A dor de amar



3º capítulo – A dor de amar




Ela virou-se e começou a bater forte na porta.



- Olá! – ela gritava muito alto – Alguém está me ouvindo?



Harry sorria dela sentado num banco próximo de uma mesa.



- Em vez de ficar rindo de mim, você deveria estar me ajudando a sair daqui. – ela disse irritada.



- Ninguém vai te ouvir. – ele disse rudemente – Ou você já parou pra perceber que esta porta é de metal e o barulho de música está tão alto que dá pra se ouvir daqui.



- Droga. – ela murmurou insatisfeita descendo as escadas e sentando-se no último degrau.




Eles ficaram em um silêncio inquietante por um longo período. Até que Harry decidiu abrir outra garrafa de cerveja amanteigada.




- Porque você me falou aquilo? – ele perguntou enquanto voltava a se sentar em cima da mesa.





- O quê? – Gina exclamou distraída levantando a cabeça das mãos – Quando?





- Enquanto eu beijava a Cho. – ele fez questão de lembrá-la o momento.



- Me deu nojo vocês se esfregando no meio do jardim. – ela replicou arrogante.



- Ora, porque se sentiu tão incomodada, já que fazia o mesmo com Malfoy na sala? – Harry replicou com arrogância.



Gina ficou com a face toda vermelha com raiva dele e de si mesma por ter ido naquela festa.



- O que eu faço na minha vida é problema meu. – Gina falou levantando-se.



- Isto vale pra mim também. – ele falou dando outro gole na garrafa.



Ele a observou andando de um lado para o outro na sua frente. Mesmo ela estando tão bela e sexy ele estava com uma raiva contida dentro dele pronta para explodir a qualquer momento.



- Pare de andar de um lado pro outro. – ele falou perturbado – está bem deixando enjoado.



Gina parou bem na frente dele e o encarou com fúria.



- Olhe para o outro lado, então. – ela cuspiu na cara dele – Ninguém o obrigou a olhar pra mim.



- Ótimo. – ele falou levantando-se e indo pro canto a esquerdo do porão e sentando-se no chão.



Harry pegou um dos cobertores que havia ali ao lado e o colocou contra a cabeça encostada na parede e observou Gina pegar uma garrafa de cerveja, ele sorriu sordidamente.



- O que foi? – ela replicou encarando-o furiosa – Nunca viu ninguém beber?



- Não, quer dizer eu nunca te vi beber. – ele acrescentou rapidamente – Você não bebia.



- As pessoas mudam, certo?



- É claro.



- Por exemplo, você mudou e foi pra pior que eu posso falar. O que você pensou que estava fazendo lá em cima, me provocando ciúmes?



- Eu acho que estava indo muito bem e você? – ele murmurou sarcasticamente.



- Por favor, me poupe. Você só estava conseguindo me deixar enojada. – ela mentiu descaradamente.



- Seja honesta, uma vez na vida Gina! – Harry levantou furioso – Você estava me provocando e eu em você, só um cego não veria.



- Pois então você é cego. Você fala de honestidade, certo? – ela começou se aproximando dele – Qual a última vez que você foi honesto consigo?




- Eu fui honesto quando eu disse que te amava.



- Foi? Quando você arruinou meu namoro com Draco e eu simplesmente larguei tudo pra ficar com você. – ela explicou ainda nervosa – Ou foi quando você percebeu que a Cho não queria nada com você a não ser sua popularidade?



- Você não entende. Eu estava confuso e você sabia.



- Eu entendo muito bem, Harry. – ela falou séria – Eu entendo que quando eu finalmente desisti de você e me afastei, você notou que eu existia e sentiu minha falta.



- Eu sempre notei sua existência. Você pode não ter percebido isso, mas eu amava cada segundo que passava ao meu lado. Eu sentia que podia perder qualquer coisa mas você continuaria lá me apoiando.



- Você nunca me demonstrou nada. Você nunca sentiu nada disso. Você só tinha olhos pra Cho.



- Para você notar meu desespero. Ela era uma isca para fazer ciúmes em você. – ele falou em desespero – Você nunca amou alguém com todo o seu ser e para protegê-lo chegou a desistir dele.



- Eu o amei demais, Harry... – ela disse deixando-se cair no chão infeliz – E não deixei de fazê-lo nunca!



Harry se acalmou vendo-se ao mesmo tempo tão perto e tão longe de Gina. Podendo lhe alcançar com as mãos mas ao sem ter a coragem para fazê-lo, vendo-a sofrer ali ao seu lado e sabendo que apenas uma palavra sua daria fim aquele sofrimento. Mas ele não fez nada. Permaneceu ali sentado, incapaz de pronunciar mais uma palavra e acabou por fechar os olhos e tentar imaginar que aquilo tudo era apenas um sonho ruim.



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