~ Os destinos se cruzam
- Acho que não irei conseguir! – tive a sensação de que todo ar dos meus pulmões havia se extinguido – Estou apavorada.
- Tente não ficar assim, querida. Eles irão venerá-la! Tenho a absoluta certeza.
- E se der alguma coisa errada?! – estava tremendo dos pés a cabeça – E se me vaiarem?
- Apesar de saber que nada disso vai acontecer, eu vou estar aqui contigo... Esqueceu? – ele me enlaçou em seus braços – Eu amo você.
- Também te amo, Harry – e por um momento me vi largada por seu amparo, sentindo a angústia emanar do meu corpo... Sentindo o corpo dele.
- Espere-me aqui.
- Mas aonde você vai?
- Bem... Apenas preciso sair. Não irei demorar! Prometo – acrescentou após fitar meu rosto em pânico – Tudo irá dar certo. Você é uma grande cantora.
Sorri em agradecimento e deixei meu pensamento perder-se no lugar onde Harry acabara de sair. Senti-me perdida em meio a tantas pessoas em busca de um sonho... Um sonho que eu desconhecia, mas que pelas palavras dele, era essencial para mim.
- Mocinha. Queira, por favor, dirigir-se à fila? – um homem mais alto e robusto que o anterior, apontou o lugar, no qual todos os participantes estavam aglomerados.
- Sim, claro – mostrei um sorriso amarelo, tentando parecer normal com a opressão daquele momento.
Andei em direção a fila. Onde várias pessoas se encontravam entre conversas paralelas e ensaios de ultima hora. Os minutos se passavam e nada dele voltar; minhas mãos suavam, congeladas, enquanto eu fitava a porta dos fundos na esperança de o ver passar por ela... Mas o tempo percorria sua árdua rotina e da porta, ninguém entrou.
- Sua primeira vez cantando?
- Oi? – perguntei assustada, virando-me para ver quem despertara meus pensamentos – O que foi que disse?
- Questionei se é sua primeira vez – a ruiva sorriu – Pelo visto acho que sim, está suando! Tome – com humildade estendeu-me um lenço.
- Obrigada! – sorri eufórica em agradecimento, pois realmente necessitava de alguém com quem conversar – Presumo que estude aqui?
- Sim, sou uma aluna nova. Meus pais vieram do Canadá. Prazer, Gina Weasley!
- Weasley? – disse tentando cessar a tosse inutilmente – Parente do Rony?
- Infelizmente. Um primo distante... Patético, não acha? – e ela revirou os olhos como se rezasse perguntando-se por que foi tê-lo em sua vida.
- Desculpe! Esqueci de me apresentar. Sou Hermione Granger, prazer – e após apertarmos as mãos, pedi temerosa: - Será que você podia... Bem, trocar de lugar comigo? Queria ser a ultima porque meu amigo ainda não chegou e sabe... Preciso muito dele.
- Tudo bem – e trocamos de lugar – Relaxa. Você parece ter talento.
Sorri desconcertada, ainda preocupada com o desaparecimento de Harry. Lutando numa batalha interna; em abraçar ele ou o espancar quando o encontrasse.
- Está chegando a nossa vez – em seguida de longos minutos que me pareceram segundos, a ruiva argumentou quando restavam apenas quatro na fila.
- Pois é – minha voz estava quase embarcando nas lágrimas.
Escutávamos aplausos estalados da multidão lá fora. E meu coração palpitava tão forte que me parecia inacreditável não solta-lo pela boca. Pouco a pouco o tempo passou. E me encontrei sozinha naquela sala, esperando a apresentação de Gina, no qual parecia ter se saído bem.
- Assustada, Granger?
Pulei metros acima do chão... Eu sei, sou exagerada. É que aquela voz próxima a meu pescoço deixou-me assim, meio arrepiada.
- O que faz aqui, Malfoy?
- Apenas andando. Está um tanto chato lá do outro lado... – o encarei confusa – Está bem, está bem. Vim ver se precisa de ajuda.
- Você... Ajudar? – ri gostosamente – Conta outra, Draco. Desde quando um riquinho metido a besta presta-lhe atenção a alguém como eu?
- Agora – a voz vinha do palco – A ultima candidata desta noite! Aplausos para... Hermione Granger!
- Achei que gostaria de alguém que tocasse violão.
- Você sabe tocar? – vi-me desesperada, praticamente me jogando aos pés daqueles sapatos lustrados – Pelo amor de Deus, vem comigo!- puxei seu braço inutilmente, pois o loiro não moveu nenhum músculo.
- Palavrinhas mágicas.
- Por favor! – berrei tremendo.
- O.k. Vamos dar um show! – sorrindo maroto, fez um gesto com a cabeça e eu o acompanhei em direção às luzes.
Centenas de pessoas estavam confortáveis em suas cadeiras. Dei um passo vacilante para trás, esbarrando em Draco, que segurando firme em meus ombros me passou a ultima força necessária.
- Apresentando uma música de autoria desconhecida... Intitulada Íris! – a voz amplificada no microfone invadiu o salão.
E lá estava eu. Sentindo todos os olhos vidrados em minha direção. Andei decidida até o microfone no meio do palco e enlacei minhas mãos nele, abaixei um pouco a cabeça e comecei a ouvir o violão ser tocado. Aquelas pequenas notas, bonitas e reconfortantes fizeram Harry voltar para dentro de mim. E como se fosse outra pessoa, abri a boca e deixei a voz sair com suavidade, enquanto encarava fixamente as pessoas que a minha frente se encontravam.
E eu desistiria da eternidade para tocá-la
Pois eu sei que você me sente de alguma maneira
Você é o mais perto do céu que eu vou chegar
E eu não quero ir para casa agora
E tudo que eu sinto é este momento
E tudo que eu respiro é a sua vida
Porque mais cedo ou mais tarde isso irá acabar
Eu só não quero sentir a sua falta essa noite
A música fez uma força inexistente surgir de meu interior. E o palco pareceu o lugar mais apropriado para me soltar e começar a relaxar. Todos ficaram quietos enquanto eu cantava e cantava, e não percebia o tempo passar. Vi Harry a minha direita, quase encostado na cortina, observando-me de forma boba, às vezes soltando um sorriso encorajador. Fechei meus olhos e senti a minha música, a música que ele havia feito para mim.
E eu não quero que o mundo me veja
Porque eu não acho que eles entenderiam
Enquanto tudo é feito para ser destruído
Eu só quero que você saiba quem eu sou
E você não pode lutar contra as lágrimas que não estão
vindo
Ou o momento da verdade em suas mentiras
Quando tudo parece como nos filmes
É, você sangra só para saber que está vivo
E eu não quero que o mundo me veja
Porque eu não acho que eles entenderiam
Enquanto tudo é feito para ser destruído
Eu só quero que você saiba quem eu sou
E eu desistiria da eternidade para tocá-la...
E eu desistiria da eternidade para tocá-la...
E eu desistiria da eternidade para tocá-la...
Tudo parou. Por um momento senti o silêncio tomar conta do ambiente, chorando por dentro eu me sentindo uma completa idiota por estar ali. Foi nessa hora que um urro de alegria e aplausos transpassou por meus ouvidos, e eu não pude não deixar de dar um sorriso feliz e o mais sincero possível pelo agradecimento que me fora concedido. Pulei nos braços de Draco, dizendo tantas vezes obrigado, que nem me importava. Corri para trás do palco e agarrei Harry com uma força um tanto bruta.
- Eu consegui! – repetia consecutivamente – Eles me aplaudiram! – sorria.
- Foi o que eu disse... Você estava perfeita!
- Onde diabos você esteve? – havia me esquecido do nervosismo que ele me faz passar – Quase desisti, sabia?
- O que importa é que isso não aconteceu – ele tocou meu rosto – Tudo saiu como planejei.
- Do que você está faland...
- Após conferir as notas dos juizes – a voz ampliada imergiu do palco novamente – Eis o resultado! – o homem tirou o envelope dos bolsos.
- É agora – minhas palavras eram um sussurro. Senti as mãos serem apertadas firmemente e engoli em seco trancando a respiração.
- Em terceiro lugar... Amélia Pince! – os aplausos nasceram de novo – Em segundo lugar... Gina Weasley! – e eu aplaudi junto pela felicidade da ruiva – E em primeiro lugar... – a tensão era clara – Hermione Granger!
Um grito mudo ficou trancado em minha garganta. Harry ergueu-me num abraço e senti meus pés deixarem o chão. Lágrimas emocionadas tomaram minha face e um alívio imenso percorreu todo o meu corpo.
- Vai lá – ele me encorajou como em tantas vezes – Vai receber o seu tão sonhado prêmio!
Minhas pernas foram em direção ao palco por uma força sobrenatural, pois parecia impossível mover-me até a frente sem antes tropeçar ou desmaiar a caminho.
- Sabemos que não foi surpresa tê-la como vencedora – o homem gorducho falava ao meu lado no microfone – Era óbvio que herdaria o dom artístico da mãe – e com um sorriso exultante, estendeu-me um troféu banhado por ouro.
- Obrigada! – dessa vez não gaguejei, muito menos mostrei nervosismo. Parecia, sei que estou enlouquecendo, que minha mãe estava junto a mim naquele momento.
- E por ultimo, mas não menos importante – o homem voltou a falar – O prêmio surpresa dessa noite! – a platéia tomou em silêncio – Uma quantia exata em dinheiro: trinta e seis mil dólares e uma turnê de shows pela França!
Eu não podia imaginar. Dinheiro e França! Não existia algo mais importante como isso. Era o meu sonho, o sonho que eu desejava para meu pai... Estávamos ricos! Não tanto quanto essas pessoas que já são ricas, mas mesmo assim, para nós era demasiado incrível. Meu pai saiu da platéia e dirigiu-se ao meu lado, abraçando-me pelos ombros; tiramos várias fotos com o presidente da nossa pequena cidade e pela primeira vez na minha vida me vi dando uma entrevista de real importância e senti o gostinho da inveja ao reparar na Lilá, que me devorava com os olhos.
- Harry – sussurrei em meio à aglomeração de pessoas – Como pude esquecê-lo? – questionei a mim mesma enquanto tateava entre os corpos a procura dele.
- Aonde vai querida? – meu pai me chamou, e sem olhar para trás respondi depressa – Eu ja volto! Tenho um assunto pendendo para tratar.
- Mas já é quase meia-noite!
- Meia-noite? – o desespero percorreu em meu sangue – Céus. Pode ser tarde! Eu volto daqui a pouco, pai. Ainda tenho uma ultima musica para cantar, não é? – e antes que ele argumentasse mais alguma coisa, corri.
Não sabia ao certo para onde estava indo e como iria chegar tão depressa. Apenas tinha que correr para vê-lo uma ultima vez e sentir seu corpo novamente junto ao meu. Não podia, não conseguia simplesmente o deixar partir sem antes lhe dizer o quanto fora especial em minha vida, e enquanto as lágrimas caíam vacilantes, após cruciais minutos, me deparei novamente no cais. E ele estava envolto de uma luz.
- Harry! – gritei sem parar de correr – Harry espera um pouco! – minhas pernas pareciam insuficientes para a força física que eu exercia – Por favor.
- Pensei que tivesse esquecido desse momento.
- Sabe que jamais esqueceria.
- Está na hora... Infelizmente.
- Você não pode impedir? – minha voz pareceu morrer na escuridão – Não pode... Mudar isso?
Ele negou com a cabeça, antes mesmo que um acúmulo súbito de lágrimas derramasse de meus olhos. Tentei com palavras inúteis justificar o que ele fora na minha vida, mas elas entalaram em minha garganta e simplesmente engoli.
- Não chore, por favor – tocando meu rosto, eu o encarei – Nós sabíamos que isso não poderia ser mudado.
- Tem que haver um jeito! – gritei delirante puxando-o num abraço – Você não pode me deixar... Não pode!
- Não torne isso mais difícil, princesa – e as gotas percorriam seu rosto também – Você estava ciente de que...
- Não. Eu preciso falar! Não temos tempo – o sacudi em desespero tentando explicar o quanto o amava – Estes últimos três dias foram os melhores da minha vida! E foi incrível porque eu chorei em todos deles – sorrimos sem jeito – Quero que compreenda a intensidade dessa convivência. Você foi o meu verdadeiro amor, e, isso nunca vai mudar! Sem a sua ajuda eu jamais amadureceria como agora e nunca, nunca mesmo saberia o que é o amor. Eu te amo... Muito. Mais do que três dias nos proporcionaram – Nessa parte eu já derramava sem me importar, muitas lágrimas que banhavam minha face. Os olhos dele marejaram e o meu coração sangrou. Dizer adeus para quem se ama é cruel.
- Eu amo você. E quero que aceite isso – de dentro do casaco ele tirou um livro, na capa estavam desenhados dois corações entrelaçados, mas nenhum título. O peguei e abri com gentileza, estranhei aquilo a minha frente.
- Mas... Deve haver algum problema. Bem, não tem nada escrito aqui, Harry.
- É pra você escrever a sua própria historia.
- Você é perfeito – o abracei novamente e senti o calor emanar de seu corpo – Também tenho algo pra te dar – Então, do mesmo modo, revelei do meu bolso uma pequena esfera com uma singela flor vermelha dentro – Pertenceu a minha mãe, e agora eu quero que fique com ela.
- Eu não...
- Por favor. Isso é importante pra mim.
- Tudo bem – ele se rendeu cansado repousando o queixo sobre meu ombro, e a luz se intensificou.
- Até algum dia... – minha voz era fraca.
- Promete uma coisa?
- O que você quiser.
- Se me encontrar novamente em outra vida, não me ajude a tentar lembrar... Não quero vê-la sofrer por minha causa.
- Mas...
- Você disse qualquer coisa.
Balancei a cabeça positivamente a tempo de beijá-lo uma ultima vez. Intensificamos aquele momento com gestos apenas nosso. E após ele me olhar com carinho, subiu para o alto e tomou conta da imensidão. Uma pequena estrela brilhou no lugar onde ele pousou e de relance a vi correr pela noite, para longe de mim.
Voltei até o teatro, que ainda estava apinhado de gente, e subi ao palco, decidida, catando ensaiada a música da minha mãe. Toda a tristeza foi embora no momento em que lembrei daquela íris verde, cantei a musica para ele, e aonde quer que estivesse, a ouviria com o coração.
Ninguém pode pisotear tua liberdade
Grite forte se quiserem te calar
Ninguém pode te deter, se tiver fé
Não fique com teu nome escrito na parede, na parede
Sem censuras,tuas ideias têm valor
você nunca se rende,levanta sempre a voz
Não pare não
Não pare não
Não pare nunca de sonhar
Não pare não
Não pare não
Não pare nunca de sonhar
Não tenha medo de voar, viva tua vida!
Não construa muros em teu coração (em teu coração)
O que você faz sempre, faça por amor
Ponha as asas contra o vento, não há o que perder
Não fique com teu nome escrito na parede, na parede
Não pare não
Não pare não
Não pare nunca de sonhar
Não pare não
Não pare não
Não pare nunca de sonhar
Não tenha medo de voar, viva tua vida
Sem censuras, tuas idéias tem valor
você nunca se rende, levanta sempre a voz...
- Parabéns.
- Você de novo?
- Pensei se você quisesse sair comigo amanhã.
- Já tenho compromissos.
- Não fuja de quem te quer bem...
O olhei intrigada, pensando realmente se deveria ou não aceitar o pedido. Harry veio a minha mente e pensei no melhor para mim, no que ele desejaria que eu fizesse.
- Amanhã as nove, que tal? – respondi sorrindo.
- Perfeito! Assim posso lhe agradecer corretamente... Salvou a minha vida daquele cachorro se lembra?
- Você era um covarde, Malfoy.
- E você uma pobretona, Granger – juntos sorrimos. E pela primeira vez... Eu encarei numa boa o fato de alguém falar mal de mim. E sabe, acho que já está na hora de terminar esse livro, será como um oceano: guarda as coisas mais especiais em suas profundezas e às vezes revela sombrios contos que emergiram do fundo.
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~ Dez anos depois...
Existem pessoas que não aprendem com os próprios erros...
- Ora, ora, ora. Se não é a sabe-tudo que uma única vez, conseguiu subir na vida!
- Porque não desiste Lilá? Nem após dez anos sendo uma fracassada esquece que um dia eu existi para você.
- Por sua culpa eu fiquei assim!
- Eu nem ao menos vi você por todo esse tempo!
- Não importa! – esta, por sua vez, berrou.
- Enlouqueceu...
- Foge, não é mesmo? Pois fuja, querida... Fuja de mim novamente! – e lá ela ficou sentada na calçada brincando com um matinho qualquer.
...Porém há outras que querem que os erros tornem-se inexistentes.
- Bela apresentação.
- Pansy Parkson?
- Eu mesma... Bem, sabe aquele dia que falei com você no colegial, não estava sendo sincera. Mas admito que quando a ouvi cantar, me pareceu uma pessoa comum, contornada de injustiça. Desculpe a mim, Hermione. Fui um inferno na sua vida.
- Não... Sem problemas – ainda desconcertada, apertaram-se as mãos.
- Apareça qualquer dia desses na minha igreja.
E após entregar-lhe um panfleto, se despediu.
Existem pessoas que se vão por um acaso...
- Tenho uma ótima noticia para dar a você! – ajoelhando-se ao lado na maca, ela tocou o rosto cansado.
- Estou precisando seriamente de uma boa notícia, filha – o velho sorriu – Não encontro nenhuma que valha a pena aqui neste hospital.
- Estou grávida! – a mulher sorriu exultante – Grávida de três semanas, pai. O senhor será vovô!
- Mas que ótimo acontecimento! – o rosto melancólico, iluminou-se – E como se chamará?
- Lílian, se for menina.
- Um bonito nome.
- Estamos preparando as coisas para o casamento. Logo nos mudaremos para outro país, mas é claro que o senhor irá junto conosco e... Pai?
Ele parou de responder
- Pai?!
E no segundo seguinte o coração parou.
...Mas não é por um acaso que algumas permanecem.
- Pensando em quê? – enlaçando-a num abraço, o loiro a encarou firme.
- Na vida... – ela suspirou fitando o céu estrelado.
- Acha que fez a escolha certa, casando-se com um Malfoy?
- Não seja bobo, Draco... – a castanha sorriu – Faz muito tempo que você não se comporta como tal.
- Você me mudou.
- É porque eu amo você.
- Também te amo.
- Mamãe! Papai! Não consigo dormir.
- Nós contaremos uma história para você poder sonhar com os anjinhos, está bem? – segurando a pequena no colo, o homem subiu as escadas.
Ela olhou novamente para o céu e em seguida, caminhou logo atrás.
Existem caminhos que o destino se encarrega de traçar...
- Hermione quanto tempo!
- Gina! – as duas de abraçaram – Como andam as coisas?!
- Finalmente Tiago e eu vamos nos casar! Ele foi a melhor coisa que já me aconteceu amiga.
- Mesmo que eu ainda não o conheça acredito em você, porque olha só o sorriso do seu rosto!
- Mas e aí... Como anda a Lílian e o Draco?
- Estão ótimos. Resolveram ficar na França agora que ele arranjou um emprego melhor.
- Que ótimo – a ruiva sorriu – Traga-os aqui quando vier novamente.
- Se tudo der certo...
A campainha toca.
- Deve ser o Tiago!
...Todavia é certo deixarmos alguns serem escolhidos por nós mesmos.
- Pensei que só viria amanhã! – a mulher se esticou estalando um beijo na boca do moreno.
- Consegui dar uma escapada para ver você... Estava morrendo de saudades – o outro começou a incrementar mais o beijo.
- Tiago! Estamos com visitas!
- Oh... Desculpe – e ele pareceu notar a castanha parada perto ao sofá.
- Essa é a amiga que tanto lhe falei.
- É um prazer conhece-la, Hermione – estendendo a mão que não foi retribuída.
Ela permaneceu estática. Seu coração pulsava tão rápido que era quase inevitável ouvi-lo dali de dentro. Os olhos queriam marejar, mas ela se pôs firme.
Ali, na sua frente se pôs o mesmo olho verde, o mesmo jeito de falar com delicadeza, os cabelos negros e rebeldes idênticos. Alguns anos mais velhos, mas ainda assim era ele.
- Vocês já se conhecem? – a ruiva perguntou intrigada.
- Não – o moreno não tardou a responder.
- Nunca o vi – e concentrando toda a força possível, a castanha sorriu apertando a mão ainda estendida.
- Sentem-se vocês dois. Vou buscar um chá e já volto.
Um silêncio constrangedor pairou sobre o ambiente e ela sentiu-se um tanto desconfortável por inalar o mesmo ar que ele; foi aí que seus olhos recaíram sobre um objeto ao centro da mesa.
- Quem lhes deu essa esfera com a flor?
- Foi encontrado junto a mim nas portas do orfanato em que fui criado. É a única coisa que tenho sobre o meu passado, sinto certo afeto por ela.
- Entendo – a mente trabalhava rápido, numa forma segura de se conter a excitação de pular aos braços do namorado amiga. Então a solução veio à tona.
- Tenho que ir.
- Por quê? – Gina parou a porta com uma bandeja nas mãos – Você acabou de chegar e...
- Perdoa-me, querida. Esqueci que tenho algo de extrema importância para tratar. Mais tarde eu passo aqui e conversamos. Tchau – e como um tornado passou ligeira pela porta.
- Fez algo para ela, Tiago?
- Não. Ela apenas saiu. Estranho... Parece que a conheço de algum lugar, mas não consigo me lembrar de onde. Bem, vamos deixar isso para lá... Onde paramos? – e em seguida ele a tomou nos braços, fazendo a bandeja caiu com estrondo.
"Gina,
Desculpa não ter comparecido no seu casamento. É que infelizmente Draco não se firmou no emprego e estamos de mudança novamente. Ainda estou fazendo shows por toda a Europa por isso vai ser complicado nos vermos de novo.
Beijos a você e ao Felipe, e abraços ao Tiago.
Hermione.”
Ela sabia que aquele não era o Harry verdadeiro, aquele com quem sonhava certas noites e lembrava com imenso carinho. Não era a vida deles, outros sentimentos estavam em jogo, outras pessoas estavam envolvidas... Crianças, também! Então optou, por talvez a pior ou a melhor das escolhas, mentiu sobre o emprego que o marido largara e assim todos ficariam felizes... Mesmo que ela não estivesse por completo. Simplesmente não podia estragar sua vida e a de sua amiga; e como ele a fizera prometer... Também não queria estragar o próprio coração, pois sempre levaria uma parte dele consigo. Guardado onde um Malfoy também habita.
Fim ~*
____________________________________________♥
As musicas que a Mione cantou foram:
- Iris: Goo Goo Dolls
- No Pares: RBD
não sou mto fã de rbd, mas axei a musica
mto bonita :)
Obrigada pra qm leu e qm comentou!
e por favor, não deixem de passar pra
dar um oi! hudsuhhudsuhd é mto gratificante.
Sou totalmente contra H/G. cada um tem a sua
opinião, eu sei, mas não discutam por não ter
gostado desse final. é soh uma fic! =D
Beeijos e até a proxima.
;**
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