Hogsmeade, Brigas, Lembranças



Oi, oi, oi! o/

Desculpe a demora! Mesmo!

Como eu já disse, meu Word deu pau e metade da fic sumiu.
Então ontem eu resolvi que iria reescrever o que tinha sumido, tudo com melhoras.

E aqui está!

Eu passei mais de 7 horas com a bunda sentada nessa cadeira dura na frente do pc, só pra terminar de escrever o cap. 8.

E, devo dizer, eu ADOREI!

Tá IMENSO, sacas?
Imenso mes-mo.

Pegou quase metade do meu Word. =X

Então, espero que gostem! :D

E eu coloquei música nesse capítulo. :3

O link pro clip do youtube tá no final da fic, e o clip também.
Eu tentei colocar o clip, pra ficar bonitinho, então vamos ver se vai, né.

Obrigada a Mari, que me deixou "plagiar" a idéia da fic dela.
Bigada, amiga! ;*

Eu volto dia 12 de janeiro, então esse é meio que um cap. extra-grande-bônus, porque eu vou ficar um tempo sem postar. ;)



E aqui vai:






Cap. 8: Relembrando




Eu corria pelas ruas molhadas de Londres. Podia ver o Big Ben à minha direita, marcando exatamente 11 horas e 59 minutos. Acho que corria sem rumo, pois não parava de jeito nenhum, muito menos olhava para os lados. Podia ouvir passos pesados atrás de mim, o que indicava que havia alguém me seguindo. Num ímpeto de curiosidade, olhei pra trás por cima do meu ombro esquerdo. Só que o meu erro foi justamente esse.
Lá estava McNair, o Comensal da Morte, com a típica máscara e o manto preto. Ele estava me seguindo e arfava, enquanto tinha a varinha em riste.

-Pode fugir, mas eu te pegarei, Taylor! - ele gritou, mas sua voz foi abafada pela chuva torrencial.

A próxima coisa que eu ouvi foi o baque surdo do meu corpo caindo contra o cimento molhado da calçada. Senti meu nariz doer e o gosto salgado do sangue encharcando minha boca. Acho que quebrei o nariz, pensei. Ao levar as mãos à nuca, senti um imenso e profundo corte ardendo em chamas. Ótimo, devo ter rachado a minha cabeça também, pensei novamente.
Não tive mais tempo para tentar raciocinar ou levantar, pois McNair me ergueu pela gola da camisa. Ele apontou a varinha de mogno preto para meu rosto ensanguentado e se preparou para dizer a frase mortal:

-Avada Kedav...

O Comensal me soltou rapidamente e eu caí no asfalto gelado. Ele não pode terminar a maldição, pois algo grande, preto e peludo o empurrou contra a parede de um dos prédios de tijolos.
Senti o corte em minha nuca se abrir mais ainda, mas mal tive tempo para maldizer a dor. Ao olhar para o lado, vi que o corpo de McNair jazia inerte, com os olhos ligeiramente arregalados, fixos em um ponto ao longe, mas totalmente sem vida.



-Sammy... Sammy... Sam... Sam... Samantha... SAMATHA!

-Mas hein? - perguntei, grogue de sono, enquanto tapava os olhos devido à claridade que adentrava o quarto. - Lily? Que horas são?

-Até que enfim, hein? - riu Lily, enquanto a luz do dia deixava seus cabelos ainda mais laranjas. Nossa, nunca tinha percebido isso. Será que a Lily comeu muita cenoura quando era pequena? Não, deve ser a maldita genética atacando novamente. *imagina um homem chamado Genética vestido com roupa de judô, chutando o ar e gritando palavras em japonês* - Levanta, menina! - ela deu um tapinha na minha bunda. - Já são mais de 10 horas!

-Cadê o McNair? - perguntei olhando pros lados, enquanto levava uma das mãos até a nuca. Tudo que eu pude sentir foi meu cabelo formando um nó, que parecia que não iria se desfazer nem com a mais potente das escovas.

-Ihhh, tava sonhando com aquele garoto 'horrorível' da Sonserina? - a maldita gargalhou.

-Há. Há. Há. - cruzei os braços. - Não é nada disso. Eu apenas tive um pesadelo. - me levantei e fui até o guarda-roupa. Dei uma parada em frente ao espelho, só pra confirmar que meu nariz estava normal e não torto e cheio de cicatrizes.

-Ah, Sam, quase esqueci. O Tiago disse que o Amos já tá te esperando no Salão Principal.

-Hã? Amos? O que Amos Diggory quer comigo? - perguntei, um pouco atordoada.

-Hellooo! Planeta Terra pro Planeta Sam! - Lily riu. - Você vai à Hogsmeade com ele, lembra?

-Ah, é... - falei, dando um sorriso forçado.

-Mesmo eu sabendo que você queria mesmo é ir com Sirius Black. - ela fez uma expressão marota.


Nessa hora, as lembranças do dia passado voltaram a minha mente, e eu relembrei o quanto foi horrível ser humilhada pelo Sirius naquela sala das Masmorras. Meus olhos lacrimejaram, e lily me abraçou maternalmente.


-Sammy... Me desculpe. - ela sussurrou. - Eu não queria te fazer chorar.

-Es-está tudo bem. - eu disse, me desvencilhando de seus braços e entrando no banheiro de mármore branca e dourada. Já tinha sido rejeitada pelo cara que eu amo, não iria deixar minha melhor amiga me ver derramando lágrimas. Seria humilhante demais, e eu acho que não conseguiria encará-la depois disso.

-Bem, Sam, se não se importa, eu vou descer. Já passei tempo demais tentando te acordar, e o Tiago já deve estar de saco cheio de tanto me esperar. Já até o imagino sentado em uma das poltronas do Salão Comunal, batendo os dedos na poltrona, todo impaciente. Só espero que ele não fique se engraçando com qualquer uma, senão eu chuto a bunda daquele safado! Ele me mostrou que mudou muito, por isso eu aceitei sair com ele. Agora imagina se eu chego lá e ele tá agarrando a Hailey Padson? Aquela vadia dá pra qualquer um, Merlin que me livre!


De dentro do banheiro, eu ri. Não podia ver a expressão no rosto da Lily, mas supunha que ela estava ficando vermelha de tanto falar. Ela fica engraçada quando perde o freio.
Agora, porque ela chama a Hailey de vadia? A Lily é tão educada, até me assusta!
Aí eu me perguntou por que chamar a Hailey de vadia, se podemos chamá-lo de algo muito mais pejorativo e ferino, tipo... PUTA? ;)

Hahaha, realmente, a Lily não sabe xingar. É, acho que muito menos eu. ¬¬"

Hm, mas porquê será que quando eu pendo no nome "Hailey", a sensação que me vem não é asco, por ter dado pro Sirius e pra mais de meia Hogwarts, mas sim um tipo de... compaixão.
Estranho. Por que eu sentiria compaixão por Hailey Padson, a garota mais peituda, bunduda, loiruda e todos esses 'udas' que existe?

Esperem...

Esperem...

Minha mente é meio limitada, então eu meio que só guardo as coisas mais importantes na minha memória de 2 gigas...

Hm, eu não me lembrava que, quando tinha 10 anos, tomei tanta Coca-Cola que meu xixi saiu preto. Ué, por que isso tá gravado na minha cabecinha? Estranho...

Esperem...

Ah, meu primeiro beijo! Foi um verdadeiro desastre. [acho que tudo na minha vida é. Tirando o fato de ser bruxa, claro] Tinha esse cara, o Paul, e a gente estava em um acampamento. Sabe aqueles acampamentos de criancinha, onde a gente assa marshmellow e tem a monitora que conta histórias de terror e talz? Então. Eu tinha 11 anos, ele tinha 12. A gente foi para trás de uma das milhares de árvores daquele bosque e se beijou. Foi tão estranho e desencaixado! Ele não sabia beijar [nem eu, né?] e ficou lambendo meu queixo, minha bochecha... Eca!
Eu não deveria estar lembrando disso. Lógico que foi importante, até porque a monitora foi nos procurar e nos achou em uma cena constrangedora de beijo. Aí ela ligou pra minha mãe e para o meu pai [que estava vivo na época], mas isso é outra história.

Hm, continuando a busca por Hailey Padson na caixa de memória...

Esperem...

Esperem...

Esperem...

AHÁ!!!

Estou lembrando vagamente de ter abraçado alguém siliconado, depois teve uma casinha estranha dentro de uma árvore, depois um monitor sonserino tonto...
LEMBREI! LEMBREI! UHUUUL!!!

Eu não deveria estar comemorando, porque tenho certeza de que a loira me espanca se souber que eu tinha esquecido que ela me confortou ontem, com o troço todo do Sirius e... NÃO! Eu não posso chorar de novo! E pra mim agora ele é o BLACK, apenas o Black.

Limpei as poucas lágrimas antes que ela conseguissem chegar na metade do meu rosto.

Resolvi me arrumar. Afinal, Amos Diggory não me esperaria para sempre, né? Sabe o que eu to pensando? Acho que até posso dar uns amassos no Amos. Afinal, ele é lindo, e eu já to na seca há muito tempo, devido a essa minha pseudo-paixão pelo Siriu... BLACK! Pelo Black, e eu sei que muito garotos dessa escola e desse mundão de Merlin gostariam de pegar uma garota tão gostosa, divertida, simpática e modesta como eu.

Coloquei a roupa que tinha pegado correndo no armário. Um vestidinho azul-claro, na altura dos joelhos, e All Star azul-claro também, de cano baixo. [já contei como Hogwarts mudou meu jeito de me vestir? Tipo, eu não abro mão de um All Star, lógico. Ainda não me sinto pronta pra usar salto alto. Mas, veja, antes só usava preto, preto e mais preto, tinha até gente que me chamava de emo. Agora to usando muito azul, e sabe do que mais? Eu to adorando. :3]

Saí do banheiro, já vestida, escovada e perfumada. Coloquei umas borboletinhas de safira azul [*-*] no meu cabelo, para preder a franja. Estava parecendo uma boneca de porcelana. Minha mãe choraria de alegria se me visse assim. Tirando o tênis, claro. Acho que se ela estivesse aqui me arrumando, meteria um salto 15 no meu pé. E no final do dia quando eu chegasse em casa cheia de bolhas e machucados dos tombos que, com certeza, levaria, ela apenas diria que as mulheres tem que sofrer para ficarem mais bonitas para seu homem. Só que aí está o ponto, mamãe: eu não tenho homem, sacas?
Afe, como cansa ter uma mãe perua. u.u"

***

Desci as escadas e corredores da escola correndo. Sabia que estava MUITO atrasada mesmo. Não havia quase ninguém nos corredores, apenas algumas garotas sem par. Coitadas, elas não pediram para nascer tão feias.

Assim que coloquei o pé no Salão Principal vi Amos Diggory virado de costas, muito gostoso com suas camiseta laranja berrante e calça jeans ferrada. E, olha!, ele tá de All Star também! É laranja [N/A: meu sonho de consumo], pra combinar com a blusa, acho. Que lindo! *-*


-Samantha? - ops, acho que fiquei viajando demais. Nem percebi quando ele se virou e deu um de seus mega-sorrisos à la Hailey, que sorri tanto que quase engole as orelhas.

-Oi, Amos! - sorri. - Desculpa a demora. Tava me arrumando, e eu acordei meio tarde, sabe... - fiquei vermelha.

-Não tem problema! - ele riu. Já disse como o Amos é fofo? Então, to dizendo agora: o Amos é um fofo! Por que eu não consigo me apaixonar por ele? - Vamos? Temos que correr, senão o Três Vassouras vai lotar e nós não vamos conseguir uma mesa decente, e aí vamos ter que sentar no balcão e eu soube que o sobrinho da Rosmerta tá ajudando no bar, e ele pode ficar te paquerando, e isso não seria legal.


Me assustei com a enxurrada de palvras que saía da boca dele. E, cara, que boca é essa, hein? É gostosa, bem carnuda. Hm, acho que desejável seria a palavra certa para descrever a perfeição. Cara, falando assim até parece que eu to apaixonada pelo Amos, não é? Bem que eu queria. Mas, infelizmente [ou felizmente, no meu caso, senão não existiria história], eu não consigo esquecer aquele besta do Black. Até porque a boca chega a ser mais bonita que a do Amos, tenho que considerar. E, na minha opinião, ter uma boca mais perfeita que a do Amos é bem, beeem difícil. Mas o Black conseguiu essa proeza. Será que eu nunca vou conseguir achar um defeito nesse peste?

Bem, andamos até Hogsmeade sem dizer uma palavra. Pelo menos, eu não falava nada. Amos é que falava aos montes, isso sim. Durante todo o caminho até a pequena vila, ele me contou sobre a viagem que fez com o irmão, Pierre, até a China. Lá eles tiveram a sorte de conseguir presenciar o mágico momento da troca de pele do dragão vermelho chinês.
Só que, tipo, eu não estava muito interessada em dragões no momento. Não que eu não goste de dragões, eu até quis um quando era pequena, mas não ganhei porque o papai ficou com medo de o dragão me devorar, igual fez com o tio Robert, mas é que até a paisagem de pinheiros verdes estava mais interessante que a fala monótona de Amos. Acho que ele deve ser melhor com a boca ocupada. [perva, eu? imagina!]

Quando finalmente chegamos à Hogsmeade, lembrei de perguntar à Amos o que Dumbledore disse no jantar da noite passada. Lembra que ele disse que teve uma idéia e que ele ia falar qual era no jantar de ontem? Então. Mas como eu faltei o jantar e a Lily esqueceu de me dizer o que era, vou perguntar à ele.


-Hey, Amos... - chamei.

-O que foi, Samantha?

-Hm, pra começar, não me chama de Samantha não, ok? Parece a minha mãe me dando bronca. - sorri.

-Claro! Posso te chamar de Sam, então?

-Pode. - sorri, enquanto ele pegava em minha mão. Morri de vergonha, mas a sensação foi gostosa, porque a mão dele tava bem quentinha e macia. - Eu queria te perguntar se o diretor Dumbledore anunciou alguma coisa no jantar de ontem. Sabe como é, eu faltei. - sorri, sem graça.

-Pois é, percebi que você não tava na mesa da Grifinória. - ele sorriu, apertando minha mão carinhosamente. - Hm, o diretor fez um anúncio sim. Ele disse que daqui a um mês ele vai dar um baile em Hogwarts. Ele disse que os estudantes estão com muita coisa na cabeça. Não entendi o que ele quis dizer, mas tudo bem. - Amos sorriu, mas logo em seguida ficou vermelho. - Sam, será que você não gostaria de...

-Olha, Amos! O que é aquilo? - o interrompi, e apontei para uma multidão que se aglomerava em volta de algum 'espetáculo'. Provavelmente deveria ser uma briga, ou talvez uma discussão.

-Uma briga! Vamos! - ele me puxou, e eu corri atrás dele. Pois é, parece que além de tagarela, Amos Diggory a-do-ra um barraco.


Ao chegar perto da multidão, não conseguimos ver simplismente nada. Talvez porque o cara na nossa frente tenha uns 2 metros e meio de altura, mas tudo bem. Então eu e Amos nos esgueiramos até a frente, onde pudemos ver dois brutamontes brigando e rolando pela grama verdinha. Certo, a cena de Hogsmeade verde é linda, mas ver dois caras imansos se tracando não é nada, nada legal.

Em circunstâncias normais, eu viraris de costas e voltaria a fazer o que eu estava fazendo. Mas não sei porque me aproximei ainda mais dos dois. E imagina qual não foi a minha surpresa ao descobrir que aqueles brutamontes, na verdade, eram marotos, que pareciam ter o dobro do tamanho devido aos movimentos da luta.

Isso mesmo, Sirius Potter e Tiago Black... Ops, errei. Desculpem, foi a emoção do momento. Sirius Black e Tiago Potter estavam brigando em plena Hogsmeade, às 11 da manhã!

Mas não posso dizer que não foi engraçado. Até porque os dois brigavam que nem duas mulheres, dando chutes, socos, tapas, mordidas, lambidas, arranhões, puxões de cabelo e cabeçadas. Eles até soltavam algumas frases durante a luta, quando dava tempo de proferir palavras que formassem uma frase coerente.


-Seu viado! - gritou Black, quando recebeu uma mordida de Tiago no dedo. Hm, isso pode acabar dando certas idéias pra platéia. Mesmo o Tiago saindo com a Lily e com outras garotas. Ah, será que ele é bi? Não que eu tenha preconceito, só seria um pouco estranho [além de um desperdício; e que Merlin não permita que a Lily me ouça falando isso] ver o Tiago, hã, trocando carinhos com um outro ser do sexo masculino.

-Cachorro pulguento! - gritou Tiago, ao receber um beliscão do Black. Que o Black é um cachorro, todos nós já sabemos, mas, cara, será que o Black tem piolho? Ou algum tipo de caspa radioativa? Eca.

Mesmo assim ainda consegui captar outras frases soltas durante os barulhos de agressão corporal.

"Você a fez sofrer!", "Ela quase me matou!", "Ela te amava!" e "Eu também a amava muito!"

Foi aí que caiu a ficha, sacas?
Aqueles dois estavam brigando por minha causa.
Eu me senti um lixo, a última, a minhoquinha da maçã do mendigo da esquina.

Eu tinha feito dois melhores amigos brigarem.
Eu tinha feito uma amizade linda daquelas acabar. É, porque se ainda não acabou, com certeza estará acabada até amanhã de manhã.
Eu tinha feito os dois marotos principais brigarem, o que quer dizer que, provavelmente o grupo também vai acabar junto com a amizade dos dois.

Com esforço, despreguei meus olhos dos dois e procurei por Lily. Como ela estava acompanhando Tiago, deveria estar por perto.
A achei chorando muito, gritando para Tiago parar.


-Lily! - eu gritei, e cheguei perto dela.

-S-sammy... - ela disse, soluçando. - P-pede pro Siri-rius p-p-parar, por fav-vor! - eu a abracei maternalmente, como ela havia feito comigo de manhã.

-Certo. - sussurrei. - Não prometo nada, mas vou tentar.

-O-obrig-gada. - ela disse, e eu a entreguei um lenço para secar as lágrimas.


Cheguei a uma distância segura dos dois, e gritei, quase botando meus pulmões pra fora:


-SIRIUS BLACK! PÁRA COM ISSO! TIAGO POTTER! VENHA ATÉ AQUI AGORA!


Só que não adiantou. Eles não escutaram, ou fingiram não escutar. Também, com todo aquele coro de "PORRADA! PORRADA!", nem se um Tiranossauro Rex aparecesse ali, revivido pelo Capitão Feio [acho que ele é um vilão de uma tal de Turma da Mônica. Eu achei esse gibi no armário da Lily. É bem legal *-*], eles ouviriam, ou ao menos prestariam alguma atenção.

Até apelei para algumas pessoas, mas nenhuma delas sequer olhou pra mim. Afinal, quem olharia para uma garota quando tem uma briga daquele tipo acontecendo?

Foi aí que a Sam lembrou de um feitiço criado pelo paipai dela.

Foi como se o próprio Richard Matthew Taylor estivesse soprando aquelas palavras em meu ouvido ainda vermelho pela falação de Amos.

Peguei minha varinha, e murmurei baixinho, fechando os olhos:


-Separatus Incantatem.


Ainda de olhos fechados, pude ouvir o coro das pessoas parar tão rapidamente como tinha começado.
Abri devagar os olhos e gritei:


-PRONTO! O SHOW ACABOU! PODEM IR! VÃO, VÃO!


Tomada pela extroverssão repentina, obeservei mais da metade da multidão ir embora com meu grito. O resto só saiu quando eu ameacei erguer a varinha. Foi só aí que eu olhei para o Black e o Tiago, quando não tinha mais ninguém perto, apenas eu, Amos, Lily, Remo e Mia [que até então eu não tinha notado].

As varinhas dos dois se encontravam em minha mãe esquerda, bem firmes, e os dois marotos se encontravam à pelo menos 5 metros um do outro, petrificados, rígidos e em pé. Pareciam o Ken, o boneco marido da Barbie. [também fuçando o armário da Lílian, encontrei dois bonecos, uma loira peituda e sem bunda, e um moreno musculoso de perna fina. Aí a Lily me disse que eles eram o Amos Diggory e a Hailey Padson, pelo fato de serem considerados perfeitinhos pela maioria dos estudantes de Hogwarts. Só que a Hailey tem uma bunda do tamanho do mundo, diferentemente da Barbie, que localizou toda a gordura na 'comissão de frente']

Fui até Lily, correndo. Ela já parecia bem melhor, e tinha parado de chorar.


-Lily... Você tá bem? - perguntei.

-E-estou, Sam. - ela sorriu. - Ob-brigada.

-De nada. - sorri também. - Agora, vocês... - me dirigi à Tiago e Black, com meu melhor olhar assassino, que eu copiei do filme do Chuckie, aquele boneco matador. - ONDE ESTAVAM COM CABEÇA? VOCÊS PODERIAM TER SE MATADO, IDIOTAS!


Certo, parecia que o Tiago estava me defendendo, e eu fico feliz com essa prova de amizade. Mas, mesmo assim, ele não deveria ter se metido. Eu não me meto nos assuntos dele com a Lily, não é? Ok, me meto sim.
Mas abafa.


-Eu vou liberar vocês do feitiço. Mas se um dos dois tentar brigar com o outro, eu estuporo, ouviram? Então, prometam que irão ficar quietinhos que eu solto vocês. - recebi apenas uma piscada de olhos de cada um. Interpretei isso como um sim. De verdade, até eu mesma estava com medo de mim. - Finite Incantatem. [N/A: não sei se é assim... mas tentem superar. :B]


Ao fazer o contra-feitiço, Black e Tiago tombaram pra trás. Por terem ficado um tempo rígidos em pé, o corpo deles ainda não tinha se acostumado a ter que suportar o peso de todos os membros, já que antes estavam segurados por magia.
Eles se levantaram com um pouco de esforço, e olharam com raiva um para o outro. Só não se atracaram novamente porque, além de eu segurar suas varinhas, eles estavam com demasiado medo de mim [e quem não estava? Até Amos estava tremendo, eu percebi quando olhei pra ele]. Os dois estavam com machucados por todo o corpo, além de um olho roxo, cabelos bagunçados e arranhões.


-Então? Podem começar a se explicar. - eu disse, impaciente, e cruzei os braços.

-OTiagoveioatémimecomeçouaimplicarcomigoeeufiqueicomraivaebatineleaíelemebateuememachucoueagoraeuestoucomraivadelee...

-OSiriustefezsofrerevocêéminhamelhoramigaaíeufiqueicomraivaporquevocêficoutristeechoroueeuseiqueoSiriustáapaixonadoporvocêmaséorgulhosodemaisparaadmitir...


Os dois falaram ao mesmo tempo, e eu não estava entendo bulhufas.


-CALADOS! - gritei. Eles se cagaram de medo e fecharam a boca. Há, agora eu posso me apresentar ao mundo como Sam, a poderosa! - Um de cada vez, pelo amor de Merlin! Você começa Black.

-Hã... Tá... - ele balbuciou. Acho que ficou meio atordoado por eu tê-lo chamado de Black, e não de Sirius como sempre. Há, engole essa, BLACK! - Foi assim... Eu tava andando por Hogsmeade com a Amy Walters, minha acompanhante - ele apontou para uma garota mirradinha, que era tão pequena que eu quase não consegui vê-la. - quando o Tiago veio até mim com um papinho de "Você fez a Sam ficar triste" e blá blá blá. Pô, ele sabe que eu também to sofrendo, e ainda vem pra cima de mim com essa? Eu não aguentei, e empurrei ele, porque eu fiquei com raiva, sacolé? - é íncrivel como o Sirius é cara-de-pau. Não tem vergonha de falar spbre seus sentimentos em público. - Aí ele levantou irritado, porque, sem querer, é lógico, eu tinha empurrado a Lily também. Aí o Tiago me deu um soco, eu dei um chute nele e terminou assim.

-Certo, certo... - eu disse. - Mas antes de decidir quem está certo e quem está errado nessa história, eu vou ouvir a versão do Tiago. Tiago, pode falar.

-Ok, Sam... - ele deu um meio-sorriso pra mim, como se pedisse desculpas. - Eu sái de Hogwarts com a Lily, e nós estávamos a caminho do Três Vassouras, enquanto ela me contava sobre as suas... hm, aventuras de ontem. - eu corei. - Aí eu fiquei com raiva, porque, afinal, você é minha melhor amiga e eu gosto bastante de você - me emocionei. Tiago também é o meu melhor amigo. Nota mental: chamá-lo para ser padrinho dos meus filhos. - Então eu encontrei o Sirius passeando com a Amy Walters, e fui perguntar pra ele o que realmente tinha acontecido ontem, já que a Lily disse que você não se abriu muito com ela. - pois é, infelizmente quando eu cheguei no dormitório, lily já estava no décimo terceiro sono. - Então o Sirius disse... o que você disse mesmo, Sirius?

-Eu disse que não queria ver a Sam nem pinatad de ouro. - ele disse simplismente.

-Ah, é, foi isso aí que ele disse. Bem, continuando... Eu comecei a fazer perguntas sobre o que tinha acontecido entre vocês, porque é isso que amigos fazem, mas ele se estressou e me empurrou. Eu nem me importei porque não tinha me machucado, mas em seguida ele empurrou a Lily, sei lá porque. Eu fiquei com TANTA raiva, Sam! - ele apertou os punhos. - Então sabe o que eu fiz? Pulei em cima dele e nós dois começamos brigar.

-Ah, entendi. - eu disse, com a maõ no queixo. - Então foi o Black que começou? - acho que to começado a me acostumar com esse negócio de 'Black'.

-Bem... Foi. - disse Tiago.

-Hey! Eu só fiquei com raiva porque o Tiago me encheu o saco com tantas perguntas! Ele sabia que eu não estava bem, e ainda ficou me dando lição de moral! - ele se estressou.

-Calma, Black! - eu exclamei. Ele se calou. - Você foi muito imatura em começar uma briga, estou desapontada com você. E ainda machuca a Lily! O que a coitada tem a ver com essa história?

-Foi sem querer! Eu só queria passar, aí ela gritou comigo por ter empurrado o Tiago, então eu fiquei com mais raiva ainda e a empurrei! - ele exclamou. - Ah, a propósito, desculpa, Lily.

-Tudo bem, Sirius. - ela deu um sorriso.

-E você, Tiago... - me virei pra ele, que arregalou os olhos. - Apesar de estar muito feliz por você ter me defendido, ainda acho que você não deveria ter feito aquelas perguntas inconvenientes para o Black, que, você sabia, estava em um momento não muito bom.

-Entendi... - ele suspirou. - Desculpa, Sam.

-Tudo bem, eu desculpo. - sorri. Nossa, acho que descobri minha vocação! Eu vou ser a primeira "Acabadora de Brigas" do mundo! Além de também ser auror, claro. - Agora você, Black... Peça desculpas ao Tiago!

-Eu? Mas foi ele quem começou!

-Mas foi você quem começou a briga física! - eu disse. - E você, Tiago, também peça desculpas.

-Certo... Desculpa, Sirius.

-Afe... - suspirou Sirius, entediado. - Desculpa, Tiago.

-Agora os dois podem dar um abraço? - perguntei com uma cara fofa. - Só pra reatar a amizade mesmo.

-Sammy.. Você tá parecendo aquelas professoras de primário que fazem assim quando os amiguinhos brigam. - Lily riu, enquanto eu via meu poder de persuasão sendo posto em prática, ao ver os dois marotos se abraçando e dando sorrisinhos constrangidos. Aí eu percebi que Amos não estava mais lá, e que, provavelmente, ele deveria ter ido até o Três Vassouras tentar conseguir uma mesa.

-HEY! Pára tu-do!


Olhei pro lado ao ouvir uma voz agudinha e irritante. Era Amy Walters, que tinha puzado o Black para perto dela. Cara, ele parece um gigante perto de um grão de feijão! Ela deve medir quanto? Talvez 1,30? Ela é mais baixa que minha vizinha de 8 anos! ¬¬"


-O que foi, Amy? - perguntei, tentando ser simpática.

-É Walters pra você. - ela disse seca. Que menina irritante. - Vem, vamos Sirius.

-Hey, WALTERS - fiz questão de frisar bem o nome. - Eu ainda não acabei de falar com o Black e com o Tiago!

-Eu sei, querida. - ela deu um risinho afetado. Já disse como eu odeio pessoas irônicas? - Mas, se você não percebeu, você não manda aqui.


É melhor alguém me segurar, senão eu vou pular em cima dessa banana-nanica.


-E, por acaso, você acha que manda? - perguntei, rindo do mesmo jeito.

-Ai, você é insuportável, garota! - ela girou os olhos. - É por isso que o Sirius não quis ficar com você e te rejeitou!

-Mas hein? - perguntei estupefata. - Ô, nanica, você acha que algum dia eu quis ficar com esse traste? - olha a mentira descarada!

-Eu não acho, eu tenho CERTEZA! - ela disse. - E agora quer roubar ele de mim! O Sirius é MEU, ouviu? Só MEU! - ela apertou o braço do Black ainda mais forte, como se estivesse protegendo suas propriedade. Black estava tão surpreso quanto eu, Remo, Lily, Tiago e Mia.

-Hey, eu não sou de ninguém! - Black se pronunciou. - Eu sou um ser livre, e não tenho dona!

-Há, tem sim, xuxu. - riu Amy. - Você aceitou vir pra Hogsmeade comigo, então isso quer dizer que agora estamos namorando.

-Isso não quer dizer nada! - eu gritei. - Olha, garota, eu vim com o Amos, o Remo veio com a Mia, o Tiago veio com a Lily... E nenhum de nós está namorando o outro!

-Ah, por favor, né? - ela riu agudamente. - Será que você é assim porque conviveu um tempo da sua vida com um pai maluco? Hihihihi, Samantha, TODOS sabem que Richard Taylor era doido. Todos sabem que ele não saía de seu laboratório, que ele era idiota e que adorava arrumar barracos no Ministério! Além do mais, to-dos sabem que ele roubou o projeto da vassoura Nimbus que ele disse que inventou, do MEU pai, Zachary Walters!


Certo.
Como eu já disse, eu posso suportar tudo. Posso suportar que xinguem meus amigos, que ME xinguem, que até xinguem minha mãe ou minha irmã...

MAS XINGAR O MEU PAI EU NÃO ADMITO!

Abaixei a cabeça, enquanto lágrimas rolavam pelo meu rosto. Minha franja tampava meus olhos, então ninguém conseguia ver que eu estava chorando. Que bom. Notei que um silêncio tomou conta daquele lugar. Podia sentir os olhares sobre mim, olhares de pena. Eu odeio que sintam pena de mim.
De verdade, agora essa tal de Walters está morta. Mortinha da silva.

Levantei meu rosto lentamente, e pude perceber o olhar assustado de todos em cima de mim. Com certeza meus olhos deveriam estar vermelhos. Mas minha expressão era dura, e eu tinha um brulho sombrio nos olhos. É, eles ficam assim quando eu estou com ódio. Meus olhos escurecem, e o que antes era um azul-céu vira um poço negro de vontade de matar. Puxei do meu pai. E tenho muito orgulho disso.


-Ops. - pude ouvir Lily sussurrar.

-O que foi? - perguntou Remo, que estava perto.

-Ela vai fazer uma besteira. Quando os olhos dela ficam assim é porque ela está com - ela engoliu um seco. - vontade de matar.

-Como? - perguntou ele, assustado.

-Ela já me disse sobre isso. Mas eu não sei muito sobre o passado da Sammy... Só sei que aconteceu alguma coisa com ela para ela ter os instintos assassinos assim, à flor da pele. Talvez tenha alguma coisa a ver com a morte do pai dela, ou com a família...


Pois é. Eu vi meu pai morrer. Eu estava naquele lugar, naquela hora. Eu não derramei uma lágrima sequer, apenas no dia do enterro. E é por isso que as vezes eu fico assim. Não sei muito bem, acho que quando eu realmente sinto ódio, eu meio que viro uma máquina de matar. Não consigo controlar meu corpo, muito menos meus sentimentos ou minhas ações.
Veja bem, o clã Taylor sempre foi assim. É muito antigo [N/A:Tipo a família Black, sacas?] e imagina-se que adquiriu essa habilidade lá pelos tempos da Idade Média, quando havia as famosas Caçadas de Bruxas. Dizem que, para se proteger, os integrantes dessa família desenvolveram essa... coisa.
É perigoso, mas bem útil em alguns momentos. Só que apenas algumas pessoas da família Taylor nascem com isso. E eu, infelizmente [ou felizmente] fui, digamos, "abençoada" com esse "dom".

Cheguei calmamente perto da tal Amy, e a empurrei no chão. Ela caiu, arregalando os olhos azuis.


-SAMMY! NÃO! - gritou Lily, mas eu não podia parar. Eu não... conseguia parar.

-PAREM-NA! - gritou Remo. - ELA VAI MATAR A WALTERS!


Black, Tiago, e Mia estavam paralisados, apenas olhando eu espancar a nanica.


-NUNCA - deu um soco. - MAIS - outro soco - DIGA - joelhada. - ISSO - chutão. - SE QUISER VIVER! - tapão-que-deixa-marca-roxa-e-quebra-alguns-dentes.


Levantei de cima da Amy Walters, que nesse ponto já estava desmaiada, e senti meus olhos voltando à cor normal. Olhei para as minhas mãos sujas de sangue da garota, que tinha, com certeza, quebrado algumas costelas e muitos dentes. Ohei para a Amy estatelada lá no chão. Olhei para cada um dos meus amigos, todos eles com uma expressão de horror no rosto.


-O que... O que eu fiz? - perguntei, enquanto chorava um pouco.

-Sammy... SAMMY! - Lily gritou, ao me ver correndo para longe. Ainda tive tempo de ouvir eles discutirem um pouco. - Sirius, vai atrás dela!

-Primeiro nós temos que ajudar a Amy, depois vamos ver a Sam. - disse Mia, que examinava a garota.


Corri bastante, e só parei quando dei de cara com uma cerca de arame farpado. Olhei para o que tinha além dela, e vi a Casa dos Gritos. Ela parecia tão convidativa, com aquelas janelas cobertas de pedaços de madeira... Tinha certeza de que ninguém iria me procurar lá.


***


Nossa, como aqui fede!
Estou dentro da casa dos gritos, abraçada aos meu joelhos, chorando pacas.

Tive que fazer uma verdadeira expedição para achar um lugar que não tivesse lixo, onde eu poderia sentar e chorar o quanto eu quisesse. Até que achei, num dos inúmeros quartos disso aqui. Quem diria que seria tão grande por dentro, não é?
Se a cama de casal não estivesse com tanta poeira, eu até deitava lá.

Sabe o que eu estou sentindo?
Raiva. Raiva de mim mesma por ter deixado isso acontecer outra vez. Por ter quase matado alguém. Por não ter honrado o nome dos Taylor. Acho que meu pai não gostaria de ver sua filha tão querida machucando uma pessoa inocente assim.

Pensei nessa coisas enquanto corria até aqui.
Aí, assim que cheguei, chorei até colocar minha alma pra fora.

Sabe o negócio da morte do meu pai?
Bem, querem mesmo saber o que aconteceu?


Flashback. [N/A: Os fatos aqui serão narrados em terceira pessoa, certo?]

-... E então, a Cinderella calçou o sapatinho de cristal que havia na mão do príncipe. Ele encaixou-se perfeitamente em seus delicados pés, o que fez o príncipe dar um urro de alegria por finalmente ter encontrado sua futura noiva, a pessoa com quem ele tinha dançado o baile todo na noite passada. Ele tirou Cinderella daquele lugar horrível, e a levou para o castelo em sua carruagem branca. No dia seguinte, os dois se casaram, e viveram felizes para sempre. Fim.

-Conta de novo, papai? - perguntou Samantha, no alto de seus doze anos.

-Haha, não, Sammy. O papai tem que ir dormir. - Richard sorriu, dando um beijo carinhoso na cabeça de sua filha.

-Dorme aqui comigo, papai. - ela pediu.

-Não posso, querida.

-Por que não? A mamãe viajou com a Cath, lembra?

-Eu sei. Mas eu acho que não vou caber nessa sua caminha, não. - ele riu.

-Eu me encolho e tudo dá certo! - ela sorriu.

-Ok, ok... Você não vai desistir mesmo, não é?

-Você sabe que eu não desisto fácil das coisas, pápis. - ela riu.

-Então chega pra lá, sua gorda. - ele brincou, enquanto ela dava língua.


Os dois adormeceram em pouco tempo.
CRASH!
Richard abriu os olhos, mas Sam continuava dormindo.


-Cala a boca - ele ouviu um sussurro, vindo do andar de baixo. - Quer que o Taylor nos ache aqui?

-Desculpe, desculpe. Mas é que eu não vi esse vaso estúpido! - praguejou baixinho uma segunda voz.


Richard levantou-se lentamente, com cuidado para não acordar Samantha, que dormia abraçada ao seu ursinho de pelúcia.
Ele pegou a varinha e desceu as escadas.


-Hã...? Mas o que...? - Sam abriu levemente os olhos azuis. - Papai, o que tá acontecendo? - ela olhou pro lado, mas só pôde ver um lugar vazio.


Samantha ouviu alguns barulhos vindos do andar de baixo. Ela pegou sua varinha. Já sabia fazer alguns poucos feitiços, e queria ajudar seu pai. Pelo menos, foi isso que ela deduziu: que seu pai estava lá embaixo duelando com alguém.
Ela desceu as escadas bem devagar. Esgueirou-se para um esconderijo que havia entre a escada e o corredor. Lá ela poderia ter uma visão decente de tudo que estava acontecendo.

Só que ela não deveria mesmo ter feito isso.

O que ela viu não foi nada bom. De um lado, estava um homem usando um manto preto, do outro, seu pai. Os dois lutavam ferozmente, lançando feitiços que ela nem pensou existir.
Só que, atrás de seu pai havia outro homem vestido como o primeiro, então Richard tinha que se alternar duelando com os dois.

Ela tinha que fazer alguma coisa. Tinha que fazer a coisa certa.

Ela avistou um guarda-chuva encontado na porta de entrada.


"Perfeito", ela pensou.


Usando feitiços, fez o guarda-chuva levitar, e bater fortemente na cabeça de um dos homens. Ele caiu desacordado, e Richard logo entendeu quem tinha lançado o feitiço, enquanto o outro homem estava atônito tentando entender.

Ele aproveitou a deixa e estuporou o homem.


-Pai! - gritou Samantha, correndo até Richard. - Você tá bem?

-Estou, filha, graças a você. - ele sorriu ternamente. - Ah, Sam, eu te amo tanto! Você sabe disso, não sabe? - E a pegou no colo e a abraçou.

-Claro que eu sei. - ela riu. - Eu também, papai! Muito. - ela o apertou mais forte. Não sabia porquê, mas tinha a impressão de que algo ruim aconteceria.

-Oh, não é uma cena comovente?


Os dois se viraram ao mesmo tempo. Parado na soleira da porta, estava um homem encapuzado, com uma aura maligna ao seu redor. Alguns tufos de seus cabelos negros saíam do capuz, e ele segurava uma varinha escura bem comprida. Tinha os olhos vermelhos e sombrios.


-Voldemort... - sussurrou Richard.

-Ora, olá, Richard. - disse o homem. Tinha uma voz de serpente. - Ah, está é sua querida filhinha?

-Samantha, vá pra cima. Vá para o seu quarto. - sussurrou Richard, sem tirar os olhos do homem.

-Mas, pai... Quem é ele? - perguntou Sam, confusa.

-Não interessa. Suba. Agora! - ele gritou. Ela começou a subir.

-Espere, menininha - disse o homem da voz de cobra. - Deixe eu me apresentar. Sou Lord Voldemort, e estou aqui para matar o seu pai. - ele fez uma mesura.

-O-o que... - balbuciou Samantha, aterrorizada.

-SAM! QUARTO! AGORA! - berrou Richard, sem tirar os olhos nem por um segundo de Voldemort. Ela subiu rapidamente as escadas, mas sentou no último degrau, onde não poderia ser vista, mas poderia observar o que estava acontecendo.

-Richard, você já foi mais educado... - disse Voldemort. - Nem me apresenta a sua filha... Tsc, tsc, que desgosto.

-Vá embora, Voldemort! - exclamou Richard. - Não tem nada que te interesse aqui!

-Ah, tem sim, meu caro... Meu interesse é... te matar!

-Mas por que, Voldemort? Por que?

-Você se tornou influente no Ministério, Richard. Por causa de suas invenções, você agora é muito bem visto por lá.

-E isso é motivo para me matar?

-Claro. Estou fazendo a chacina de todos os bruxos importantes. Porque importante só pode haver um... EU! - ele riu, e lembrou Sam dos filmes de terror que ela via com a irmã.

-Sabe que não me entregarei sem lutar! - berrou Richard, apertando mais a varinha em suas mãos.

-Eu sei. Por isso vim aqui pessoalmente, para ter certeza de que você irá morrer! Você é um ótimo duelista, Richard. Mas não é páreo para mim.

-EXPELLIARMUS!

-AVADA KEDAVRA!


Os dois gritaram ao mesmo tempo. [N/A: É só lembrar do filme Cálice de Fogo, na luta de Harry contra Voldemort ^-^]
Os jatos de luz vermelha e verde colidiram, formando uma explosão, que levou metade da casa pelos ares. Felizmente Samantha estava na metade que continuou em pé.

Uma nuvem espessa de poeira envolveu o que restou da casa, impossibilitando assim, de Sam ver o que havia acontecido com seu pai. Quando a poeira baixou, Voldemort não estava mais lá. Muito menos aqueles dois caras de manto preto.

Tudo o que restou no meio da casa em ruínas foi o corpo de Richard Matthew Taylor, que mesmo à beira da morte esboçava um pequeno e triste sorriso.


-PAAAAI!!! - gritou a menina, correndo até lá. - Não... Não morre, pai!


Ela berrava em meio aos destroços da casa.


-Sam...

-Pai! - ele deu um sorriso. - Você está vivo! - e o abraçou.

-Sam...

-Sim, o que foi? O que foi? - ela disse apressada, com o alívio tomando conta de seu corpo.

-Sam... Eu... Te... Amo...


O último sopro de vida que restava em Richard se foi assim que ele proferiu aquela frase. O alívio que tomara conta do corpo de Samantha logo esvairou-se, deixando um vazio em seu coração.

Em seguida ela desmaiou ao lado do cadáver do pai.


Fim do Flashback
[Aqui os fatos voltam a acontecer na primeira pessoa, ok?]


Pois é.
Triste?
Foi, foi triste sim. Mas eu superei.

Trsite foi o velório, isso sim.

Hm, por que será que quanto mais eu penso nisso, mais eu tenho vontade de chorar?


Flashback [Aqui continuará em primeira pessoa ;)]


No dia seguinte ao assassinato de meu pai, ocorreu o enterro e o velório.


Step one you say we need to talk
He walks you say sit down it's just a talk
He smiles politely back at you
You stare politely right on through
Some sort of window to your right
As he goes left and you stay right
Between the lines of fear and blame
And you begin to wonder why you came


[Primeiro passo, você diz que nós temos que conversar
Ele caminha, você diz "se sente, é só uma conversa"
Ele sorri educadamente pra você
Você encara ele educadamente
Algum tipo de janela a sua direita
Enquanto ele vai à esquerda você fica direita
Entre a linha de medo e culpa
E você começa a questionar porque você veio]



Eu acordei, desejando que tudo fosse um sonho ruim, e que quando eu descesse meu pai estaria na cozinha fazendo waffles para meu café da manhã. Só que, além de não estar em casa, e sim na casa de minha avó materna, eu sabia que o que tinha acontecido era real. A casa destroçada era real. Voldemort era real. A morte de meu pai... era real.


Where did I go wrong, I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life


[Onde eu errei, eu perdi um amigo
Em algum lugar na amargura
E eu poderia ter ficado acordado com você a noite toda
Se eu soubesse como salvar uma vida]



Não consegui comer nada no café, muito menos no almoço. Coloquei um vestido preto, mas nem reparei como ele era. Para mim, desde que eu tinha aberto os olhos de manhã, tudo estava cinza-escuro, eu não conseguia ver cor, muito menos sentir alegria para nada que eu olhasse, pegasse ou abraçasse.


Let him know that you know best
Cause after all you do know best
Try to slip past his defense
Without granting innocence
Lay down a list of what is wrong
The things you've told him all along
And pray to God he hears you


[Deixe ele saber que você sabe mais
Porque além do mais, você realmente sabe mais
Tentando desviar sobre a defesa dele
Sem permitir inocencia
Faça uma lista do que está errado
As coisas que você sempre lhe disse
E reze para Deus que ele te escuta]



Meus avós me levaram até a capela. Minha mãe e minha irmã já estavam lá, assim como mais da metade do Ministério da Magia. Todos me olharam quando eu entrei. Olhares de pena, de trsiteza. Me senti humilhada.
Mas não por sentirem pena de mim, mas sim por não ter conseguido ajudar quando meu pai mais precisava. Eu deveria ter ido até Voldemort. Deveria ter, pelo menos, tentado ajudar. Aí, quem sabe, meu pai ainda estaria vivo.



Where did I go wrong, I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life


[Onde eu errei, eu perdi um amigo
Em algum lugar na amargura
E eu poderia ter ficado acordado com você a noite toda
Se eu soubesse como salvar uma vida]



Andei lentamente até o caixão de meu pai, que jazia bem embaixo de uma imagem de Merlin.
Olhei para aquele rosto tão conhecido, tentando aceitar que aquela seria a última vez que eu o veria.

Que eu veria o meu pai.

Ele parecia estar dormindo. Ainda tinha o sorriso nos lábios brancos e sem vida. Pois é, pelo menos o meu pai morreu em paz.



As he begins to raise his voice
You lower yours and grant him one last choice
Drive until you lose the road
Or break with the ones you've followed
He will do one of two things
He will admit to everything
Or he'll say he's just not the same
And you'll begin to wonder why you came


[Enquanto ele começa a erguer a voz
Você baixa a sua e lhe dá uma última escolha
Dirija até que você perca a estrada
Ou quebre com aqueles você seguiu
Ele fará uma das duas coisas
Ele admitirá a tudo
Ou ele dirá que ele simplesmente não é o mesmo
E você começará a questionar porque você veio]



As pessoas chegavam perto de mim e me diziam para ser forte, me diziam que eu precisava superar.
Mas eu simplismente não conseguia.
Dói muito ver a pessoa que você mais ama deitada em um caixão, bem na sua frente.
Eu não poderia abraçá-lo mais. Não poderia pular mais em suas costas, como fazia quando era menor. Não o sentiria mais perto de mim, transmitindo segurança. Perto do meu pai, eu sentia que nada poderia dar errado. Mas acontece que deu.



Where did I go wrong, I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life


[Onde eu errei, eu perdi um amigo
Em algum lugar na amargura
E eu poderia ter ficado acordado com você a noite toda
Se eu soubesse como salvar uma vida]



Todas as lágrimas que eu não deixei cair na noite passada desceram naquele dia. Elas caíam no rosto tenro de Richard Taylor.
E foi ali, nas frente do corpo inerte de meu pai, que eu jurei, jurei com todas as minhas forças que me vingaria. Eu me vingaria de Voldemort por ter tirado a vida dele, por ter me feito sofrer, por tê-lo tirado de perto de mim.
O padre veio e me disse que eles precisariam levar o caixão para o cemitério, que estava na hora do enterro.
Não acreditei.
Então, me despedi de meu pai, dando um pequeno beijo em sua testa. E disse adeus.



Fim do Flashback.


Me levantei de onde estava sentada, e dei uma volta pelo lugar.
Tinha que tirar aqueles pensamentos da cabeça.

Muitos dos quartos estavam arranhados, com as penas dos travesseiros pulando pra fora da fronha.
Muito estranho.
Parecia que algum animal selvagem vivia ali, ou pelo menos passava por ali de vez em quando.

Havia também uma estante, com alguns livros de capa grossa e empoeirada.
Muitos deles falavam sobre animagos.

Hm...
Animagia... Por quê não?


Ops, acho que Amos ainda está me esperando no Três Vassouras.
Haha, desculpe, Amos, mas acho que não estou afim de cerveja amanteigada agora.


***


O clip da música How To Save A Life, do The Fray:




E aqui tá o link pro youtube, se por acaso esse vídeo não pegar:

http://www.youtube.com/watch?v=BKxnJ5iyC-w



Bem, esse capítulo me rendeu uma boa dor nas costas, então vou indo antes que doa ainda mais. >.<

Mas eu realmente AMEI escrevê-lo.

Principalmente a parte da briga. ;D


Beijundas procês, amores, e Feliz Natal. :3


Jubatuba [?]



P.S.: obrigada a todos que comentam *-*

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