Sem saída
Oii, meu povo ^^
Queria falar com vcs de novo sobre a fic... Em primeiro lugar, queria dizer em minha defesa que o capítulo do Percy é extremamente necessário para o fim da história, então não me culpem por ter que ter postado ele u.u
Segundo... Esse capítulo não tem muuuito D/G, mas é o seguinte: a história é linda, só que entre uma carta e outra, o foco sai um pouquinho do Draco e vai para a Gina e tudo o que ela tem que fazer e tal... Já cortei muitas partes do livro, mudei muita coisa, criei muita coisa, mas simplesmente têm coisas que não dá pra tirar! Então, mais uma vez, paciência que tudo tem um motivo no final!!
Beijooooo!
Sofi
**
Gina acordou na manhã seguinte ainda completamente vestida na cama. Ela podia se sentir escorregando de volta para os velhos hábitos de novo. Todos os seus pensamentos positivos das últimas semanas estavam se desmanchando um pouco mais a cada dia. Era tão insuportavelmente cansativo tentar estar feliz o tempo todo e ela simplesmente não tinha mais energia. Quem se importava se ela estava uma bagunça? Ninguém além dela iria ver, e ela certamente não se importava de qualquer modo. Quem se importava se ela não usava maquiagem ou se lavasse por uma semana? Ela certamente não tinha nenhuma intenção de impressionar ninguém. Aquela única pessoa por quem ela queria levantar todos os dias, se arrumar todos os dias, aquela única pessoa para quem ela queria voltar para casa depois de mais um dia longo sem ele, havia ido embora. O único homem que ela via regularmente era o garoto da pizza, e ela tinha de lhe dar gorjeta para que ele sorrisse. Quem se importaria? Seu celular vibrou ao seu lado, sinalizando o recebimento de uma mensagem. Era de Laura.
Club Diva, 36700700
Pense nisso. Seria legal.
Faz pelo Draco?
Draco está morto, ela teve vontade de responder. Mas desde que ela começara a abrir os envelopes, ele não parecia morto para ela. Era como se ele estivesse apenas de férias e escrevendo-a cartas, então não se fora realmente. Bem, o mínimo que ela podia fazer era ligar para o tal lugar e analisar a situação. Isso não significava que ela teria que seguir com aquilo.
Gina discou o número e um homem atendeu. Ela não conseguia pensar em nada para dizer, então rapidamente desligou. Ah, vamos, Gina, ela disse a se mesma, não é tão difícil assim, apenas diga que uma amiga está interessada em cantar.
Gina respirou fundo e acionou a rediscagem.
A mesma voz respondeu, “Club Diva.”
“Oi, queria saber se têm noites de karaokê?”
“Sim, temos, acontecem numa...,” ela o ouviu folhear umas páginas, “é, desculpe, acontecem numa quinta-feira.”
“Quinta?”
“Não, desculpe, desculpe, espere...” Ele folheou algumas páginas de novo, “Não, são na noite de terça.”
“Tem certeza?”
“Sim, são definitivamente numa terça.”
“Certo, hum, bem, estava pensando se, hum...” Gina respirou fundo e começou a frase novamente. “Minha amiga pode estar interessada em cantar e queria saber o que deveria fazer.”
Houve uma longa pausa do outro lado.
“Alô?” Esse cara era idiota?
“É, desculpe, não sou eu quem organiza as noites de karaokê, então...”
“Muito bem.” Gina estava perdendo a paciência. Fora muito difícil reunir a coragem para ligar e um idiota incompetente não arruinaria aquilo. “Bem, tem alguém que saiba alguma coisa?”
“Hum, não, não tem, a boate na verdade não abriu ainda, é muito cedo,” veio a resposta sarcástica.
“Ótimo, muito obrigada, você foi de muita ajuda.” Ela disse, revidando o sarcasmo.
“Com licença, se você puder ficar na linha um momento, tentarei descobrir para você.” Gina foi posta na espera e forçada a ouvir “Greensleeves” nos cinco minutos seguintes.
“Alô? Você ainda está aí?”
“Não sei como,” ela disse zangada.
“Certo, mil desculpas pela demora, mas fiz uma ligação. Qual o nome da sua amiga?”
“Hum, o nome dela é Virgínia Weasley.”
“OK. Bem, na verdade é uma competição de karaokê. Acontece durante um mês e a cada semana duas pessoas de dez são escolhidas até a última semana do mês, quando as seis restantes cantam novamente na final.”
Gina engoliu em seco. Ela não queria fazer aquilo.
“Mas infelizmente,” ele continuou, “os nomes já foram inscritos há uns meses atrás, então pode dizer a sua amiga Virgínia que talvez ela deva tentar de novo no Natal.”
“Ah, tudo bem.”
“A propósito, o nome Virgínia Weasley é familiar. Por acaso é a irmã de Jorge Weasley?”
“Hum, sim, por quê? Você a conhece?”
“Não diria que a conheço, apenas a encontrei brevemente aqui na outra noite com o irmão.”
Será que o Jorge estava saindo por aí apresentando garotas como sua irmã? Aquele doido... Não, aquilo não podia estar certo, como assim?
“Jorge levou uma banda para tocar no Club Diva?”
“Não, não,” ele riu, “eles tocaram lá embaixo, no porão.”
Gina tentou rapidamente digerir a informação até que finalmente entendeu.
“O Club Diva é no Hogan’s?”
Ele riu novamente, “É, fica no último andar. Talvez eu devesse fazer mais propagandas!”
“É o Daniel que está falando?” Gina deixou escapulir e então se chutou mentalmente por ser tão idiota.
“Hum, sim, te conheço?”
“Ah, não! Não conhece, não! Gina só mencionou seu nome numa conversa, foi só.” Então ela percebeu como aquilo soara. “Muito brevemente, ela mencionou,” ela acrescentou. “Ela disse que você lhe deu um banco.” Gina começou a bater de leve a cabeça na parede fazendo uma careta.
Daniel riu mais uma vez. “Ah, certo. Bem, diga-lhe que se ela quiser cantar no karaokê no Natal eu posso colocar o nome dela na lista agora. Você não acreditaria no tanto de gente que quer se inscrever.”
“Sério?” Gina disse fracamente. Ela se sentia uma idiota.
“Oh, a propósito, com quem estou falando?”
Gina andou de um lado para o outro em seu quarto. “Hum, Laura; está falando com a Laura.”
“Ah, Laura, muito bem, tenho o seu número no registro das chamadas, então te ligo se alguém desistir.”
“OK, muito obrigada.”
E ele desligou.
Gina engatinhou sobre a cama e se cobriu até a cabeça com o lençol, sentindo seu rosto ficar púrpura de vergonha. Ela se escondia por debaixo das cobertas, se xingando por ser tão estúpida. Ignorando o telefone que tocava, ela tentou se convencer de que ainda poderia mostrar o rosto na rua (isso demorou um pouco), saiu da cama e apertou o botão dos recados de voz na secretária eletrônica.
“Oi, Laura, você deve ter acabado de sair. É o Daniel aqui do Club Diva.” Ele fez uma pausa e então, rindo, acrescentou, “No Hogan’s. Hum, eu estava dando uma olhadinha na lista de nomes e parece que alguém já deu entrada no nome da Gina há alguns meses; na verdade, é um dos primeiros registros. A não ser que seja uma outra Virgínia Weasley... De qualquer modo, retorne a ligação quando puder para resolvermos isso. Obrigada.”
Gina se sentou chocada na borda de sua cama, incapaz de se mover pelas próximas horas.
O grande dia havia chegado. O tempo passara mais rápido do que ela esperava, mais rápido do que ela queria. Na noite anterior, Gina estava muito nervosa e praticamente não dormiu. E sua aparência correspondia exatamente ao que ela estava sentindo. Havia grandes bolsas roxas abaixo de seus olhos e seus lábios estavam vermelhos e mordidos. Agora, ela teria que enfrentar seu maior pesadelo: cantar em público.
Gina não era nem do tipo de pessoa que cantava no chuveiro, por medo de quebrar os vidros. Mas ela estava passando bastante tempo no banheiro aquele dia. Seus amigos e família a apoiaram como sempre, mandando-lhe cartões de boa sorte.
Gina se vestiu com a roupa que Draco mandara ela comprar em Abril e amaldiçoou o loiro até não conhecer mais ofensas. Havia coisas muito mais importantes com o que se preocupar agora do que com detalhes irrelevantes como sua aparência. Ela deixou o cabelo solto para cobrir o rosto o máximo possível e colocou o rímel a prova d’água como se aquilo fosse impedi-la de chorar. Ela podia prever a noite acabando em lágrimas. Ela tinha poderes de vidente quando tinha que enfrentar os piores dias de sua vida.
Blaise e Laura a pegaram num táxi e ela se recusou a falar com eles, xingando todos por obrigá-la a fazer aquilo. Ela se sentia fisicamente doente e não conseguia ficar parada. Cada vez que o carro parava num sinal de trânsito, ela considerava pular fora e sair correndo para se salvar, mas sempre que reunia coragem, as luzes ficavam verdes.
“Relaxa, Gina,” Laura disse, tentando acalmá-la, “tudo vai ficar bem.”
“Vai se danar,” ela atirou.
Eles continuaram em silêncio até o fim da viajem. Finalmente chegaram ao Hogan’s e Blaise e Laura passaram um tempo muito desagradável tentando fazer Gina parar de reclamar (algo sobre pular no rio Liffey) e persuadindo ela a entrar. O lugar estava lotado e ela teve de se espremer para chegar até a mesa que sua família havia reservado (ao lado do banheiro, como pedido).
A visão do palco horrorizou Gina; era muito maior do ela esperava e havia uma tela gigante na parede para a multidão ver as letras das músicas. Percy estava perguntando a Arthur sobre as “regras” do karaokê e Rony estava sentado com os braços em volta dos ombros de Hermione; ambos lhe deram um sorriso encorajador.
“Gina, aconteceu a coisa mais engraçada mais cedo,” Rony disse, rindo. “Lembra daquele cara, Daniel, que conhecemos semana passada?”
Gina apenas olhou para o irmão, vendo seus lábios se mexerem mas sem dar a mínima para o que ele dizia. “Bem, Hermione e eu chegamos primeiro para pegar a mesa e estávamos nos beijando quando o cara foi até nós e sussurrou no meu ouvido que você estaria aqui esta noite. Ele achou que nós dois éramos namorados e eu estava fazendo uma sujeira!” Rony e Hermione riam histericamente.
“Bem, isso é simplesmente nojento,” Gina disse e virou as costas.
Ela se viu cara a cara com Daniel, que segurava uma prancheta e lhe deu todas as informações que ela precisava, incluindo que ela seria a terceira a cantar. Enquanto ela estava muito ocupada procurando uma saída de incêndio, percebeu que Daniel ainda falava com ela.
“Olha, Gina, desculpe por te incomodar de novo, mas pode me dizer qual de suas amigas é a Laura?” Ele parecia estar com medo que ela comesse sua cabeça. Ele deveria mesmo estar, ela pensou, fechando os olhos.
“É ela ali.” Gina apontou para a amiga. “Espere, por quê?”
“Oh, só queria me desculpar pela última vez em que nos falamos.”
Ele começou a andar em direção a Laura.
“Por quê?” Gina disse com uma nota de pânico na voz, fazendo-o se virar novamente. “Ela provavelmente já se esqueceu!”
“É, mas ainda assim eu quero me desculpar,” e ele caminhou até lá. Gina pulou do banquinho no qual sentava.
“Laura, oi, sou o Daniel. Queria só me desculpar pela confusão no telefone semana passada.”
Laura olhou para ele como se ele tivesse dez cabeças. “Confusão?”
“Você sabe, no telefone?”
Blaise colocou os braços protetoramente em volta da cintura da mulher.
“No telefone?”
“Erm... sim, no telefone.” Ele acenou a cabeça.
“Qual o seu nome mesmo?”
“Hum, Daniel.”
“E nos falamos ao telefone?” Laura disse com um sorriso aparecendo no rosto.
Gina gesticulava loucamente para ela pelas costas de Daniel. Ele limpou a garganta nervosamente. “Sim, você ligou para cá semana passada e eu atendi, você se lembra?”
“Não, amor, você tá falando com a garota errada.”
Blaise lançou um olhar fuzilador a Laura por tê-lo chamado de amor. Daniel passou a mão pelos cabelos e pareceu estar mais confuso que qualquer um e já ia se virando para encarar Gina.
Rapidamente a ruiva acenou a cabeça freneticamente para Laura.
“Ah...,” Laura disse, parecendo finalmente ter lembrado. “Ah, Daniel!” ela gritou, um pouco entusiasmada demais. “Nossa, mil desculpas, minhas células cerebrais parecem estar morrendo.” Ela riu como uma mulher louca.
Resolvida a situação, Laura foi falar com Gina assim que Daniel se afastou um pouco.
“O que foi aquilo tudo?”
“Oh, explico tudo depois,” disse ela enquanto se virava para encarar o palco. O apresentador do karaokê estava subindo no palco.
Depois de apresentar os cantores, a primeira concorrente começou a cantar. O lugar estava tão silencioso que era possível ouvir uma agulha cair no chão. Gina olhou em volta para ver as expressões das pessoas. Todas, inclusive sua família, olhavam em admiração para a cantora. Traidores, ela pensou.
“Não foi incrível?” o DJ perguntou. O público deu vivas e Gina se preparou para não ouvir aquele som depois de sua apresentação. “O próximo concorrente é o Colin. Uma salva de palmas para ele, pessoal!” Gina não precisava ouvir mais nada e correu para o banheiro.
Ela andava de um lado para o outro tentando se acalmar. Seus joelhos tremiam, seu estômago parecia ter se dado um nó e ela quase sentia que iria vomitar. Ela deu uma olhada em sua figura no espelho e tentou respirar fundo. Draco, seu idiota! Como ela queria que pelo menos ele estivesse ali com ela... Tinha certeza de que ao lado dele tudo seria mais fácil e um palco não pareceria nem ser páreo para ela. Onde ele estava agora que ela precisava tanto?
A multidão aplaudiu lá fora e Gina congelou. Ela era a próxima. Só que havia apenas um problema: ela não planejava sair dali.
“O Keith não foi ótimo, senhoras e senhores?”
Mais vivas.
“Talvez ele ganhe o bi-campeonato! Não fica melhor que isso, hein?”
Estava tudo prestes a ficar bem pior.
“Agora temos uma novata na competição. Seu nome é Virgínia e ela vai cantar...”
Gina correu para dentro de um dos cubículos e se trancou lá. De forma alguma nesse mundo eles a tirariam dali.
“Então, senhoras e senhores, por favor, batam palmas para Virgínia!”
Houve uma imensa salva de palmas.
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