O Comensal Pródigo
O Comensal Pródigo
- Ainda bem que chegaram - falou a diretora Minerva ao ver Harry, Rony, Hermione, Gina e Remo caírem no chão, por causa da viagem via Chave de Portal - Já estava ficando um pouco preocupada! Mais alguns minutos e eu mandaria um patrono para vocês.
- Não há nada com que se preocupar Minerva – respondeu Remo, sorrindo abertamente para a diretora - eles apenas se atrasaram um pouco!
- Adolescentes! - resmungou um dos antigos diretores da escola, que estava em um quadro atrás da mesa da diretora, que a segundos atrás ainda fingia dormir. Os quatro riram da expressão quase assassina do ex-diretor no quadro, sendo acompanhados por Remo e pela diretora.
- Bom, agora acho que já está na hora de todos vocês voltarem para a Sala Comunal, não é? - falou Remo pegando seu malão e já se dirigindo à porta da sala - Vejo...
- Acho que sei como destruir as Horcruxes, Remo - interrompeu Harry, tirando o colar, recém encontrado de dentro do bolso interno das vestes.
- Você sabe? - perguntou a diretora virando-se para encará-lo, visivelmente curiosa, frisando tanto os lábios que eles não passavam de uma pequena linha.
- Tenho quase certeza que sim, Profa Minerva - respondeu colocando o colar em cima da mesa da diretora – Ontem eu estava pensando um pouco sobre as outras Horcruxes e, acho, que cheguei a uma conclusão muito simples. É tão obvia que até eu mesmo me surpreendi com ela!
- E qual é? - perguntou Remo parecendo ainda mais ansioso do que a diretora e que os próprios garotos. Harry não respondeu, apenas caminhou contornando a mesa da diretora, pegando a redoma de vidro onde estava a imponente e reluzente espada de Grifinória.
- Com isso - respondeu Harry finalmente, tirando a espada de dentro da redoma de vidro, enquanto todos ainda olhavam fixamente para ele.
- Mas, não basta apenas quebrar a Horcrux para destruí-la - falou Remo, em uma expressão muito usada por Hermione no rosto - Precisa destruir a alma que nela reside – completou sabiamente.
- Não é a espada em si que vai destruir a Horcrux, Remo - explicou o moreno serio - e sim o veneno do sangue de basilisco que eu matei, que ainda está na espada. O veneno que vai destruir a alma de Voldemort e não a espada.
- Você tem razão, é realmente muito obvio Harry! - falou Remo, andando de uma lado para o outro na sala, com uma expressão quase radiante no rosto - Não sei como não pensamos nisso antes! Foi assim que destruiu o diário de Tom Riddle, não foi?
- Foi - concordou Harry - Então, professor, acha mesmo que vai funcionar? – perguntou demonstrando um pouco de receio na voz.
- Tenho certeza de que vai, Harry - concordou Remo sorrindo.
- Então, o que estamos esperando para destruir isso? - perguntou Rony, se manifestando pela primeira vez desde que chegaram à sala da diretora. Remo concordou e chegou mais peto de Harry, colocando a mão em seu ombro em um gesto que demonstrava confiança no garoto.
Harry respirou fundo e ergueu a espada acima da cabeça em direção à mesa, e depois de receber um olhar de apoio de todos na sala, e com num golpe firme e preciso, acertou o colar, partindo-o quase ao meio.
Assim que a espada partiu o colar, um vulto negro emergiu de dentro do objeto, percorrendo toda a extensão da sala, ficando mais fraco a cada segundo, como se fosse uma nuvem de fumaça se desperdiçando no ar, emitindo um som agudo de dor, até que assim como surgiu, ele desapareceu, deixando apenas uma certo ar fúnebre na sala.
- Deu certo! - comemorou Gina, sorrindo como uma criança que acabou de descobrir que o Natal aconteceria pela segunda vez no mesmo ano - Destruímos mais uma Horcrux - completou, antes de iniciar uma espécie de dança da vitória , fazendo todos rirem.
- O que estamos esperando para destruir a taça, então? - perguntou Hermione ainda sorrindo das palhaçadas que a amiga ainda fazia. A diretora sorriu para as duas garotas e foi até sua mesa, pegar a pequena e delicada taça.
Novamente Harry se aproximou na mesa, com a espada erguida, e novamente com um único golpe, partiu a taça ao meio. Assim como havia acontecido com no medalhão, o vulto negro surgiu de dentro do objeto e, emitindo um som, ainda mais agudo e sofrido do que o anterior, dessa vez ele pareceu demorar ainda mais para se dissipou pela sala, desaparecendo mais de um minutos depois. Assim que colocou a espada de volta para dentro da redoma de vidro, Harry sentiu-se ser abraçado carinhosamente por Gina, que ainda sorria muito, deixando-a, na opinião do garoto, ainda mais bonita do que normalmente.
- Agora só faltam duas Horcruxes - falou Rony, quase para si mesmo, também sorrindo - Estamos cada vez mais perto da batalha final.
Com essas palavras, Harry pareceu despertar de seu transe, e virou-se para encarar Rony, ainda abraçado à ruiva.
- É Rony, nunca estivemos tão perto de acabar com isso - concordou sorrindo, bobamente.
- Acho melhor vocês voltarem para a sala Comunal agora - falou a diretora também sorrindo - Seus colegas devem estar preocupados com vocês, por causa do ataque à Toca. Algum deles parecem ainda duvidar de que vocês não estavam lá.
Os quatro concordaram, e depois de cada um pegar seu malão, saíram da sala da diretora silenciosamente indo em direção à Sala Comunal da Grifinória.
Assim que entraram no salão, varias pessoas se viraram para os quatro, todos parecendo muito felizes por vê-los ali. Meios sem jeito, Harry passou pelos colegas, falando apenas com Neville, Simas e Dino, que estavam sentados próximos à entrada do retrato, para depois subir para o seu dormitório, sendo seguido por Rony. Os dois se jogaram em suas camas, assim que entraram no quarto, ambos com sorrisos estampados no rosto, e com pensamento complexos demais para serem expressos em palavras.
O dia seguinte amanheceu muito nublado, como se até mesmo o sol tivesse medo de aparecer no horizonte.
Os quatro levantaram-se bem cedo, já que retornariam as aulas. Harry aproveitou um tempinho que tinha antes do café da manhã para terminar uma tarefa de Defesa Contra a Arte das Trevas, que tinha deixado passar durante o feriado Natalino, escutando uma grande bronca de Hermione sobre responsabilidade. Rony e Gina, apenas ficaram atrás da garota, rindo da cara de desapontada dela.
Desceram para o Grande Salão juntos, e quando chegaram lá embaixo, notaram que havia poucas pessoas, mesmo que ainda faltasse mais de meia hora para o início das aulas.
Ao olhar para a mesa dos professores, Harry notou que nem Lupin nem MacGonagall estavam sentados em suas habituais cadeiras, e os outros professores cochichavam entre si, todos com expressões muito preocupadas no rosto. Sentou-se à mesa da Grifinória e serviu-se de uma grande porção de panquecas, mas sentindo-se ainda um pouco encabulado com a estranha atitude dos professores.
Minutos depois Lupin e MacGonagall apareceram quase silenciosamente no salão, os dois com caras ainda mais preocupados do que os outros professores e se juntando a conversa quase muda dos outros professores.
Antes mesmo que Harry pudesse falar alguma coisa sobre o estranho comportamento dos professores, Hermione soltou um gritinho agudo, quando, depois de depositar o pagamente em uma cestinha da coruja que entregava o Profeta, ela olhou a primeira página do jornal.
- O que aconteceu Hermione? - perguntou Gina olhando a amiga com uma expressão um pouco amedrontada e ansiosa.
- Olhem isso - falou mostrando a primeira página do Profeta Diário para os amigos.
Havia ali uma grande foto, que tomava quase toda a página do jornal. A foto mostrava Rufus Scringeor caído no chão de seu gabinete, com os olhos vidrados, o rosto paralisada de medo e com a varinha ainda em sua mão, morto. A Marca Negra pairava sobre o seu corpo. E em uma grande manchete em letras garrafais, no topo da pagina, estava escrito: Comensais da morte assassinam Ministro da Magia e tomam o poder do Ministério, e no rodapé estava escrito: mais sobre o assunto, página 02.
Hermione se apressou em abrir na página indicada. A notícia era grande e também havia uma foto, dessa vez do saguão do Ministério em chamas, com muitos cacos de vidros espalhados pelo chão e alguns Comensais da Morte ainda encapuzados e com as varinhas erguidas, apontando para algumas pessoas caídas no chão.
- Eu não acredito nisso - sussurrou Rony, seu rosto estampava a mesma expressão que a poucos minutos Harry vira nos rostos dos professores.
- Será que eles mataram mais alguém, além do ministro? - perguntou Gina, ficando tão branca quanto uma folha de papel. Mesmo seu pai não estando mais trabalhando no ministério, a maioria dos integrantes da Ordem ainda estava lá, assim como Percy.
- Não sei, Gi - respondeu Hermione calmamente - ainda não li a noticia até o fim, mais acho que não, se tivesse, eles colocariam na manchete da notícia.
- Escutem - falou Harry que percorria os olhos pelo jornal parecendo a cada minuto mais horrorizado - "Ontem à noite, por volta das 21:45, o saguão do ministério foi invadido por mais de 30 Comensais da Morte encapuzado. Parecia um ataque inútil já haviam 17 aurores de prontidão no quartel general no momento, sem contar com todos os funcionários do ministério presentes no momento do ataque. Porém tudo virou um caos quando vários dos aurores e funcionários renomados do ministério se juntaram ao grupo de Comensais. Em menos de quinze minutos o ministério estava completamente sob o poder dos Comensais. Durante todo o pânico que se instalou no lugar, vários funcionários ainda conseguira escapar, usando a rede de Flú ou aparatando. Mas isto não foi o pior. O golpe fatal do ataque foi dado quando um Comensal lançou a Maldição da Morte em Rufus Scringeor, Ministro da Magia. Segundo fontes que estavam no local na hora do ataque, e que conseguiram fugir o responsável pela morte do ministro foi Draco Malfoy. Malfoy que recentemente foi acusado de ser cúmplice de Severo Snape na morte do ex-diretor de Hogwarts, ainda permanece no prédio do ministério. Vários feridos foram levados até o St Mungos, mais nenhuma outra morte foi registrada. Estima-se que 12 funcionários e 3 visitantes tenham sido levados pelos Comensais"
- Draco Malfoy? - espantou-se Rony - Eu sabia que ele estava metido nisso! Aquela doninha de uma figa! Ainda vai se arrepender por isso!
- Que horror - falou Hermione em um fio de voz - Eu não fazia idéia de que ele era assim! Nunca achei que ele fosse realmente matar uma pessoa. Pensei que ele só tinha recebido uma má influencia do pai, e que não tinha outra opção a não ser seguir Voldemort.
- Pelo visto, ele não precisou de nenhum professor para fazer o serviço por ele dessa vez! Parece que aprendeu a lição. - comentou Harry querendo parecer displicente, mais com uma voz com certo quê de rancor.
- Será que Snape estava lá, também? - perguntou Gina parecendo sentir nojo ao pronunciar o nome do tão odiado ex-professor de poções.
- Não duvido - respondeu Harry - com certeza ele devia estar comandando a operação, já que caiu nas graças do 'Lord das Trevas' depois de matar Dumbledore.
Um silêncio incomodo se abateu por todo o Grande Salão, como se todos tivessem resolvido respeitar um minuto de silêncio em homenagem ao Ministro. Harry tinha que admitir que mesmo não simpatizando muito com o antigo ministro, sabia que ele era um bom homem e que durante seu mandato tinha feito de tudo para lutar contra Voldemort, mesmo que não tivesse sido da maneira como ele esperasse.
- Caros alunos - falou MacGonagall que estava em pé, olhando para todos do salão tristemente - Creio que todos já ficaram sabendo do terrível acontecido no Ministério na noite passada.
Vários múrmuros de concordância foram ouvidos por todo o salão, junto com algumas exclamações chorosas vindo principalmente de algumas garotas da Lufa-Lufa e algumas alunas do primeiro ano da Corvinal.
- Sei que todos estão horrorizados com a notícia, mas mesmo com a lastimável perda temos que seguir em frente com nossas vidas. Temos que continuar lutando contra as forças das Trevas para que essas mortes não tenham sido em vão. - continuou a diretora, sobrepondo-se ao som dos alunos. - Com esse novo agravante Lord Voldemort - alguns alunos ficaram chocados com o nome - está se mostrando cada dia mais forte. Tomos que nos unir ainda mais, se quisermos vencer mais essa luta pela nossa vida, e a vida de quem amamos e admiramos. Ainda hoje o castelo receberá a ‘visita’ de vários combatentes que viram se refugiar no castelo, que agora se tornou o lugar mais seguro para se estar no mundo da Magia. Os nossos 'convidados', podemos dizer assim, ficaram hospedado no castelo por tempo indeterminado. Eles terão todo a apoio que precisarem. Hogwarts vai funcionar como um centro de operações para a proteção do mundo mágico. Espero pela compreensão de todos aqui presentes. Mas devo acrescentar que isso não nos atrapalhara em nada. Hogwarts ainda é uma escola, e as aulas continuaram acontecendo normalmente. E lembrem-se, quanto mais unidos estivermos, maior vai ser a nossa força! E se continuarmos unidos, podemos fazer qualquer coisa, até mesmo derrotar Lord Voldemort.
Vários alunos murmuraram novamente em aprovação as palavras da diretora, e ela ainda com uma expressão seria, mas dando um pequeno sorriso pelo canto dos lábios, voltou a sentar-se, para depois voltar a conversar com Lupin.
- Será que nossos pais vão vir para cá? - perguntou Rony, parecendo um pouco preocupado, com a situação.
- Com certeza - confirmou Gina - Agora que Voldemort tomou o ministério eles não estarão mais seguros, mesmo na casa do Harry. E pode apostar que nossos irmãos também virão. Gui e Carlinhos estavam com a mamãe e o papai, resolveram ficar aqui para ajudar. Eles devem saber que esta guerra está quase chegando ao fim. E como com certeza o Beco Diagonal deve estar vazio, e mais nenhuma loja está funcionando Fred e Jorge também viram. Como a diretora disse: Hogwarts é o lugar mais seguro para se estar nesse momento.
- Será que Percy virá? - perguntou Rony parecendo acanhado em fazer essa pergunta em voz alta. Fazia muito tempo que nem Rony, nem Gina falavam no irmão mais velho que brigara com a família.
- Sinceramente, eu não sei - falou Gina, no que Hermione concordou com a cabeça, lançando um olhar com um quê de pena para os dois irmãos, que tentavam ao máximo não demonstrar seu incomodo em falar do assunto.
- Aposto que a mamãe vai adorar isso, assim ela vai poder ficar nos vigiando vinte e quatro horas por dia - falou Rony, em tom de quem quer tornar o assunto menos incomodo.
- Assim como todos os outros membros da Ordem - concordou Hermione sorrindo para o ruivo – O que a diretora realmente quis dizer é que Hogwarts vai virar um quartel-general.
A tarde no castelo se passou calma e lentamente no castelo, quase como se uma nuvem negra tivesse se instalado ali dentro, pairando sobre a cabeça da maioria dos alunos. Nem mesmo a noticia de que o próximo jogo de quadribol tinha sido marcado para o próximo fim de semana. O segundo jogo da temporada do ano, seria Grifinória contra Corvinal. O primeiro jogo tinha sido Lufa-Lufa contra Sonserina, onde a casa das cobras tinha tido uma vitoria apertada por 230 a 200. Bastaria apenas Grifinória ganhar para ficar na liderança do campeonato.
Rony e Gina pareciam ser um dos únicos alheios a essa desanimação, ambos estavam radiante com a idéia de ter os pais e os irmãos no castelo, além de muito ansiosos com a iminente partida de quadribol, já que os dois ainda jogavam no time dos leões. E a preocupação dos dois não era tão grande quanto a dos outros alunos que tinham pais no ministério, já que o Sr Weasley não havia voltado a trabalhar depois do ataque è Toca no Natal.
Harry, parecia ser o mais alheio a tudo que se passava no castelo. Sua mente vagava longe, tentando adivinhar os próximos planos de Voldemort, nem a partida de quadribol parecia tê-lo animado minimamente.
Em sua opinião agora seria, com certeza uma questão de muito pouco tempo até ele tentar invadir o Castelo, já que todos os 'traidores do sangue' estavam agora juntos no castelo, e ele se encontrava muito mais enfraquecido depois do domínio sobre o ministério.
Pouco antes da hora do jantar, os 'visitantes', como chamara a diretora, começaram a chegar. Eles chegavam em pequenos grupos de seis ou sete pessoas, mas na hora do jantar o Grande Salão parecia pequeno demais para todos eles.
Quim, Tonks e Moody chegaram junto com a família Weasley quando os garotos começavam a comer a sobremesa. A Sra. Weasley atravessou o salão correndo ao vislumbrar os filhos sentados mais ou menos no meio da mesa. Abraçou os dois, assim como a Harry e Hermione e não parava de balbuciar coisas como 'estive tão preocupada com vocês' ou 'agora vou pode ficar de olho em vocês'.
Harry, sentia-se um pouco deslocados em meio à multidão. Todos os alunos do castelo pareciam ter alguém para abraçar, até mesmo alguns primeiro-anistas que vinham de famílias trouxas. E sem querer pode perceber o mesmo sentimento no olhar triste de Hermione. Com certeza a garota estava pensando nos pais, e no perigo que eles poderiam correr.
- Tenho certeza de que eles estão bem, Mione - falou Harry vendo uma pequena lágrima se formar no canto dos olhos da amiga. - Estão, com certeza, mais protegidos do que todos nós aqui no castelo.
- Eu sei disso - respondeu ela, mais parecia querer convencer a si mesma, e não Harry - Mais não consigo não me preocupar com eles, nem sentir saudades.
- Eu entendo Mione - murmurou Harry, abraçando a amiga – eu entendo.
- Obrigada, Harry - agradeceu a menina ainda envolta no abraço do menino, sentindo-se confortavelmente segura ali. Imaginou que ser abraçado por um irmão teria essa mesma sensação.
Logo todos começaram a se retirar do Grande Salão, os alunos foram cada um para os seus salões comunais e os visitantes foram acomodados em algumas salas vazias que foram magicamente ampliadas e onde foram conjuradas várias camas de armar para que todos pudessem dormir.
A maioria dos alunos foi se deitar logo, Harry, porém, ficou na Sala Comunal mais algum tempo. Sentia-se levemente incomodado com a presença de todas aquelas pessoas no castelo. Além delas sempre o lembrarem um pouco da falta que sentia dos pais, a maioria delas sempre passava ao seu lado, o encarando, olhando-o diferente, quase como se todos esperassem algo a mais dele.
Pelo que pareceu ficou apenas poucos minutos sozinho ali, já que uma ruiva logo se juntou a ele, sentando-se calmamente no braço de sua poltrona. Já com seu pijama e com uma cara um pouco sonolenta.
A garota o encarou por algum tempo, como se tentasse ver os pensamentos dele apenas olhando em seus olhos.
- O que te preocupa tanto, Harry? - perguntou a ruiva depois de algum tempo em silêncio, depois de terminar sua observação ao garoto passando uma das mãos pelos cabelos dele, deixando-os ainda mais desarrumados do que normalmente eram.
- Não é nada, Gin. Eu estou bem - respondeu quase conseguindo ser totalmente convincente, mais sem conseguir encarar a namorada.
- Sei. E eu sou a nova ministra da magia – zombou ela friamente – Pode me contar, Harry, eu seu que tem alguma coisa te incomodando muito.
Harry continuou sem encará-la, olhando fixamente para o fogo eu ainda crepitava na lareira.
- Malfoy – falou Harry em um sussurro como se esperasse que a ruiva não pudesse ouvi-lo.
- Aquele nojento do Malfoy te preocupa? – perguntou Gina um pouco nervosa sem entender.
- Aquele dia na torre, ele não conseguiu matar Dumbledore. Eu achei que ele ainda tinha alguma coisa de bom. Que ele não era igual ao pai, só estava desesperado demais tentando salvar sua própria pele junto com a vida da sua mãe. – falou Harry, ainda sem encarar a menina – Mais vejo que me enganei, ele é ainda pior do que o pai!
- Não fique se martirizando por isso, meu amor. Você não tem culpa do caminho que aquela doninha nojenta escolheu – respondeu Gina, depois de alguns segundos de silêncio – Cada um tem o direito de fazer sua própria escolha! – completou seria – Não fique se martirizando com a escolha dele.
- Eu sei disso, Gina – concordou Harry vencido – mais, uma parte de mim, mesmo que muito pequena, ainda achava que Malfoy tinha salvação. Achei que ele não era assim tão leal a Voldemort, que era apenas leal a si mesmo. Mas parece que cometi o mesmo erro de Dumbledore.
Gina não falou nada, apenas deixou-se escorregar do braço da poltrona, sentando-se no colo do namorado, deixando suas mãos sobre seu peito, carinhosamente e o encarando seriamente.
- Mas não é só isso que te preocupa, não é? – perguntou a garota ainda o encarando.
- Não – concordou, vendo que não tinha como fugir das perguntas da ruiva, ela parecia sentir quando qualquer coisa que o preocupava – todas essas pessoas que chegaram hoje, elas me olham um pouco… diferente.
- Diferente como? – perguntou sem entender.
- Como se esperassem alguma coisa de mim – respondeu sem encarar a garota, preferiu ficar olhando bobamente para as chamas que dançavam na lareira ainda acesa – Algumas delas parece até espantadas de me ver aqui, ‘seguro’ no castelo.
- Não se preocupe com ele, meu amor – respondeu, passando a mão delicadamente pelo rosto do garoto, fazendo com que ele a encarasse – Eles nem imaginam o que você está fazendo para tentar salva-los.
- É, sei – concordou o garoto, ainda sem convicção – mais é que isso me incomoda bastante, sabe. Não é legal ter dezenas de pessoas olhando para você como quem diz “Porque você ainda está aqui garoto? Deveria estar lá fora atrás de Voldemort, mesmo que isso te mate!”
- Sei que não deve ser fácil – concordou Gina – Mas você pode sempre contar com Rony ou a Mione. E você pode sempre contar comigo. Vou estar sempre aqui, quando precisar. – completou, depositando carinhosamente um beijo no topo da cabeça do garoto, um gesto quase protetor.
- Obrigada, Gin – falou Harry de olhos fechados – Você é demais!
- É, eu sei – concordou a ruiva, fazendo o garoto rir gostosamente.
- Ah, você sabe, senhora convencida! – repetiu Harry ainda rindo, no que ela concordou com a cabeça – Então também deve saber que garotas convencidas merecem castigo, né?
- Castigo? – repetiu Gina sem entender, ao mesmo tempo em que Harry a atacava com cócegas. A garota pareceu se desfalecer no colo do namorado rindo compulsivamente – Pa-pa-ra-ra Harry – tentou falar em meio as risadas – Pa-ra… pelo amo de Merlin…
- E o que eu ganho com isso? – perguntou Harry, parando com as cócegas, mais segurando firmemente as duas mãos da garota.
- Deixa eu pensar – falou a ruiva ainda ofegante, parecendo realmente pensar por um instante – Nada – respondeu desafiadora.
- Tudo bem – respondeu Harry sorrindo marotamente, voltando a fazer cócegas na garota – Foi você quem pediu.
- Pa-ra Harry… - tentou novamente falar entre risos – Eu faço o que você quiser, mais por favor, para !
- O que eu quiser? – perguntou o garoto parando, mais ainda um pouco desconfiado.
- O que você quiser – repetiu a ruiva ofegante, tentando manter as mãos do namorado longe de sua barrica, caso ele mudasse de opinião.
- Até mesmo que você beije a Lula - Gigante? – perguntou descrente.
- Até mesmo isso – concordou – mais depois não me venha reclamar se eu acabar me apaixonando e te trocando por ela!
- Acho que prefiro não arriscar – respondeu Harry pensativo.
- É melhor mesmo – concordou a ruiva sorrindo marotamente.
- Mas não fuja do assunto, mocinha – retrucou Harry também sorrindo – Você ainda vai ter que fazer o que eu quiser!
- E o que você quer, mocinho? – perguntou ironicamente, rindo da cara do moreno.
- Isso – falou Harry, antes de enlaçar a garota pelo pescoço delicadamente e a beijar.
Gina sorriu entre os lábios do garoto, beijando-o como se sua vida dependesse daquele beijo. Colocou uma das mãos na cintura da garota, aproveitando um pequeno espaço que não estava coberto pelo pijama, e percorrendo a mão delicadamente pela barriga da ruiva. Gina estremeceu levemente, mas não cessou o contato.
Os dois ainda continuavam sentados em apenas uma poltrona, com Gina no colo do garoto, permitindo um maior contato entre os corpos. Logo o beijo foi diminuindo o ritmo já que ambos os corpos buscavam por um pouco de oxigênio.
Assim que se separaram, anda continuaram ali, olhando-se, ambos com caras de bobos. Mais antes que qualquer um dos dois pudesse falar alguma coisa, ouviram alguém pigarrear atrás deles. Ambos se levantaram num salto, ficando ainda mais ofegantes por causa do susto.
- Desculpe interromper os pombinhos, mas eu não preciso presenciar essa cena todas vez que quero beber um copo de água – falou Rony, tão vermelho quanto os seus cabelos.
- Foi mal – falou Harry num sussurro, tão vermelho quanto o amigo, mais parecendo muito envergonhado.
- Acho melhor vocês dois subirem – falou Rony, sem notar o constrangimento do amigo, ele ainda encarava a irmã com uma expressão quase reprovadora.
- Nós já vamos – falou Gina, sem parecer abalada com a presença do irmão.
- Eu disse que é melhor vocês dois subirem, agora! – falou novamente, olhando para a irmã e parecendo ficar mais vermelho a cada segundo, se isso era possível.
- Eu posso apenas dar boa-noite para o meu namorado? – falou a ruiva amargamente, frisando a utima palavra e torcendo para que o irmão se lembrasse de sua ultima conversa e não tivesse uma crise de ciúmes ainda pior.
- Acho que você já deu mais do que boa-noite para ele, Gina – retrucou agressivamente.
Gina finalmente se descontrolou, parecendo querer partir para cima do irmão ao menos sinal de fraqueza dele.
- Você não deveria falar assim dela – intrometeu-se Harry, tentando evitar o que seria a 3º Guerra Mundial.
- Eu ainda não falei com você, Potter! – retrucou Rony.
- Potter? – repetiu Gina indignada – O que deu em você, Ronald?
- Em mim? – repetiu Rony – O que deu em vocês! Não deveriam ficar se agarrando no meio do salão comunal!
- E por que não? – perguntou Gina quase gritando agora, logo acordariam toda a torre da Grifinória – Não estamos fazendo nada de mais Rony!
- Nada de mais! – repetiu Rony amargo – Para mim pareceu algo demais!
- Vocês dois querem parar? – pediu Harry se colocando no meio dos dois. Ainda parecia envergonhado demais para encarar Rony, mesmo que concordasse com as palavras da ruiva – Desse jeito vão acabar acordando a escola inteira – completou – Rony, é melhor você subir!
- Não, eu ainda não terminei…
- Terminou sim – retrucou Harry, friamente, colocando um ponto final na conversa – Agora você vai subir e eu vou com você!
- Mas… - ainda tentou argumentar o ruivo, mas se calou ao ver a expressão do amigo, e virou-se em direção as escadas.
- Eu vou indo também – falou Harry observando o amigo subir, carrancudo – Boa-noite, Gina – falou, beijando-a rapidamente.
- Boa –noite falou – Mais ainda acho que você devia ter me deixado lançar um bom feitiço naquele paspalhão – falou Gina ainda irritada.
Harry sorriu vendo a garota subir as escadas para o dormitório feminino. Com certeza se os dois continuassem a discutir diriam coisa piores, que realmente se arrependeriam depois.
Harry esperou a silhueta da namorada desaparecer, para também subir para seu próprio dormitório.
Rony já estava lá, deitado em sua própria cama, com uma expressão quase mortal no rosto. Harry respirou fundo e se aproximou do amigo, fechando o cortinado da cama, e lançando um feitiço para abafar o som, para não acordar os colegas de quarto.
- Rony, agente precisa ter um conversa muito seria – falou encarando o amigo com uma expressão firme.
- Você acha? – zombou Rony – Ainda bem que concordamos nesse ponto, Potter!
- Dá pra parar de ser agressivo comigo? – perguntou Harry sarcástico – Pelo que eu me lembre eu não te fiz nada. Ainda!
- Não me fez nada? – repetiu Rony incrédulo – Apenas fica se agarrando com a minha irmã mais nova em qualquer canto em que estejam.
- Rony, isso não é verdade – retrucou Harry tentando manter a calma.
- Eu não acredito que te aconselhei a namorar com a minha irmã! Eu devo ser muito idiota mesmo! – falou Rony com a voz morrendo a cada palavra – Eu simplesmente não acredito!
- Rony, você quer calar a boca! – exclamou Harry nervoso – Para de falar disso, como se fosse a pior coisa do mundo! Eu gosto muito da Gina!
- Se gosta tanto como diz – retrucou Rony venenoso – devia respeitá-la!
- Respeitá-la? – repetiu Harry parecendo realmente ofendido – Rony, eu amo a sua irmã! A ultima coisa no que eu fazia no mundo era desrespeitá-la!
Rony ficou com a boca aberta, como se quisesse falar mais alguma coisa, mais as palavras tinham sumido de sua boca. Harry continuou a olhá-lo por alguns instantes, mas depois, um pouco abobalhado com o que dissera ao amigo, desfez o feitiço e se jogou em sua própria cama.
Harry mal dormira durante toda aquela noite, mas o motivo não tinha sido a briga com Rony e sim o que dissera a ele. As palavras tinham saído tão sem querer de sua boca, que ele nem ao menos se lembrava de ter chego a essa conclusão antes de ouvir-la sair de sua boca.
Era obvio que gostava muito de Gina, mais do que já gostara de qualquer outra pessoa. Até mesmo de Rony ou Hermione. Rony era seu melhor amigo desde que se lembrava de estar em Hogwarts, faria qualquer coisa para ajudar o amigo, e sabia que ele faria a mesma coisa por ele. Agora Hermione era como se fosse sua irmã, aquela a quem ele sempre protegeu, e quem sempre lhe deu os melhores conselhos e as melhores ajudinhas nas horas mais certas.
Mas Gina, ele sempre a considerou apenas a irmã mais nova do seu melhor amigo, a garotinha infantil e indefesa que ele salvara na Câmara Secreta quando ela tinha apenas onze anos. Mais depois de ter a beijado depois do ultimo jogo de quadribol, em que ala mostrara a todos, e principalmente a ele que não era mais aquela garotinha, não se lembrava mais em nenhum momento de ter pensado nela assim. Depois disso sempre que pensava nela, era em como ela se tornara linda, com os passar dos anos, ou em como ela era inteligente e muito corajosa, e principalmente em quanto gostava de passar horas e horas em companhia, e como nunca se arrependera, nem mesmo por um minuto, de sua decisão de não abandoná-la.
Mas dizer que a amava, ainda mais para Rony! De onde saíra aquilo. Cinco palavrinhas que não o deixaram dormir pelo resto da noite, e desconfiava que elas tivessem o mesmo efeito no amigo, já que mesmo depois de muito tempo que tinham deitado, não escutara os costumeiros roncos do amigo. Porem, mesmo se perguntando, constantemente, de como aquelas palavras saíram de sua boca, em nenhum minuto chegou a cogitar que elas não fossem verdadeiras. Ele realmente a amava. Agora que parara, pela primeira vez, para pensar nisso, ele tinha certeza que a amava. Não podia definir desde quando, talvez desde que a beijara pela primeira vez, ou mesmo quando tinha visto a garota beijando Dino, não sabia ao certo, mais sabia que a cada dia isso vinha se tornando ainda mais forte.
Quando o sol já brilhava forte no horizonte, deixando a vista dos terrenos de Hogwarts ainda mais bonita, Harry resolveu se levantar. Rony parecia ter finalmente caído no sono, já que agora podia se ouvir os roncos do amigo, ao contrario dele que passara a noite inteira acordado. Por um momento pensou em acordar o ruivo, mais resolveu não fazê-lo, já que o amigo dormira pouco, com certeza estaria de mau-humor, e ele não queria ser o alvo desta vez.
Quando chegou ao salão comunal, Hermione e Gina já estavam lá, as duas conversavam descontraídas, sentadas em um dos sofás próximo as escadas que davam acesso ao dormitório feminino. Assim que o viu, Hermione lhe lançou um olhar preocupado, dando certeza ao moreno que ela já sabia da briga entre ele e Rony na noite passada.
- Bom-dia – falou, um desanimado, sentando-se ao lado de Gina, no sofá, e encostando-se levemente na namorada.
- Bom-dia – falou Gina o examinando calmamente com o olhar, passando a mão lentamente por seus cabelos – Como foi a conversa com o meu irmão, ontem à noite?
- Não muito boa – respondeu em um fio de voz, claramente querendo deixar esse assunto muito incomodo de lado, pelo menos por agora.
Nenhuma das duas garotas falou mais nada, respeitando o pedido muda para não tocarem mais no assunto, e ficaram se encarando, como se conversassem apenas por olhar, o que Harry julgou totalmente possível, já que as garotas e seus pensamentos ainda eram um total mistério para ele.
- Eu vou tomar café – falou Harry, quando viu Dino, Simas e Neville descendo as escadas do dormitório masculino conversando calmamente, com certeza Rony logo desceria também, provavelmente os três teriam o acordado, e não queria falar com o ruivo, pelo menos não agora – Vocês vêem? – completou.
- Vão vocês dois – disse Hermione lançando mais um olhar enigmático para a amiga – eu vou ficar aqui e esperar pelo Rony.
- Tudo bem – concordou a ruiva, sorrindo pelo canto dos lábios e se levantando junto com o namorado – vejo você mais tarde Mione! – completou, seguindo com Harry para o buraco-do-retrato.
Hermione não precisou esperar muito pelo ruivo, menos de cinco minutos depois ele desceu, com as vestes um pouco fora do lugar e uma cara de quem com certeza não dormira bem, e que azararia qualquer um que o irritasse.
- Bom-dia Ron – falou Hermione docemente, quando o ruivo se jogou ao seu lado no sofá, onde minutos antes estivera Gina.
- ‘Dia – respondeu tentando não parecer muito grosso com a amiga, mais visivelmente mal-humorado – Onde está a minha irmã e o Harry? – perguntou, tentando parecer displicente.
- Eles já foram tomar café da manhã – respondeu analisando o ruivo quase como se esperasse que a qualquer minuto ele perderia a cabeça.
- E por que você não foi com eles? – perguntou em um fio de voz, muito desconfiado.
- Por que eu quis esperar você, oras – respondeu ficando ligeiramente corada.
- Você também vai querer brigar comigo? – perguntou o garoto, parecendo finalmente entender as intenções da morena.
- Não, eu não vou brigar com você, Ron – respondeu Hermione rindo da cara estranha que ele fazia – a menos que você queira, é claro – completou.
- Querer eu não quero, Mione – concordou o ruivo, deixando toda a carranca de lado, agora – mais eu acho que mereço.
- Merece? – repetiu Mione, feito um papagaio, admirando a seriedade como o ruivo falara aquilo – porque mereceria?
- Por que eu sou um tapado, que não enxerga um palmo a frente do meu nariz – retrucou – e por isso acaba brigando com todo mundo.
- O que foi que aconteceu Rony – perguntou Hermione preocupada – primeiro o Harry, agora você.
- O que tem o Harry? – perguntou Rony, sem encarar a amiga.
- Tirando o fato de que os dois parecem zumbis – respondeu ela displicentemente, fazendo Rony erguer uma das sobrancelhas sem entender – Harry desceu aqui, com cara de enterro, e parecia no mundo da lua. E quando a Gina perguntou o que aconteceu ontem à noite, ele não disse nada. Agora você aparece aqui, dizendo que merece que eu brigue com você e assume que é um tapado, que não enxerga um palmo a frente do seu nariz.
Rony não disse nada, quanto a parecer um zumbi tinha certeza que a amiga falara serio, ele quase não conseguira dormir, e sabia que Harry também não, porque varias vezes durante a noite ouvira o amigo soltar alguns resmungos e virar-se constantemente na cama.
- Vamos Rony, estou esperando você me contar o que aconteceu – falou Hermione pela primeira vez, mostrando-se impaciente, quando viu que o amigo não pretendia falar nada.
- Logo depois que eu subi pra dormir ontem, decidi voltar ao salão comunal para beber um pouco de água, nem tinha visto que o Harry ainda não estava no dormitório – contou o ruivo, meio de má vontade – quando eu desci e vi o Harry e a minha irmã se aga… se beijando, eu não sei o que deu em mim, já tinha me acostumado com isso, ainda mais depois da conversa que eu tive com a Gina, mais ai, quando eu vi, não consegui me controlar, era como se uma bomba tivesse explodido dentro da minha cabeça.
Rony, falou sem nem encarar a amiga, fitava bobamente a lareira, que a essa hora já estava apagada, apenas com algumas cinzas da noite anterior.
- Na hora, não consegui pensar em nada – continuou – o que foi uma sorte, porque não consegui me lembrar de nenhum feitiço que causasse muita dor no Harry – completou irônico – sorte que o Harry não me deu tempo de falar alguma coisa para a Gina, que eu me arrependeria muito depois.
- Ainda bem que ele ainda tem um pouquinho de juízo, quando se trata de suas brigas com a Gina – alfinetou Hermione.
- Ainda bem mesmo – concordou Rony – mais, como o Harry não me deixou falar nada para a minha irmã, eu acabei descontando nele.
- O que você disse para ele, Ronald? – perguntou Hermione, como se a qualquer minuto fosse começar mais uma de suas discussões com o ruivo.
- Isso não vem ao caso, Mione – falou Rony se esquivando da pergunta – o que realmente importa é o que ele disse pra mim, depois.
Hermione pareceu não entender nada, e vendo a cara de ponto de interrogação da menina ele continuou:
- Harry disse pra mim que ama a Gina, Hermione – concluiu Rony – ele disse que ama ela. Acho que até ele se surpreendeu por ter falado isso. Como se nem ao menos desconfiasse disso, antes de me falar. Mais, mesmo assim, eu sei que ele estava falando serio, e sei que ele passou a noite inteira acordado pensando nisso.
- Ele disse que ama ela? – repetiu Hermione, novamente parecendo um papagaio.
- Disse – concordou Rony.
Os dois ficaram em silencio por muito tempo, ao que perceberam que a sala comunal estava quase vazia, todos deviam já estar no grande salão tomando café da manhã.
- Rony, porque você tem tanto ciúmes do Harry com a Gina? Ele é seu amigo, e você mesmo já disse que prefere ele a qualquer outro namorado que a Gina já teve, e mesmo assim, ele é com quem mais você implicou. – perguntou Hermione, cortando o silencio incomodo.
- Eu não sei bem, Hermione – respondeu Rony pensativo – eu já me acostumei ao fato do meu melhor amigo namorar a minha irmã, mas acho que nunca vou me acostumar a minha irmã namorar Harry Potter.
- Eu não entendi, Ron – falou Hermione.
- Eu sei que o Harry é um cara legal e nunca faria nada para magoar a minha irmã. Mais quando eu penso nele como Harry Potter a coisa muda. – começou a explicar Rony, encarando a morena – é todo essa historia dele ser eleito, e Voldemort sempre estando atrás dele. Quando eu penso nele como ‘o eleito’, me dá medo que ele só esteja com a minha irmã por diversão, ou que ele esteja querendo aproveitar a vida! Eu sei que isso é totalmente ridículo, e que ele iria querer me matar se ficasse sabendo disso, mais eu simplesmente não consigo evitar.
- Acho que até certo ponto eu te entendo, Ron – falou Hermione depois de refletir um pouco sobre as palavras de Rony – mas tenho certeza que nem mesmo sendo ‘o eleito’ Harry faria alguma coisa para magoar a Gina.
- O pior é que eu sei disso – concordou Rony – mas acabo sempre esquecendo quando eu menos espero. Porque eu sou um grande tapado.
- Você não é um grande tapado, Ron – falou Hermione sorrindo docemente para o ruivo – só um pouquinho, vai – completou.
- Valeu, Hermione – falou irônico.
Hermione riu da expressão irônica do ruivo, para depois o abraçar sorrindo, em um impulso que não conseguiu conter. Rony pareceu um pouco surpreso, mais a abraçou também sorrindo abertamente.
- Agora, acho melhor agente ir tomar café, ou não vai sobrar mais nada – falou Rony quando rompeu o abraço – Estou morrendo de fome – completou.
- Novidade – respondeu Hermione sorrindo, puxando Rony pela mão.
Os dois saíram do salão ainda rindo muito, mesmo que nenhum dos dois soubesse o motivo, ainda com as mãos carinhosamente entrelaçadas.
Quando chegaram ao grande salão, viram Harry e Gina sentados mais ou menos no meio da mesa, conversando com Fred e Jorge que também tomam café na mesa da Grifinória. Assim que o viu, Gina lançou-lhe um olhar que o fez desejar que o salão fosse ainda maior, e que ele demorasse mais para chegar até ela.
- Bom-dia – falou, ligeiramente envergonhado, sem olhar diretamente para Harry, para depois começar a se servir.
Gina e Hermione conversavam tranquilamente com os gêmeos, enquanto Harry comia, encarando o próprio prato, ignorando totalmente Rony, e este ainda comece,mais lançando olhares preocupados para Harry e depois para Hermione.
Pouco tempo depois, Harry pareceu desistir de fingir que comia, e dizendo que tinha esquecido um livro em seu quarto levantou-se, deixando os outros para trás sem entender nada.
Quando o amigo tinha acabado de desaparecer pela porta do salão Rony se levantou decidido e correu um pouco destrambelhado atrás do garoto.
- Espera, Harry – falou, quase sem fôlego quando conseguiu o alcançar – eu preciso falar com você.
- O que você quer? – perguntou Harry sem emoção ao encarar o amigo, ainda ofegante.
- Quero te pedir desculpas pelo que te falei ontem – respondeu Rony, as orelhas ficando ligeiramente vermelhas – eu seu que eu sou um tapado e que sempre dou mancada, mas eu realmente sinto muito.
- Você é realmente um tapado – concordou Harry voltando a andar, mais não estava indo em direção ao salão comunal, e sim em direção a sala de feitiços, a proxima aula dos dois.
Rony olhou-o abobado sem saber o que falar par alguns segundos, para depois voltar a segui-lo.
- Você não vai falar mais nada? – perguntou sem entender.
- Eu já falei tudo que eu queria – respondeu Harry azedo.
- Você só me chamou de tapado!
- E era tudo que eu queria falar – concordou Harry parando para encará-lo, ligeiramente encabulado.
- Eu já me desculpei, táh legal! – falou Rony com as orelhas tão vermelha quanto os seus cabelos, parecendo realmente sentir muito.
- Na verdade você não precisa se desculpar, Rony – falou o moreno depois de um tempo – eu só não estou muito bem hoje, é isso.
Rony concordou com a cabeça e continuou caminhando ao lado do amigo, ambos sem fala nada. Somente quando estavam no corredor da sala de feitiços é que Rony tomou coragem para falar novamente.
- Você já disse pra ela? – perguntou o ruivo, sem conseguir encarar o amigo.
- O quê? – perguntou Harry sem entender do que o amigo estava falando.
- Eu perguntei se você já disse para Gina que a ama – explicou Rony quase em um sussurro.
Harry olhou-o espantado, duvidara muito que o amigo tocaria no assunto, ainda mais tão rápida e diretamente, como ele estava fazendo agora.
- Não, eu não disse para ela – respondeu Harry olhando para qualquer lugar, menos para o amigo – não ainda.
- Devia dizer, então – retrucou.
- Hum, certo. – concordou Harry, para tentar mudar o mais rápido possível de assunto, já seria bem constrangedor falar disso com Rony, ainda mais a garota em questão sendo a irmã mais nova dele.
Os dois continuaram em silencio, enquanto esperavam os outros alunos e o professor chegar à sala. Mais alguns minutos depois, apenas quem viram foi Hermione correndo em direção dos dois amigos, parecendo muito ofegante.
- Rony, Harry – exclamou assim que viu os dois – vocês não sabem o que aconteceu – continuou depois de tentar retomar o fôlego.
- O que foi, Mione? – perguntou Harry a olhando, preocupado.
- Parece que o Malfoy gostou de matar – respondeu Hermione mostrando o Profeta Diário para os dois – dessa vez o Primeiro Ministro trouxa.
Harry e Rony olhando o jornal, na primeira pagina havia uma grande foto do ministro trouxa, caído no chão, com a mesma expressão de medo que tinha Rufus. E assim como no caso do ministro, a Marca Negra pairava sobre o corpo do ministro.
- Aconteceu ontem a noite, quando o ministro chegava em casa. Por sorte, a mulher e as filhas dele não estavam em casa, tinham se atrasado um pouco. – contou Hermione – tenho certeza que os Comensais não teriam pena de matar as três também.
Rony e Harry concordaram com a garota, continuando em silencio. E antes que algum dos três voltasse a falar alguma coisa, o resto da sala foi chegando, todos comentando sobre a morte do primeiro ministro trouxa, e logo o sinal anunciando o começo das aulas começou.
Oii gentee .. (se ainda tiver alguém ai, néeh ) .. depois de muito tempo, consegui postar! Tava muito ocupada e um pouco sem animo pra voltar a escrever. Capitulo táah ai ! Antes do fim da semana, vem o proximo, axo ! Mais só se tiver comentariios !
Queria agradesce à Leo_Harry que foi quem me motivou a voltar a escrever .. muito obrigado !
Beijinhos a todos ! (Se ainda tiver alguem ai, néeh [2])
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