Encontros



Na manhã seguinte Severus acordou cedo, aos pés de sua cama havia vários pacotes, sempre recebeu muitos presentes de seus pais, achava que essa era a forma de suprir o carinho que eles nunca lhe davam.

Ele olhou em volta e viu o que realmente importava, sua coruja havia voltado e trazia consigo uma carta.

Levantou-se rapidamente pegou a carta, abriu-a e leu:

“Severus estou feliz que tenha se decidido, já avisei a todos. Encontraremos-nos amanhã à noite aqui em casa, se for possível apareça.”

Lucius Malfoy

É claro que irei aparecer Lucius, se tudo der certo, uma nova fase se iniciará, disse Severus a si mesmo.

Há alguns quilômetros da casa dos Snape, Lily Evans ainda dormia...

- Eu não queria que fosse assim Lily... Desculpe-me. – disse o homem, chorando.
- O que você fez de errado? - perguntou Lily.
- Eu queria que tudo fosse diferente, se eu pudesse voltar o tempo pra te ver novamente ao menos mais uma vez... Dói tanto saber que você se foi e eu não pude fazer nada, o inverno de minha vida veio tão rápido...
- O que aconteceu?- disse Lily nervosa - O homem só chorava, ele nem ao menos olhava em seus olhos, ela queria ver seu rosto, mas não conseguia.
- Li! – chamou Mariane – Estava tendo algum sonho ruim? Você estava falando coisas sem sentindo.
- Eu tive um sonho estranho, um homem estava chorando e ele me pedia perdão, mas não olhava para mim era como se ele não estivesse me vendo.
- Ah Li, foi apenas um sonho sem sentido, esquece isso.
- É você tem razão, deixa isso pra lá Mari.
- Bom mudando de assunto, chegou esse pacote para você hoje cedo, é de alguém do nosso mundo, foi uma coruja que o trouxe. - disse Mariane.
- Quem será que mandou isso? – perguntou Lily - ela levantou-se foi em direção ao pacote e abriu-o.

Era um livro com uma capa bonita, havia uma carta junto ela pegou-a e leu.

“Lily espero que goste do presente, eu sei que você ama ler e esse livro é realmente muito bom, é de escritores trouxas você deve conhecê-los. Peter e Remus virão aqui em casa amanhã à tarde, se puder apareça também.

Meu endereço está no final da carta.

Feliz Natal!”

James Potter.

- Qual nome do livro Lily? – perguntou Mariane.
- Amor impossível, Possível Amor - respondeu Lily - acho que vou à casa do Potter, você vai comigo?
- Claro que sim, não vai ter nada para fazer mesmo, vamos aparatar ou vamos de metrô?

Antes que Lily pudesse responder sua irmã entrou no quarto e pelo jeito ela havia escutado a conversa, tinha no rosto uma expressão de total desprezo... Petúnia odiava tudo que se referia ao mundo da magia, ela não sabia o que era aparatar, mas se era coisa de bruxo ela nem gostaria de saber.

Petúnia era loura e tinha um pescoço quase duas vezes mais comprido que o normal, ela não era bruxa como a irmã, ela via Lily como uma aberração.

- Quer alguma coisa Petúnia? – perguntou Lily.
- Mamãe está chamando você e essa... – disse Petúnia com total desprezo na voz – Essa sua amiga.
- Diga que já vamos descer.

Petúnia saiu do quarto o mais rápido que pôde, parecia que iria pegar alguma doença contagiosa se ficasse perto das duas por mais alguns minutos.

- Por que sua irmã não gosta de magia? – perguntou Mariane.

- Não sei – disse Lily séria – Desde que minha carta chegou e ela descobriu que sou bruxa ela mudou, age como se eu fosse anormal.
- Eu acho que ela age assim porque tem inveja de você, diz que não gosta de magia, mas no fundo queria ser uma bruxa também - falou Mariane como quem sabe das coisas - Pensa só Lily, seus pais acham isso tudo um máximo, acha que você é especial e tudo mais, enquanto que ela... É simplesmente uma trouxa e nada mais.
- Eu já pensei nisso, e sinceramente prefiro acreditar que haja outro motivo para ela não gostar de magia, acredite em mim, não é nada bom desconfiar que sua própria irmã tenha inveja de você. É melhor a gente descer.

O dia passou rápido, foi um natal muito agradável na casa da família Evans, depois do almoço Lily e Mariane voltaram para o quarto, o que deixou Petúnia aliviada, era insuportável ter que ver as duas.

Lily estava ansiosa para chegar o dia seguinte, ela iria à casa de James Potter. Mal sabia ela que coisas terríveis estavam para acontecer.

Lily e Mariane já haviam almoçado e estavam se arrumando. Decidiram ir de metrô, e se vestiram como trouxas.

- Vamos Mari! – disse Lily terminando de pentear os cabelos.

Nesse momento Petúnia entra no quarto.

- Lily papai e mamãe já foram viajar, vou sair – disse Petúnia secamente.
- Ah tudo bem, também estamos de saída.
- Pronto Lily - disse Mariane - Vamos!
- Até mais tarde Petúnia – despediu-se Lily

Mariane e Lily foram para a estação em Londres, elas conversavam animadamente, as ruas ainda estavam enfeitadas por causa do natal.

As duas chegaram à estação pagaram o bilhete e se encaminharam para a plataforma onde embarcariam.

Teria sido uma viagem tranqüila se não fosse o que estava por vir. Houve um estrondo enorme e o vagão parou lentamente.

- Que barulho foi esse Lily? – perguntou Mariane assustada – Por que estamos parando?
- Não sei Mari, mas não estou gostando nada disso.
- Por Merlin! – exclamou Mariane e apontou para fora do vagão.

Lily olhou e viu uma coisa que não queria ver. Seis pessoas com capa preta e máscaras, estavam causando grandes explosões; em pânico os passageiros começaram a gritar e a correr, queriam sair dali, mas as portas do vagão estavam fechadas.

Lily pegou a varinha de dentro das vestes, apontou para a porta e gritou.

- Alorromora!

A porta se abriu e todos começaram a correr feito loucos. Podiam-se ouvir várias explosões vindas de todos os lados, pessoas chorando e os comensais avançando em direção às elas, eles queriam ferir o máximo possível.

- Mari, pegue sua varinha! - gritou Lily - Temos que lutar!

Assim como Lily, Mariane pegou a varinha e lançou um feitiço em um comensal próximo a ela.

O comensal caiu com o feitiço e então os outros perceberam que em meios aos trouxas, encontravam-se duas bruxas. Eles pararam de atacar trouxas e voltaram-se contra Mariane e Lily.

Lançavam-lhes feitiços e mais feitiços, não se sabia até quando elas iriam agüentar. Ao olhar em volta Lily viu que chegaram alguns bruxos e que estavam lutando do lado delas, mas viu também que Mariane havia sido atingida por um feitiço e caiu fazendo com que sua varinha voasse longe.

O comensal se aproximava de Mariane, Lily queria ajudá-la, mas um homem bloqueava seu caminho e os outros bruxos pareciam não ter percebido nada.

O comensal apontou a varinha diretamente para o peito de Mariane e gritou:

- AVADA KEDAVRA!

Mariane foi atingida por uma luz verde e caiu inerte.

- NÃO! – gritou Lily desesperada.

Os comensais recuaram e Lily correu em direção ao corpo de Mariane.

- Mari! - gritava Lily – Levante-se amiga, por favor! Levante-se, por Merlin!

Mas, Mariane não reagia, seu corpo estava sem vida, a melhor amiga de Lily Evans estava morta.

- Venha menina! - disse um bruxo de estatura baixa - A comissão deve chegar em breve, terão que apagar a memória de muitos trouxas.
- Ela é minha amiga, minha melhor amiga! – disse Lily soluçando, ela chorava compulsivamente e parecia nem ter ouvido o homem.

O bruxo puxou Lily pelo braço e aparatou com ela, deixando o corpo de Mariane para trás.

Eles desaparataram em um lugar que Lily nunca havia estado antes, o homem começou a andar rapidamente, continuava puxando-a pelo braço ela não sabia para onde estava sendo levada. De repente eles pararam de andar Lily ergueu a cabeça e viu uma sala circular enorme, com vários bruxos que conversavam entre si e pareceram ter notado a chegada dos dois.

No entanto, havia um homem parado olhando para eles, o coração da bruxa bateu mais rápido e uma sensação de segurança a invadiu, bem diante dela encontrava-se um bruxo alto, magro e muito velho a julgar pelo prateado dos seus cabelos e de sua barba, suficientemente longos para prender no cinto. Usava vestes longas, uma capa azul celeste que arrastava pelo chão e botas com saltos altos e fivelas. Seus olhos azuis eram claros, luminosos e cintilantes por trás dos óculos em meia-lua e o nariz, muito comprido e torto, era Alvo Dumbledore o maior bruxo de todos os tempos, o diretor de Hogwarts.

- Venha Lily - disse Dumbledore - acho melhor sentar-se, o que aconteceu esta tarde deve estar sendo muito doloroso para você. Mesmo assim há coisas que preciso lhe falar; coisas que julgo importantes que você saiba. Moulin, muito obrigado por tê-la trazido – disse Dumbledore voltando para o bruxo que havia trazido Lily.

Entendendo o que Dumbledore queria, o bruxo apenas concordou com a cabeça e retirou-se.

- Como eu ia dizendo Lily preciso lhe contar algumas coisas...

A jovem bruxa ouvia atentamente cada palavra que Dumbledore lhe dizia, permanecia calada. Ele estava dizendo exatamente aquilo que precisava ouvir, sentia-se mais calma, as lágrimas cessaram seu semblante continuava triste, mas seu coração já não “sangrava” tanto como antes.

- Bom Lily, é isso que precisa saber por enquanto, - disse Dumbledore bondosamente - acho melhor você ir para casa descansar.
- Obrigada professor. - disse Lily ficando de pé - Acho melhor ir para casa mesmo, tenho uma poção que me ajudará a dormir, e tudo que quero é dormir para esquecer.
- Sim! Faça isso, vou pedir ao Moulin para te acompanhar, eu iria com você, mas preciso dar a notícia aos Kuasne.
- O senhor Moulin não precisa me acompanhar, eu já sei aparatar, eu vou ficar bem, não se preocupe professor.
- Se prefere assim - disse Dumbledore também ficando de pé - nos vemos em Hogwarts então daqui uns dias.

Lily somente concordou com a cabeça, o bruxo a conduziu a um lugar onde ela pudesse aparatar, ela girou nos calcanhares e, com um movimento da capa, desapareceu.

Ela desaparatou em uma rua deserta, ao longo dela tinha várias casas iguais, era um condomínio fechado de classe média alta. Lily caminhou devagar até que chegou a casa de número 19. Caminhou pelo jardim, abriu a porta da frente, entrou e ficou parada no hall, estava tudo quieto, provavelmente ninguém havia voltado; nem seus pais, nem Petúnia.
Lily tirou os tênis que usava e os deixou jogados ali, subiu as escadas lentamente, caminhou pelo corredor, que parecia enorme, até chegar à porta do seu quarto que estava aberta. Ao entrar a primeira coisa que viu foi uma foto dela e de Mariane, ambas sorriam e acenavam. A bruxa forçou-se a não se lembrar de Mariane, não queria chorar novamente, caminhou lentamente até chegar ao banheiro, despiu suas vestes e ficou parada, deixando que a água caísse sobre seu corpo, estava com os olhos fechados, lágrimas caiam se misturando a água. Depois de um tempo Lily decidiu que era melhor ir dormir, saiu do banho, caminhou até sua cama, pegou suas roupas e vestiu-se, abaixou-se abriu seu malão que estava ao lado, retirou um frasquinho que continha uma substancia púrpura, era a poção do sono, ela dormiria sem sonhar, Lily bebeu a poção deitou na cama sentiu-se sonolenta na mesma hora, antes que pudesse pensar em qualquer coisa, adormeceu. Esquecendo-se que naquele exato momento James Potter ainda a esperava.


Enquanto isso na casa dos Potter, os marotos conversavam animadamente... Estavam relembrando tudo que havia acontecido ao longo dos anos em que estiveram em Hogwarts.

- Ah, vamos ter muitas histórias pra contar aos nossos netos - disse James rindo.
- Nossa James! Já está pensando em netos? - disse Sirius sério.
- Claro! Eu vou casar um dia, e terei filhos e netos, e bisnetos, e...
- E claro que pretende ter filhos com a Evans? – perguntou Remus.
- Bom até que pretendo mesmo, mas acho que vai ser difícil, ela nem ao menos quis vir em minha casa, - respondeu James desanimado - e sequer mandou uma coruja dizendo que não viria... Eu já mudei e vocês sabem disso, eu cresci e amadureci claro que sempre vou ser um maroto isso é indiscutível, mas já não sou bobo como antes, aliás, nenhum de nós é!
- Vai ver aconteceu alguma coisa Pontas! - disse Sirius - Quero dizer, ela avisaria se não viesse; pelo menos eu acho que é o que ela faria.
- Bom ela não veio, mas eu e o Peter viemos. - disse Remus – Portanto, vamos aproveitar!
- É isso mesmo - disse Peter - vamos nos divertir!

Eles voltaram a lembrar de tudo que haviam vivido durante aqueles anos que estiveram juntos, era o último anos deles em Hogwarts, mas não o fim da amizade. Era como o James sempre dizia: “Uma vez maroto, sempre maroto e a amizade quando é verdadeira nunca acaba”; eles eram muito mais que amigos... Eram irmãos!


Era quase oito da noite, Severus que estava sentado em sua cama lendo um livro, ergueu a cabeça e viu que era quase hora de ir à casa de Lucius Malfoy. Levantou-se, pôs o livro na escrivaninha, apanhou uma capa preta, vestiu-a e saiu de seu quarto. Desceu as escadas e ao passar pela sala viu seus pais, mas não disse nada a eles, abriu a porta da frente e se foi!

Do lado de fora da residência dos Snape sentia-se uma brisa gostosa, pra dizer a verdade estava um pouco frio, Severus girou nos calcanhares e, com um movimento da capa, desapareceu. Ele desaparatou em uma rua que havia várias casas bonitas, parou diante de uma construção enorme, era uma bela casa senhorial, a construção maior e mais imponente da rua, sem dúvida alguma, ali residia uma família tradicional. Severus caminhou pelo jardim,
parou diante da porta bateu três vezes e esperou ser atendido.

A porta foi aberta por uma criaturinha que tinha orelhas grandes como as de um morcego e olhos esbugalhados e verdes do tamanho de bolas de tênis, seu nariz, comprido e fino; vestia uma coisa parecida com uma fronha velha, com fendas para enfiar as pernas e os braços. Era um elfo doméstico. Severus passou sem dar importância para a grande reverência que o elfo
fez, retirou sua capa, a criatura a pegou e pendurou.

Na sala da casa encontravam-se alguns jovens sonserinos, Lucius Malfoy, Antônio Dolohov, Evan Rosier, Augusto Rookwood, Ícaro Wilker e Philipe Avery. Todos faziam parte do grupinho que andava com Severus.

- Olá Severus. – disse Lucius – Pensei que não fosse aparecer.
- Ah, me desculpem pelo atraso. – respondeu Severus dando um sorriso cínico – Bom, já estou aqui, vamos ao que interessa.
- Bom todos que estão aqui sabem o motivo dessa reunião, já estamos conversando sobre o assunto há vários meses e hoje trataríamos de um assunto, mas devido ao fato ocorrido hoje a tarde, mudaremos o assunto dessa noite. – disse Lucius.
- E o que aconteceu Lucius? - perguntou Ícaro Wilker.
- Tenho uma ótima notícia para vocês. – disse Lucius sorrindo – Como sabem, papai tem contato com o alto escalão do ministério, inclusive o próprio ministro da magia; e ele ficou sabendo que comensais da morte atacaram o metrô em Londres e mataram vários trouxas.

Houve vários risinhos.

- Mas, isso não é a melhor parte – continuou Lucius – Havia duas bruxas no vagão que fora atacado.
- Bruxas se locomovendo como trouxas? – indagou Philipe Avery – Não podem ser muito decentes. Não é mesmo?

A maioria balançou a cabeça em sinal de afirmação, no entanto, Severus não expressava nada, simplesmente ouvia cada palavra atentamente.

- Nenhum pouco decente Philipe, as duas eram sangues-ruins, acho que vocês as conhecem, são da Grifinória: Mariane Kuasne e Lily Evans. - disse Lucius - Uma delas foi assassinda!
- Qual delas morreu? – perguntou Severus - Seu coração agora batia muito forte, não era possível que Lily Evans estivesse morta, não que ele se importasse, mas ela não poderia ter morrido.
- Mariane Kuasne. – respondeu Lucius – Uma pena não ter morrido as duas, a Evans é uma tola que cedo ou tarde terá o mesmo fim que a amiga.

Severus sentiu uma vontade tremenda de azarar Lucius de fazê-lo sentir muita dor, como ele poderia dizer aquilo, como poderia imaginar Lily sendo morta, o ser mais perfeito que já existiu... Mas, de repente uma voz invadiu sua cabeça dizendo “ela é uma sangue-ruim e merece isso”.

- Na verdade isso é o que vai acontecer com a maioria dos sangues-ruins – disse Evan Rosier - Se “aquele-que-não-deve-ser-nomeado”, continuar adquirindo poder, os nascidos trouxas deverão morrer.
- Seria glorioso acabar com eles no nosso meio. – disse Antônio Dolohov – Imaginem somente bruxos sangue-puro... Seria perfeito!
- Muito perfeito! – respondeu Augusto Rookwood – Se quer saber eu sou a favor de tudo o que Lord das Trevas faz.

- Que bruxo decente, não é? – perguntou Severus – Somente os tolos e amantes dos trouxas não querem isso; creio que não é o caso de ninguém que se faz presente aqui. Não sei quanto a vocês, mas eu quero servir ao Lord das Trevas, ser seu seguidor, dar o melhor de mim, tudo para a honra e glória do nome dele.

Severus não sabia por que estava dizendo tais palavras... Ele não queria que nada acontecesse a Lily, pelo menos uma parte dele não!

- Assim que se fala Severus, – disse Lucius – com um pouco de sorte, no futuro, podemos ser comensais da morte e nos divertiremos assassinando trouxas imundos.

A reunião ficou bem mais animada, só em pensar que no futuro poderiam tornar-se comensais, isso os alegrava bastante. Escondido, encontrava-se Deric Malfoy, pai de Lucius, ele ouviu cada palavra atentamente e tinha um olhar de triunfo.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.