Tempos Difíceis



James já havia beijado algumas meninas, mas agora era diferente, ele estava beijando Lily Evans, aquela que ele sempre amou. Suas mãos estavam na cintura da garota, os lábios dela eram macios, parecia que não existia nada além dos dois.

Passado algum tempo, que pareceu ser apenas alguns segundos, Lily tirou os braços que estavam em volta ao pescoço de James e se afastou um pouco dele. O garoto abriu os olhos e a fitou por um tempo.

- Sem dúvida alguma... – disse James lentamente – Esse foi o melhor presente de aniversário de toda a minha vida Evans!

Lily ficou séria de repente, como sempre ficava quando James ousava chamá-la de Lily. James se perguntou se não teria dito alguma besteira.

- Para você, é Lily! – disse a garota dando um largo sorriso.

- Você fica ainda mais linda quando sorri! – sua voz era carinhosa, e ele olhava o tempo todo nos olhos dela.

- Daqui a pouco vou ficar vermelha – disse a garota – Acho melhor nós irmos, senão você vai se atrasar para a sua festa... – Lily colocou a mão na boca quando percebeu o que havia falado; James a olhava; intrigado – Eu ouvi sem querer o Peter e o Remus conversando, mas acho que você não deveria saber da festa já que ela é surpresa, então quando chegarmos à sala comunal, finja que está surpreso!

James ria sem parar, ele estava muito feliz se alguém o tivesse dito que estaria ali com Lily naquele dia ele diria que a pessoa estava louca.

- Bom, então acho melhor irmos! – disse o garoto segurando-a pela mão.

O caminho até a torre da Grifinória foi rápido, eles conversaram o tempo todo, havia muitas coisas que queriam dizer um para o outro, talvez suas vidas não fosse tempo suficiente. Quando perceberam estavam em frente ao retrato da mulher gorda.

- Ovos de dragão! – disse James, a senha da mulher gorda, o quadro girou para que eles entrassem, ele foi à frente seguido por Lily.
Quando ele apareceu na sala comunal houve gritos de viva dos estudantes que o esperavam, gritos que cessaram instantaneamente assim que viram quem o acompanhava.

- Errr... O que eu perdi? – perguntou Sirius que havia se sobressaído do meio dos estudantes.

- Você deu poção do amor para ela? Perguntou Remus levantando a sobrancelha, ele estava ao lado de Sirius - Você sabe que isso é proibido e dessa vez estará realmente encrencado, quando o efeito passar a Evans vai querer te matar!

James e Lily riram.

- É incrível como meus amigos confiam no meu poder de sedução! – disse James ainda sorrindo – Bom, quero apresentar a vocês minha namorada. – ele a puxou e a abraçou.

- Não sabia que era sua namorada, quando foi que você me pediu em namoro?

- Ah eu ia te pedir agora!

- Já entendemos que vocês estão juntos, chega desse romantismo vamos comemorar! – disse Sirus; rapidamente a algazarra voltou.

Havia muita comida – provavelmente Sirius, Remus e Peter deveriam ter pegado na cozinha – várias jarás de suco de abóbora e até mesmo cerveja amanteigada que eles haviam comprado mais cedo em Hogsmeade com a ajuda de um certo mapa que mostrava todas as passagens secretas de Hogwarts.

A festa durou muito tempo, até eles perceberem que estava muito tarde e que no dia seguinte teriam aula, pouco a pouco foram se retirando para os dormitórios, até que a sala comunal ficasse vazia e completamente suja, os elfos domésticos teriam muito trabalho aquela noite para limpar a torre da Grifinória.




No dia seguinte os alunos da grifinória acordaram cansados. A festa do dia anterior tinha durado muito tempo e eles foram dormir tarde; a sala comunal estava impecável, os elfos domésticos haviam feito um excelente trabalho! Os marotos já haviam acordado e estavam esperando Lily, eles ainda não tinham se acostumado com a situação, mas estavam felizes por James.

- Ah eu não agüento mais esperar! – disse Peter inesperadamente – Eu não sei quanto a vocês, mas eu já vou vejo vocês no salão principal.

- Vou com você Rabicho, também não quero esperar mais, até porque nem faz sentido ficar atrapalhando o mais novo casal da escola – Sirius que parecia estar entediado, levantou-se e foi em direção ao retrato da Mulher Gorda – Vamos Peter, você vem Remus?

- Vou sim! – respondeu o menino – Nos encontramos no salão principal James.



Enquanto isso no salão Principal na mesa da Sonserina, o “grupinho” de Severus conversava animadamente, Lucius estava relatando os últimos acontecimentos do mundo mágico, seu pai era muito influente e tinha contato direto com o ministro, logo ele sabia de muitas coisas antes mesmo da comunidade Mágica – relatava tudo em tom zombeteiro, todos riam como se estivessem recebendo ótimas noticias; Severus, no entanto, permanecia inexpressivo, notou que os amigos de James haviam chegado sem ele, “talvez tenha morrido” – pensou Severus – “isso seria perfeito”, desviou o olhar da mesa da grifinória e prestou atenção ao que Lucius falava.

- Olhem lá! – disse Narcisa interrompendo Lucius, ela apontou discretamente para a mesa da Grifinória, os sonserinos olharam.

- Nossa, o Potter conseguiu se tornar ainda pior – disse Lucius com desdém – Agora ele namora a sangue-ruim da Evans.

Lily e James tinham acabado de chegar ao Salão Comunal, eles estavam de mãos dadas dirigiram-se a mesa da Grifinória e sentaram-se junto com os demais colegas.



Severus ficou em silêncio, sentiu como se tivesse sido atingido por um balde de água fria. E, observava aquela cena, completamente atônito; era uma sensação horrível, algo que não poderia explicar. Levantou-se bruscamente, derramando o suco de abóbora sob a mesa, ele precisava sair dali o mais rápido possível.

- O que foi Severus? – perguntou Avery assustado – Você está bem?

- Estou sim, acabei de lembrar que esqueci meu livro de Poções no dormitório, vou apanhá-lo, encontro com vocês depois.



Ele caminhou o mais rápido que pôde, ignorando os olhares curiosos de seus amigos, ao passar ao lado da mesa da Grifinória, ele olhou para Lily, e a decepção só aumentou, porque viu em seus olhos, que ela estava feliz...
Ele caminhou rapidamente, desceu os degraus de pedra mergulhando na escuridão, seus passos ecoavam solitários, ele descia cada vez mais, os corredores pareciam não ter fim, parou abruptamente em frente a um trecho de parede de pedra lisa e úmida – “Astúcia” – disse Severus e uma porta escondida na parede deslizou.

O salão comunal da sonserina era uma sala cumprida e subterrânea, com paredes rústicas, havia uma lareira e algumas cadeiras em volta, mesas e cadeiras espalhadas por toda a sala, no teto haviam luzes esverdeadas, presas por correntes de prata. Severus desceu um lance de escadas e parou diante de uma porta negra, com fechadura em forma de serpente...

O dormitório era amplo e havia cinco camas, todas com lençóis verdes e cortinados prateados em volta, as paredes eram de pedra rústica.
Severus fechou a porta atrás de si, ele olhava para o infinito, seus olhos estavam marejados, a imagem de James e Lily não saia de sua mente, seus joelhos cederam e ele caiu ajoelhado apoiando as mãos no chão, os cabelos negros cobriam-lhe a face. Ele começou a chorar, sentia que iria sufocar; o que mais doía era fato de Lily estar namorando o intragável do Potter, mais uma vez havia perdido para James Potter, antes não se importava, mas agora... Agora era diferente, havia perdido AQUELA que sempre amou; que era dona de seu coração desde que vira pela primeira vez. A dor era insuportável, ele estava desmoronando por dentro.

Nada nunca dava certo para ele, tivera uma infância difícil, sua mãe era bruxa e seu pai trouxa, sempre presenciou brigas de seus pais e quando isso acontecia se refugiava em seu quarto e chorava, sempre foi sozinho até conhecer Lily Evans, antes de entrar em Hogwarts. Eles haviam sido amigos, mas a amizade não continuou...

Severus mostrou fascínio pelas Artes das Trevas e Lily não, ele foi se distanciando chegando até mesmo a chamá-la de sangue-ruim, desde então deixaram de ser amigos, mas o amor que nutria por ela permaneceu... Nunca tivera a intenção de magoá-la, mas agora já não importava mais.

Levantou-se, continuava chorando – “a culpa é minha” – disse a si mesmo- “eu acabei com tudo, e as conseqüências são as piores possíveis” – enxugou os olhos, virou-se lentamente, caminhou até a porta, abriu-a e se foi, era hora de continuar aquilo que ele mesmo começou.

A decisão já havia sido tomada há muito tempo, mas ele hesitara; agora tudo era diferente. Ele tinha convicção do que queria, tudo estava claro como uma manhã de verão.



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