras azuis que formavam o símbolo da Corvinal.
- Que poção é essa? – perguntou Gina, que agora estava ao lado do namorado, olhando abobalhada para o caldeirão.
- Eu não faço idéia – respondeu Hermione parecendo realmente frustrada – Você sabe, Remo?
Todos olharam para Remo, esperando que ele dissesse que conhecia aquela poção e sabia como conseguiriam pegar o bracelete que estava lá no fundo. Mas com um olhar de quem pede desculpas ele negou com a cabeça.
- Esperem um minuto – falou Harry, voltando a encarar a poção transparente – Acho que já li sobre essa poção no livro do Príncipe Mestiço, no ano passado – ele completou, franzindo o nariz com a fala.
- Serio? – perguntou Rony, sorrindo, e chegando mais perto do caldeirão.
- Aham – ele concordou – mas eu não chegaria muito perto não. Apenas uma gota dessa poção pode corroer todo o seu corpo. Eu não me lembro direito o nome da poção, mas ela se parece com um acido trouxa – ele continuou Rony e Gina não entenderam muito bem o que ele queria dizer com aquilo – a única diferença é que ela não corroe qualquer coisa, apenas pessoas. Se você jogar qualquer coisa ai, vai parecer que é apenas água, mas se você encostar…
- Que bom que você me avisou, então – respondeu Rony, dando um passo para trás – Mas como é que vamos pegar o bracelete, se nem ao menos podemos chegar perto dessa maldida poção.
- Tem que ter um jeito – falou Hermione pensativa - Voldemort teria que pegar o bracelete um dia, então tem que ter um jeito de enganarmos a poção.
- E tem – respondeu Gina em um fio de voz e um tom pensativo.
- Tem? – perguntaram Harry, Hermione, Rony e Remo ao mesmo tempo, todos olhando para a garota com olhares assombrados.
- Aham – ela concordou, balançando a cabeça debilmente.
- Fala logo como Gina – resmungou Rony exasperado – nós não temos o dia inteiro pra ficar aqui olhando pra essa porcaria de poção.
- Ignorando a falta de educação do meu irmão – falou Gina, voltando a ter a expressão firme de sempre – Prestem atenção no que o Harry falou… nós não podemos encostar na poção… mas podemos enfeitiçar qualquer coisa para mergulhar na poção e pegar o bracelete!
- Gina, você é um gênio! – falou Remo, sorrindo.
Gina apenas sorriu, enquanto observava Remo fazer um floreio complicado com a varinha e surgir um braço feito de plástico. Ainda sem dizer uma palavra, Remo continuou fazendo alguns floreios com a varinha, fazendo com que o braço mergulhasse na poção, e depois trouxesse o bracelete para fora do caldeirão.
- Não toque, Hermione – falou Harry, antes que a menina pudesse pegar o bracelete que estava suspenso no ar, pelo braço enfeitiçado – o bracelete estava mergulhado na poção.
- Desculpe – murmurou a menina, parecendo envergonhada.
- Sem problemas – respondeu Harry, conjurando uma pequena bolsa onde Remo, ainda usando a varinha, guardou o bracelete.
Os cinco se olharam por um instante, com crescentes sorrisos nos lábios, mas antes que pudessem comemorar alguma coisa, ouviram um estrondo vindo da parte superior da cabana, no mesmo instante em que a porta, que a primeira vista parecia prestes a cair, se fechou com um estrondo.
- Não façam nada ainda – falou Remo, em tom de alerta.
Outro estrondo foi ouvido, até que a parede oposta a porta veio a baixo, revelando um trasgo montanhês, ainda maior do que o que Rony e Harry enfrentaram no primeiro ano.
Antes que algum dos cinco pensasse em fazer alguma coisa, o trasgo avançou em direção a onde estavam Gina e Hermione. No mesmo instante ele oi atingido por três feitiços diferentes, o que em vez de derrubá-lo deixou-o ainda mais nervoso.
Hermione e Gina também tentaram atingir o trasgo com outros feitiços, mas isso parecia deixar o mostro com ainda mais raiva, e pior a apenas alguns centímetros das duas. Mas antes que o trasgo pudesse alcançar as meninas, Remo lançou um novo feitiço na criatura, que caiu para trás, desacordada no mesmo instante.
- Vamos embora daqui logo – falou Gina, parecendo extremamente irritada – antes que apareça um dragão ou coisa pior nessa cabana dos infernos!
Os outros quatro concordaram com a menina e foram em direção a porta que ainda permanecia trancada, mas que foi colocada a baixo por uma furiosa Hermione.
Assim que se viram fora da cabana, Remo guiou os outros quatro de volta ao lugar em que tinha aparecido com a Chave de Portal.
- Como vamos voltar, Remo? – perguntou Harry, quando eles pararam.
- Vou fazer uma Chave de Portal de novo – ele respondeu – Mas vai demorar alguns minutos. Fiquem atentos!
Remo não precisou falar mais nada, os quatro ficaram parados no mesmo lugar, olhando para os lados, esperando que qualquer coisa maluca os atacasse de novo a qualquer instante.
- Você foi incrível, Gina – falou Harry, alguns minutos depois, abraçando a namorada carinhosamente.
- Obrigada, meu amor – ela respondeu, deixando Harry a abraçar mais forte.
- Pronto, terminei – falou Remo, mostrando aos quatro mais uma latinha de refrigerante trouxa vazia – vai ser ativada em um minuto, por isso, segurem!
Os quatro obedeceram prontamente, e no minuto seguinte estavam de volta aos jardins de Hogwarts, que dessa vez estava cheio de alunos, que os encaravam curiosamente.
- Bom, vamos até a sala da MacGonagall agora para destruir o bracelete – falou Remo, quando todos já estavam novamente de pé.
-Certo – concordou Harry.
Os cinco andaram calma e silenciosamente pelo castelo, apenas Rony e Hermione discutiam alguma coisa sem importância aos sussurros pelo caminho, mais isso passou totalmente despercebido por Remo, que ia mais a frente e por Harry e Gina, que estavam concentrados demais sorrindo.
Antes que percebesses já estava em frente à gárgula de pedra, e Remo já tinha dito a senha.
- Entrem – falou MacGonagall, sobrepondo-se a voz dos quadros dos antigos professores – A, são vocês, que bom que voltaram! Já estava começando a ficar preocupada! Molly já venho até a minha sala duas vezes para perguntar se eu sabia onde vocês quatro estavam!
- Tinha que ser a minha mãe – falou Gina, entre um tom de reprovação e um sorriso brincalhão.
- E então? – perguntou MacGonagall sem conseguir conter a curiosidade – Conseguiram?
- Conseguimos Minerva – falou Remo, levantando o saquinho onde estava guardado o bracelete o colocando em cima da mesa da diretora.
- Então vamos destruí-lo logo – respondeu ela, levantando-se de sua cadeira e pegando a espada de Grifinória que estava na redoma pendurada na parede.
Dessa vez foi Rony quem tomou a dianteira e tirou a espada da redoma, empunhando-a em seguida. Com o bracelete ainda dentro do pequeno saquinho, ele golpeou a jóia.
Assim como das outras vezes, foi possível ouvir um uivo de dor prolongado e estridente, enquanto uma nuvem negra ia cobrindo a sala, se intensificando junto com o uivo de dor, para depois, quase ao mesmo tempo os dois desaparecerem no ar.
- Pronto – falou o ruivo, colocando a espada de volta a sua redoma – destruímos a ultima Horcrux. Agora só precisamos achar aquela maldita cobra!
- E matar Voldemort, não é maninho – completou Gina, olhando para as unhas, como se aquele assunto fosse totalmente insignificante.
Os outros deixaram-se sorrir pelas palavras da ruiva. Sabiam que tinham conseguido destruir todas as Horcruxes que estavam ao seu alcance, porém agora vinha a parte mais difícil: matar Nagine e destruir definitivamente Voldemort.
- Bom, acho que eu já vou me deitar – falou Hermione, para Harry, Gina e Rony, guardando o ultimo livro que ainda tinha em cima da mesa, dentro de sua mochila – Hoje foi um dia agitado, e estou muito cansada.
- Você tem razão, Mione – concordou Rony, se levantando junto com a namorada – Recuperar e destruir uma Horcrux pela manhã, e depois passar a tarde inteira fazendo deveres, com certeza é muita coisa para um Rony só.
- Só você pra fazer piada com uma coisa dessas, Rony – retrucou Hermione, tentando conter um sorriso – Você também vai subir Gina? – ele perguntou, virando-se para a ruiva.
- Vai indo Mione – ela respondeu – Eu ainda vou ficar aqui mais um pouquinho com o Harry – completou, fazendo Rony revirar os olhos.
- Certo, boa noite pra vocês, então – falou a morena, e Rony apenas acenou com a cabeça para os outros dois.
Rony ainda lançou um último olhar contrariado na direção da irmã e do melhor amigo, mais ao ver Gina rir descaradamente dele, deu de ombros e voltou a subir para o próprio dormitório.
- Meu irmão não tem jeito mesmo – reclamou a ruiva, depois de alguns segundos, acomodando-se melhor no sofá, de modo a encarar o namorado – Bom, mais eu não posso culpá-lo! Na verdade, acho que a culpa é de Fred e Jorge…
- Porque a culpa seria deles? – perguntou Harry sem entender nada.
- Eu ouvi os três conversando ontem – ela sussurrou, como se contasse um segredo ao moreno – Os gêmeos estavam brigando com Rony, queriam que ele ficasse me vigiando – completou, revirando os olhos.
- Te vigiando? – retrucou Harry rindo – Até parece que o Rony ia conseguir ficar te vigiando! Ele não sobreviveria – ele completou.
- Não mesmo – concordou a ruiva rindo.
Os dois ainda riram algum tempo, mas sem realmente saber o motivo por que riam.
- Bom, acho que vou dormir também – falou Gina, se levantando preguiçosamente do sofá – Estou realmente cansada, e temos treino de Quadribol amanhã!
- Já tinha até me esquecido que tinha marcado treino para amanha – respondeu Harry, também se levantando.
- Que bonito, ehin, capitão! – falou a ruiva rindo – Boa noite – completou, depois de dar um beijinho no namorado.
- Boa noite.
Era relativamente cedo quando os quatro desceram para tomar café na manhã seguinte. Harry, Gina e Rony empunhando suas vassouras e usando vestes de quadribol. Hermione era a única que reclamava por terem acordado cedo em pleno domingo, já que ela não teria treino de quadribol. Mas Rony fez questão de repetir varias e varias vezes que ele adoraria que a namorada fosse vê-lo treinar. Então, mesmo levemente emburrada, Hermione seguiu os outros três para o Grande Salão.
Porém assim que colocaram os pés no Grande Salão, sabiam que algo ruim tinha acontecido. A recente descontração que se instalara no castelo nos últimos tempos tinha sumido completamente, dando lugar a expressões assustadas e olhos chorosos.
- O que aconteceu? – perguntou Harry, quando eles sentaram-se na mesa da Grifinória ao lado de Tonks e dos outros Weasley.
- Uma vila trouxa foi atacada ontem à noite, olhem – respondeu Tonks, erguendo um jornal na direção dos quatro.
A foto da primeira capa era da Marca Negra, imponente no alto do céu estrelado, e em cima da foto a manchete em letras garrafais: VILAREJO TROUXA É ATACADO POR COMENSAIS DA MORTE.
Harry foi o primeiro a se recuperar do choque e virar a folha do jornal para ler a matéria completa.
“Ontem a noite um Vilarejo trouxa nos arredores de Londres foi atacado. O ataque começou por volta das onze da noite, quando a maioria dos habitantes já estavam dormindo em suas casas.
Segundo algumas vitimas do terrível ataque, havia mais ou menos trinta Comensais da Morte no vilarejo, e nenhum deles se importou de serem reconhecido, pois nenhum usava mascaras.
Os trouxas foram atacados violentamente e torturados, apenas para diversão dos Comensais. No total foram15 trouxas mortos e mais de 60 feridos.
Aparentemente nenhum dos habitantes tinha qualquer ligação com o mundo bruxo. Nenhum dele nem ao menos sabia da existência da nossa comunidade. O que nos leva a acreditar que esse ataque foi somente para assustar aos trouxas e as autoridades bruxas, que apenas ficaram sabendo do acontecimento horas depois do final do ataque.”
- Que horror – falou Gina, quando terminou de ler a noticia – Eles mataram todos esses trouxas sem nenhum motivo. Só pra se divertirem!
- Todas essas pessoas morreram sem nem ao menos saberem o porquê – concordou Hermione, também horrorizada.
- Esse é Voldemort – falou Harry, sua voz não passando de um sussurro – Quando você acha que ele está quieto de mais, ele sempre nos surpreende!
- Será que ele também estava no ataque? – perguntou Rony, olhando diretamente para o amigo, como se ele soubesse da resposta.
- Não sei, Rony – respondeu o moreno – Mas pode ser que sim. Voldemort adora presenciar torturas e assassinatos – completou, com um tom de voz quase que sombrio.
- Ele é seriamente atormentado – falou Tonks, como se isso encerrasse todas as discussões, antes de levantar-se da mesa da Grifinória e quase cair no chão, já que tinha tropeçado em seu próprio pé, e ir até a mesa dos professores falar com Remo.
- E ele não é o único – comentou Rony, lançando um olhar para a auror que acabara de sair da mesa.
- Não fale assim dela, Rony – ralhou Hermione – Ela só é um pouquinho…
- Maluca – completou Harry pela amiga.
- Eu ia dizer excêntrica – retrucou Hermione, revirando os olhos – Eu ia dizer que Tonks é um pouquinho excêntrica.
- Excêntrica é você Mione, que namora com o Rony – falou Gina – Tonks é maluca mesmo – completou, encerrando o assunto, e recebendo um olhar mortal do irmão.
- Comam logo – falou Harry, impedindo que o amigo retrucasse – O treino é daqui a vinte minutos.
Não foi preciso mais nenhuma palavra, todos se lembraram do treino, e deixaram o assunto de Voldemort ou as excentricidades de Tonks de lado, e voltaram a comer calmamente. Ainda podiam ouvir os sussurros entre as pessoas no salão, principalmente do Sr Weasley com o pai de um ouro aluno da Grifinória, ou mesmo a diretora conversando com uma expressão seria e severa no rosto com os outros membros do corpo docente.
Quinze minutos depois Harry, Gina e Rony se encontraram com o resto do time no centro do campo de quadribol. O tempo estava agradável e havia pouco vento, melhorando as expectativas para o treino.
Uma hora e meia depois Harry tinha certeza de que o treino tinha sido ótimo. O melhor de todos os outros que tiveram naquele ano, e a equipe estava em melhor forma do que antes do ultimo jogo da temporada, e estava pronta para o próximo, o grande clássico contra a Sonserina.
- Muito bem, pessoal, ótimo treino! – gritou Harry, quando se deu por satisfeito – O treino acabou. Vamos todos tomar um banho e curtir o final do nosso final de semana!
Todos concordaram com as palavras de Harry, e voaram de volta para o vestiário.
- Sonserina não vai ter nenhuma chance contra a gente – falou Rony animado, parecia que ele tinha finalmente superado seu nervosismo em cima da vassoura – Ainda mais agora que eles não têm praticamente nenhum jogador do time do ano passado.
- Mas mesmo assim temos que treinar pesado – respondeu Harry – Podemos ser melhor e mais rápido, mas não podemos esquecer que a Sonserina sempre joga sujo! Temos que dar o nosso maximo.
- Certo… Certo… – concordou Rony, levantando os ombros em sinal de descaso – Mas mesmo assim o jogo está no papo!
Harry apenas riu, entrando com o amigo no vestiário e indo direto para um dos chuveiros. Tudo que queria agora era um bom banho e dar uma volta pelos jardins com Gina. Tinha feito todas as tarefas da semana na noite passada, pra poder ficar com o resto do dia livre e aproveitá-lo com a namorada, já que o tempo dos dois estava sendo drasticamente limitado devido as tarefas, o quadribol, as aulas da AD, e os trabalhos de monitoria da ruiva.
Porém vinte minutos depois, todos os seus planos tinham sido completamente destruídos. Ele estava realmente indo em direção aos jardins do castelo com a namorada, porém era seguido por Gui, Fred, Jorge, Rony e uma Hermione parecendo muito contrariada.
- Gina, me diz mais uma Vaz – resmungou Harry, que ia à frente dos outros quatro ruivos junto com a namorada – Porque mesmo seus irmãos estão praticamente me seguindo?
- Você sabe como eles são – a menina respondeu descontraída, não parecia não um pouco incomodada com a presença dos irmãos – Eles disseram que estavam com saudades de mim!
- O que é totalmente compreensivo, já que eles estão morando no castelo – retrucou o moreno, fazendo uma careta.
- Deixa eles, Harry – ela respondeu, dando de ombros – Eu disse pra eles o porque eu queria ir dar uma volta nos jardins com você, e eles não vão me impedir de fazer – ela completou com um sorriso maroto.
- Gina, Gina, olha o que você vai fazer – ele respondeu – Você sabe que vai acabar sobrando pra mim, não sabe.
- Ora, ora – ela falou, num tom zombeteiro – O grande Harry Potter com medo de quatro ruivos, sendo que três deles nem mesmo concluíram a escola.
- Tudo bem que Fred, Jorge e Rony não terminaram a escola – retrucou Harry azedo – Mais se você ainda não percebeu Gui e Rony são quase o dobro do meu tamanho, e bom… ninguém gosta de irritar Fred e Jorge. As conseqüências podem ser desastrosas.
- Para com isso, Harry – resmungou a ruiva rindo da cara do namorado – Você acha que eu deixaria os meus irmãos fazerem alguma coisa com você!
- Eu sei que você não deixaria – ele respondeu, ainda com um tom azedo na voz – Mas isso seria facilmente resolvido se um deles segurasse você e os outros três vierem para cima de mim.
- Harry! – ela exclamou como quem dá uma bronca em uma criança teimosa.
- Eu estou brincando, Gina – ele falou, tentando acalmá-la – Eu sou o Grande Harry Potter, como você disse! Isso tem que valer para alguma coisa, além de ter um maluco querendo me matar.
- Sei, sei – ele respondeu, dando novamente de ombros e revirando os olhos, em sinal de descrença as palavras do namorado.
Sentaram-se à sombra de uma enorme árvore nos jardins, os ruivos olhavam para Harry, enquanto este revirava seguidamente os olhos, e Hermione agora menos contrariada, segurava as risadas sem muito sucesso junto com Gina.
- Isso só pode ser brincadeira – reclamou Harry, alguns minutos depois, quando todos ainda estavam em silêncio – Vocês não vieram aqui só pra ficar me encarando e rindo da minha cara – completou.
- Na verdade – começou Fred.
- Viemos sim – completou Jorge.
Agora nenhuma das duas garotas foi capaz de segurar as risadas, assim como Rony e Gui, que só pareciam estar ali para isso.
- Vamos Harry – falou Gina se levantando e puxando o namorado consigo – Esses palhaços só querem rir de você! – ela resmungou – Achei que você teria algo muito mais interessante para fazer agora, Rony – continuou, lançando um olhar que ia do ruivo para Hermione – E você também, Gui, onde afinal está a sua esposa.
Rony e Gui coraram levemente com a resposta da irmã, enquanto Fred e Jorge continuavam a ri, agora acompanhados por Harry.
- Ah, eu não esqueci de vocês dois, não – ele continuou, lançando um olhar frio para os outros dois irmãos – Porque você não vão achar alguém mais interessante para irritar, do que o meu namorado.
- Desculpe Gininha – falou Jorge ainda rindo – Mas não tem ninguém mais legar de se irritar nesse castelo do que o seu namoradinho.
- Me chame de Gininha mais uma vez, Jorge, e eu juro que nunca mais vai poder ter filhos – resmungou Gina, irritada.
- Se eu fosse você não me arriscaria – falou Fred ainda rindo, agora quase sem fôlego – Ou será que você quer perder a aposta que fizemos tão cedo?
- Que aposta? – perguntou Gui, curioso.
- Eu e Fred apostamos em quem teria filhos gêmeos – respondeu Jorge, contrariado – Sabe, para passar para frente nossa fama no castelo.
- E de quanto é essa aposta? – perguntou Rony, levemente corado, o que passou despercebido pelos irmãos, mas não por Gina.
- Cinqüenta galeões – respondeu Fred.
- Porque vai querer participar da aposta, Ronyquito? – perguntou Jorge em tom de descaso.
- Estou dentro – falou Rony, agora rindo e dando de ombros.
- Eu também – concordou Gui.
- Que bom – disse Fred alegre – Quanto mais perdedores mais dinheiro para mim! – completou.
- Como se você fosse ganhar – falou Harry, revirando os olhos, e surpreendendo a todos.
- Oh, vejo isso como um claro desafiou – retrucou Fred, olhando o cunhado de cima a baixo demoradamente.
- Pois eu também quero entrar nessa aposta – falou Harry, com um sorriso maroto nos lábios, e olhando de relance para Gina, que corou levemente.
- Nananinanão, Sr Potter – responderam Fred e Jorge ao mesmo tempo, enquanto Gui e Rony ensaiavam caras de espantos idênticas.
- E porque não? – quis saber o moreno.
- Porque atualmente você esta namorando nossa irmãzinha aqui – respondeu Gui como se isso fosse obvio.
- E você não vai encostar nem um dos seus dedinhos pervertidos nela – completou Fred, encarando o moreno seriamente.
- Levando em conta que no momento eu estou com cinco dos meus dedinhos pervertidos na sua irmãzinha, eu não vou levar a serio essa ameaça – retrucou Harry, rindo dos outros quatro ruivos, enquanto sentia Gina ficar levemente incomodada ao seu lado, e corar violentamente – E eu continuo querendo entrar na aposta.
- Certo, Sr Potter – respondeu Gui revirando os olhos – Você pode entrar na aposta com agente. Mais com uma condição…
- E que condição seria essa? – ele perguntou, segurando o riso, enquanto a ruiva do seu lado corava ainda mais, se isso fosse possível.
- Você só vai ganhar a aposta de os gêmeos nascerem daqui há, no mínimo, uns trinta anos – respondeu Gui levantando uma das sobrancelhas.
- Não mesmo! – resmungou Harry, contrariado.
- É pegar ou largar, Potter – resmungou Fred.
- Eu diria no maximo, uns oito anos – retrucou Harry, como se negociasse o preço de algum bem, muito valioso.
- Certo, Potter – concordou Gui – Mas só porque eu estou de bom humor.
- Bom, pensando por um lado, Gina – falou Harry se virando para a ruiva – Agente não precisa ter os gêmeos primeiro… Podemos começar apenas com um de cada vez – completou, enquanto guiava a namorada para longe dos quatro ruivos boquiabertos e de uma risonha Hermione.
Andaram por algum tempo, ainda pelos jardins, distanciando-se ainda mais do castelo, ambos sem dizer nenhuma palavra.
- Você está bem, Gin? – o moreno perguntou quebrando o silêncio, quando já estavam sentados sob outra árvore, bem longe dos irmãos dela.
- Aham – ela resmungou, sem muita convicção.
- Certo, e eu sou a Lula Gigante – resmungou Harry descrente.
Gina apenas desviou seu olhar, deixando de encarar as íris extremamente verdes do namorado, direcionando seu olhar para um ponto fixo no horizonte.
- Harry? – ela chamou, depois de alguns instantes, ainda encarando o nado.
- Hum – resmungou Harry.
- Você falou serio? – ela perguntou seu olhar ainda perdido.
- Com o quê, Gina? – Harry devolveu a pergunta, sem entender.
- Sabe, quando disse em ter filhos e tal… – ele falou a voz não passando de um sussurro tímido, uma coisa que Harry não via sua namorada fazer desde que ela tinha uns doze anos.
- É claro que eu falei sério, Gin – ele respondeu, segurando delicadamente o queixo da ruiva para fazer com que ela o encarasse – Eu amo você, e quero passar o resto da minha vida ao seu lado, não importa o que aconteça.
Harry não pode prever realmente qual seria a reação da namorada, mais assim que pode ver uma fina lagrima caindo pelos olhos caramelo dela, abraçou-a carinhosamente, deixando que a ruiva enterrasse o rosto em seu pescoço.
- Gin, você está me deixando assustado – ele resmungou alguns minutos depois, vendo que a ruiva não pretendia o soltar tão cedo, e sentindo as lágrimas da menina molharem sua camiseta – Gina, é serio! – ele completou.
Demorou alguns segundos ainda para que ela o soltasse e voltasse a encará-lo, o rosto delicado ainda marcado pelas lágrimas, mas com um lindo sorriso nos lábios vermelhos.
- Está tudo bem Harry – ela respondeu, seu sorrindo crescendo – Sabe, eu só fiquei emocionada com o que você me falou. – completou, secando as lágrimas que ainda caiam por seu rosto – Mas, desde quando exatamente você tem esse sentimento tão familiar.
- Na verdade, desde que eu conheci a sua família – ele respondeu, desviando o olhar do da namorada e corando levemente – A única família que eu realmente tive antes de conhecer vocês foi os Dursley, o que não é um exemplo muito animador… Mas depois que eu conheci a sua família, tudo que eu mais sonhava era poder ter uma família igual, sabe – ele completou - não precisava ser tão grande quanto os Weasley, é claro, mas que fosse tão unida e cheia de amor como ela – ele fez uma pequena pausa e respirou fundo, para continuar a falar – Não que eu já soubesse que eu iria querer que essa família fosse constituída com você… Mas desde que eu te beijei, no ano passado, eu simplesmente sei que é isso que eu quero.
- Harry – a ruiva o chamou, fazendo-o voltar a encará-la – No que depender de mim, podemos ter uma família tão grande e cheia de amor como os Weasley são – ela falou, as lágrimas voltando ao rosto dela – Eu também amo você, e também quero passar o resto da minha vida com você, tendo nossa própria família – voltou a secar as lágrimas que caiam por sua face, para depois voltar a falar - Já posso até ver alguns magricelas de óculos andando pela casa e te chamando de papai.
- Eu também Gina – ele concordou, beijando levemente os lábios da namorada, para depois voltar a abraçá-la – Eu também posso Gin. E isso é o que eu mais quero na minha vida.
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N/A: Bom gente é isso! Mais um capitulo fresquinho.
Mais uma noite sem dormir para escrevê-lo, mais tenho certeza que valeu a pena, eu simplesmente amei escrever esse capitulo principalmente o final.
Peço desculpas pela minha falta de criatividade na cena da cabana, mais, como eu já disse, sou apenas uma grota de 16 anos que não tem mais o que fazer e inventou de tentar escrever uma fic!
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