Capitulo 1 – Apenas o que me r

Capitulo 1 – Apenas o que me r



Marca de uma Lágrima.

Capitulo 1 – Apenas o que me restou foi está marca...

Hermione estava sentada no deck de sua casa, a lua brilhava resplandecente no céu, em toda sua glória, mas a mulher ali sentada não se importava em quão bela a lua estava, nem em como o reflexo dela no lago em frente a sua casa era magnífico.
Nenhuma beleza a comovia, havia sentimentos tristes e agonizantes demais dentro daquela mulher, que todos sempre esperavam sorrisos e declarações de felicidade plena.
Uma lágrima um pouco mais forte que as outras não morreu molhando seu rosto e caiu em sua mão que estava segurando firme uma fotografia. Ela rolou pela mão da mulher ao sentir que outras lágrimas se juntaram a ela, e molhou o vidro que protegia a foto. Deixando apenas a marca de uma lágrima na fotografia...
Hermione deu um sorriso amargo ao ver à foto embaçada por suas lágrimas, a Hermione da foto também chorara no dia em que tirará a fotografia, mas naquela época que parecia tão distante, era de felicidade, e agora em Hermione os únicos sentimentos que existiam era rancor, dor e ódio. Ódio por aquele que ela jurará amar, para sempre...
Hermione se levantou e caminhou pelo longo deck, de volta para sua casa escura e vazia. Pegou e olhou a foto novamente onde uma Hermione vestida de noiva, com a face molhada de lágrimas beijava o marido com carinho..., Paixão, e Amor...
Amor... O seu melhor amigo que naquele instante se tornará seu marido, que todos fizeram coro dizendo:
“Eles nasceram um pro outro...”.
“O casal mais formidável do mundo bruxo, mais poderoso...”.
“Eles destruíram o lord das trevas agora merecem ser felizes...”.
“Eles se conhecem há anos e nunca admitiram que se amam... era tão fofo os ver negar o que todos sempre souberam...O amor mais lindo que já houve...”.
Tudo ali, tinha o jeito de Hermione, a decoração, os moveis de madeiras e estilo clássico e nobre em cada lugar daquela casa. Até as cores eram as preferidas de Hermione e havia livros em todos os lugares. O marido nunca sequer fizera questão de fazer nada pela decoração daquela casa, que moravam a sete anos, naquela época Hermione deveria ter desconfiado que algo estivesse errado, mas ela não quisera ver que o casamento de apenas três anos estava ruindo aos poucos, ela não podia acreditar, que algo que todos diziam ser perfeitos podia ruir, e ela inventara desculpas tão convincentes que ela acreditará e não fora atrás das respostas.
Hoje ela dizia para si mesma que deveriam ter ficado morando nos estados unidos, onde viverão os primeiros três anos de seu casamento, naquela época, Hermione fora feliz.
Ela podia jurar que naqueles anos o marido a amara. Naqueles três anos eles fizeram planos, sonharam e foram completos no amor deles.
Era a lembrança embora esmaecida destes anos que a fizeram esperar sete anos para confrontar a verdade inabalável que algo mudara quando eles voltarão para Inglaterra.
Ela subiu até o quarto frio e vazio e foi até o guarda roupa, onde pegou uma caixa.
Lá ela viu todos os recortes e fotos que saíram sobre eles.
Fora o casamento do ano, o relacionamento perfeito desde o inicio, todos os jornais bruxos noticiaram desde o primeiro beijo deles em publico, todos os carinhos e hoje em dia, bastava eles aparecerem no mesmo lugar para todo o frenesi recomeçar.
Ela via aquelas fotos de dez anos atrás ou mais se contassem as inúmeras de antes mesmo que eles ficassem realmente juntos. E buscava ansiosa a resposta para que acontecia.
O homem que fizera promessas a ela, não existia mais, via o marido em tão poucos momentos que às vezes duvidava que dividissem a mesma casa, era sempre uma tarefa do ministério, uma viagem do grupo especial de aurores, sempre havia algo que necessitava mais da atenção dele do que ela...
Outra lágrima rolou.
E um grito foi ouvido em toda a imensa mansão do casal mais querido da comunidade bruxa, pois ali até um sussurro fazia eco na solidão.
- em qual momento você deixou de me amar? – Hermione perguntou pro vazio. – ou será que um dia você me amou?
Ela sentia tanta dor e tanta solidão que todo seu corpo tremia de um frio, que não era externo, vivia dentro dela.
E ela sabia que não viveria mais nenhum dia naquela solidão, sem saber a resposta.
Hermione aparatou, em frente ao ministério.
O segurança não fez sequer nenhuma perguntar apesar de estranhar o estado lastimável da mulher, que ele sempre admirara. Nunca faziam nenhuma pergunta a ela. Havia muito poder em sua situação.
Ela percorreu aqueles corredores tão familiares a ela, mas dessa vez não foi para seção dos inomináveis onde trabalhava, caminhou com passos decididos até a seção mais poderosa do ministério atualmente.
Parou diante da porta com a frase.
Departamento de segurança.
Aurores.
Abriu a porta e passou pelo corredor indo parar na ultima porta.
Ali ele devia estar, como sempre, ou como ele sempre dizia.
Hermione abriu a porta e seu marido a olhou assustado.
Hermione se deu conta que era a primeira vez em anos que ele lhe olhava com algum outro sentimento além do conformismo.
E também que era a primeira vez em meses que se viam frente a frente sozinhos.
Mas ela reconsiderou este ultimo pensamento ao ver, que havia outra pessoa.
Aquela que ela menos queria ver com seu marido.
- Hermione o que houve? Você não parece bem.
Hermione deu um sorriso sarcástico e que mais parecia com uma tentativa inútil de parecer normal.
Ela se virou e olhou para a mulher os olhos brilhando de raiva.
- não consegue perceber que eu quero falar com meu marido a sós? Ou seu intelecto é tão baixo assim?
As palavras saíram faiscando de raiva e Hermione sabia que depois acharia que fora grossa demais, com aquela que em outras épocas antes de tudo já fora considerada sua amiga.
Hermione a viu trocar um olhar rápido com seu marido e sair contrariada, após ele balançar afirmativamente a cabeça.
Assim que a porta se fechou ela o viu se levantar e se aproximar dela.
Os lábios dele estavam frisados indicando que não gostara da atitude de Hermione.
- o que aconteceu? E aonde foi parar sua educação, como pode tratar a...
Mas Hermione não permitiu que ele continuasse.
- não defenda a sua amante, não hoje e nem muito menos na minha frente, acabou.
Hermione disse com a voz cansada.
Ela estava nos limites de sua força, novamente voltará a derramar grossas lágrimas de desespero.
Ela viu o terror ou seria espanto dominar a face do marido.
- como assim acabou? O que acabou Hermione.
Hermione sentiu pela primeira vez em muito tempo uma fagulha de felicidade ao ver que pelo menos ele se espantará.
- o nosso casamento.
- você esta insana? – ele estava vermelho e se aproximou ainda mais de Hermione. – acha que pode chegar aqui no meio da noite e dizer que nosso casamento acabou sem motivo?
Uma risada dolorida e cheia de magoa foi ouvida na sala, do capitão dos aurores. Hermione não conseguiu conte-la.
- Sem motivos? Aqui?
Ela passou as mãos com força nos rosto para enxugar as lágrimas que toldavam sua visão.
- se você estivesse em casa, ou se ao menos tivesse aparecido ou se eu soubesse quando você apareceria lá, essa conversa teria sido lá, mas você meu amor... – Hermione disse as palavras meu amor com tanto rancor que foi como um tapa na cara dele. – nunca está lá.
Ela esperou que ele dissesse algo, mas ele não disse e nem se moveu.
- há sete anos Harry, sete longos anos que eu não sei o que é dormir ao seu lado, uma noite inteira, descansar minha cabeça em seu peito e simplesmente conversar, você quando raramente esta em casa é um fantasma, uma sombra do que já foi um dia, quando me toca é algo tão mecânico, não há um brilho em seu olhar, uma palavra carinhosa além daquelas que a boa educação manda você dizer a sua esposa. Passei sete anos mentindo pra mim, dizendo que não nos víamos, pois nossas agendas não batiam, quando você estava em, Londres, meu departamento e meus trabalhos me mantiam longe e vice versa. Hoje creio que até isso você manipulava.
- Hermione... – Harry a olhava, petrificado. – sei que temos tido problemas...
- problemas! – Hermione gritou. – não temos problemas, Harry, não temos nada, nem brigas nem discórdia. Não temos nada.
Harry passou as mãos pelos cabelos se sentindo vencido pelas palavras mordazes de Hermione.
- o que você quer Hermione?
Aquela frase dita tão sem sentimento feriu Hermione, mas do que ela podia suportar.
- o que eu quero? O que eu quero? Você tem coragem de perguntar? – ela gritou. – quero saber onde foi parar meu melhor amigo, meu marido, aquele com quem eu vivi três anos maravilhosos, com quem eu fiz planos. Quero saber por que desde que voltamos pra cá tudo mudou? Quando você deixou de me amar? Isso é se um dia me amou? Que agora faz minha vida ser uma eterna marca de lágrimas em meu rosto.
O silencio de Harry a deixou mais desesperada.
- o que houve Harry? Não pode em responder isso? – ela esperou e ele nada disse. – vou responder por você, naquele maldito dia em que você matou Voldemort, você virou em minha direção e me beijou, na hora eu não soube o que fazer, nem vi tirarem a foto nossa, você era meu melhor amigo, e de repente estávamos juntos, eu sabia que você estava com o coração partido por que ela o deixara, e eu, eu tinha meu coração amargurado por um amor que estava morto, e juntos depois daquela guerra recolhemos os pedaços um do outro, e de repente eu entreguei meu coração a você, e sabe o porquê?
Harry apenas balançou a cabeça.
- porque você me disse com estas palavras que te direi agora: “eu sei que você jamais vai esquecer o Rony, e nem eu quero isso, ele foi nosso melhor amigo e ele te amava muito, e eu perdi a Gina, e você minha amiga. – o meu “amiga” saiu em meio a soluços doloridos. – é tudo de bom que me restou, eu te amo, e quero viver minha vida ao seu lado, quero ter uma família com você, quero ser feliz com você.” – Ela viu Harry desviar o olhar. – e eu acreditei Harry, eu entreguei todos os meus sonhos em suas mãos, eu te amei, até com mais intensidade do que eu havia amado o Rony, te amei tanto nestes anos que você era o meu sul e meu norte, meu sol e a lua, te amei tanto que lhe tornei não o motivo de minha vida, não podia colocar este fardo em seus ombros eu te amava demais, mas o tornei o motivo pra que eu vivesse, pois eu queria viver para ser amada por você, e durante estes dez anos, eu vivi pra você, sempre pensando no seu bem estar, sempre querendo adivinhar suas necessidades, sempre te amando quando você chegava em casa, de noite com frio e ferido de suas caçadas, sempre lhe abraçava quando a noite você tinha os pesadelos que lhe atormentavam e ficava sem dormir, sempre esperando que chegasse o momento em que você ia me dizer, sim Hermione eu quero começar nossa família, mas sempre que eu tocava no assunto você desconversava dizendo que ainda havia muitos comensais para capturar antes que pudéssemos viver em paz, e eu aceitava, pois eu acreditava que você me amava, eu menti durante todos esses anos para mim e para todos, posando sempre com um sorriso radiante nos eventos em que íamos, afinal nós somos os Potters. Vivendo um teatro cuja peça nem sequer você dava sinal de que gostava, Somos a família perfeita, e pra que eu fiz isso, pra você nem sequer me amar? – Hermione se deixou cair no chão, já sem forças. – pra viver de migalhas do que ela deixa, porque você é tão covarde, e ela uma garota que aceita ser apenas a amante, porque você não teve coragem de chegar em mim e pedir pra ir embora... – Nem mais lágrimas Hermione, tinha. – eu teria deixado você ir Harry, e ainda continuaria te amando, porque você era o meu melhor amigo, o único que me conhecia realmente, e eu queria tanto que você fosse feliz, e se eu não podia fazê-lo feliz, eu te deixaria ir, você só precisava pedir, só precisava falar comigo, com a sua melhor amiga, mas você preferiu mentir, me enganar, destruir toda minha auto estima, e todo amor que havia entre nós. Eu só quero saber o porquê Harry? Por favor...
Harry ficou olhando a esposa, e uma fina lágrima escorreu por seu rosto só que Hermione não viu.
- eu não acredito que amei um covarde, que nem ao menos agora me diz alguma coisa..
Ele ficou silencio, até que Hermione se cansou.
Ela se levantou olhando nos olhos dele, por um longo tempo, para logo depois mirar sua mão direita, onde há dez anos repousava a belíssima aliança que Harry lhe dera.
Ela tirou o anel, sentindo sua mão estupidamente leve.
- não há mais motivo para carregar um símbolo de um amor, que não mais existe, esse fardo eu deixarei para você, já que você o matou. E eu nunca acreditei que ele pudesse morrer... Mas apenas o que me restou foi esta marca... Das minhas lágrimas derrubadas por quem nem sequer me amou como eu merecia...
Ela entregou a aliança a Harry e abriu a porta usando suas ultimas forças para ir embora.
Assim que saiu viu Gina Weasley na ante sala, a ruiva que um dia fora a melhor amiga da morena, tinha o rosto pálido e parecia ter chorado.
Ela fez menção de querer dizer algo, mas Hermione não deixou.
- pode ficar com ele Weasley, foi tolice minha achar que ele poderia me amar, sendo que ele nem mesmo após você ter desdenhado dele, te esqueceu. – Gina, deixou uma lagrimas cair e Hermione se afastou.
Porém antes de sair da sala Hermione se voltou para ruiva que ainda não se moverá.
- só me deixe fazer uma pergunta? – Gina a olhou. – porque quando eu perguntei a você se você ainda amava o Harry você não disse que sim, porque você me disse que ele nada mais significava, e que nós deveríamos ficar juntos e nos amar? Naquela época eu ainda não tinha entregado meu coração a ele, naquela época eu ainda a considerava minha melhor amiga, e jamais faria algo pra te ferir, então porque você não foi sincera? Porque se tornou amante do meu marido, do homem que eu amava só pra me fazer sofrer? Porque assim que ele voltou pra cá, você resolveu voltar a amá-lo? Era porque nós estávamos felizes? Era porque ele talvez começará a viver sem você? Ou era apenas para não perder nada pra mim?
Gina abaixou a cabeça e nada disse e Hermione deu um sorriso triste e sem alma.
- vocês se merecem, são as piores pessoas que eu já tive o desprazer de amar, e conhecer e olha que eu conheci pessoas horríveis, mas nem Voldemort, foi capaz de me destruir durante as torturas que me fez passar, quanto vocês nestes anos de mentiras e desamor.
Hermione virou as costas pra eles e caminhou pelo longo corredor vazio do ministério, sem se importar pelas poucas pessoas que a viam chorar, ninguém se atreveria a dizer nada do que vira ou se ouvirão algo, ela era a Senhora Hermione Potter, esposa do salvador do mundo mágico, e só queria naquele momento nunca mais ver o homem que ela amara e tentara construir uma vida junto a ele.
Assim que chegou à rua, olhou pra trás e viu Harry que parecera ter corrido atrás dela.
Ela o olhou e ele com a voz baixa disse algo que não fez diferença a ela.
- me desculpe Hermione, eu nunca quis te ferir. – ele pareceu indeciso sobre o que falar. – sei que fui covarde, mas não é fácil dizer para sua amiga, para mulher que você devia proteger acima de tudo e fazê-la feliz, que eu não pude, que eu não consegui ama-la como ela merecia, eu não conseguia olhar nos seus olhos e dizer que não amava do jeito que você esperava, enquanto neles eu via refletido o que qualquer homem poderia desejar, Hermione, você foi meu sonho, você sempre me fez feliz, passei anos fugindo, porque nunca conseguiria te machucar.
- mas você estava me matando... – Hermione deixou as lágrimas refazerem as marcas já conhecidas em seu rosto. – lentamente.
- eu sei... – ele deu um passo na direção de Hermione que recuou. – e não houve um dia em que eu não me senti um crápula, mas eu amo a Gina, e também te amo, você é minha melhor amiga...
Hermione riu irônica.
- por favor, Harry, nem quero imaginar se você não me amasse.
- perdoe-me.
Hermione o olhou tentando ver verdade nos olhos dele, mas desistiu, ali não havia mais nada que importava.
- esqueça, Harry, não existe mais nada a ser feito não há mais coração aqui.

Hermione aparatou de volta a casa que ela vivera “sozinha” nos últimos sete anos.
Pegou a varinha e com um feitiço tirou tudo o que era de Harry dali, mandando para a casa Gina, sabendo que ali deveria haver muitas mais coisas do que naquela casa.
Hermione foi até o magnífico bar de madeira de lei, pegou uma taça e um champanhe.
Após deixá-lo gelado o abriu e encheu sua taça. Pegou um pequeno frasco com um liquido vermelho carmesim e colocou junto ao champanhe da taça.
Voltou até o deck, e brindando em direção a lua, disse:
- ao fim de uma vida, triste... Já que este coração só se comove sem jamais comover...
Hermione levou a taça aos lábios deixando o liquido agridoce deslizar entrando em seu corpo, durante alguns segundos ela sentiu uma estranha dor, resultante da chegada do veneno em sua corrente sanguínea, deu dois passos vacilantes em direção ao lago...
Pareceu ao longe ouvir seu nome, porém apenas continuou seu caminho nefasto.
Murmurando quase sem força:
- vou caminhando para a morte, da morte não sei o dia, mas posso saber...
Porém seu corpo entorpecido não chegou a tocar a fria água noturna, mas sim foram trazidos por braços fortes de encontro à segurança do deck novamente.
O veneno a impedia de saber mais do que o calor de outro corpo a trazendo para perto dele.
Seus olhos já estavam fechados e sua vida já se esvaia...
Com uma rapidez impressionante...
Deixando o homem que a segurava com forças, temendo ter chegado tarde demais, para salvar a única pessoa que importava para ele.

Fim do capitulo Um.
Marca de uma lágrima. ® Vivis Drecco ©2006

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