Aquela que é sempre nomeada.
Há quem diga que aquele ano foi o pior ano de Hogwarts.
Deus, como aquele frio castigava os rostos desprotegidos de uma quantidade
enorme de adolescentes despreparados!
Naquele ano, muitos deles tinham vindo de longas férias em países e ilhas
tropicais (estranhamente começando a entrar na moda por aquela época, já que até
então a moda entre os finos alunos e pais Europeus era esquiar), assim como
novos alunos chegavam de partes do mundo cada vez mais distantes, e nenhum deles
havia se acostumado ainda com aquele clima.
Eles já haviam.
E conversavam animadamente no jardim, após terem se instalado nos dormitórios e
discutido os últimos detalhes sobre quem tivera a melhor viagem de férias de
verão.
Da esquerda para a direita, podia-se ver, em uma confusão ofuscante de cores, Ingrid, a irmã caçula de Thomas(Belghis), que tentava andar o máximo possível com o grupo, na esperança de acender socialmente, Haylie, logo à frente de Lilyan(Riddle), que fazia tranças no seu cabelo, sussurrando ao seu ouvido coisas que faziam ambas rirem alto, atraindo mais atenção ainda ao grupo, e, por último, Snape, mais conhecido como Napinho, apelido "carinhosamente" dado à Severus por Haylie, a única pessoa que parecia considerá-lo algo mais do que apenas uma piada ambulante.
Aliás, era a primeira vez que Snape era aceito sem reclamações no meio do grupo.
Geralmente, haveriam tantas reclamações e longos sermões de como sua presença era péssima para a imagem de todos ali, mas Haylie viajava nesses discursos. Ou escondia a raiva, ou era realmente tão distraída quanto parecia. Muitas vezes era pega olhando para o nada, e de um modo tão profundo que impressionava a todos em sua volta, ao ponto de muitos deles pararem para observa-la com a mesma intensidade que a garota observara o nada.
Mas talvez o nada para ela não fosse o mesmo que para todos os
outros..afinal, nenhum deles poderia algum dia entender o que se passava pela sua cabeça. Feitiços, poções, popularidade?..Talvez, tudo em seu momento.
Naquele momento, exatamente naquele segundo, pensou em algo ainda mais profundo.
O mesmo pensamento lhe perturbara a mente durante toda as férias, e, naquele
momento, havia se tornado ainda mais forte e deprimente para a jovem.
- Que inveja - falou, bem baixinho, pronunciando as palavras
com uma doçura natural e sedutora, mordiscando a beirada dos lábios e olhando em direção a uma garota do outro lado do jardim. Quem a vira e quem a viu! Haylie estaria invejando logo AQUELA garota?.. Cabelos crespos e mal-penteados, dentes amarelados e tortos combinando com as roupas maltrapilhas e amassadas era a perfeita descrição para a situação de Serena Von der Woodsen, que por um acaso, felicidade ou infelicidade do destino, havia de ser prima de Von der Mirre.Estava sentada embaixo de uma grande árvore, conversando bem baixo, quase imperceptivelmente, com um garoto também desarrumado, reconhecido como Sirius Black. Ele parecia mostrar algo como um caderno para ela, pedindo-a para assinar, logo se levantando e correndo até outras pessoas no jardim pedindo suas assinaturas também. Haylie suspirou fundo. Sabia que ele não viria até ela. Não depois daquilo.
- O que disse?.. - Ingrid exaltou, olhando para os lados
animadamente, procurando o objeto de tamanha observação da amiga. Aquela era a perfeita oportunidade para se destacar e partilhar da opinião da menina de alguma forma,e ela não estava disposta a perder essa chance, logo apertando os olhos e tampando o rosto para olhar através da forte luz solar, até visualizar perfeitamente a pessoa bagunçada e estranha com a qual Haylie estivera tão ocupada e a qual tantos pensamentos foram destinados - Aquela garota, Haylie?
- Que garota? - Acordou. Não se lembrava direito do que
pensara até então, como se estivesse ficado em um longo transe até então.
Ingrid apenas balançou a cabeça negativamente e abriu seu pequeno livro de bolso, tentando se distrair com algo produtivo novamente, resmungando baixinho por não conseguir identificar o sentimento de Von der Mirre.
O grupo de alunos ficou assim por muito tempo, quem sabe até
mesmo por horas, até o horário da janta, quando resolveram, enfim, entrar no Castelo para receber as notícias e os novos alunos, tentando parecer animados para um novo ano de alegrias e tristezas, mas, de principal, muitas desilusões e revelações.
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