O Acordar



A manhã já vinha surgindo através da imensa construção de St. Brutus. Sirius observava sua heroína deitada imóvel na cama.
Seu coração estava disparado, -Mas se ela morreu quem me protegeu dos monstros!? –pensava ele confuso.
A sinuleta de Dumbledore apareceu diante da porta. Ele usava vestes na cor vinho, a seda brilhosa de sua roupa brilhava conforme os raios de sol.
Dumbledore abriu a boca como se fosse dar uma bronca nos dois, mas respirou fundo e perguntou o que havia acontecido. Sirius e Thiago se revezaram contando o que houve e que a garota estaria morta.
O professor lançou o olhar sobre o corpo inerde da garota, sentou-se ao lado de Sirius e o observou através dos óculos de meia-lua.
-Vou contar-lhes a verdade. –respirando fundo começou. –O ritual do Acordar não teve sucesso e ela não conseguiu voltar inteiramente.
-Como assim, ritual do Acordar? Eu não fiz nada!!!
-Exatamente. Butterfly foi criada para servir-nos, o objetivo dela é encontrar um mestre ao qual será inteiramente fiel aos seus propósitos em troca, ela poderia habitar nosso mundo, esse foi um dos motivos que a levaram a ser presa. O ritual do Acordar seria para definir seu mestre e mentor, já que para poder habitar nosso mundo ela dependerá da energia espiritual de seu mestre.
-Como um parasita... –sussurrou Thiago.
-Não sei ao certo como é feito o ritual, sei apenas que ela precisa ter contato com o sangue de seu mestre. –lançou um olhar misterioso a Sirius. –Espero que você se recupere logo, Sirius, as férias vão começar em breve, não se preocupe com suas notas, apenas descance.
Sirius sentiu um certo alivio, mas algo o preocupava... ele estava sangrando...
Thiago e Dumbledore voltaram a Hogwarts, Lupin não se sentia muito bem, já que a poção de Dumbledore começava a perder efeito e eram noites de Lua Cheia.
Sirius ficou sozinho com a garota, o Ministério da Magia iria verificar o corpo dela na manhã seguinte.
A curiosidade ia crescendo, Sirius queria ver o que aconteceria se seu sangue fosse derramado, talvez nem tudo estaria perdido... Talvez...
Sirius levantou-se, com um pouco de dificuldade, apanhou a colher que usara para comer sopa e fez um corte em sua mão. Ele a apertou firme, fazendo sangrar. Aproximou-se do corpo da garota e tirou o lençol que a cobria. Apesar de estar fisicamente morta, ela era a criatura mais bela que Sirius já vira.
Sirius engoliu seco e apertou mais uma vez sua mão, fazendo o sangue escorrer e pingar no peito nu da garota.
No exato momento que a gota a tocou, seu peito absorveu rapidamente, ela abriu os olhos. Sirius saltou para trás. Olhou uma segunda vez para o corpo da garota, que agora estava corado, seus longos cabelos negros estavam brilhantes, era a única coisa que cobria seu corpo. Ela tinha a aparência de uma pessoa comum, apenas sua beleza que era surreal.
-Já chega de esquisitices por hoje! –exclamou Sirius voltando para a cama, cobrindo-se e em poucos instantes adormecendo.
A noite era brilhosa e iluminada pela belíssima luz do luar. Sirius ainda dormia, quando sentiu mãos frias passando em seu pescoço quente. Era uma sensação estranhamente gostosa, pois elas não o machucavam, faziam carinho. Ele viu o rosto de sua tia, que sempre o apoiava mesmo em momentos difíceis. Sentiu um arrepio quando essas mãos tocaram sua nuca, ele sentiu como se elas o fizessem levitar da cama. Ele abriu os olhos.
A garota estava segurando sua cabeça e os dois estavam flutuando uns dois metros da cama.
Sirius tentou escapar mas a garota estava meio milímetro de sua boca. Eles eram envolvidos por uma luz branca e seus cabelos esvoaçavam lentamente, como se dançassem a luz do luar.
-Con..ti...nu...e...o que você...começou... –disse ela num sussurro. Seus olhos eram azul piscina, lindos e brilhantes, sua voz era como um toque de harpa, mas suas mãos eram frias e desesperadas por vida...
Sirius estava sem reação, as mãos da garota perfuraram seu peito ferido. Ele tentou gritar, mais foi sufocado pelos lábios frios dela. Era um doce pesadelo, no qual ele não poderia acordar...

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