Sonhos e Surpresas
Capítulo
Dois –Sonhos e Surpresas
Acordou com sua Tia Petúnia esmurrando a porta ao mesmo tempo em que o
despertador tocava.
- Já
vou. Já vou! – gritou Harry e sua tia saiu. Harry sentou-se na cama e começou
a pensar no sonho que tivera. Ele estava ao centro de uma sala circular. As
luzes eram estranhas, eram verdes, onde ele estava? De repente, ele sentiu uma
dor horrível em sua cabeça, mais precisamente em sua cicatriz. A dor era tão
horrível que ele não agüentou, foi ao chão quase desmaiado. Só teve tempo
de ver que alguém se aproximava dele. Ele conseguia somente ver os olhos. Eram
azuis. E então ele desmaiava.
Ele
resolveu então escrever para Dumbledore contando o seu sonho. Quem sabe poderia
ser algo importante. Afinal, suas aulas de Oclumencia não haviam dado muito
certo. Tudo por causa da sua curiosidade. Por que ele não se controlou? Teria
sido tudo muito mais fácil! Nada daquilo teria acontecido. Sirius não teria
morrido...
Ele
decidiu parar de pensar naquilo, caso contrário não conseguiria concentrar-se
em mais nada...
Na
realidade, ele ainda não acreditava que Sirius havia morrido. A todo o momento
ele pegava aquele pequeno espelho e fazia mais uma tentativa frustrada de falar
com seu padrinho.
Não,
ele não queria mais pensar nisso. Queria esquecer tudo o que havia
acontecido...
-Anda
logo, moleque! – disse tia Petúnia – Só falta você levantar. Não podemos
esperar muito, afinal temos que sair.
-Já
vou! – disse Harry irritado – Eu já disse que já vou!
Harry
saiu do quarto e dirigiu-se ao banheiro a fim de fazer a higiene matinal. Quando
desceu finalmente, ele encontrou sua família esperando-o para poderem tomar café.
Isso
tudo era muito estranho. Eles eram sua família, mas ele não sentia como se
fossem. Durante 14 anos eles o trataram mal, mas agora, por causa de uma ameaça,
tratavam-no como um verdadeiro membro da família. E pensar que ele realmente
quase teve uma família...
Ele
então se sentou à mesa e todos começaram a comer. Quando estavam no meio da
refeição, ninguém havia falado nada. Como seus tios iam sair, Harry resolveu
falar o que tinha a falar logo de uma vez.
-
Tio Valter, hoje os Weasley virão me buscar para me levarem a casa deles. –
Harry lançou um olhar ao tio – Algum problema?
-
Desde que aqueles anormais não usem a minha lareira, eu não vejo problema
algum. – respondeu tio Valter com a boca cheia de bacon
-
Ótimo! – disse Harry num tom seco – Eles virão às 17. Vocês acham que já
estarão em casa a essa hora?
Valter
e Petúnia trocaram olhares antes de responder a Harry. Até que o seu tio
Valter resolveu responder.
- Não,
nós só voltaremos para o jantar. – e olhando incisivamente pra Harry disse
– Espero que, quando voltarmos, a casa esteja do mesmo jeito em que a
deixamos.
- Não
precisa se preocupar – disse Harry – quem está ficando em casa sozinho sou
eu, não o Dudley.
Dudley
não disse nada, nem sequer levantou a cabeça para olhar Harry. Harry achou
isso realmente muito estranho. O seu antigo primo teria, no mínimo, lançado
olhares raivosos em sua direção, mas nem isso Dudley fez. O que estaria
acontecendo com ele?
-
Acontece, moleque – disse tio Valter – que Dudley vai ficar aqui com você.
Ele não está muito disposto para sair. – ao dizer isso tio Valter e tia Petúnia
lançaram iguais olhares de pena para seu filho. E dirigindo-se a Harry –
Escute aqui moleque, se eu souber que você fez qualquer coisa com o meu filho não
vai ser meia dúzia de anormais como você que vão me parar, entendeu?
Harry
limitou-se a concordar com a cabeça. Já que Dudley ficaria na casa com ele,
ele daria um jeito de conversar com o seu primo.
Depois
de algum tempo, os Dursley saíram deixando diversas recomendações. Harry
pensou consigo mesmo: Eu acho que nem Hagrid deixaria tantas recomendações
pra quem fosse cuidar de Grawp...
Logo
depois que os Dursley saíram, Harry resolveu arrumar suas coisas, afinal, os
Weasley passariam por lá às 17:00 horas. Quando terminou de arrumar tudo, ele
resolveu conversar com seu primo, Dudley. Bateu na porta do quarto dele, mas não
obteve resposta. Resolveu tentar a porta, estava destrancada, ele então entrou.
O quarto estava impecavelmente arrumado, a não ser por um papel dobrado em cima
da escrivaninha. Nele estava escrito: “Mãe”.
Harry
logo ficou curioso para saber o que Dudley diria apara sua mãe por meio de um
bilhete e não pelo celular. Logo uma hipótese passou pela sua cabeça. Suicídio.
Harry desceu as escadas desabalado. Ele não queria acreditar, mas com toda
aquela depressão do seu primo, era uma hipótese bem plausível. Quando ele
chegou ao vestíbulo, ele não sabia o que fazer. Se ele quisesse suicidar-se, o
que ele faria? Na certa, uma poção ou um feitiço. Mas, se ele fosse trouxa? O
que fazer? Ele leu alguns romances policiais, mas eram tantas formas descritas
ali, que ele não soube qual delas escolheu para ver se estava acontecendo.
Então
ele sentiu um cheiro estranho chegando até ele. O que seria? Vinha da cozinha.
A mente dele deu um estalo. Era gás! Dudley iria se matar aspirando gás!
Correu desabalado em direção à cozinha. Ao chegar lá, ele viu Dudley
abaixado perto do fogão. A cabeça dele estava dentro do forno. Apesar de não
saber o que fazer, Harry tirou seu primo de dentro do forno e desligou o gás.
Logo em seguida ele abriu as janelas para poder ventilar a cozinha.
O
quê mais ele faria? Quando começou a pensar em algo para fazer, viu que a
ventilação do pulmão do seu primo estava voltando ao normal. Ele nada poderia
fazer, a não ser esperar.
*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*
Assim
que Dudley recobrou a consciência, a primeira coisa que viu foi seu primo,
Harry, sentado em uma cadeira bem na sua frente. Então ele percebeu, não havia
morrido. Resolveu procurar quem seria o culpado por isso. Já que não poderiam
ser os seus pais, já que não estavam em casa. Finalmente, chegou à conclusão
que o responsável por ele continuar vivendo aquela vidinha medíocre, era
Harry. Ele, então, tirou forças sabe-se de onde, devido ao estado em que se
encontrava, e pulou no pescoço de Harry.
Harry,
que obviamente não esperava essa reação do primo debilitado, tombou para trás,
junto de sua cadeira e do copo que segurava, com Dudley a sufoca-lo. Afinal,
Dudley ainda tinha força, e segurava seu pescoço com ambas as mãos.
- Seu
bruxo idiota! – berrava Dudley enquanto apertava o pescoço de Harry
– Seu desgraçado! Como você acha que
tem o direito de acabar com a minha felicidade?
Harry,
que apesar de estar sendo sufocado não perdia o raciocínio, levantou sua mão
que ainda segurava o copo e quebrou-o na cabeça de Dudley. Com essa reação de
Harry, Dudley obviamente soltou-o. Afinal, mesmo no calor do momento, não
haveria como deixar de sentir um copo sendo quebrado na sua cabeça.
Então,
Dudley saiu de cima de Harry e se encolheu perto da parede com sua cabeça entre
os joelhos. Assim que se recobrou do susto, Harry resolveu conversar com o
primo.
-
Dudley? – Harry chamou – Dudley, você está ouvindo? – Dudley levantou a
cabeça e fez um sinal afirmativo. Harry engoliu em seco e continuou. Não era
uma tarefa fácil para ele, afinal ele nunca havia feito ou falado sobre isso
com ninguém.
Os olhos de Dudley estavam vermelhos, mas não havia sinal de lágrimas.
Talvez fosse ainda o efeito do gás de dentro do forno. O olhar que Dudley lançou
a ele era um misto de raiva e, talvez, algo como um agradecimento. Ele resolveu
então perguntar o que queria desde que o viu agachado em frente ao fogão.
- Dudley – perguntou Harry um tanto aflito e receoso – por que você
fez isso?
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