Parte VII
“Ah... Amy... Amy... diz pra mim que não é ele... diz pra mim...” Rony dizia de olhos fechados, torcendo para estar sonhando.
Voldemort, seguido de outros dois comensais, rui debochadamente “ Muito corajoso de sua parte Weasley, seu pai ficaria orgulhoso! Principalmente considerando que foi você quem fez isso!?” A mão pálida apontou para um terceiro comensal, que trazia, arrastado, o companheiro que foi atingido pelo feitiço do grifinório. Ele tinha as vestes queimadas e algumas partes do corpo em carne viva.
Rony nada disse, preferindo olhar de forma estranha para Voldemort, num misto de assentimento e medo.
“Ah! Então foi uma das senhoritas!?” exclama Voldemort, entendendo errado o silêncio de Rony, ele parecia realmente admirado e assustadoramente polido.
“Fomos nós mesmo, e daí?” Amy retrucou, escondendo, e muito bem, o medo que sentia.
“Amy Shepers!” Yuna berrou, repreendendo a amiga, de repente muito parecida com Hermione.
“Bem, não importa.” Disse o Lord das Trevas, o mais dignamente possível “Se me dão licença.” E fazendo uma ligeira vênia com a cabeça, partiu por onde entrou. Sua voz foi escutada ao longe “Os prendam junto com as outras duas!” e foi prontamente obedecido.
***
Naoku passou por todos, na direção da passagem que Cody apontava e após seis passos um pouco vacilantes, virou-se.
“Vamos?” a pergunta era quase uma súplica por ajuda. E todos sabiam disso. “Vamos.” Acabaram por responder, quase ao mesmo tempo.
Mas antes que Naoku pudesse virar novamente, Cody a chamou. “Sei que não é a hora, mas... eu nem acredito no quanto você cresceu e... estou orgulhoso por ter chego até aqui sem a ajuda de nenhum adulto...” após dizer, ele se aproximou mais dela e abriu os braços.
Naoku ficou um pouco constrangida com o que ele falou. E confusa. Olhando para seus braços abertos, hesitando, mas ele era seu tio, o conhecia, ou assim achava. Ainda oscilante, chegou mais perto, e o abraçou. A confusão continuou, não sabia o que pensar de tudo aquilo, estava um pouco preocupada.
Zell sentiu algo estranho, e, de início não sabia direito o que era, pensou em ciúmes. Mas logo notou que não, eram sim, todos os seus sentidos prevendo o que aconteceria a seguir.
Sem que ninguém percebesse, Cody pegou sua varinha, e no meio do abraço, a encostou no ventre de Naoku. Lançando um feitiço qualquer, logo a tinha desmaiada em seus braços.
“Não! O que você fez?” Lana gritou, enquanto Zell corria, tentando se aproximar de Naoku.
“Nada que já não tenha feito antes!” o comensal responde.
Naoku ainda estava encostada em seu ombro, já que ele não a deixara cair, a amparando com apenas um braço. Levantou a varinha e lançou, facilmente, Zell e Lana no ar, em seguida conjurando cordas que os prenderam e mordaças em suas bocas.
“Hermione! Você bem que podia...Ai!” Harry bateu de encontro com as costas da amiga.
A morena, que andava na frente no escuro corredor, parou repentinamente e quase não percebeu quando Harry trombou com ela.
“Mione, o que...” ele não terminou a frase, pois a sensação que ele vinha tendo desde quando entrou na passagem do armário da sala de jantar junto com todos, agora se acentuara.
“Ahhg!” não conseguiu reprimir “Harry! A cicatriz!?” ouviu sua amiga perguntar “Antes de Bellatriz aparecer você fez a mesma coisa! Ia dizer algo, mas ela chegou te provocando e não tive tempo...” Hermione continua, até mesmo na própria opinião, falando muito e muito rápido, provando a Harry, o quanto ficou nervosa com o indício de que Voldemort estava ali.
“É, venho sentindo doer a cicatriz há algum tempo. Desde que entramos no subterrâneo...” “Harry! E você não me diz nada!” ele continuou como se ela não tivesse dito nada “Mas no começo era tão fraco que eu não pude distinguir o que era.”
“talvez a sua cicatriz só doa quando Voldemort está ativo...” diz ela, pensativa, e, vendo o olhar do moreno sobre si, acrescentou “Quero dizer que você sente a presença dele quando eles ta lançando algum feitiço, usando magia...”
“Muito nervoso...ou ansioso, irritado, extremamente desconfortável... ou qualquer outro sentimento que os homens do ‘lado negro da força’ devem sentir o tempo todo...” ele a cortou, zombando da situação, enquanto esfregava continuamente a mão sobre a testa.
“Harry Potter! Isso não é hora pra brincadeiras!” ela o repreende, batendo o pé. Ele a lançou um olhar quase divertido “Pra quem acabou de me chamar de Robin, você ta séria demais...”
Hermione o olhou, cética “ Mas eu não sabia que...”
“Mas desconfiava, te conheço...” Harry tentou disfarçar a dor aguda na cabeça, colocando as mãos nos bolsos.
O silêncio se instalou sobre eles.
Tudo mostrava que Voldemort estava na próxima sala, e, essa ‘conclusão-quase-certeza’ pesava sobre eles, que se perguntavam o que aconteceria quando entrassem e ficassem cara a cara com o Lord das Trevas.
“Temos que ir...” diz Harry, olhando para a passagem escura.
“Sim. Karolin deve ter sido trazida pra cá...” responde Hermione, olhando para o mesmo local.
Os dois grifinórios ergueram as varinhas e, se aproximando mais um do outro, caminharam em direção à passagem de pedra.
Ao contrário do que imaginaram, a escuridão não diminuiu quando estavam do outro lado. Andaram mais alguns passos e Hermione finalmente acendeu sua varinha, murmurando “Lumos”
Com a pequena fonte de luz, ela pode ver vagamente tudo em volta, após alguns segundos, quase se arrependeu de ter iluminado a sala.
“Olá Potter!” uma voz sibilante e arrastada foi ouvida às costas dos dois. Quando eles viraram-se, Hermione soltou um grito.
Estavam olhando para o rosto mal feito de Voldemort. A pela pálida, praticamente cinza, um nariz viperino e olhos brilhantes a meia luz. Ela nunca o tinha visto realmente. ‘Ele é mais do que assustador!’ A garota não estava com Harry no ano passado quando o Lord finalmente despertou. Mas o fato do rapaz já o ter visto, não diminuiu em nada o susto.
“Incêndio!” Voldemort apontou a varinha cor marfim, aparentemente feita de osso, para as tochas espalhadas pelas quatro paredes. Quando terminou de acender todas, a luminosidade revelou a triste situação dos alunos.
Eles estavam cercados por Comensais da Morte.estes formavam um largo círculo em volta deles, cerca de vinte. Dois protegiam a passagem pela qual vieram, e outros quatro protegiam outras duas paralelas. Hermione percebeu que eles e os outros haviam se separado para chegarem exatamente no mesmo lugar.
Voldemort estava a sua frente, menos de três, minúsculos, metros.
“Assustado, Potter?” ele diz ao ver a expressão do garoto “Achei que ficaria feliz com a maravilhosa recepção que organizei para você! Com direito ao meus...” fez um gesto expansivo, demonstrando os comensais “ e também, aos seus amigos!” e apontou para uma cela no canto.
Era praticamente uma jaula, com barras de ferro que brilhavam num estranho tom lilás. Obviamente, trancada e protegida magicamente. De lá de dentro, Rony, Amy, Yuna e Karolin acenavam para os dois e mexiam os lábios freneticamente, sem emitir nenhum som. Os dois perceberam que a cela estava sob o efeito da Imperturbabilidade, nenhum som entrava ou saia, somente se propagava, dentro ou fora do local enfeitiçado.
Harry fechou a mão em volta da varinha e sentiu seu sangue ferver. Olhando mais atentamente, eles perceberam mais ao fundo da pequena cela, uma mulher encostada na parede, provavelmente desmaiada. Reconheceram a mãe de naoku, alguns anos mais velha, já que só a viram em lembranças antigas da penseira.
Como os dois ficaram olhando calados, Voldemort resolveu perguntar.
“Então Potter, não vai dizer nada? Que falta de educação! Depois de tudo que organizei para você!” a ironia na voz dele era tão densa que poderia ser cortada com uma faca. Andando em volta de Harry e Hermione, continuou “Confesso que está tudo um pouco desleixado, já que ter você aqui não estava em meus planos, porém... quando descobri que viria, improvisei tudo da melhor maneira possível. Já que, você, quando vem, é sempre o convidado de honra se está em meu estabelecimento.”
“esse lugar não é seu! E solte meus amigos!” Harry gritou.
“Irrelevante! Já que vem sendo meu há um bom tempo, este lugar. E se quiser seus amigos, por que não me oferece algo em troca, bom Harry? Façamos uma barganha!”
O grifinório manteve-se em silêncio.
“Entregue-se e soltarei seus amigos...”
“Harry nunca irá se entregar a você! Seu monstro!” Hermione grita, antes que Harry pudesse esboçar qualquer ação.
A garota sentia seu coração como um tambor, chocando-se contra sua garganta, querendo sair. Harry olhou para ela com espanto, já que não sabia o que esperar da amiga em situações como essa.
“Ora, ora, a garota tem capacidade até para falar!” disse Voldemort, parecendo notar a garota pela primeira vez “Você realmente é como dizem, sangue-ruim” ele deu uma pausa, como se procurasse a palavra na memória “ ‘brilhante’ demais para a sua corja.”
A grifinória abriu a boca para responder a alfinetada no mesmo nível. Mas de uma das três passagens, ouviu-se murmúrios.
Quase imediatamente os dois comensais que a guardavam, a deixam livre para passar um homem alto. Cody trazia sua sobrinha desacordada nos braços e sem nem mesmo estar com a varinha na mão, arrastava, desastradamente, Zell e Lana que estavam amarrados, pelo ar.
“Naoku!” Hermione gritou.
Sem olhar para ninguém, Cody abaixou-se, colocando Naoku no chão, mas ainda a amparando com o braço direito. Com o outro pegou a varinha no bolso interno do sobretudo, abriu a cela e colocou Zell e Lana lá dentro. No momento em que a cela se abriu, Harry e Hermione puderam ouvir seus amigos gritando por eles e por Naoku, mas isso acabou quando ela se fechou novamente.
Rony, Amy e Yuna desamarraram os dois e eles passaram a conversar sobre o que aconteceu com cada grupo. Zell, apesar de mover os lábios, contando certas partes, ou apenas amaldiçoando baixinho, mantinha os olhos na namorada.
O tio de Naoku a sustentou novamente, apenas para se prostrar a frente do Lord das Trevas.
“Aqui está ela mi Lord!” os olhos de Voldemort brilharam.
Harry partiria para cima do comensal, que ele e Hermione não sabiam se tratar do tio da amiga, se a grifinória ao seu lado não colocasse as mãos em volta do seu pulso. Olhando para ela, para seus lábios, ele entendeu ‘Agora não...’
Voldemort pareceu esquecer de tudo.
A sala onde se encontravam era razoavelmente grande, com cinco metros de comprimento e sete de largura. O espaço entre um comensal e outro era grande no círculo, e a maioria deles estavam quase encostados nas paredes, menos no canto em que se encontrava a cela. O centro, onde Harry, Hermione, Naoku nos braços de Cody e Voldemort se encontravam era lago.
O Lord das Trevas olhou atentamente para algumas inscrições no chão, se dirigindo até elas, conjurou um catre. O móvel era feito de metal detalhado com formas de folhas e flores. Ao mínimo olhar do vilão, o tio de Naoku a depositou ali.
“Lucius! Deveria começar a aprender com Cody!” quando o Lord disse isso em tom divertido, um homem atrás de Hermione moveu-se nervosamente. Mas Voldemort, ficando sério nervosamente, se virou para Harry “Vamos lá Potter, não tenho mais tempo para brincar com você. Entregue a varinha e evite confusões. Os únicos que quero são você, e ela...” ele apontou para Naoku imóvel, a não ser pela lenta respiração, atrás dele.
Hermione segurou a mão de Harry mais firmemente, e com sua outra, a varinha, mas não a levantou.
Como nenhum dos dois esboçou nenhum reação pelos próximos instantes, Cody sentiu-se a vontade para falar com o mestre novamente. “Mi Lord...” chamou, e colocando a mão no bolso interno, de lá tirou quatro varinhas, a de Zell, a de Lana, a de Naoku, e a da mãe da última, que estava no bolso dela desde quando Hermione a entregou.
“Ah...sim, coloque junto com as outras...” Voldemort disse simplesmente, após lançar um rápido olhar ao servo, e voltar sua atenção ao Menino-Que-Sobreviveu.
Harry sentiu vagamente o comensal se dirigir a um local atrás de todos, perto de onde os amigos estavam presos. Mas não poderia ter certeza, já que o insistente olhar do ser que mais odeia sobre o seu, causava a sensação de que seu crânio racharia. Ele agradecia por ter Hermione do seu lado, lhe dando força, mas tinha que arranjar um jeito de tira-los dessa situação desesperadora, mas parecia não haver como.
***
“O que nós vamos fazer?” Rony pergunta, preocupado, para ninguém em particular.
“Não há nada a ser feito...” Karolin sentou-se num dos cantos.
“Você tá desistindo?” pergunta Amy, um pouco ríspida.
“Eu esperava que vocês que vocês pudessem me salvar... e agora estamos todos aqui, nas mãos de mais de vinte comensais e do próprio... do próprio...”
“Nós sabemos quem ele é!” responde Yuna.
Zell não escutava muito do que diziam, e, notando que todos do lado de fora pareciam ter se esquecido um pouco de Naoku, olhou pela cela e viu Laura Nadescico, num dos cantos. Chagando perto dela, a chama.
“Senhora Nadescico! Senhora Nadescico...” ele segura o rosto da mulher entre as mãos “ Senhora Nadescico!!!”
“Não adianta, já tentei de tudo!” diz Karolin, olhando para ele, mas Zell parecia não ter escutado.
“Senhora Nadescico! Laura!” agora ele berrava, e a sacudia.
“Talvez ela esteja sob o efeito da poção do Morto-Vivo...” Lana estava completamente desanimada.
“Essa é uma suposição muito otimista, considerando...” mas Yuna corta Rony no meio da frase “Nós também sabemos o que pode ter acontecido!” ela olha com certa raiva para todos, mas ao contrário do que eles pensaram, ela tinha raiva da situação, da sua impotência em relação a tudo “Ela ta viva, não é...?” pergunta, parecendo cansada.
“Sim, ta sim...” Zell também se desanima e senta num canto, voltando a olhar para Naoku.
***
“E então Potter, qual a sua decisão?” Voldemort se divertia ao pressionar Harry.
O garoto não sabia o que fazer. Esse não estava sendo parecido com seu outro encontro com o vilão. Mesmo tendo três passagens por onde fugir com Hermione, nada que fizesse daria tempo suficiente para tirar seus amigos de dentro da cela, pegarem Naoku que estava um pouco distante e ainda fugirem.
No ano passado, apesar de Cedrico, fugir fora fácil, usando a Chave Portal.
Ele percebeu que Voldemort já perdia a paciência, mas não tinha mesmo o que fazer. E se falasse algo, o iria enraivecer, e o que menos queria era deixar Voldemort nervoso o suficiente para que atacasse seus amigos.
“Potter...cansei de esperar!” O Lord da trevas praticamente sussurrou e com um movimento de varinha apontado para Harry, um jato de luz amarela apareceu.
O grifinório, perdido nos próprios pensamentos, teria sido atingido se Hermione a seu lado não o tivesse protegido com sua varinha. Agora ‘desperto’ Harry pensou em agir rápido, mas só o fato dele ter pensado para agir, o atrasou, ao primeiro ataque do Lord das Trevas, seus comensais também agiram.
Um deles, tentando agarrar Hermione, foi estuporado, mas logo outros três a desarmaram e dois deles a prenderam, seus braços atrás do corpo. Sua varinha caída no chão.
Harry foi lançado para trás com o feitiço de um deles, mas ele não sabia quem era o comensal. Caído no chão e preocupado com a amiga que gritava seu nome, tentando se soltar, Harry foi estuporado e não perdeu os sentidos, mas com todos eles bagunçados e confusos, não pôde perceber o que aconteceu depois.
***
Hermione, sendo arrastada por dois homens para um canto, gritava por Harry que era estuporado. Ela viu, mas não ouviu, pois já estava com seus amigos dentro da cela, Voldemort conjurar um trono, que flutuava a um metro e meio do chão. Quando dois comensais se aproximaram do amigo que parecia atordoado, ela gritou seu nome novamente, sendo ajudada por Rony, mas sabia que ele não poderia ouvi-la. Eles o colocaram no trono e lá o amarraram, foi quando Harry pareceu entender melhor o que acontecia.
Hermione sentiu a presença de Rony ao seu lado, percebeu quando ele relutou e desistiu de colocar uma mão em seu ombro.
E os dois ficaram ali, olhando Harry do lado de fora.
***
“Acho que você está realmente começando a aprender, Lucius!” Cody provocou o outro com um sorriso no rosto.
Malfoy lançou um feitiço em Cody, mas antes que esse o atingisse, Voldemort balançou a varinha e o jato de luz voltou. Malfoy foi atingido pela própria maldição Cruciatus, que durou muito pouco, mas o deixou de joelhos, rangendo forte os dentes para não gritar.
“Concordo com ele Lucius. Depois de todos estes anos de fracassos, está começando a aprender.” Voldemort pôs um ponto final da discussão com isso, mas parecia divertido quando, com um feitiço colocou Cody de joelhos também.
“Não discuta desnecessariamente! É um bom servo, mas precisa controlar melhor seu entusiasmo.”
“Não pense que só por que conseguiu para mim, algumas coisas, que poderá fazer o que quiser...” “Não Mi Lord, nunca!” ouviu a resposta “...não quero que pense que é melhor do que os outros.”
Voldemort lançou um olhar gélido a todos os comensais, e num tom baixo e arrastado, acrescentou “ Lembrem-se, há destinos piores do que a morte, posso lhes garantir. Conheço vários... igualmente incomodativos. Reservo-os para os que me desapontam de um modo especial...” e, olhando novamente para Lucius “Tem mais uma oportunidade... apenas UMA!”
Um curto momento de silêncio se instalou sobre eles, Voldemort dirigiu-se até onde Naoku estava e parou de pé, a fitando inexpressivamente. Parecia que tinha se decidido a deixar Harry de lado por um tempo. Estava ali por um propósito, já estava mais do que na hora de conseguir o que veio buscar.
Mirou a varinha na direção da garota desacordada, dizendo “Enervate.”
***
Antes mesmo do enervate atingir seu corpo, Naoku já estava consciente. Consciente de um modo nunca antes experimentado por ela, de um jeito que ninguém antes a descreveu.
Desde o momento em que ouviu Cody murmurar uma estranha palavra perto do seu ouvido, depois que sentiu a varinha dele encostada em seu ventre. Nada mais sentiu, ela realmente tinha perdido os sentidos, não podia sentir seu corpo, ouvir, ver, falar ou fazer qualquer ação.
Mas definitivamente não havia perdido a consciência, parecia se encontrar no meio do nada, sem poder fazer algo que a ajudasse a voltar. E agora que tudo voltava de repente, precisou de algum tempo para se acostumar e relembrar seus sentidos.
Naoku moveu o braço direito levemente e, após fechar bem firme os olhos, levou, involuntariamente, a mão à cabeça.
Harry a ouviu suspirar, todos aguardavam em silêncio, e não foi difícil escutar o murmúrio dela antes de começar, lentamente a se levantar. Pôde notar também que ela parecia meio tonta.
Passado um primeiro momento, Naoku agora parecia bem, ao menos fisicamente. Antes que pudesse se mostrar assustada ao ver Voldemort, parecendo incrivelmente alto e ameaçador a sua frente, ela cerrou os punhos e lançou um olhar de puro ódio ao Comensal que se encontrava logo atrás de seu mestre.
“Como...como você pôde!?” ela gritava a plenos pulmões, sua voz, rouca, ao menos na primeira frase, por não ser usada há algum tempo, ecoava pelas quatro paredes “Como você pôde me enganar daquele jeito!?” Cody lançou-lhe um sorriso de escárnio. Voldemort, com a face inexpressiva, resolveu deixar o ato continuar.
“Eu ficava me perguntando...” ela diminuiu a voz, mas não o tom de repulsa “Como a minha mãe pôde ser atacada na nossa casa, e ainda perder? Ela sempre teve tudo sobre controle. Aquela casa tinha tantas proteções quanto Hogwarts!” com o olhar fixo no tio, Naoku começou a andar até ele. Falando, pensou em procurar sua varinha nas vestes, mas sabia que ela não estaria ali. Reprimiu um pensamento idiota “Mas agora sei o que aconteceu... VOCÊ A ENGANOU!!! Do mesmo modo que fez comigo! A própria IRMÃ!!! Você é um MONSTRO!!!” berrou novamente.
Parou de andar, ficou entre os dois. Voldemort que a seguira com o olhar, estava dois passos atrás. Enquanto Cody, cinco ainda à frente. Os três cercados por todos os outros comensais, e Harry assistindo sem nada fazer. Seu ‘lugar de honra’ parado a um metro e meio do chão, entre dois comensais, como se fizesse parte do círculo negro.
Harry olhou para todos ali, olhou para a cela, procurando os amigos. Encontrou o olhar de Rony. Hermione olhava atentamente para Naoku, quando a amiga levou a mão aos lábios, voltou-se para Naoku.
A garota corria o curto espaço que a separava do tio, com o pulso levantado. Claramente iria soca-lo, mas o comensal foi mais rápido, ergueu o punho esquerdo e a acertou com as costas da mão.
Caindo no chão bruscamente ela virou-se para ele com ódio, um estreito filete de sangue escorrendo de seu lábio inferior, onde o grande anel do comensal a acertou.
Teria se atirado contra ele uma segunda vez, se Voldemort, com um aceno de varinha, não a tivesse lançado pelo ar. Caiu, ao chão, a poucos centímetro do catre, dentro do círculo de estranhas inscrições.
Gemeu, suprimindo um grito, quando caiu encima do próprio braço. Ficou ali, enquanto escutava Harry chamar seu nome, mas não quis responder, nem simplesmente olhar para ele.
Limpou com a mão o sangue que escorria pelo fino queixo. Depois que levou o golpe de Cody, notou, entre um comensal e outro, a cela. Conseguiu ver sua mãe, no canto mais próximo, Zell ao seu lado, e Rony e Hermione de pé mais a frente. Foi tão rápido, que não pôde distinguir quem nem quantas eram as pessoas ao fundo, mas sabia que eram suas amigas.
“Partindo para métodos trouxas!” Voldemort novamente demonstrava querer dominar a situação “ Deve ser convivência com essa raça imunda...”
Naoku, quando percebeu que ele falava de seu pai, sentiu a raiva crescer dentro de si, como um frasco que se quebra de repente e libera um liquido fervente.
Mas não podia se mover, Voldemort, prevendo o que aconteceria, a mantinha presa, apenas com magia, sem cordas ou algemas.
“É desnecessário agora, dizer os reais motivos de eu ter deixado a família“ Cody andava em direção a ela “Quando minha irmã, filha de uma família de puros sangues, resolveu se apaixonar por um exemplar da escória da humanidade” ele abaixou-se ao seu lado “e pior, quando casou-se e resolveu... procriar...” o asco na voz dele, a fez querer dizer algo, mas não podia “não pude mais agüentar calado! Toda a minha estimada família, confraternizando com trouxas!!! Foi demais. Parti para nunca mais voltar.” Ele mantinha o olhar em cima dela “Juntei-me sim a uma organização. Juntei-me ao Lord Das Trevas. Mas sua mãe mexeu com um grande poder. E por conveniência, voltei. A tola acreditou no meu arrependimento, pôs-me dentro da própria casa. Prometeu ‘proteger-me Daquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado’, que me perseguia por tê-lo traído...” aqui soltou uma risada sarcástica, mas ao mesmo tempo sem emoção.
“Chega! Você já disse tudo o que queria que ela soubesse!” o ‘Mestre’ mal falou, Cody levantou-se e se colocou mais al longe.
Voldemort a liberou do feitiço “Agora, abra!” e tudo que ela fez, além de ajoelhar-se, foi olhá-lo interrogativa.
“será que a você tudo tem que ser explicado no mínimos detalhes!?” Naoku só o olhou, o mais inexpressivamente que conseguiu “ o Legado de Rowena Ravenclaw (Corvinal) está aqui!” e apontou para o chão, abaixo da garota “Só você pode abrir. Faça!”
A autoridade e confiança na voz dele a deixaram confusa. Se só ela podia fazer o que ele queria, teriam de ser mais específicos. Não sabia nada sobre o que era te agora, e continuava sem saber como.
“Eu disse, FAÇA!!!” o tom até certo ponto controlado, que existia na voz dele, segundos antes, desaparecera.
“Como assim, só eu?” a curiosidade nela, foi maior que seu orgulho, e ela se deixou parecer confusa na frente de Voldemort. Se ele precisava dela, e abrisse o jogo, lhe explicando o que fazer, talvez ela tivesse o trunfo na mão, algo que pudesse salvar seus amigos, sua mãe.
“Não lhe interessa o porquê de só você poder fazer isso, faça e pronto!” a ansiedade de longos meses esperando por esse momento, fez os olhos dele brilharem de raiva.
Naoku estava num canto sem saída, não tinha a mínima idéia do que fazer para abrir o lacre que protegia o, como Voldemort disse ‘Legado de Rowena Ravenclaw’. E não sabia se dizia isso a ele.
Apesar da clara dúvida que demonstrou há poucos segundos, poderia dizer algumas coisas e enrola-lo por algum tempo, e quem sabe, chantageá-lo para que soltasse seus amigos. Parece um bom plano, mas ela sabe que se ele descobre, pode fazer qualquer coisa, e esse qualquer coisa inclui, bater torturar, matar... qualquer um de seus amigos, e ela própria.
Mas o tempo que a aluna da corvinal levou para pensar sobre isso, foi suficiente para também Voldemort ficar em dúvida sobre algo, que se resolveu rapidamente. Resolveu fazer o que mais lhe convém, algo extremamente desagradável à corvinal. Legimentá-la. Com um pequeno aceno de varinha, e um murmúrio “Legitimens” o Lord das Trevas invadiu a mente da adolescente.
***
Com o constrangimento estampado no rosto, Naoku se aproximou dele, era estranho como agora ela parecia realmente melhor, mais confiante. Iria encontrar as pistas que precisava, iria salvar sua mãe, e de um jeito ou de outro, vingar a morte de seu pai, mas antes, queria resolver um ‘certo assunto’.
Aproximando-se mais e mais dele, sussurrou “Obrigada!”
E sem esperar pela resposta, colou seus lábios nos dele.
Era um beijo terno e carinhoso, era gentil e lento, mas também, de certo modo, urgente e cheio de desejo. O primeiro de muitos. E exatamente por causa disso, tinha de ser especial. Os dois se esforçavam ao máximo para colocarem nesse beijo, todo o carinho, preocupação, paixão e amor que sentiam um pelo outro. Para que não restassem dúvidas, de nenhum das partes, do quanto se gostavam.
Após alguns instantes, quando os pulmões de ambos ansiavam por ar, separaram-se.
Naoku, ligeiramente ofegante, encostou o rosto corado no ombro dele, contente por estar, ao menos momentaneamente, protegida nos braços dele.
Zell notou que ela ainda matinha os olhos fechados, e após apreciar a visão de seu rosto por algum tempo, fechou os próprios e inclinou a cabeça para trás, a acomodando no tronco da árvore às suas costas.
Um resoluto silêncio se instalou sobre eles, onde não haviam sons movimentos ou ações maiores do que a respiração de ambos. E a maravilhosa consciência da presença do outro, onde o que importava, era simplesmente estarem juntos.
Quando Naoku levou, novamente, a mão ao pingente, algo lhe ocorreu, e resolveu quebrar o silêncio.
“Zell, posso te fazer uma pergunta? Acerca do anel, e do pingente...” falou, num tom muito baixo.
“É claro...” respondeu serenamente, ainda de olhos fechados.
“Aonde você os conseguiu?”
Agora o rapaz abriu os olhos, e a olhou carinhosamente, a deixando novamente corada. A conhecia há muito tempo, e sabia que logo essa pergunta viria.
“Sabe, essa história é muito estranha...” ela levantou-se, e o olhava nos olhos “Eu te dei ele, nas férias, faz um mês e meio. Mas já tenho ele há, mais ou menos, um ano. Chegaram pra mim em forma de carta, num envelope só com destinatário. Dentro estavam o pingente, o anel, e um pergaminho em branco.”
“Fiquei sem entender nada, mas achei o anel bonito, por isso queria usar. Meu pai descobriu como tinham chego na minha mão e ficou preocupado. Já que só de olhar, percebeu que os dois eram enfeitiçados.”
“Resolveu leva-los numa loja especializada, no Beco Diagonal, e só três meses depois, o dono da loja devolveu, e explicou o que faziam. Meus pais, não muito convencidos, resolveram eles mesmos testa-los, e depois de um tempo, e muita reclamação minha” naoku sorriu ao comentário, sabe o quanto ele consegue ser teimoso, quase tanto quanto ela própria “eles me entregaram.”
“Comprei uma corrente e resolvi te dar o pingente só alguns meses depois. Por que, apesar de achar a desconfiança dos meus pais exagerada... queria ter certeza de que nada... lhe aconteceria.” Ele pareceu envergonhado ao dizer isso.
Naoku sorriu, e eles se beijaram novamente.
Ainda no meio da carícia, escutaram alguém gritar.
“Naoku! Precisamos de você!”
“Aquele é Ronald Weasley?” pergunta Zell, olhando a sombra da forma alta e desengonçada de Rony através da luz da porta.
***
Foi estranho para Naoku reviver um momento tão importante de sua vida em tão poucos segundos. Mas não foi pior do que a sensação que teve quando percebeu que isso havia acontecido por que fora legimentada.
No início achou estranho que, de tudo que Voldemort pudesse ver em sua mente, ele tivesse escolhido esse momento, essa memória.
Mas quando viu que o Lord das Trevas, com a varinha na mão, acenava para a cela, teve a terrível consciência do que provavelmente aconteceria a seguir.
***
Hermione viu Voldemort, depois de acenar com a varinha para a cela, se aproximar lentamente de onde estava.
Viu também Harry remexer-se preso às correntes.
Quando o feitiço foi tirado, escutou o que acontecia lá fora. Os comensais, apesar de disciplinados, eram surpreendidos em constantes murmúrios e cochichos. E quando alguns deles abriam passagem para o mestre no círculo, escutou, com assombro, dois comensais apostarem à meia voz, o que Voldemort faria agora, matar ou ‘somente’ torturar alguém.
Quando o Lord das trevas chegou a menos de três passos dela, ele parou. Percebendo Rony estremecer e recuar, não mais ao seu lado, ouviu a voz sibilante de Voldemort, que após olhar para todos na cela, disse exultante.
“Hoje é realmente meu dia!” e olhando para Naoku, continuou, parecendo ainda mais divertido, “Parece que a inútil Srta. Nadescico, tem um... namoradinho. E como a minha sorte não alcança limites, quem eu encontro em meu poder?” sem esperar a desnecessária resposta para a própria insinuante pergunta, ele abriu a cela, usando a varinha e, ainda usando mágica, arrastou Zell de lá. Liberando-o do encanto a cinco metros de Naoku.
“Será que a Srta. Entendeu o que está para acontecer? Ou terei que explicar para o seu intelecto superior?” zombava Voldemort, enquanto segurava Zell no local, já que este tentava chegar até Naoku.
Essa permaneceu e silêncio. Tinha a respiração alterada, e observava o chão.
Voldemort, fazendo uma expressão entediada, ia começar a falar, mas Naoku involuntariamente o cortou, gritando. “Você não vai fazer nada com ele!”
“Então” Voldemort mantinha o tédio no rosto “você vai fazer o que pedi...” e dizendo isso, conjurou um trono para si. Que, ao contrário do que foi feito para Harry, que era de pedra negra, lisa e fria, com algemas de ferro no apoio dos braços e embaixo, na região dos tornozelos, ligados por correntes entre si, o dele era, de um modo assustador, magnífico. Era feito de aço polido, com enfeites em ouro. O encosto era tão alto que ultrapassava sua cabeça, onde, no topo, formava-se a forma dourada de uma cascavel, mostrando as presas brilhantes. Os apoios eram tortuosos em forma de serpentes deslizantes. Reluzente, e bem talhado, uma obra de arte assustadoramente bonita.
Olhando ele acomodar-se, Naoku sentiu o medo por Zell, medo da reação de Voldemort, quando dissesse o que tinha a dizer.
“Me diga como...” e arrependeu-se quase imediatamente. A frase “Naoku, não...” de Zell foi completamente encoberta pela risada debochada e escandalosa do Lord das Trevas.
“Não me venha com isso! Você é que faz parte daquela profecia. Aliás, é você quem foi introduzida nessa história toda por sua mãe... não venha fingir que não sabe como. Faça!”
“Mas eu não...”
“FAÇA!!!” Voldemort a interrompeu gritando, e continuou, apontando a varinha para Zell “CRUCIO!!!”
A sala encheu-se com os gritos do rapaz. E logo após com os de Naoku. “NÃO! PÁRA! EU FAÇO... eu faço...”
Voldemort a olhou atentamente por alguns segundos antes de parar com o feitiço.
Naoku levantou-se e pensou em correr para Zell, que, caído ao chão, arfava; queria abraça-lo, ajuda-lo a se levantar. Mas sabia que isso só pioraria as coisas.
Ele também sofreu com a Maldição Cruciatus, pelas mãos de Bellatriz Lestrage no entanto, e, conhecendo o fato de que certos feitiços têm efeitos diferentes de acordo com o bruxo que os utiliza, achava que Zell poderia estar muito pior do que jamais imaginou estar.
Tentando afastar esses pensamentos, e acabar com os gritos do namorado que ecoavam em seus ouvidos, baixou os olhos para as inscrições aos seus pés.
As inscrições eram um conjunto de círculos. O maior, era feito de inscrições de algum tipo de Runa Antiga, a qual ela não reconhecia. Dentro, o segundo círculo, era uma fenda contínua, formando um estreito corredor, que fazia quase a volta inteira e antes de uma ponta encontrar-se com a outra, virava bruscamente para o centro, onde as fendas davam voltas e mais voltas, parecendo um labirinto visto de cima. Este acabava no terceiro, menor e último círculo, que era ligado pela parte de baixo nas fendas do labirinto, formando um longo caminho, e, em seu interior, o desenho, em alto relevo, feito em cobre, de um corvo. Símbolo da Corvinal, traçado juntamente com um C.
Naoku olhava para o chão, observou Zell ajoelhar-se e voltou a tentar ler as inscrições. O pensamento que teve ‘Eu não sei o que fazer! Eu não sei o que fazer!!!’ Não descreve o desespero que sentia, enquanto constatava nunca ter visto aqueles símbolos antes.
Nunca fora muito boa em runas, mas sabia que nunca tinha visto aquelas nas aulas que teve. Essa não era uma matéria que lhe interessasse muito, ao contrário de Lana que provavelmente tinha visto isso em algum lugar. Naoku desejava que ela, ou Hermione estivessem ali.
Ela ouviu Voldemort produzir um estranho som com os lábio enquanto apontava a varinha para Zell, mas sem utiliza-la. Era um aviso.
“Calma... eu...” e viu os olhos dele brilharem, entendeu que devia se apressar.
Ajoelhou-se e olhou mais atentamente, vasculhando sua memória, seu conhecimento, tentando decifrar o enigma. Passava os dedos por entre as frestas, como se elas pudessem, ao contrário do que se espera de um labirinto, mostrar-lhe a resposta, a saída.
Após alguns instantes, Voldemort pareceu perder a paciência e levantou-se, tão rapidamente, que Naoku se assustou.
Sua mão esquerda, que se encontrava sobre uma fenda, fez um movimento brusco, devido ao susto, e um de seus dedos, que estava encima de um ponta, sofreu um pequeno corte. Uma minúscula gota de sangue caiu dentro do labirinto de pedra. Ela achou que Voldemort torturaria Zell mais uma vez, mas não, o Lord das Trevas olhava atentamente para o chão, perto dela. Involuntariamente, levou os olhos para o mesmo ponto dos dele, e notou que um estranho brilho azulado saia de dentro de uma parte do labirinto.
O brilho cessou, quando as runas do círculo maior iluminaram-se, e agora Naoku pôde ler a curta frase nela contida.
“SOMENTE QUANDO O LÍQUIDO DA VIDA, QUE NÃO A ÁGUA, TOCAR O SELO DE PROTEÇÃO, PELAS MÃOS DO HERDEIRO. O LEGADO DE ROWENA RAVENCLAW SERÁ LEBERTADO.”
Naoku, com o pensamento rápido, entendeu que o líquido da vida, que não é a água, só poderia ser o sangue. E vendo a mínima gota do seu no chão de pedra, entendeu o porquê de toda a sua família, pelo menos as últimas quatro gerações, terem ido para a Corvinal. Até mesmo seu tio, que com o tempo, criou pensamentos genuinamente sonserinos.
‘Sou descendente de Rowena Ravenclaw!’ pensou com espanto e admiração.
Voldemort aproximou-se das inscrições que ainda brilhavam, e entendendo mais do que a garota gostaria, simplesmente ordenou “Certo, leia em voz alta!”
Sem opções, a corvinal o fez. E novamente ele entendeu mais do que ela gostaria.
‘Bem, ele não seria o maior bruxo das trevas desse tempo se fosse um idiota...’ pensa com desgosto.
Ele apontou a varinha para a garota, com magia, a pôs de pé contra a vontade. Aproximou-se mais dela e pegou sua mão direita, Naoku estremeceu ao toque gelado dele. O Lord das Trevas colocou sua varinha na palma da mão dela, e depois, parecendo ter pensado melhor, sobre seu pulso. Passou por ele rapidamente, abrindo um longo, mas não muito profundo, corte. Ele mordeu o lábio, suprimindo qualquer exclamação. Voldemort apertou seu braço com os longos dedos brancos, enquanto assistia o sangue escorrer livremente.
“Que coisa mais mórbida... será que ninguém consegue ser mais original que isso? É sempre sangue que se precisa numa situação dessas!”
“Poderiam usar outra coisa... talvez saliva... é realmente nojento, mas contém tanto material genético quando o sangue...” Voldemort a silenciou com um olhar e um aperto no braço ferido.
O líquido vermelho escuro, escorria, ainda quente, pelas fendas do labirinto. Separando-se em algumas bifurcações, unindo-se em outras. Criando um pequeno rio escarlate que levava até o círculo menor. Aonde o sangue tocava, nascia o mesmo brilho azulado de antes, que logo após transformava-se numa intensa luz alaranjada.
Quando todo o caminho estava preenchido, e também o círculo menos brilhava, o chão abaixo dos dois pareceu pulsar, primeiro lentamente, como uma coração que volta a vida, e depois, acelerado, como o de Naoku batia agora.
Voldemort deu alguns passos para trás e puxou bruscamente o braço dela, a jogando no chão. Naoku imediatamente envolveu o pulso com a blusinha que vestia, a manchando de sangue.
Zell aproximou-se dela, a envolvendo com os braços, gesto que foi completado quando a garota se apoiou nele, parecendo exaurida.
O círculo maior ergueu-se alguns centímetros, sendo logo seguido pelo segundo, que agora, se as fendas, apresentava uma superfície lisa, eles formaram dois degraus. O terceiro e menor, subiu até a altura de um homem, formando um cilindro alto, que brilhava intensamente quando girou sobre si, e revelou, bem a frente de Voldemort, uma grande fenda vertical, onde se encontrava a fonte da luz, um báculo.
O vilão olhou maravilhado para o artefato. Meses atrás de todo esse poder, atrás da oportunidade de usa-lo. Subiu os degraus gravemente, e quando esticou o braço para toca-lo, escutou a voz fraca de Naoku.
“Se eu fosse você... não faria isso...” ela tinha a voz abafada, por estar com o rosto encostado no peito de Zell. Ninguém pôde ver, mas ela fez uma expressão estranha, sentindo-se idiota por dizer uma frase típica de irmão mais novo, enchendo a paciência do outro mais velho.
Voldemort voltou-se para ela, e lançou-lhe um olhar penetrante quando ela virou o rosto para ele, mas não disse nada.
Naoku sabia o que aquele olhar significava, algo na linha de ‘Conte-me, senão...’.
“Você não sabe tudo o que ta escrito ali...” ela realmente esperava que desse certo, estava blefando.
Hermione, dentro da cela, notou que tinha algo errado com a voz de Naoku, de repente se lembrou de quando ela havia lhe contado sobre Zell, dizendo que eram só amigos. Já este, notou claramente que ela mentia, e sua tensão aumentou. Apertou mais a menina entre os seus braços.
“Então, você como boa... namorada...” Voldemort olhou de esguelha para Zell “vai me dizer exatamente o que está escrito ali!”
“Só eu posso usar o báculo.” Respondeu simplesmente, se levantando.
O Lord das Trevas a observou, de cima a baixo, e de volta para seus olhos. Naoku sentiu que iria estremecer, mas suprimiu o medo, ele poderia perceber que ela mentia, então manteve o olhar nele, torcendo para ele não usar legimancia novamente.
“Você nem mesmo sabe o que é aquele báculo! Provavelmente nem sabia que descendia de Rowena Ravenclaw!” Voldemort a provocava.
Naoku o olhou com desgosto, detestava quando os outros a analisavam do modo como ele fazia agora, e se tratando de próprio Voldemort ele sentiu-se ainda mais vulnerável.
Estranhou não ter sentido isso antes, quando ele a legimentou.
“Vou ajuda-la nisso. Acho q Alvo está realmente ficando velho demais para administrar aquela escola, já que seus alunos não entendem o que se passa aqui...” o Lord, após dizer isso, tomou um ar professoral e, andando em círculos em volta de Zell e Naoku, lançando olhares ocasionais para Harry e para a cela, acrescentou “História um de um. Bruxos nem sempre usaram varinhas para canalizar sua energia mágica. Antigamente, usavam-se cajados, ou báculos como você chamou.” Olhou para Naoku “os báculos foram implantados como uma força de direção, para os feitiços, e alguns, feitos de materiais de grande poder mágico, como pêlo de unicórnio, ou pena de fênix” Voldemort olhou para Harry “Como as varinhas de hoje, eram usados para aumentar a magia de certos bruxos, fracos, quase abortos.”
Ainda andando pela sala, continuou.
“História dois de um. Os bruxos na antiguidade trocaram o báculo pela varinho por conveniência, qualquer um pode imaginar por que. Chegou uma época em que todos que usavam cajados, báculos, bastões e até bengalas como apoio, eram olhados com desconfiança pelos trouxas. E essas eram exatamente as formas com as quais os artefatos mágicos puderam ser disfarçados por nós.”
“História três de um. A varinha foi implantada no mundo mágico por Rowena Ravenclaw. Com sua inteligência e sagacidade, ela mostrou a todos as conveniências de um objeto menor, proporcionando o mesmo auxílio.”
Hermione não pôde ficar calada “Todos que leram Hogwarts, Uma História, sabem disso!”
“Sim, Sangue-Ruim, mas o que não está escrito nesse livro, e o que todos esqueceram com o passar dos séculos, é que uma varinha tem um poder mágico muito inferior ao de um báculo...”
“Que seja, isso não quer dizer nada, um bruxo não pode usar a varinha, ou báculo de outro...” Amy fala.
“Bem, não exatamente...” Hermione parece pensativa “pode não ter o mesmo efeito se você tivesse utilizado a sua, mas...”
“Parabéns pela colocação Sangue-Ruim!” Hermione já estava se estressando com esse apelido. Voldemort a cortou e se virou para Amy “Quem disse que não!?” estava com um sorriso triunfante.
Voldemort sem cortar o contato visual com a garota, apontou para um dos comensais “Você! Pegue!”
“Ah... senhor... mas ela disse...”
“PEGUE!”
“Sim... sim senhor!”
Existia mais do que medo na voz do comensal, Karolin notou que ele não poderia ser muito mais velho do que ela, e trocou um olhar cúmplice com Yuna e Lana.
O comensal partiu, a passos lentos para o local do báculo, a cada passo, Naoku se desesperou mais, ele subiu os degraus sem obstrução, e, quando esticou o braço para pegar o artefato, ela teve uma idéia.
Como Voldemort acabou de dizer, a varinha não era a magia de um bruxo, ela só a canalizava. Sabia que o que faria teria, provavelmente, conseqüências trágica, mas precisava tentar.
Se aproveitando de fato de Voldemort estar ainda olhando para Amy, e o de que todos olhavam preste a pegar o báculo, esticou lentamente a mão direita naquela direção, seu braço tremeu quando o ferimento no pulso abriu mais um pouco, por estar esticado, sem querer chamar a atenção para si, sussurrou “Accio báculo...” o artefato estremeceu, apenas isso, mas foi suficiente para assustar o comensal que recuou o braço e desceu um degrau. Agora que sabia que poderia funcionar, desistiu da discrição, e gritou, como se sua voz pudesse ajudar na hora de lançar o feitiço, o tornando mais forte.
“ACCIO BÁCULO!!!”
Apesar da descrença no rosto de Voldemort, e de provavelmente, quase todos ali, o artefato voou rapidamente para a mão da garota.
Quando seus dedos fecharam-se em volta dele, Naoku sentiu-se estranha. O báculo, assim como o chão segundos antes dele surgir, pulsava por baixo de sua mão, rápida e descompassadamente. Era quente ao toque, e quando essa sensação espalhou-se por seu corpo inteiro, percebeu que sua perna machucada, o corte em seu lábio, o pulso ferido, que ainda sangrava, e até mesmo a sensação de fraqueza que sentia desde que seu sangue correu livremente para o chão, desapareceram, curaram-se. Literalmente por magia.
“O que pensa em fazer? INSOLENTE!” Voldemort gritou.
“Quem sabe... usa-lo contra você!?” e Naoku apontou o báculo para ele. O artefato a fazia sentir forte, era uma estranha consciência, como uma fraca voz que lhe dizia, no fundo de sua mente, ‘Derrote-o. Derrote-o.’
Se percebesse que havia pensando isso, acharia pura loucura, mas Naoku não estava exatamente lúcida.
Ela, ainda apontando para Voldemort, ajudou Zell a se levantar, e, seguindo com ele, passou pelo tio e pelo Lord das Trevas. A um sinal seu, os comensais juntaram-se atrás de seu mestre, do outro lado da sala. Perto dela estavam a cela, e do outro lado, Harry.
“Você não pode usa-lo!” Voldemort dizia, mas mantinha a varinha apontada para ela.
“Ora, o que aconteceu com aquele papo de ‘quem disse que um bruxo não pode usar a varinha, ou báculo de outro’?”
“Você não entende nada, sua tola! Vai morrer se fizer isso!”
“Acha mesmo que vou acreditar em você?” eu posso usa-lo, e vou!” Naoku apontou para a cela, e não a ‘porta’ mas sim toda a grade da frente, partiu-se em pedaços, que voaram pelo chão.
Todos partiram para perto dela e de Zell. Rony e Yuna trouxeram Laura Nadescico.
“Cadê as nossas varinhas?” a voz da Naoku saiu claramente como uma ameaça, não foi necessário dizer ‘se não eu...’
Mas Voldemort permaneceu calado, Naoku quase podia ver o cérebro dele funcionando, lutando para encontrar algo para pegar o báculo dela, então não daria tempo para ele encontrar nada.
“Aonde!?” gritou, e a um movimento do báculo em suas mãos, três comensais foram estuporados.
“Se continuar com isso, enfrentará as conseqüências!” Voldemort a olhava com raiva “Você não tem poder para usá-lo! Ou vai me dizer que seus feitiços estão tendo, exatamente, os efeitos desejados?”
Ele estava fazendo de novo, a analisando, e novamente acertou. Naoku o olhou com mais ódio ainda.
“Cala a boca! Não quero saber a sua opinião! Por sua culpa, minha mãe ta aqui desmaiada, por sua culpa, MEU PAI MORREU!!!”
“Ora, aquele lixo! O que quer que eu diga? Fiz mais um órfão!”
O escárnio na voz dele enfureceu, não só Naoku, mas também a Harry, que ainda estava acorrentado. Ele soltou um gruído de raiva, enquanto Naoku falou !As varinhas! AGORA!”
Voldemort apontou com a cabeça, mas nenhum comensal se moveu, então, enfurecendo-se com o medo deles, apontou a varinha para um, e o arrastou para perto da cela. O comensal pegou as varinhas que estavam ali perto, e, com as mãos trêmulas, às deixou no chão, perto do Rony.
Naoku teve de admitir que gostou do fato do comensal ter medo dela, e não pôde evitar um meio sorriso.
Rony pegou as varinhas, e cada um pegou a sua, Zell pegou a própria e a de Naoku, a guardando no bolso. Hermione a sua e a de Harry, e foi imediatamente liberar o amigo, enquanto Naoku pensava num modo de saírem dali.
Quando um comensal tentou lançar um Avada Kedrava em um deles, Naoku, quase involuntariamente, criou uma proteção em volta de todos, como um escudo invisível.
Isso pareceu lhe dar uma idéia. Quando deu um passo à frente, cambaleou. Apoiou-se no báculo.
Voldemort riu escandalosamente “Como é, ‘eu posso usá-lo, e vou’!?” ele a imitava “Agora que você já se divertiu, o entregue a mim, e prometo não te fazer sofre. Ao menos não muito...”
Naoku o olhou inexpressivamente, endireitou-se, e deu dois passos à frente.
“Se essas são as conseqüências... que você também sofra em prol delas!” Naoku não entendia completamente o que estava acontecendo.
O báculo ainda pulsava em suas mão, e parecia vivo. Ela fazia as coisas sem pensar, falava sem pensar. Tinha, mas ao mesmo tempo não tinha controle sobre suas próprias ações.
Quando fez um movimento estranho com o artefato, Hermione gritou “Naoku! Não faça isso!!!” mas era tarde demais. Ninguém além da grifinória parecia ter entendido o que ela pretendia. E só entenderam quando tudo terminou.
Naoku girou o báculo no ar com as duas mãos, e logo em seguida, bateu a parte de baixo no chão. Tão forte que o som provocado, ecoou pelo local.
A pulsação característica do artefato cessou, para segundos depois recomeçar, mas de forma diferente. Eram como ondas sonoras, fortíssimas.
O chão abaixo de Naoku partiu-se, os pedaços subiam lentamente pelo ar. Ela não se moveu, parecia sob o efeito de algum feitiço, encantada.
Quando as vibrações aumentaram, o escudo invisível apareceu novamente, dessa vez maior, como uma grande abaulada, sobre ela e seus amigos.
O chão, fora desse local, rachava, pedras rasgavam o ar em grande velocidade, e alguns comensais, que não puderam se defender, caíam feridos, alguns gravemente.
Naoku ergueu o báculo, as mãos acima da cabeça, quando as baixou, o báculo bateu no chão com violência, tanto que o metal contra a pedra soltou faíscas. Ela gritou uma palavra estranha, algo em outra língua, algo que nem mesmo ela se lembraria depois.
Gritou tão alto quanto possível, como se buscasse forças em sua voz.
Uma grande onde de energia surgiu desse baque, e de uma só vez, as quatro paredes, primeiro pareceram comprimir-se contra a terra, já que estavam no subsolo, e depois, explodiram em pedaços.
O barulho causado foi ensurdecedor.
Todos os adolescentes, menos Naoku, se abaixaram pelo susto, olharam ao redor. As pedras batiam ferozmente contra o escudo, mas não o ultrapassavam. Zell viu Naoku segurando o báculo contra o chão. Ele parecia estremecer nas mãos dela.
As pedras e a poeira não o deixavam ver nada além do escudo. E o barulho continuou por alguns instantes, finalmente tudo começou a para. E o escudo desapareceu.
Naoku soltou o báculo, caiu sobre os próprios joelhos, e ainda com algum esforço, tentou permanecer assim, porém caiu para o lado, desacordada.
Zell a viu bater contra o chão, enquanto as pedras que se apoiavam no escudo começaram a invadir o espaço deles no limite de onde era seguro. Ele correi até ela. Yuna, Amy e Lana arrastavam Laura perto da filha, quando uma grande pedra caiu onde estavam.
Zell abraçou Naoku e a pegou no colo. Uma pequena pedra caiu no rosto dela, fazendo um mínimo corte em sua face esquerda. Ele olhou para cima.
O teto do subterrâneo, desaparecia em pedras ao redor deles, e eles podiam ver o teto do primeiro andar da casa da avó de Naoku acima. Tudo desmoronaria em segundos.
Todos juntaram-se, enquanto as pedras começaram a cair com mais freqüência, e cada vez maiores.
Hermione olhava para todos os lado, como se procurasse por algo. Harry afastou com a varinha uma pedra que cairia encima deles. Karolin separou-se do grupo, pegou o báculo debaixo de algumas pequenas rochas e virou-se para todos, querendo voltar.
Hermione gritou por entre o barulho. “Karolin! Trás o báculo aqui!”
Mas a menina tinha dificuldade em voltar, tinha de desviar das pedras, e o caminho que era obrigada a fazer a deixava cada vez mais longe.
Amy e Lana tentavam ajudar como podiam com suas varinhas, afastando o mais longe possível as pedras, mas quando as duas de atrapalharam, mandando duas para o mesmo lado, elas chocaram-se, bem perto da amiga, que teve de correr muito para não ser atingida pelos pequenos projéteis.
Lançando um olhar irônico de ‘muito obrigado, mesmo!’ para as amigas ela chegou onde era, um pouco mais, seguro.
“Desculpa, nós não...” Lana começou, mas Karolin a cortou “Eu sei, só deviam ter tomado mais cuidado, mas valeu pela ajuda...”
Hermione estendeu a mão para o báculo “Karolin...” e não precisou terminar. Harry olhou para a amiga com apreensão “Você não pode usa-lo!” e Zell completava “Viu o que isso fez com a Naoku!?” e todos olhavam para a garota em seus braço. Acharam estranho que, em meio a aquele caos de tudo desmoronando acima deles, ela, apesar da palidez, parecesse apenas dormir.
Hermione pôs o báculo no meio de todos, e disse apressadamente !Eu não vou usa-lo... agora quero que todos toquem nele.” E antes que pudessem demonstrar dúvida, acrescentou “Façam LOGO!”
E assim fizeram, Zell agarrado à Naoku, Lana e Amy, a um aceno de Hermione, seguraram em Laura.
A grifinória apontou a própria varinha para o artefato, dizendo “Portus!”
E todos sentiram-se sendo puxados para frente. Por alguns segundos, sentiram tudo girar, sem chão, sem teto. Até que caíram com um forte baque num chão coberto de neve macia e gelada.
Hermione havia transformado o báculo numa chave portal, uma chave portal para Hogsmead.
***
Zell entrou na enfermaria indo direto para um leito mais ao fundo.
Sentou-se numa poltrona não muito confortável, enquanto olhava para Naoku na cama ao seu lado, e para Laura Nadescico, no próximo, à esquerda da filha.
“Acordou cedo hoje senhor Galian!” Madame Pomfrey saía de uma porta contígua e o olhava, quase reprovadora.
“É, acho que sim...” Zell respondeu, olhando o céu escuro por entre as cortinas, não havia amanhecido ainda. E ele também não havia dormido.
Quando chegaram, via chave de portal em Hogsmead, perceberam que estavam um pouco longe do centro populoso do vilarejo. Hermione, apesar de realizar pela primeira vez o feitiço Portus, o fez com sucesso, mas um pouco longe do local desejado.
Estavam numa parte tão remota, quanto se estivessem na Casa dos Gritos, só que na direção oposta.
Conseguiram pedir ajuda. Harry lembrou-se de quando, no ano passado, se quisesse desistir da terceira prova do Torneio Tri-Bruxo, era só soltar faíscas vermelhas no ar com sua varinha. Agora, não havia nada combinado com o povo do vilarejo, mas isso com certeza chamaria a atenção de alguém. Nem que tivesse que tentar várias vezes, mas não foi necessário.
Depois de um tempo, algumas pessoas os ajudaram a voltar para Hogwarts.
Naoku e sua mãe não acordaram desde a chegada um dia antes.
Enquanto contavam ao diretor o que aconteceu, justificando, de certo modo, o fato de terem fugido da escola, todos eles receberam uma Coruja-Advertência do Ministério por realizarem magia fora da escola. Hermione um especial, por ter feito um feitiço da magnitude de uma chave de portal, já que todas devem ser registradas no ministério antes de serem utilizadas. Mas Dumbledore, explicando, quase, todas a situação, conseguiu ‘convencer’ Fugde da ‘inocência’ dos jovens.
Zell ainda observava Naoku quando a claridade começou a aumentar, e a enfermeira apagava as velas com a varinha. O dia estava escuro, por que carregadas nuvens não deixavam o sol aparecer por entre elas. Seria, de qualquer forma, um dia muito frio, de neve que cairia em grandes quantidades.
Ele segurava a mão da garota, e com a outra afagava seus cabelos, a observando respirar lentamente. Não que soubesse o que fazer se ela de repente parasse.
Ouviu passos, e pensando que fosse a enfermeira, não se moveu. Porém, quando escutou a porta abrir-se vagarosamente, chamando sua atenção, notou várias pessoas entrando.
“Ela vai ficar bem, não é?” Yuna perguntava a Dumbledore. “Crio que sim Srta. Exatamente como disse das outras vezes.” O diretor respondeu, longe de parecer irritado com a persistência da aluna. O velhinho tinha um ar cansado, mas parecia feliz.
Estavam todos ali, as amigas de Naoku, Harry, Rony e Hermione.
Passaram a conversar em voz baixa, sobre o ocorrido, enquanto Dumbledore pedia mais alguns detalhes. Tantos que Rony pensou que a maioria era sem sentido.
Falavam sobre Cody quando Naoku mexeu-se levemente sob os lençóis.
Zell sentiu quando ela segurou mais firmemente sua mão, e quando seus olhares se encontraram, Naoku o viu sorrir como nunca tinha visto.
Ela não poderia notar, pois não o tinha visto antes, mas até mesmo sua postura parecia diferente agora.
Olhou pela sala, para todos, parando sobre o rosto sorridente do diretor na sua direção. “Bom dia Srta. Nadescico! Espero muitíssimo que tenha dormido bem!”
Um pouco confusa, tentou se levantar, e quando se lembrou do que havia acontecido, o fez bruscamente. “O que aconteceu depois de... ta todo mundo bem!? Minha mãe, onde ela ta? Ela ta bem!?”
“Nós estamos todos bem!” Harry sorriu para ela, entre Rony e Hermione.
“E sua mãe também ficará. Só acredito que demorará um pouco a acordar.” diz o velhinho de óculos meia-lua, ainda sorrindo e apontando para Laura.
Naoku a viu, adormecido na cama ao lado e tentou pôr-se de pé, chegar mais perto dela.
Mas Zell segurou seu braço, a obrigando a sentar novamente “Naoku, não...”
“Ele está certo Srta., você utilizou, ou melhor, abusou de um grande poder no dia de anteontem. Um grande poder além da sua compreensão. Teve sorte de ter apenas ficado fraca!” Dumbledore apoiou o rapaz.
Naoku sentou-se, e percebeu que se sentia mesmo um pouco debilitada, mas não tanto quanto a expressão do diretor denunciava.
“Eu to bem...” começou, mas ele a cortou.
“Não, não está, mas ficará em pouco tempo!” a garota olhou para ele com um pouco de ceticismo.
Realmente não gostava de ser analisada. Mesmo que Dumbledore, mesmo com a melhor das intenções. ‘Quem é ele pra saber como me sinto, melhor do que eu!?’ mas não disse nada.
Hermione parecer lembrar-se de algo, e, se virando para o diretor, fez uma observação, quase como faz nas aulas, quando, raramente, tem alguma dúvida sobre algo falado. “O Sr. Disse, ‘um grande poder além da sua compreensão’, na nossa” e apontou para os amigos “quis dizer. Mas o Sr., a professora Macgonagall, a mãe da Naoku e a Sra. Nadescico, vó dela, de certo modo, sabiam que isso tudo iria acontecer.” foi uma afirmação.
Dumbledore entendeu a pergunta pó trás disso e preparou-se para responder, procurando as palavras certas. E o início certo.
“pouco após de se formar, Laura Nadescico achou um antigo livro, que ela sabia, tinha alguma ligação com sua família” ele olhava para Naoku “Ela traduziu esse livro, e descobriu sobre a existência da báculo de Rowena Ravenclaw.”
“Descobriu que tinha o sangue Ravenclaw, e decidiu procurar por esse artefato mágico, que de certa forma, lhe pertencia.”
“Após meses de pesquisa, e algumas escavações em locais erras, o encontrou. E descobriu, de um modo bem menos perigoso que você, o quão poderoso era, e também nocivo. Esse báculo, se usado por alguém não preparado, suga a energia vital do bruxo, mas sua mãe sabia que existiam, e ainda existem, certas pessoas que podem usa-lo, e queria protege-lo de cair em mãos erradas.”
“Descobriu a oportunidade perfeita quando ficou grávida de você...”
“Foi o que Voldemort disse, que foi colocada nessa história toda pela minha mãe...” Naoku o cortou.
“Tom tem razão. Ela se aproveitou do fato de ser descendente de Ravenclaw para poder selar o báculo num lugar seguro. Planejou tudo e descobriu que precisaria de ajuda com alguns feitiços, os quais ela não sabia utilizar na época...”
Dessa vez Harry o interrompeu “E chamou o Sr.”
“Exatamente harry. Procurou-me e conseguiu me convencer a ajudá-la. Alguns anos depois do seu nascimento, sem o consentimento da sua avó, utilizou aquele local para lacrar o báculo, de modo que ninguém, a não ser um descendente de Rowena, aos quais ela teria controle, você, e mais futuramente, suas filhos, pudesse abrir.”
Naoku fez uma expressão estranha quando escutou ‘seus filhos’ mas permaneceu quieta.
Já Karolin olhou pensativa para a mãe da amiga, e voltou-se para o diretor “O Sr. disse sem o consentimento da vó dela. Mas como a Sra. Nadescico sabia de tudo, tanto que as duas chagaram a discutir?”
“Isso aconteceu por que, apesar de todas as precauções de Laura, a mãe descobriu, ou melhor, já sabia de tudo. O livro antigo, que Laura nunca me contou como achou, mesmo depois de traduzido. Foi colocado no caminho dela, como Laura disse uma vez, num acesso de raiva, pela própria mãe, que planejou o que aconteceria.”
“Quer dizer que minha vó sabia o que aconteceria, e planejou para minha mãe achar o livro?”
“Sim.” Respondeu o diretor.
“Que depois que ela achou, e o traduziu, procurou o báculo e forjou um plano, pra que, anos depois, eu o protegesse?”
“Sim, sua mãe nunca planejou que você o usasse, tanto que quanto sua avó revelou parte do que sabia, te envolvendo mais ainda com a história, as suas discutira. Laura sentiu-se confusa, sentia que perdia o controle da situação que havia, minuciosamente, planejado.”
“A minha família não deve saber o significado de ‘Livre Arbítrio’! a geração anterior tem sempre que planejar algo pra próxima...” Naoku completava com ironia. Sentiu-se um pouco como um fantoche, sem poder sobre o próprio destino.
“Profecias são traiçoeiras, quando acontecem, podem ser mal interpretadas. E quando são planejadas, podem causar um efeito não desejado. O destino é quase como uma profecia, acredito. Ambos em algum momento da vida, podem ser mudados.” Disse Dumbledore, e olhou significativamente para Harry.
“Como a minha vó descobriu sobre tudo isso? Pelo que vimos na memória da minha mãe, na penseira, ela sabia muito mais do que todos...”
“Mas menos que você, segundo ela mesma...” Rony lembra.
“Não acredito nisso, não sei nada sobre tudo isso! Quando eu segurei aquele báculo, na hora não percebi, mas pensando sobre isso agora, eu não tinha total controle sobre mim mesma...”
Dumbledore, agora mais sério, escutava com atenção e pareceu pensar sobre o assunto, mas ninguém além de Hermione notou isso, pois prestavam atenção à Naoku. “Eu fazia e falava coisas sem saber, sem ter consciência disso.”
“Acho que é sobre isso que sua vó falava, quando disse que só você sabia mais do que ela. Talvez você estivesse agindo por alguma forma de... instinto...” Hermione arrisca.
“Acredito que sim! Numa total falta de informações, e opções viáveis, eu mesmo não teria colocado melhor Srta. Granger! Um instinto contido no seu sangue Ravenclaw, um instinto que quase causou sua morte.” Dumbledore diz.
‘Sem drama por favor!’ Naoku pediu em pensamento, olhando para o diretor, mas nada disse.
Após alguns instantes de silêncio, Harry perguntou do nada.
“Professor Dumbledore, o que aconteceu com os aurores que levavam Bellatriz para Azkaban? Como contamos pro Senhor ela estava lá também.”
“Infelizmente os dois aurores foram encontrados mortos numa estrada em Londres, não sei como, nem se ela obteve ajuda, mas com certeza foi Lestrage.”
Naoku se lembrou de algo, e perguntou a qualquer um que pudesse responder, o que havia acontecido com a casa de sua avó.
“Como disse, depois que peguei o báculo, tudo parece meio embaçado, apesar de me lembrar do último feitiço...” justifica.
“Tonks e Olha-Tonto Mood foram fazer um reconhecimento. Infelizmente tenho que noticiar que a casa está destruída. Todo o andar térreo desmoronou para o subsolo.” Respondeu Dumbledore.
“E Voldemort...?” Naoku perguntou, mal notando Rony, Yuna e Lana estremecerem. Os outros apesar do desconforto com o nome, nada demonstraram.
Um olhou para o outro, e Hermione, depois de ilhar para Harry demoradamente, respondeu.
“Os dois constataram que ele, e os comensais aparataram antes de serem atingidos pelo seu feitiço...”
“Lógico! Não ia ser tão fácil assim, não é!?” Naoku pergunta, olhando para Harry.
“É, acho que não...” ele a deu um sorriso amarelo.
“E o meu... Cody, ele escapou tabém?”
“Apenas sete comensais não conseguiram escapar, entre eles Bellatriz Lestrage.” informa Dumbledore.
“Na verdade” explica Hermione “todos que estavam na sala onde o báculo estava escondido, fugiram. Os que foram encontrados lá estavam amarrados. Foi um que a Naoku estuporou, a Lana me contou, três que o Rony, a Yuna e a Amy prenderam...”
“Eu já contei como foi incrível aquela azaração!?”
“Já Rony, pelo menos TRINTA vezes!!!” ela o olha, nervosa pela interrupção “outros dois, mais Bellatriz que eu e o Harry duelamos. Num total de sete.” Ela completou, metodicamente, as informações que havia conseguido, parcialmente com Tonks, e com os amigos.
“Ou seja, o meu feitiço exagerado não adiantou de nada!” Naoku parecia realmente aborrecida.
“Não totalmente!” Dummbledore parecia divertido com o enfado da aluna, e mais ainda com o que diria a seguir “Foi uma grande distração, o suficiente para poderem sair vivos de lá!”
“Poucas pessoas estiveram na presença de Tom, cercado de comensais” e ele fez um gesto com o braço para Harry, Rony e Hermione “que não seja um deles, e saiu para contar como um foi!”
Após lançar um meio sorriso ao velhinho, Naoku ficou séria, pois ela ainda tinha dúvidas.
“Quando saímos da escola, estava pensando que era a minha mãe que me legimentava. Mas descobri que era o meu tio...”
Como ela não disse mais nada, Dumbledore procurou algo para dizer, algo que a encorajasse a continuar.
“Sim, seus amigos me disseram. Gostaria de saber, exatamente, até onde essa habilidade de legimentar vai... até que grau de parentesco, quero dizer. Vou sugerir a Severo que inicie um estudo sobre isso. Ele é nosso professor que mais conhece sobre o assunto.”
Naoku o olhou, como se o analisasse, e depois disse.
“Mas até onde se sabe sobre o feitiço Legitimens, o que o senhor sabe sobre seus efeitos?”
“Legimantar é colocar pensamentos dentro da mente de outra pessoa, geralmente esses pensamentos viram sonhos. Pois é algo muito sutil, pensamentos que invadem o subconsciente da pessoa. Consiste em, através de pensamentos e imagens, fazer com que alguém acredite em algo, e reaja a isso. Controlar a pessoa pelas emoções.”
Naoku estremeceu involuntariamente. Zell notou isso quando ela lhe apertou a mão.
“Mas também há o lado mais nocivo do feitiço, mas não conheço muitas pessoas que o possam utilizá-lo. É possível causar um grande dano à mente de alguém utilizando legimancia.”
A garota ficou pensativa, e com um expressão confusa, perguntou “É possível esse feitiço ter... sei lá... efeitos premonitórios?”
“Premonitórios!?” perguntou Zell, estranho o significado, não a palavra “Quer dizer, prever o futuro!?”
“É... algo assim...” ela respondeu, com a voz muito baixa.
“Eu acredito que não.” Respondeu o diretor.
“Então, como eu, antes de Bellatriz aparecer aqui, já sonhava, exatamente, com o que ia acontecer...?”
Antes que Hermione pudesse dizer o que queria, Naoku continuou “Eu sei que o fato dela estar aqui, o meu tio pode ter colocado na minha cabeça... mas por que a Hermione? Não que eu esteja desmerecendo toda a ajuda que me deu!” olhou para ela “ou a de qualquer de vocês depois que a comensal foi ‘presa’, mas, por que ele colocou você no meu sonho?” perguntou, a qualquer um, mas esperando que Dumbledore tivesse a resposta, como para todas as outras perguntas até agora. Ninguém disse nada, mas algo ocorreu à Naoku.
“A não ser que fosse um plano dele, junto com Voldemort, pra mim colocar você, e consequentemente, Harry nessa história...”
“Não” Harry a cortou “ele não me esperava lá, disse isso. Acho que você ainda não tava acordada quando ele falou isso.” E terminou pensativo.
“Sério?” Não esperou pela resposta “isso piora as coisas, e de novo eu pergunto, porque eu sonhava com a Hermione, e sabia, quase exatamente, o que a comensal iria dizer e fazer? É impossível eles terem combinado tudo! Como eu ia saber o que a Hermione ia fazer!?” confusa, olhava de um a outro, todo mundo pôde perceber que ela só não fez essas perguntas antes, por ter coisas mais a tratar e falar sobre, mas eram coisas que realmente a incomodavam.
Todos ficaram em silêncio, Naoku ainda os observava, esperando uma resposta que não viria. Quando Dumbledore começou a dizer algo, ale sentiu sua esperança aumentar, mas foi por pouco tempo.
“Talvez você mesma tenha incluído a Srta. Granger nisso.” Ele olhou para Hermione. “Não é possível! Antes disso, não tinha trocado com ela se quer um olhar!”
Dumbledore observou a aluna por um instante. A busca pelo conhecimento, o cativava, mas existem certas coisas que não devem ser explicadas. Ao menos não por enquanto.
“Ainda acredito no que disse Srta. Nadescico, mas não posso lhe provar!” Naoku o olhou, ela não a olhava nos olhos, como esperava, nem mesmo para seu rosto, mas para baixo de seu pescoço. Pensou que ele estivesse tentando disfarçar uma omissão, ou uma mentira, mas reprimiu o pensamento. ‘Não é hora de desconfiar de quem mais pode lhe ajudar!’ pensou a contragosto.
O semblante sério do diretor desapareceu no momento em que ele finalmente a olhou nos olhos, abrindo um sorriso, e acrescentou.
“Infortunadamente, não posso lhe dizer com certeza.”
Hermione escutou Rony suspirar ao seu lado, enquanto diminuía o espaço entre suas sobrancelhas e olhava para o diretor, confusa.
“Bem, creio que os senhores não tem mais nenhuma pergunta.” Dumbledore olhou para todos. Pareceu a ele que Naoku tinha, e muitas, mas a viu reprimir qualquer ação e olha-lo inexpressivamente, com a mão sobre seu colar. Todos os outros também permaneceram em silêncio.
“Então, vou-me. Tenho alguns assuntos ainda a resolver. Se me dão licença, tenham um bom dia!” e sorrindo sempre, virou-se balançando a longa túnica púrpura em volta do corpo. Quase saindo, acrescentou. “A propósito, a aluna Carla Mayer foi encontrada e passa bem.” E deixou a enfermaria, com um aceno aos jovens antes de fechar a porta atrás de si.
Karolin sentiu-se um pouco culpada por terem simplesmente se esquecido de Carla, mesmo não sendo amigas. Mas como ninguém disse nada sobre o assunto, também não se manifestou.
“Como ele pode não saber alguma coisa!?” Naoku pergunta, instantes depois, referindo-se ao diretor não saber por que Hermione apareceu em seus sonhos ‘legimentados’
“Acho que estamos tão acostumados com ele sabendo de tudo, que esquecemos que ele também pode ficar confuso...” Karolin diz, parecendo espantada.
“Isso é verdade...” Lana falou. E todos, de certo modo, concordaram.
Rony lembrou-se de algo, e reclamou.
“E eu ainda não acredito que depois de tudo, ele nos deu detenção pra cumprir a semana inteira!”
“Detenção...?” perguntou Naoku, com desagrado.
“É, menos você, já que vai ficar na enfermaria. Mas nós todos, vamos ter que fazer alguma coisa.”
“Eu e a Amy vamos ter que limpar todo o vestiário do campo de quadribol!” Karolin dizia indgnada.
“Eu preferia limpar ele todo sozinha do que fazer o que vou ser obrigada!” diz Hermione, com raiva, escutando Rony e Harry darem risadas.
“O que pode ser tão ruim assim!?” pergunta Zell.
“Ela vai ter que ajudar a professora Trelawney... a... arrumar e limpar as bolas de cristal.” Rony responde entre as risadas.
Enquanto Amy e Yuna procuravam o que havia de pior, Naoku olhava pata Hermione com um sorriso.
“Ta certo que a ladainha dela enche o saco, mas você não ta exagerando!?”
“EXAGERANDO!? Claro que não! Ela vai ficar falando sobre adivinhações, superstições, sinais, mau agouro e de como ‘a energia negativa de um gato preto pode lhe causar grandes problemas...’” respondeu, imitando a voz etérea da professora “Isso é tudo um monte de asneiras!”
Hermione continuou a reclamar, inclusive de Harry e Rony, que ‘insistiam em continuar nessa matéria estúpida’ enquanto Naoku lançava um olhar para a mãe, ainda desacordada.
Tinha dúvidas, e muitas. Apesar de o diretor ter esclarecido várias delas, ela queria saber mais, e mesmo quando a mãe acordar, não terá as respostas para todas elas.
De mão dada a Zell, voltou sua atenção de novo para a conversa, que parecia ser sobre ‘por que aritimancia era uma matéria mil vezes melhor que adivinhação...’ e percebeu que ninguém nunca teria todas as respostas, mas ela ao menos poderia tentar.
FIM!
N da A: Entaum tah aí o fim da fic...
À quem jah comentou o meu MUITO OBRIGADA ^^ eh muito legal saber q tem gente gostando!
Mas agora, tudo que vcs têm q fazer eh comentar (pela primeira vez ou de novo!) e entaum, eu começo a postar Impossing Ravenclaw 2 - O Dédalo da Alma (q jah tah terminada) me avisem se tiver um erro berrante, ou um pequenininho msm na 1 ^^
espero msm q tenham se divertido lendo ^^
ateh IR2!
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!