Revelação Inesperada
Desesperada, Hermione via o corpo de Rony perder velocidade. Enquanto corria em sua direção, viu-o tocar o chão com suavidade. Percebeu, ainda a meio caminho de alcançá-lo, que devido ao vento e à rapidez de seus passos o capuz de sua própria capa caía, deixando que todo seu rosto e cabelo se molhassem na chuva. Mas, agora, isso não importava. Lágrimas e gotas de chuva se misturavam em seu rosto quando ela finalmente o alcançou, inconsciente e estático sobre a grama. Ajoelhou-se ao seu lado, puxando sua cabeça para o próprio colo e afastou a franja úmida dos olhos dele.
- Ron! Fala comigo! – gritou sacudindo a cabeça dele de leve - Ron!
Ele não reagia, e quando ela tirou a mão dos seus cabelos para pegar a varinha, viu que estava encharcada de sangue misturado com a água da chuva. Percebendo que ele estava desacordado e sangrando, a única coisa que conseguiu fazer, enquanto segurava a varinha com uma mão trepidante, foi chorar e soluçar cada vez mais. Então, ela ouviu passos de pessoas que vinham correndo, espirrando a água do chão quando pisavam forte no gramado.
- Hermione! Chefe! O feitiço... Ele precisa do feitiço! – gritou um dos estagiários.
E, como se alguém lhe tivesse dado uma bofetada na cara para que acordasse, ela se lembrou do que tinha que fazer, e apontou a varinha para o peito dele. Incapaz de falar, lançou um feitiço não verbal. A luz vermelha saiu da ponta da varinha, que continuava tremendo em sua mão, e atingiu o peito de Rony, sendo absorvida instantaneamente. Ela largou a varinha no chão e o abraçou, sentindo-o gelado pela chuva. E, esperou... Alguns longos segundos depois, sentiu o corpo dele estremecer.
- Rony! Fala comigo! – pediu, afastando-se e vendo que ele ainda mantinha os olhos fechados.
Ele não respondeu, parecia fraco e abalado pelas duas batidas na cabeça.
- Conjure a maca Max! Vamos levá-lo para a tenda! – ela ouviu a voz de um dos estagiários.
- Não! Para o hospital! – gritou Hermione – Ele precisa ir para o hospital.
E ela sentiu um deles lhe afastar do corpo de Rony e colocá-lo sobre a maca. A visão das vestes azuis empapadas em sangue e do rosto desacordado fez o seu coração apertar e a sua respiração falhar. Ela pegou a varinha no chão e estendeu a mão para segurar a beirada da maca quando viu os estagiários se prepararem para desaparatar. Sentiu-se ainda mais sem ar enquanto era espremida por todos os lados. Não via nada, não ouvia nada. Só sentia toda aquela pressão, somada ao aperto em seu peito. Finalmente sentiu alívio, e conseguiu respirar quando chegaram ao saguão amplo e meticulosamente decorado do Instituto Narcisa Malfoy.
- Preparem uma sala do terceiro andar pra mim! Vou subir com ele pelo elevador – disse ela aos estagiários, que a obedeceram imediatamente.
Fazendo a maca de Rony levitar ao seu lado e tentando parar de chorar para então conseguir pensar racionalmente, Hermione rumou para o elevador. Assim que as portas se fecharam e começaram a subir, ela olhou para o rosto dele, enxugando-o carinhosamente com a mão que não sustentava a varinha. “Não chore Hermione! Você tem que estar bem para ajudá-lo” disse firme para si mesma. As portas do elevador se abriram e ela saiu apressada, levando-o a sua frente. Os dois estagiários saíram de uma das salas quase ao mesmo tempo e vieram em sua direção. Um deles segurou-a firmemente pelos ombros, surpreendendo-a com a atitude, enquanto o outro continuava a levar Rony para o quarto.
- A senhorita não está em condições Hermione! – disse o que a segurava – Mal conseguiu reanimá-lo lá no campo, deixe que nós cuidamos disso.
- Quem decide isso sou eu, Max! – gritou ela tentando se desvencilhar dos braços dele, querendo alcançar Rony novamente, sentindo que tinham arrancado uma parte dela – Eu sou a chefe aqui e eu vou tratar daquele homem!
- Hermione! Escute – disse ele se recusando a soltá-la – Você pode fazer isso, mas depois de se recompor. Você continua molhada, tremendo e chorando. Não tem condição nenhuma de atender alguém.
- Saia da minha frente! – gritou ela agora com tanta raiva que as mãos de Max que a seguravam pareceram se queimar e então, ele a soltou – Não se atreva a tentar me impedir de me aproximar dele.
Ele a encarou horrorizado enquanto ela entrava no quarto, apressada e sem olhar para trás. Essa Hermione, ele definitivamente não conhecia, e aquele homem deveria ser muito especial, para fazê-la agir daquela maneira.
Estava quente e confortável ali. Sentiu-se coberto da cabeça aos pés por uma colcha macia e se amaldiçoou por ter acordado. Afinal, ainda sentia a cabeça pesada de sono. Realmente pesada. Aliás, sentia outro peso sobre si, algo sobre sua barriga, mas que não o deixava incomodado, pelo contrário, dava-lhe a impressão de calma e proteção.
Relutante, abriu os olhos, curioso para saber o que era aquilo, e deu de cara com uma massa de cabelos castanhos e fofos que ele sabia muito bem a quem pertenciam. Sorriu. Mas olhando em volta, percebeu que havia algo estranho naquele lugar. Aquele não era seu quarto no Largo Grimmauld, nem qualquer outro que ele conhecesse. Tudo era muito branco e limpo...
Hermione se mexeu devagar, virando o rosto para ele, despertando-o desses devaneios. Rony estendeu uma mão para acariciar seus cabelos, mas antes que a alcançasse, ela arregalou os olhos, assustada por vê-lo acordado, e sentou-se ao seu lado.
- Ron! Você está bem? Sente-se bem?
Agora que ela havia perguntado, ele sentiu que alguma coisa estranha realmente estava acontecendo. Levou uma mão à cabeça e apalpou um bolo de bandagens enroladas ali.
- O que aconteceu? O que eu estou fazendo aqui? – perguntou confuso.
- Você... Caiu da vassoura – respondeu ela de uma maneira cuidadosa, quase lacrimosa, segurando a mão dele – No jogo de ontem.
- Ontem? Eu estou dormindo desde ontem? Que horas são? – perguntou ele começando a se lembrar pouco a pouco do acontecido.
- Calma Ron. Você não pode se alterar assim – disse Hermione segurando o braço dele para impedi-lo de levantar – Já está tudo bem, seu quadro é estável.
Antes que ele pudesse raciocinar ou absorver aquelas informações, a porta do quarto se abriu e duas pessoas entraram. Gina e Harry vinham de mãos dadas, com olhares preocupados, mas surpresos em ver o amigo acordado.
- Rony! Você assustou a gente! – disse Gina, sentando-se do lado oposto ao que Hermione estava, segurando a outra mão dele – Sente-se bem?
- Ficamos preocupados – disse Harry, aproximando-se da cama também.
- Eu estou legal. Só um pouco zonzo – disse Rony soltando a mão de Gina e segurando a cabeça – Quem pegou o pomo? – perguntou preocupado.
Rony viu os três trocarem olhares, como se decidissem o que dizer, e finalmente, Gina respondeu sorridente – A Cho não teve chance, a Megan apanhou.
- Graças a Merlin! – disse ele rouco. Pelo menos alguma coisa tinha dado certo – E me digam onde está aquele desgraçado do Zabine, porque eu vou quebrar aquele sorriso cínico e cheio de dentes dele!
- Pode ficar calmo companheiro – disse Harry sorrindo e abraçando Gina pelos ombros, enquanto Hermione segurava os braços de Rony, contrariada – A ruivinha aqui já deu um jeito nisso.
- Garanto que ele não vai conseguir sorrir por uns bons dias – completou Gina orgulhosa – Digamos que os lábios dele decidiram colar-se um no outro.
Os três riram satisfeitos. Hermione, meio a contra gosto, e ainda com uma expressão chorosa no rosto.
- E foi o Harry quem relembrou seu antigo hino dos tempos de Hogwarts, Rony! – disse Gina empolgada – Nós começamos a cantar e toda a arquibancada nos acompanhou, enquanto você voava! Infelizmente devemos esse ao Malfoy. Ele não deve ter ficado nada satisfeito.
Rony voltou a apertar a mão da irmã sorrindo. Mas, surpreendendo a todos, parou de sorrir e encarou Hermione parecendo amedrontado.
- Eu não vou ficar lesado, vou? – perguntou apontando para a própria cabeça enfaixada.
- Impossível – respondeu Gina séria – Não tem como ficar mais lesado do que você já é.
Harry e Gina riram, enquanto Hermione lançava olhares reprovadores aos dois e Rony fechava a cara, bravo e irritado.
- Não Rony – respondeu Hermione ignorando as risadas e segurando firme a mão do ruivo – Você vai ficar bem. Teve fratura craniana, mas já remendamos e nenhuma parte do seu cérebro foi afetada.
- Isso é tranqüilo – disse Harry finalmente parando de rir – Eu também já rachei o crânio no quadribol. Por causa do idiota do MacLaggen.
- Idiotas deveriam ser proibidos de jogar quadribol – resmungou Rony contrariado – Quando vou poder sair daqui?
- Você ainda precisa ficar em observação – respondeu Hermione eficiente – Fraturou o crânio em dois lugares, precisamos ter certeza de que está tudo bem.
- Mais quantos dias? – insistiu ele.
- Pelo menos dois, Rony... – respondeu Hermione exasperada, encarando-o com um misto de pena e culpa.
Ela se aproximou dele e depositou um beijo carinhoso na testa do ruivo. Sentia-se culpada por não poder fazer mais por Rony, por ter que vê-lo ali, naquela cama, por mais dois dias. Harry e Gina pareceram perceber que alguma coisa diferente estava acontecendo entre Rony e Hermione e, sem se despedir ou fazer barulho, levantaram-se trocando olhares significativos.
Harry ainda parou na porta, tentando desejar melhoras ao amigo, mas as palavras morreram a meio caminho da boca, ao ver Hermione se debruçar sobre Rony, abraçando-o. Gina puxou-o pela porta do quarto e fechou-a com cuidado.
Rony observou confuso, enquanto Hermione se agarrava a ele e chorava baixinho. Acariciou suas costas, curioso para saber o que a deixava tão aflita. Esperou que ela se acalmasse, abraçando-a preocupado.
Hermione se esforçou para controlar o choro enquanto sentia o conforto dos braços de Rony. Ultimamente estava ficando mais do que comum desmoronar-se em lágrimas na sua presença. E ele, como sempre, confortava-a carinhosamente. Mas estava tudo bem agora, ela sabia que não tinha mais motivos pra chorar. Aos poucos, acalmou a respiração e sentiu Rony afastá-la para conseguir se sentar, mas voltando a abraçá-la assim que se acomodou.
- Foi só um susto Mione – disse ele baixinho enquanto alisava o braço dela suavemente – Eu estou bem, foi você mesma quem disse.
- Eu sei – respondeu ela mais calma – Me desculpe. É que eu me assustei com tudo que aconteceu. Ver você cair daquele jeito, e depois, sangrando e inconsciente...
- Mas você já me emendou e eu estou inteirinho aqui – disse ele rindo – Você não iria se livrar de mim assim tão facilmente. Não depois de tudo.
Hermione se afastou um pouco para encará-lo e deu um sorriso fraco, passando a mão pelo rosto dele, agora sem as madeixas vermelhas que geralmente o emolduravam, mas com um turbante branco em seu lugar. Ainda assim ele era bonito, sorrindo e com os olhos brilhando. Um enfermeiro ou alguém da família poderia entrar ali a qualquer momento, mas ela aprendera há muito tempo que não deveria se importar tanto com aquelas coisas e sim, aproveitar momentos como esse. Aproximou seu rosto do dele devagar, beijando-o. É, ele ainda estava ali e continuava beijando maravilhosamente bem. Ela teria que agradecer a Merlin por isso depois. Separou-se com a mesma lentidão, lembrando-se que Rony precisava tomar algumas poções e descansar.
- Aonde você vai? – perguntou ele ao vê-la levantar da cama e se afastar.
- Pegar as poções que você tem que tomar – disse ela sorrindo com a expressão de decepção no rosto dele – Você ainda é meu paciente, Ronald.
Mas antes que ela se afastasse muito, outra morena adentrou o quarto como um furacão, debruçando-se sobre a cama de Rony e abraçando-o como se o mundo fosse acabar naquele instante.
- Você está bem? Fiquei preocupada! Ninguém desse hospital consegue dar uma mínima informação descente! – disse Demelza, despejando as palavras de uma vez só.
Rony olhou na direção de Hermione, assustado e sem reação. Viu seus olhos lampejarem de raiva, enquanto cruzava os braços e observava Demelza, que agora analisava as bandagens de Rony tentando encontrar o ferimento.
- Mione... eu... essa... – ele tentou se explicar, mas ela pareceu não ouvir.
Com uma expressão mortífera no rosto, Hermione se aproximou de Demelza, que continuava a agir como se estivesse a sós com o ruivo no quarto. “Isso não é bom...” pensou Rony, tentando afastá-la.
Hermione cutucou seu ombro, encarando-a com uma expressão altiva. Demelza virou-se pra ela, irritada e disse:
- Será que não existe privacidade nesse hospital?
Rony engasgou, sem encontrar nenhuma maneira de contornar a situação, enquanto os olhos de Hermione se apertavam de maneira perigosa.
- Desculpe-me, “querida”, mas esse é meu paciente e ele precisa de descanso – disse ela encarando-a – Poderia nos dar licença?
- Quem você pensa que é pra me mandar embora? – perguntou Demelza levantando da cama – Você é só a curandeira!
- Desculpe-me, talvez você não saiba mesmo... – disse Hermione fingindo calma ao se aproximar de Rony e segurar sua mão, entrelaçando seus dedos aos dele – Mas o Rony é meu namorado.
Rony observou a cena, atento. Poderia rir se a situação não fosse tão grave, e não tivesse a certeza de que iria ter que acertar as contas com Hermione depois. Demelza encarou as mãos entrelaçadas sobre a cama, atônita.
- Mas Ronald... Você...
- É verdade – disse o ruivo finalmente, beijando a mão de Hermione que segurava a sua – Hermione é minha namorada.
Ele sentiu o aperto de Hermione se afrouxar e viu um sorriso começando a se abrir no rosto dela, que parecia ter esquecido, por um momento, que estava brava. Mas então, o grito histérico de Demelza cortou a conexão romântica que se formava entre dois.
- Ahhhh! – ela gritava e segurava os cabelos, completamente fora de si – Você me enganou Ronald Weasley! Me deu esperanças! Me disse que não tinha ninguém!
- Silêncio! – gritou Hermione, apontando a varinha na direção de Demelza, que segurou a garganta horrorizada, enquanto sua boca se mexia sem emitir som algum – Talvez você tenha se esquecido de que estamos em um hospital, mas infelizmente como diretora, eu não posso permitir que perturbe meus pacientes. Acho melhor a senhorita se retirar agora.
Com lágrimas de humilhação e raiva nos olhos, Demelza saiu apressada do quarto, fechando a porta com força, talvez na tentativa de emitir algum som. Hermione observou satisfeita, abrindo o maior sorriso que tinha dado até então, quando finalmente se viu sozinha com Rony. Mas ao olhá-lo, percebeu que ele parecia contrariado.
- Qual o problema Rony? – perguntou irritada com a infelicidade dele – Queria que ela tivesse ficado?
- Não! Claro que não! – respondeu ele firmemente – Mas, bem... Não precisava ter sido tão dura, Mione. Ela vai ficar com raiva de mim pelo resto do ano.
- Deixe-me ver se escutei bem... Você está triste por ela estar com raiva de você? – perguntou Hermione descrente.
- Não é o que você está pensando! – disse ele defensivamente – Não acabei de dizer que quero casar com você? – ele a viu amolecer novamente – A questão é que ela faz parte do meu time... É uma jogadora importante. Não posso me dar ao luxo de me desentender com os jogadores.
- Quadribol, quadribol... Sempre quadribol – resmungou Hermione voltando a se sentar na beira da cama.
- É o meu trabalho. O seu também é importante pra você – disse Rony emburrado.
- Ok. Você tem razão – disse ela sorrindo e depositando um beijo na bochecha dele – Mas agora eu vou lhe dar as poções e deixar você descansar. Chega de emoções por hoje.
Ela se levantou e saiu pela porta, deixando para trás um Rony feliz. Hermione havia brigado por ele, havia temido pela vida dele. Sim, ele era um homem de sorte por ter levado um balaço na cabeça.
Hermione abriu a porta do seu escritório sentindo-se esgotada. Havia passado a noite em claro cuidando de Rony e o dia não fora diferente. Somente agora deixara seu quarto por um instante, pois ele havia adormecido novamente depois de tomar as poções, que incluíam uma dose de Poção do Sono.
Para sua surpresa, alguém a aguardava ali. Sentada numa poltrona, sozinha, e parecendo aflita, estava sua melhor amiga, Gina Weasley.
- Gina! Você não tinha ido embora? Onde está o Harry?
A ruiva se levantou tentando sorrir e disfarçar a expressão de preocupação que tinha no rosto, enquanto respondia às perguntas.
- Eu pedi ao Harry que fosse sozinho. Precisava ficar e conversar com você, a sós.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntou Hermione, indicando a poltrona para que a amiga se sentasse novamente.
Gina encarou suas próprias mãos num gesto nada característico, evitando responder imediatamente. Hermione percebeu que alguma coisa estava muita errada e ajoelhou-se em frente à ruiva, procurando a resposta nos olhos dela.
- O que foi?
- Eu não sei, Mione – respondeu Gina, segurando as duas mãos que Hermione lhe oferecia – Eu estou confusa.
- É alguma coisa com o Harry?
- Mais ou menos... Não sei como dizer isso.
- Você sabe que pode me contar tudo. Qualquer coisa – encorajou Hermione.
- Olha... Eu sei que você vai me achar a garota mais idiota e irresponsável do mundo, mas eu preciso da sua ajuda – disse Gina ansiosa.
- Pode contar comigo – respondeu Hermione, sentindo-se cada vez mais receosa pelo que estava por vir.
- Eu contei que eu e Harry tivemos nossa primeira noite – disse Gina, voltando a encarar as mãos – E nós não pensamos em qualquer tipo de prevenção, Mione. Nem poção, nem nada! E isso foi há duas semanas...
- Sua menstruação não está atrasada, está? – ela perguntou preocupada.
Gina apenas acenou afirmativamente com a cabeça, parecendo temer dizer aquilo em voz alta e depois explicou:
- E é sempre regulada. Tinha que ter vindo há dois dias e, até agora, nada. Comecei a ficar realmente preocupada.
- Fique calma – disse Hermione levantando-se e tentando assumir o controle da situação – Venha aqui.
Ela puxou a ruiva até o meio da sala e a abraçou com carinho, as duas com a mesma expressão assustada.
- Não é nenhum bicho-papão – disse Hermione, afastando-se e segurando a amiga pelos ombros – Seja o que for, o Harry e toda sua família estarão ao seu lado.
Gina sacudiu a cabeça afirmativamente, parecendo uma criança assustada.
- Agora só tem uma maneira de acabar com essa dúvida – disse Hermione, afastando-se e tirando a varinha do bolso – Só estamos nós duas nesta sala e, se você estiver grávida, seremos três. Preparada?
Gina acenou com a cabeça mais uma vez, concordando, e aguardou ansiosa, enquanto Hermione erguia a varinha e dizia claramente:
- Homenum Revelio!
Uma luz fraca e esfumaçada, como um vapor luminoso brilhou em volta do corpo de Hermione. O mesmo aconteceu com o corpo de Gina e, surpreendentemente, uma luz ainda mais forte envolveu seu ventre.
A ruiva cobriu o rosto com as mãos, incrédula, enquanto Hermione a abraçava sorridente. As duas estavam mais do que surpresas com a notícia.
- Parabéns! – disse Hermione feliz – Vocês vão ter um bebê!
A ruiva continuava sem saber o que dizer, o que fazer ou o que pensar. Não conseguia acreditar, era surreal demais. “Eu só tenho vinte e um anos!” pensou. E a carreira de auror que começava a progredir? E o que sua mãe diria quando soubesse? E os seus irmãos? Provavelmente espancariam o Harry...
- Olha pra mim, Gina – disse Hermione, ao perceber o estado de confusão em que a amiga se encontrava – Vocês se amam! Já se sustentam, e o Harry já tem até uma casa. Você não pode ficar assim.
- Eu não estou triste... É só que... É muita mudança de uma vez só. Eu não esperava por nada disso – disse Gina voltando a se sentar na poltrona e apoiando a cabeça nas mãos – Eu queria me estabilizar no trabalho primeiro e nem sei se estou preparada psicologicamente... Eu era virgem há quinze dias!
- Certo. É realmente assustador – disse Hermione andando de um lado para o outro, tentando encontrar uma maneira de acalmar a amiga – Mas está feito, Gina. Não há como voltar atrás. Você tem é que se acalmar e contar ao Harry.
- Contar ao Harry?!
- Claro! Ele é o pai! – disse Hermione, estacando e colocando as mãos na cintura – Juntos, vocês têm que conversar e decidir como vai ser daqui pra frente. Você precisa do apoio dele, Gina.
- Eu sei. Você tem razão – disse a ruiva levantando-se e começando a andar de um lado para o outro – Mas, eu preciso de um tempo. Não posso simplesmente chegar e dizer: Parabéns papai! Estamos grávidos!
- Não é hora para brincadeiras, Gina... – disse Hermione, reaproximando-se da ruiva e segurando os braços dela – Mas você sabe que o Harry tem que ser o primeiro a saber. Ele vai adorar! E aposto que vai ser o pai mais babão do mundo.
- Sim, o Harry é o de menos – disse Gina despreocupada – Mas, minha mãe?! Ela vai matar nós dois Hermione! Vai pensar que o Harry me seduziu, ou algo assim...
- Gina! – Hermione sacudiu os braços da amiga – Sua mãe já teve a sua idade! Ela mesma nos contou as estórias de poções do amor e de fugas da sala comunal durante a noite. Ela se casou muito jovem.
- É, você tem razão, ninguém pode nos julgar tão duramente – disse Gina aliviada, abraçando Hermione – Eu vou embora agora, tenho que conversar com o Harry.
- Vai sim. E eu vou ser sua parteira, ok?
- Claro! Parteira e madrinha! – disse Gina sorrindo e beijando a bochecha de Hermione – Você vai ficar aqui?
- Sua mãe deve estar chegando a qualquer momento para passar a noite com o Rony. Eu vou ficar também. Seus irmãos devem voltar amanhã. Eles vieram logo cedo, mas o Rony ainda estava dormindo.
- Ah... E você ainda tem que me explicar direitinho o que está acontecendo entre vocês, doutora Granger – brincou Gina, apontando um dedo para a amiga enquanto se afastava em direção à porta – Boa noite!
- Boa noite e boa sorte, mamãe! – disse Hermione acenando para a ruiva que saía pela porta, deixando-a sozinha naquela sala impessoal e opressiva.
N/A: Olá pessoal!
Primeiro eu gostaria de pedir desculpas mais uma vez pela demora, e dizer que aquele meu aviso foi dirigido a uma minoria, duas ou três pessoas. O que eu quero dizer é que podem comentar pedindo atualizações sim, perguntando datas e tudo mais, o que me chateou foram algumas críticas quanto as minhas demoras, como se fosse algo planejado ou de má fé, vindas de pessoas que eu geralmente não vejo comentando. Eu sei e compreendo a ansiedade de vocês, porque também sou leitora e é claro que quero que vocês continuem sentindo falta de capítulos e pedindo atualizações.
Aconteceu um desencontro com a minha beta que viajou. Eu fiquei sem alguém que revisasse o capítulo e tive que correr atrás de alguém capacitado que pudesse me ajudar. No fim, devo agradecer à Lau Brambilla que se ofereceu e principalmente à Julianne Cavalcanti que foi quem acabou sendo a beta deste capítulo. Desculpem-me por envolver vocês duas nas minhas confusões. E a Jana que é minha beta, agradeço pela ajuda durante toda a fic.
E muito obrigada pela compreensão de vocês leitores e pela força!
Vocês não sabem o quanto é bom ouvir que valeu a pena esperar!
É claro que eu nunca vou abandonar a fic!
Adoro escrever, adoro ler e responder os comentários.
Agora vamos ao capítulo, que é o que realmente interessa:
Ficou menor que o último, que a maioria de vocês achou enorme. Esse capítulo não foi um daqueles principais, mas eu achei super importante. E nunca planejei aleijar o Rony ou deixá-lo sem memória... Foi só um susto, podem ficar calmos.
Alguém ai desconfiava da gravidez da Gina?! Confesso que adoro o Harry como pai, assim como o Rony, mas esse fica pra depois...
Amei escrever o chega pra lá que a Mione deu na Demelza! Me senti vingada! *risada diabólica*
Pra quem perguntou onde estavam o Harry e a Gina durante o jogo, eles estavam na arquibancada, animando a torcida. Claro que os dois foram os responsáveis pelo: Ei, ei, ei! Weasley é nosso rei!
E no próximo capítulo vamos desvendar os mistérios de Malfoy...
Quanto a NC-17 de Rony e Hermione, muitos de vocês me pediram pra fazer as duas, mas acho que vai ficar repetitivo demais, então vou fazer a que foi mais votada: Os dois adultos. A situação ainda não apareceu na fic, mas está por vir.
Quem deixou seus e-mails para eu avisar das atualizações, saiba que vou passar a fazer isso já no próximo capítulo. Quem mais quiser ainda pode deixar o e-mail no comentário.
Até o próximo!
Comentem!!!!
Leitores novos, sejam bem vindos!
Votem!
Não deu tempo de fazer os agradecimentos pessoais que eu prometi, sinto muito mesmo. Têm vários comentários que me dão uma vontade enorme de responder, mas tenho que ser justa. A essas pessoas, muito obrigada:
Julianne Cavalcanti
Selma Matos
Liz Negrão (LiLi)
LUISÂO (SÓ ALEGRIA)
dann garcia
_LomaPotter_
Juliana Dias Erthal
Amanda Regina Magatti
Patrícia Escossio → Timão!
Marlene Lee
Saula Weasley
Lisandra Matthew
Rafael Wrencher
Ludíh Almofadinhas Black
*Mari Granger*
THAIS DOMINGOS DOS SANTOS RODRIGUES
May Weasley¹²
Danielle Pereira
Clara Meira Moraes
Debora Miranda de Barros
Lissandra Alvarenga Swerts
Lady in Red
Patricia Ribeiro
Renata Grazielle Souza Santos
Sarah Belasco
Dinha
Mickky
Mylene
Carol Peeters
Paloma_olimil
Diana Watson
Janaina Potter
Nia Weasley
kariny
Ann Ross
Camila Lazarotto
Agatha Mingorance Pinheiro
Chell
Bibiska Radcliffe*
karen my
RAYZA ALVES
jamylle ariel sajo altheman
Flávia Marques Carneiro
Pandora Potter
Melanie Suzan
jessica
Larissa C. Baker
Bianca
Twins de alma
Jessika (:
Yurika Rossi
Júlia Lacerda
Constancy Blue Potter
Isabel
Larissa Moreira
Siminie Weasley
Tina Weasley Potter!
Clara
Nikki G. Weasley
Kinder granger
Raissa Ribeiro
Merlin! Como vocês se multiplicam!
Beijos!
Ana Fuchs
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