Ni Por Enterada



Ni Por Enterada (tradução)
Fanfiction de Hikari Takaishi Y
(Tradução por: Mione_Potter_love)

Classificação: K+
Romance
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Resumo: Perspectiva de um jovem que quer Hermione como namorada, e não é Ron. Tampouco Harry. Songfict, longo oneshot.

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Canção utilizada: Como una estrella – de Victor Manuelle.

***


Clima chuvoso, água gelada caindo sobre o campo e as arquibancadas do campo de quadribol. A brisa, posto que não podia bagunçar nenhum cabelo, jogava com os corpos dos ensopados assistentes, congelando-os até os ossos, mas não a alma.

Não a dela.

A via gritar entre a multidão, seus olhos castanhos pareciam não perder um só segundo da partida. Saltava, se agitava, gritava. Ninguém poderia dizer com certeza se o que recorria suas bochechas era suor ou água.

E o melhor de tudo, ela não era uma pessoa comum entre os demais, ela nem sequer se assemelhava a quem a rodeava.

Estoy enamorado y lleno de ella
Cada noche solo sueño con ella
Me despierto y sigo pensando en ella


Se escutava um grande coro, a todo pulmão, que expressava o apoio da casa aos leões, menos o de sua boca (seguramente comentando para si mesma a partida), cujos brancos dentes as vezes aprisionavam o lábio inferior, em sinal de concentração total à partida.

Quanto ele daria por aprisionar suavemente entre seus dentes esse doce e tentador lábio.

Sorriu ao ver que ela pousou seu olhar sobre ele. Este era o momento de sua glória, ao diabo que a Sonserina anote outro ponto por culpa do patético goleiro Weasley. Só por vê-la, só por seus olhos castanhos nele, essa era sua maior recompensa.

Claro está, que esta não é a forma de pensar de todos.

-Ou se concentra na partida e está atento nos balaços, ou imediatamente tiro você da equipe – escutou a voz do irritado capitão do time a suas costas.

Cormac McLaggen, um dos batedores da equipe da Grifinória, cravou seu olhar no jovem capitão, tratando de que esses dois orbes esmeraldas não o intimidassem, querendo ressaltar que era muito mais alto que o famoso garoto-que-sobreviveu.

O novo batedor da Grifinória apertava os dentes, os punhos e o bastão que levava. Desde que Potter havia se tornado capitão da equipe, as coisas resultaram muito mais tensas que nunca. Cormac estava seguro de que não havia ninguém no mundo mais obcecado com o quadribol que este garoto-que-sobreviveu-para-aborrecer-a-existência.

Claro está, aparte de Hermione Granger, a quem nunca viu perder alguma partida de quadribol. Depois de tudo o desporte tem suas vantagens, mas nada como ver na primeira fila a jovem encantadora, amável, decidida, entusiasmada e sobre tudo muito bonita, de uma forma mais recatada, não exibicionista como a namoradeira Cho Chang, ou outras que parecem seguir seu passo.

Ou talvez seja que não era o desporte o que atraia a Hermione Granger, sim ver a homens jogando Quadribol.

Ante esta conclusão Cormac sorriu altivamente, e fez um silencioso gesto ao capitão, lhe dando a entender que ia prestar atenção à partida, mas isto era uma mentira declarada. Ninguém, com um pouco de cérebro funcionando, poderia pôr seus cinco sentidos a um ridículo jogo quando está na primeira fila essa jovem preciosa que altera todos os sentidos com seu sorriso de propaganda de creme dental.

O ano passado Cormac escutou uns comentários que o haviam incentivado a participar agora na equipe de quadribol da grifinória. As companheiras de quartos de Hermione comentavam, que parecia que a ela lhe atraiam os jogadores do esporte mágico, não em vão havia prestado interesse a Viktor Krum, o búlgaro que veio para o Torneio Tri-bruxo.

Ao ir-se Krum, também se cortou a comunicação entre os dois magos, para vantagem de McLaggen (Quem poderia ser sequer considerado rival do famoso apanhador búlgaro?).

E Parvati Patil suspeitava abertamente do interesse atual de Hermione pela aquisição à equipe de quadribol do ano passado, integrante de melena ruiva e de apelido Weasley, (Não Ginny, como se horrorizou McLaggen a primeira vez ao imaginá-lo) e quem estava atualmente cobrindo o gol.

É típico...’ rezava a teoria de Parvati dizendo ela a Lilá Brown enquanto folheava edições anteriores de Seminário das bruxas procurando passar o tempo antes da próxima aula de Adivinhação, ‘...do ódio ao amor em um só passo. Só é ver como eles brigam.

Efetivamente McLaggen havia passado esse ano vigiando (ainda mais) cada um dos movimentos de Hermione, em especial os roces (ou discussões) que tinha com Ron, que se supõe é um de seus melhores amigos.

Resultou ser verdade tudo quanto disse Partavi. Os dois magos discutiam cada dois por três até por simplicidades como a vez em que Ron criticou Hermione por pôr marmelada na torrada de pão que ela comia, em vez de manteiga, como em tempos anteriores.

E esse simples feito serviu para que começasse uma discussão com a que Hermione iniciou aclarando que ela havia mudado de opinião, e isso a ele não deve lhe importar, então saíram flutuando palavras como insensível, mente fechada, troglodita, devoradora de livros, rata de biblioteca, glutão voraz... Até que Potter se fartou dessa discussão sem fundamentos e os mandou calar.

De um tempo para cá tem sido assim, Potter sempre calando-os quando as discussões saem do controle.

Como naquela ocasião em que seguia Hermione a qual ia junto a Ron e Harry (como sempre) enquanto ela falava sobre Snape e suas injustiças.

-Eu acreditava que este ano se comportaria um pouco melhor – e depois Cormac não pôde seguir escutando Hermione, porque parecia que ela olhava bem ao seu redor sobre quem estivesse escutando.

Cormac se escondeu bem entre os caldeirões de comida, observando os seis assentos vazios a ambos os lados do trio de amigos. Nem trinta segundos e Ron e Hermione pareciam olvidar que estavam segredando algo, porque de pronto começaram a elevar a voz.

-... deve ter provas de sobra, ainda que não comparta contigo, Ron – lhe espetou Hermione.

-Querem parar de uma vez? – disse Harry com fastio ao ver que Ron abria a boca para replicar.


Ao menos de algo servia, acreditou McLaggen apesar de que não lhe agradou nem um pouco que Potter houvesse sido igual de tosco com Hermione como foi com Ron, pois ela merecia um trato mais delicado e sublime.

Voltando ao núcleo do assunto, se o que dizia Parvati e Lilá era certo (e tinha de ser, posto que ambas conviviam com Hermione) então a jovem de cabelos castanhos e ondulados estava interessada no ruivo sardento e alto.

E se Hermione gostava de jogadores de quadribol então Cormac McLaggen se converteria em um, para que ela apenas desviasse um pouco sua atenção até ele, porque já era demasiado que durante três agonizantes anos a jovem nem sequer havia se precatado de sua presença por culpa do babar não declarado por Weasley, aumentando abruptamente desde que esse ruivo afortunado se tornou jogador da equipe da Grifinória, (ainda que um não tão bom que digamos, acreditava McLaggen, seguramente que por ser Potter o capitão, devia dar alguma vantagem a Ron), assim que Cormac, com melhores habilidades desportivas, tem mais possibilidade de sair com Hermione que o mesmo Ronald Weasley.

O jovem, sorrindo ante as recordações que o levaram a situação atual, tomou o bastão e golpeou com força o balaço que se aproximava, arrancando gritos de emoção ao enviá-la muito longe do campo.

Cormac sentiu que Harry Potter o olhava, não com satisfação, sim como lhe dizendo é seu trabalho pelo bem da equipe. Não importava a McLaggen a atitude do capitão, só queria ver a expressão de radiante felicidade de Hermione, (se voltou então a ela) e vamos que estava com um precioso sorriso e, como sempre, com esse estranho tic de morder o lábio inferior. Que gosto teria seus lábios?

A partida finalizou quarenta e cinco minutos depois, com um ligeiro marcador de vantagem (sim, claro, o pomo e seus cento e cinqüenta pontos, mas a participação dos batedores conta, e mais ainda a de McLaggen, que ele sozinho não faz sentir a ausência dos gêmeos Weasley).

Os jogadores da equipe da grifinória estavam tratando de tirar seus fanáticos dos vestiários, para mudar as ensopadas roupas.

-O lograstes!

McLaggen dava seu braço direito para que essas palavras houvessem sido dirigidas a ele, e inclusive entregava sua cabeça pelo abraço incluído.

Mas não, Hermione agora estava entre os braços do ruivo Weasley, ainda que para satisfação do apaixonado jovem Cormac este abraço foi breve, sendo o seguinte objetivo de Hermione o capitão da equipe, Harry Potter.

As vantagens de ser o capitão da equipe.

McLaggen começava a se perguntar se acaso receberia esse tipo de afeto se tirava o posto de goleiro de Weasley, ou mais ainda, a capitania de Potter.

-Malfoy estava emanando chispas pelos olhos, inclusive da raiva balbuciou antes de me dizer algo ofensivo – declarou Hermione passando uma mão pelo rosto ainda gotejando de água.

-Que nem acredite que vou deixá-lo ganhar – replicou Harry com satisfação ainda que se notava o incomodo pelo abraço de Hermione, quem pareceu precatar-se disto e começou lentamente a se separar dele.

<> pensou McLaggen com ironia. <>

E já cansado estava de ser um simples espectador a mais da vida da mulher de seus sonhos, assim que novamente começou a aproximar-se de Hermione, disposto a lhe arrancar um olá (com um pouco de sorte até um encontro obteria).

-Já, já – Ron tomou os ombros de Hermione e começava a empurrá-la para fora do vestiário da equipe. – Outro dia terá para suas perversões, mas não agora, assim que saia daqui que temos de trocar de roupa.

Hermione se soltou e lhe mostrou a língua em resposta.

-Também irei tomar banho, estou congelada.

E esta declaração não foi a ideal pela qual McLaggen começara a divagar em pensamentos puros sobre a jovem sob o chuveiro.

-Nos vemos no salão comunal – lhe comentou Ron.

-Não, estarei na biblioteca – replicou Hermione, ignorando o mordaz <> que Ron lhe soltou. – Tenho de terminar a redação sobre a rebelião dos trolls do século IX quando se intrometeram na guerra que tinham os duendes contras os centauros e não acataram as ordens de seus custódios quem...

-Agora não, Hermione – Ron disse entediado. – Quando fizer a tarefa, escutarei tudo o que quiser.

-Nem ainda assim o fará – Hermione rolou os olhos, cruzando o braço e lhe advertindo antes de sair. – Esta vez não lhe ajudarei com a tarefa!

Ron olhou angustiado a seu melhor amigo, ignorando, claro está, a McLaggen, como se ele não existisse.

-Agora sim parecia falar sério – disse aterrado o ruivo.

Harry começou a dizer algumas coisas, que McLaggen não prestou mínima atenção, pois novamente havia escapado de suas mãos a oportunidade de cruzar diálogo algum com Hermione Granger, a garota da qual está interessado desde o terceiro ano.

Pero está tan lejos como una estrella
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Já na calma depois do triunfo no quadribol, e depois de uma boa ducha, Cormac decidiu se adiantar a Ron e procurar Hermione na biblioteca.

Uma vez dentro começou a recorrê-la com seu olhar, mas existiam tantas alunas com a cabeça cravada nos livros que Cormac teve que verificar duas até três vezes antes de pousar seu olhar em outra jovem.

Viu Lilá e Parvati ao outro lado da biblioteca, lendo outra revista de garotas enquanto murmuravam baixinho um montão de coisas e Cormac se sentiu tentado a parar detrás delas para ver se lograva obter mais informação útil para seus propósitos. Inconsciente e silenciosamente lhes agradeceu pela informação proporcionada ainda que elas jamais se interaram.

Yo daría hasta la vida por ella
Por una mirada sólo de ella
Por un solo beso, sólo de ella
Pero está tan lejos como una estrella


E então foi quando descobriu Hermione, posto que ninguém mais em toda Hogwarts se aplicaria dessa parede de livros grandes e grosso (os preferidos dela) com títulos longos e em alguns casos com palavras complicadas de pronunciar.

Como a amava!

Cormac deu dois passos até a frente quando sentiu que alguém o empurrava toscamente com uma mochila de segunda mão, e como sempre era de sua atitude, nem se deu conta de que havia sido tosco pela milionésima vez em sua existência. O jovem McLaggen apertou os punhos e nem sequer teve um pouco de raiva para lançá-la a Harry (quem passou a seu lado momentos depois) porque toda já havia levado Weasley com seu empurrão.

-Aqui está, te disse, Harry – Ron apoiou seus braços numa das pilhas de livros na qual a jovem Granger havia se prendido – Hermione para as escondidas você é muito previsível.

-Faça silêncio - lhe recriminou Hermione em quase um sussurro.

¿Por qué me enamoré de quien nunca jamás podrá fijarse en mí?
¿Por qué este desamor me habrá tocado a mí?


Ron pôs a um lado uma pilha de livros, como desejando que um pouco de ar circulasse pelo lugar que ela havia escolhido para estudar, e (para males de McLaggen) se sentou ao lado dela abrindo a mochila e extraindo alguns pergaminhos.

-Agora sim, me conte esse desleixo de não sei quem.

Ela rolou os olhos. Harry se sentou ao outro extremo de Ron e também se dispôs a tirar uns pergaminhos e tinta.

Hermione tomou um livro (como se já o tivesse preparado) e deu a Ron, movendo os lábios em duas palavras que não admitiam discussões de nenhum tipo.

Leia-o

Ron começou a discutir de silenciosa forma, Hermione gesticulava lhe levando a contrária, negava com a cabeça e com as mãos, inclusive quando Ron juntou as suas em sinal de súplica parecia lhe pedir que lhe ajudasse com a tarefa.

Cormac estava mais que fascinado com a firme negativa de sua amada em não auxiliar a seu amorzinho, e podia contemplar esse cenário pelo resto de sua existência sem reclamar da vida nada em troca.

Y no puedo olvidarla, por más que lo intento, yo no puedo, no
Porque ella es para mí todo lo que yo anhelo


Hermione se voltou a Harry e lhe passou outro volume não menos grande. Harry passou uma mão pelo cabelo e com a outra tomou o livro, começando a folheá-lo. A mão que Harry tinha no cabelo voltou ao lado lateral de seu pescoço. Aprisionando-o como se desejasse tirar o estresse que tinha.

E então Harry descobriu um separador de páginas no livro que Hermione lhe havia passado. Harry olhou brevemente a Hermione quem dissimuladamente lhe fez sinal para que ficasse calado. Ron não lhes prestava atenção porque estava procurando entre as folhas para obter informação útil para sua tarefa.

McLaggen não pôde seguir estando de pé sem mais na biblioteca, assim que tomou um pesado livro e, sentando-se frente ao trio de amigos, vigiava cada um de seus movimentos.

Hermione escreveu algo num pergaminho e ao dissimulo o passou a Harry, quem leu a mensagem e quase ao instante começou a rabiscar o pergaminho. Logo ele o devolveu com um leve sorriso e assentiu com a cabeça, começando a ler as páginas que sua amiga havia deixado marcadas para ele.

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Cerca de duas horas depois os três jovens abandonavam a biblioteca para procurar algo que comer, e em seu apuro (para alívio dos nervos de McLaggen) Hermione deixou cair o pergaminho com o qual havia estado segredando com Harry.

¡Qué pena que ella no me quiera a mí!
Lo triste que es amar, amar así, sin que te quieran, sin que te quieran.


Uma sacudida lhe deu na boca do estomago quando decidiu ficar na biblioteca e não seguir atrás Hermione. Seus olhos haviam encontrado o pergaminho com a impecável letra de sua amada que levava uma longa frase fazendo contraste com a curta que Potter lhe havia dado como resposta.

<<É a única forma de que Ron estude um pouco, ainda não domina bem a história das sereias e dos lobisomens e como chegaram à Conferência de Criaturas Mágicas do Século Passado, e depois de amanhã temos uma prova sobre ele. Por seu lado, o vejo demasiado cansado (a capitania da equipe esgota você bastante, mas está feliz, é o que importa) assim que depois teremos que repassar, de acordo?>>

<>


Cormac fez uma careta de fastio ao se precatar de que Hermione estava tão pendente de Ron inclusive ainda que o ruivo não se desse conta. Ia rasgar o papel quando sentiu passos acercando-se e então soltou o pergaminho, correndo para se esconder entre as estantes cheios de livros.

Hermione havia voltado até seu posto, tomando seu livro de Hogwarts: Uma história que deixou na mesa.

Cormac sorriu, disposto a seguir seus impulsos de aproximar-se a sua garota amada, caminhando lentamente até ela no preciso instante em que Hermione se pôs de cócoras para tomar um pedaço de pergaminho do piso, lendo seu conteúdo.

Hermione abafou um gritinho de surpresa e de imediato o pôs no meio de seu livro de história de Hogwarts justo no preciso instante em que Ron aparecia na entrada da biblioteca.

-Em verdade, Hermione – Ron negou com a cabeça em sinal de resignação total. – nunca conheci uma garota tão obcecada por esse livro como você.

Hermione fez um gesto ridículo com a boca e seguiu seu caminho até a saída. Cormac ficou de pé a uns dez passo atrás dela e só reparou na ausência da garota quando sentiu dois olhos querendo fulminá-lo com o olhar.

Era Ronald Weasley, seu inimigo número 1.

Cormac sorriu um tanto sádico. Havia se dado conta Weasley que ele também estava interessado em Granger? Pois se é assim será melhor que se apresse em ganhá-la, porque agora Cormac não ia lhe dar nenhuma trégua mais. Já estava farto desse joguinho de que interrompam seus intentos de aproximação a Hermione.

Ron saiu sem dizer palavra alguma e tomou o mesmo rumo que anteriormente havia tomado Hermione.
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Yo daría hasta la vida por ella
Por una mirada sólo de ella
Por un solo beso, sólo de ella
Pero está tan lejos como una estrella


Poções e seu bendito professor.

A aula transcorria com toda a normalidade possível. Malfoy amofinou, Snape fez ouvidos surdos, Potter se enfadou e reclamou, e agora havia restado à casa da grifinória 10 pontos a menos, em menos de cinco minutos de começada a aula.

Efetivamente tudo normal.

A Cormac os pontos e os Sonserinos lhe importavam muito menos que a metade de um grão de cominho. O que ele desejava nesse instante era que Snape lhes ensinasse a poção perfeita para que a garota de seus sonhos apenas levantasse o olhar até ele, ainda que fosse por um simples e bendito segundo.

Mas Hermione agora estava envolta em suas paixões: Os estudos e sobressair como melhor aluna em cada aula.

E Cormac admitia interiormente que Hermione, ainda com o cenho franzido, era encantadora e preciosa. Ou quiçá Cormac a via esplendida porque era mais que óbvio que ela tinha essa expressão no rosto por causa de seu amorzinho Weasley.

Porque o ruivo há pouco que andava com essa cara de poucos amigos (seguro que ainda enfadado por causa de Cormac na biblioteca detrás de Hermione) e afogando suas magoas com seu melhor amigo quem mantinha o olhar cravado no livro de poções.

Hermione não ouvia perfeitamente o que seus dois amigos conversavam, de fato ninguém podia ouvir mais que murmúrios mal dissimulados. Ron ia ganhar uma reprimenda a qualquer instante, com o ouvido super biônico de Snape (em especial quando se tratam de ruivos Weasley, o segundo sobrenome detestado do professor) por isso Hermione fazia sinais para que Ron se calasse, então como ele não lhe dava caso, ela se irritou.

-Algo que contar a classe? – Snape estava com um sorriso torcido de satisfação ao fazer a pergunta ao ruivo Weasley. No mínimo serão vinte pontos menos para a casa dos leões. Era óbvio que Snape adorava suas classes de Poções com Grifinória.

-Acaso agora é sismógrafo ambulante?

Cormac observou a estupefação no rosto de Hermione, comparada com a de Snape e a da maioria dos estudantes.

É que simples e sinceramente, depois de seis anos de castigos, Harry Potter não aprende.

-Castigado, Potter – disse claramente Snape apenas pôde recuperar a compostura. – Por intrometer-se no que não lhe importa.

-Se mete com meu melhor amigo e sim me importa – seguiu falando Harry apertando os punhos e cerrando de golpe o livro que tinha.

-São Potter, defensor dos pobretões e das sangue-ruins - Malfoy falou entre dentes, perfeitamente, e a maioria dos alunos sonserinos riram a gargalhada limpa como sempre que o loiro abria a boca para soltar um cruel comentário.

¿Por qué me enamoré de quien nunca jamás podrá fijarse en mí?
¿Por qué este desamor me habrá tocado a mí?


E entre essas risadas saíram flutuando a reclamação do ruivo (‘Feche essa trompa imunda, Malfoy’), a reclamação de Potter o qual não se entendeu pela reclamação de Weasley e porque Hermione o puxou até o assento, e o reclamo dele, do próprio Cormac McLaggen.

Ainda que o único que se deu conta de que outro mais reclamou em defesa da castanha foi Ronald Weasley, Cormac cruzou os braços, desafiante ao ruivo, lhe declarando desde já de maneira aberta a guerra pelo coração de Hermione Granger.
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Cormac se encontrava próximo, de braços cruzados e encostado à parede, com os dedos tamborilando em um braço e os olhos cravados em Ronald Weasley, numa silenciosa batalha de olhares fulminantes que nenhum queria ceder.

A seu lado, caminhando de um lado a outro, notavelmente inquieta, estava a jovem Granger, consultando seu relógio e olhando a entrada da masmorra de Snape. Mordia o lábio inferior quando não reclamava baixinho a Weasley por não ter lhe ajudado a controlar Harry.

Ela ia começar a décima quarta ronda de recriminações quando Potter finalmente saiu das masmorras, acomodando ao ombro a mochila e com uma cara de poucos amigos.

Bem, já que ao fim havia saído Potter de sua conversa com Snape agora sim Ronald Weasley não teria motivos para reter a garota a seu lado. Cormac iria até o trio e afastaria Hermione dessas negativas influências.

Mas se deteve ao ver que ela abria os braços e aprisionou entre eles seus dois melhores amigos, formando um abraço grupal.

-São um par de idiotas – lhes recriminava ocultando o rosto entre a túnica de Harry quem estava notavelmente confuso com a atitude de sua amiga. Ron atinou a lhe dar uns golpezinhos nas costas sem despregar a furiosa mirada de Cormac.

McLaggen interpretou que Weasley com esse gesto lhe dizia ‘Ela é minha, nem se aproxime

Mas a palavras final teria Hermione, quando ela se inteirasse de que tem uma melhor possibilidade amorosa que Ronald Weasley.

-Tontos de verdade – seguiu dizendo Hermione completamente alterada e desabafando. – Não façam caso... Não quero que sigam se metendo em problemas com o professor Snape ou com qualquer um por minha culpa.

Par de imbecis’ haveria agregado Cormac se a ocasião o permitisse. Par de afortunados que tem a disposição a oportunidade de acalmar os nervos da garota e nenhum dos dois sabe fazer de forma correta.

Y no puedo olvidarla, por más que lo intento, yo no puedo, no
Porque ella es para mí todo lo que yo anhelo


Hermione suspirou notavelmente mais calma enquanto ajeitava o cabelo em um coque, um tanto sufocada pelo calor da tarde.

-Então? – indagou ela com um pequeno sorriso enquanto soltava seus amigos e juntos recomeçavam o caminho até o Salão comunal da grifinória. – O que ocorreu com o professor Snape?

-Que me transformou no masoquista por causa de Umbridge e que me encantou pegar a caneta chupasangue para ele começar a me aplicá-la.

-Solução de tentáculos Murtlap - disse Hermione para estranheza de Cormac que não tinha a remota idéia do que ela se referia.

-Não – disse Harry com uma ponta de amargura. – Tenho que ficar depois das aulas para limpar os caldeirões sem magia e...

-Um momento – replicou Ron, interrompendo a Harry. – esse mal nascido sabia o que Umbridge estava fazendo contigo e não se dignou em fazer nada?

-É horrível – comentou Hermione mordendo o lábio inferior.

-Espera, espera. Está de acordo comigo? – Ron exclamou assobrado com a sombra de uma risada em seu sardento rosto.

Hermione rodou os olhos em resposta. Harry negou com a cabeça e acelerou o passo, seguramente querendo evitar escutar seus dois melhores amigos começarem um pleito sem fim.

¡Qué pena que ella no me quiera a mí!
Lo triste que es amar, amar así, sin que te quieran, sin que te quieran.


-Cho Chang – exclamou o ruivo Weasley repentinamente, fazendo que tanto Harry como Hermione se voltassem. A jovem de melena negra e traços orientais lhe estava seguindo desde certo tempo. – Seguro que quer falar contigo, Harry. Talvez sobre a partida de amanhã.

O dia de amanhã as equipes da grifinória e corvinal se enfrentariam em uma partida de quadribol, e Cho Chang era a apanhadora da corvinal, além do mais foi a namorada de Potter no ano passado.

-Quero falar contigo, Harry - disse ela com voz tremente.

Harry fitou a seus dois amigos, como buscando neles uma opinião que lhe ajudasse a decidir se atender ou não a sua ex.

Hermione, inexpressiva, dava a entender que a decisão era de Potter, enquanto que Weasley nem sequer lhe prestava atenção a situação, pois ele se havia dado conta da presença de Cormac McLaggen.

-Quando se desocupar nos encontramos já sabe onde – disse Ron tomando o braço de Hermione e dirigindo-se aceleradamente por um dos corredores do colégio.

-Bem, diga – Cormac escutou Harry falar ao passar cerca deles, pois não estava disposto a perder Hermione de vista por culpa do possessivo que era Weasley.

-Queria saber se acaso você e eu poderíamos...

Cormac caminhou aceleradamente entre os corredores, se encontrou com um grupinho de alunos do primeiro ano da corvinal praticando movimentos de varinhas e a outro pequeno grupinho de lufa-lufas analisando umas planas com a ajuda de Neville Longbottom, um dos companheiros de quarto do ruivo Weasley.

Mas não existia rastros de Hermione Granger ou do idiota ciumento Weasley.

McLaggen apertou os punhos, imaginando por um instante que entre suas mãos tinha o pescoço de Weasley e lhe obrigava a dizer onde havia ocultado sua donzela.
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O mal para Ronald Weasley era que não podia ocultar Hermione por toda vida. Ao dia seguinte McLaggen já sabia onde ia encontrar sua querida Hermione, em especial quando se trata de quadribol.

Hermione estava na primeira fila na tribuna da equipe da grifinória.

¡Qué pena que ella no me quiera a mí!
Lo triste que es amar, amar así, sin que te quieran, sin que te quieran.
Sin que te quieran


O dia estava nublado, parecia que a qualquer instante desabaria uma dessas chuvas que fariam recordar ao dilúvio.

O grito do público eram duas vocês, Corvinal versos Grifinória. Os antigos namorados enfrentando-se numa partida.

McLaggen não prestou importância a vida amorosa de Potter, o que lhe interessava agora era ver e admirar a apaixonada espectadora de quadribol (de quem desejava que logo acabaria esse amor-ódio que tinha por Ron).

-Vamos, Harry! Você pode!

McLaggen franziu as sobrancelhas em sinal de total intriga ante uma sensação rara na boca do estomago. Encolheu os ombros tratando de não dar importância. Seguro que agora Hermione começará a vociferar os nomes de todos os jogadores. Claro que será uma patada no estomago quando mencionar encantada da vida a Ron, mas quando escutar seu nome nos lábios de sua amada...

E o melhor será escutá-lo de perto, muito perto. Por isso que Cormac se aproximou até a jovenzinha, mas uma rajada lhe deteve.

-Harry! Harry! – reclamou exasperada Cho Chang, fazendo um rabo no cabelo, deixando umas graciosas mechas azeviches ao longo de seu rosto. – Porque demônios não o soltas de uma vez?

Hermione sorriu satisfatoriamente.

-Apoio ao melhor – declarou com firmeza.

-Diga-me a verdade, Granger. Está apaixonada por ele, não? – os lábios de Cho tremiam e sua respiração era agitada. – Por que se intrometeu em nossa relação?

Hermione abriu os olhos da impressão, ainda que de imediato recuperou a compostura, e atinou a soltou um débil sorriso.

-Minha vida pessoal não é da sua incumbência – declarou com firmeza e em tom quase cortante – Além do mais, jamais me interpus entre Harry e você. E mais, os deixo a sós.

-Harry é ingênuo nesses aspectos – disse Cho com o lábio inferior tremendo da raiva que continha. – Você o convidou no dia de nosso encontro, no dia dos namorados, para estropiar tudo.

-Não! Foi por um motivo de força maior...

-E me importuna que só a passou falando de você, da boa conselheira que é, que contigo pode falar certas coisas – Cho soluçou um pouco. – Do fantásticas que são suas idéias.

-Isso é porque somos amigos, não tem...

-Ao diabo com esse conto! – respondeu Cho irritada. – Tratei de voltar com Harry e nem sequer a hora me quer dar. E você passa pregada todo o tempo a ele.

Hermione não respondeu a Cho, e mais, nem sequer teve tempo para isso. Harry se acercou a elas em sua vassoura e se colocou em uma posição que parecia ver que defendia com seu corpo a Hermione de um dragão irritado.

-Não podemos começar a partida sem que esteja presente – declarou Harry com firmeza.

Cho agitou seu rabo de cavalo e, fulminando com o olhar Hermione, se foi a colocar em seu lugar para iniciar o embate.

-Algum problema? – Harry se aproximou tanto de Hermione, que inclusive McLaggen acreditou que ia beijá-la.

Hermione lhe disse algumas palavras em voz baixa, Harry como resposta passou nervosamente a mão por seu queixo, deslizando pelo rosto e acomodando uma mecha castanha, em todo esse gesto apenas lhe sorriu.

Quiçá temeroso de haver sido um tanto óbvio, Harry lhe deu as costas, sem sequer dizer uma palavra a Hermione.

-Ganhe! – lhe gritou Hermione sorridente, reagindo quase ao instante. Ela não lhe viu sorrir genuinamente como o viu Cormac. Harry moveu a mão direita, lhe dando a entender que a havia escutado.

E as peças do quebra-cabeça começaram a cair, para Cormac. Uma a uma e em conjunto ia adquirindo uma forma consistente, cada vez de maneira mais dolorosa conforme repassava em sua mente certos momentos.

-Rata de biblioteca – soltou Ron.

-Troglodita – lhe contradisse Hermione.

-Já deixem de discutir, caramba! – reclamava Harry irritado. Hermione cruzou os braços e fez uma careta a Ron, para logo ocultar seu rosto no livro.


Ela havia deixado de discutir porque Harry havia pedido (não de uma boa maneira, mas o havia feito).

Sorriu ao ver que ela pousou seu olhar sobre ele, Cormac McLaggen.

-Ou se concentra na partida e está atento aos balaços, ou imediatamente lhe tiro da equipe – escutou a voz do irritado capitão da equipo as suas costas.


Hermione não havia estado o vendo, senão a Harry, o maldito Harry Potter.

-O lograstes! – Hermione abraçou amistosamente a Ron, mas de imediato rompeu o abraço e se voltou até Harry...

...E se demorou muito mais em soltá-lo.


Era pretexto. Puro e simples pretexto para se lançar a seus braços. Todo o enigma se resolveu uma forma dolorosamente brutal.

Nem dois minutos depois McLaggen golpeou com todas suas forças o balaço e o lançou contra o capitão de sua própria equipe quem nesse instante lhe dava as costas.

-Cormac McLaggem o quero em meu escritório – declarou energicamente a voz de Minerva McGonagalll e não foi necessário nem um megafone nem um feitiço que aumente sua voz para escutá-la.

Un dolor tan profundo que siento en mi corazón porque me enamoré de quien nunca me da amor.

A partida teve que seguir como deu lugar, a posição de Harry a ocupou Ginny e o comando o tomou Ron quem já lançava milhões de insultos a McLaggen. E se não fosse porque o necessitavam para complementar os sete jogadores, o rapaz teria sido expulso ainda que a professora McGonagall lhe houvesse dito que depois da partida fosse a ver em seu escritório e certamente lhe recriminará quanto a sua baixa (e aparentemente inexplicável) atitude.

Mas o castigo, o verdadeiro castigo, veio para McLaggen quando comprovou que Hermione se afastava da multidão para seguir madame Pomfrey que fazia levitar em uma maca invisível o corpo de Harry, cujo rastro de sangue ia deixando regado todo o campo de quadribol.

Ela ficava por Harry, por ninguém mais que Harry Potter. Se Harry não estava jogando, então o quadribol não tem razão de ser para Hermione.

Bem dizem que os ciúmes são os piores companheiros da raiva desmedida. A estupidez que comentem as pessoas é por se deixar manipular por essa emoção tão destrutiva.

Y es por eso que estoy perdido en la soledad, como una estrella en el cielo que nunca puedo alcanzar.

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Caminhava um tanto pressuroso, não lhe importava o castigo de McGonagall, não lhe importava o resultado da partida de quadribol, só queria ir a procura de Hermione, lhe falar, lhe explicar seus motivos, que lhe desculpasse seu momento de irracionalidade, que lhe presenteie a oportunidade de lhe demonstrar a boa pessoa que ele podia ser (e se acaso não o é, como ela podia mudá-lo).

Cormac já havia passado três anos atrás dos passos de Hermione, e com as recentes descobertas não era difícil saber onde estava ela.

Aceleradamente encurtava o espaço entre ele e a enfermaria do colégio. Parou em seco ao ver claramente a sombra da cama, a de Potter deitado e a dela recostada sobre ele, e mais que nada a sombra de seus rostos próximos.

Demasiadamente próximos.

Cormac apertou os punhos em sinal de irritação. Ela nem sequer o havia dado uma oportunidade e o cretino do Potter aproveitava sua situação para beijá-la sem medida.

Como um dragão atacando de improviso, Cormac ingressou a habitação, e o que seus olhos captaram foi um milhão de vezes pior que se lhe houvessem tirado os intestinos à moda antiga.

Hermione soluçava, deixando que as lágrimas caíssem livremente por seu rosto, abraçando-se ao pescoço de Potter, quem seguia inconsciente.

E esta foi a primeira vez que ela reparou na sua presença. Sem Ronald Weasley ou quem fosse que evitasse o encontro.

A jovem se levantou até ele, com os olhos ainda brilhantes, mas injetados em raiva. Qualquer um com três miligramas de cérebro, com aura mágico ou sem ela, poderia perceber que se encontrava em graves problemas.

-Em que demônios estava pensando? – indagou Hermione furiosa, com o rosto enrijecido, porém de coragem, quase se abalançando contra o jovem, quem atinou retroceder seus passos. Sem palavras ela havia logrado tirá-lo da habitação.

-Não entende – replicou Cormac com um nó no estomago. Milhares de vezes imaginava o primeiro intercambio de palavras que teria com ela, mas jamais havia desejado que fosse desta forma.

-Não, não o entendo. Não entendo esse estúpido quadribol – Cormac fechou os olhos dolorosamente, comprovando outra vez (como se acaso lhe houvesse restado dúvidas) o porquê dela estar presente em cada jogo. – Se supõe que estava no mesmo time de Harry. O que passou então? Por que o atacou assim, tão covardemente? Que mau Harry te fez?

Ela inalava e exalava grandes quantidades de ar entre cada frase, furiosamente passou as mãos pelo rosto empapado de lágrimas. E ao não receber resposta alguma se voltou até a enfermaria feito um furacão, ameaçando-o, quem sabe de silenciosa maneira, para que nem lhe ocorresse por um pé no local.

Cormac decidiu ir tomar uma ducha. Se sentia mareado e essa horrível dor na boca do estomago não desaparecia.

Quiçá devia esperar que Hermione se acalmasse um pouco, logo lhe confessaria tudo, com luxos e detalhes, e provavelmente sua cota de oportunidade não esteja de todo perdida.

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Horas depois, o jovem voltou seus passos até a enfermaria. Era início da noite, mas isto não importou a Cormac. Queria falar com Hermione o antes possível,

Tinha de falar com ela!

Estando a ponto de entrar na enfermaria, se deteve ao escutar a voz de Harry (ao parecer já havia despertado, então Hermione estará mais tranqüila) falando pausada e entrecortadamente com alguém.

En silencio te he querido, y en silencio te perdí.

-... E eu... queria...

-Está cansado, melhor amanhã conversarmos, você deve dormir

-Não, Hermione, por favor... devo lhe dizer... necessito dizer

A verdade era que Cormac preferia um milhão de vezes que Hermione estivesse interessada em Ron, que a realidade lhe houvesse esbofeteado desta forma tão dura.

Porque o que Hermione havia levado com Ron, agora que o analisava, era infantil e sem sentido, e que com o correr do tempo ou amadureciam ou terminavam de má maneira. A diferença do que Hermione parecia levar com Harry, que é um algo tão inexplicável assim como gigantesco.

Um algo que não tem a mais remota idéia de como começou e o qual simplesmente não vê um fim.

Agora Cormac compreendia o terror de Cho Chang.

En silencio tú has perdido el cariño que yo te ofrecí

O que McLaggen havia interpretado como mal-estar – repulsão verdadeiramente era medo. Um medo muito diferente a esse típico do ódio ao amor... Um pânico que delatava que Harry não detestava Hermione, senão todo o contrário, e o temor dele era perdê-la.

Harry temia estragar sua amizade com Hermione. O declarava abertamente sua voz rouca e quase irreconhecível com seu <<Não sabe o muito que significa para mim e não quero que nada altere nossa amizade>> que certamente agitava a alma de Hermione e a fazia dançar de felicidade, mas para McLaggen se cravava uma adaga no mais profundo de seu coração.

Pois o pior de tudo é que Hermione correspondia aos sentimentos de Harry.

McLaggen não compreendia. Como falharam suas suposições desta maneira tão idiota? Uma parte de seu subconsciente o havia estado gritando, mas ele a ignorou extraordinariamente. As provas estavam mais claras que a água e era de tolo que não queria vê-las.

Hermione não estava interessada em ver as partidas de quadribol, e sim em ver como Harry jogava.

A ela não lhe interessavam os jogadores de quadribol, senão Harry quem além disso jogava quadribol.

Krum foi participante do Torneio Tri-bruxo (mal chamado assim), mas Hermione sempre esteve apoiando a Harry.

Lilá e Parvati não se equivocaram de todo. O coração de Hermione já tinha dono, mas se equivocaram ao girar a roleta da sorte.

Hermione uma vez criou um clube de Defesa Contra as Artes das Trevas e nomeou a Harry como líder e tutor do mesmo. A garota inteligente a quem lhe importavam seus estudos, querendo receber aulas de Harry.

Seus abraços prolongados em Harry, seu constante debater por causas razoáveis, sua preocupação por ele.

Seu desvelo por ele na enfermaria, nesta e em ocasiões anteriores.

<> escutava a voz de Harry inconsistente, enfrentando seus temores, demonstrando que a valentia não só era para encarar injustiças estudantis ou magos tenebrosos que querem assassinar. <>

E algo dentro de Cormac lhe avisou que não devia espiar, que era melhor não seguir cravando-se o punhal e fazer a ferida maior. Mas parecia que McLaggen tinha um instinto masoquista, porque olhou.

Es triste amar con pasión y saber que lo has perdido, pero más duele querer y no ser correspondido.

Foi no preciso momento em que se viu forçado a ser testemunha muda e imóvel do encontro dos lábios de Potter com os de Hermione. Ele, Harry, descobrindo qual é o gosto dos lábios dela, tendo o gosto de mordiscar o lábio inferior, tal como o ela gosta de fazer.

E era óbvio que para Hermione lhe dava o mesmo que a nuca de Harry estivesse envolta em vendas que detêm uma hemorragia, igual era delicada sua maneira de pousar suas mãos ao redor do pescoço dele, lhe acariciando com doçura, querendo que ele sinta ao menos um pedaço da felicidade que ele a faz experimentar.

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Para muitos a vida segue sendo igual, para outros tudo adquire uma perspectiva nada agradável, e para os que sobram os segredos não existem.

Cormac McLaggen não compreendia os motivos pelos quais Harry O-maldito-afortunado-de-todos-os-tempos Potter ainda mantinha essa aparência de ser um grande amigo de Hermione Granger.

<<Se ela fosse minha namorada, gritaria aos quatro ventos>> pensou com amargura um dia que os viu junto a Ron Weasley sentados debaixo da sombra de uma árvore, rodeados de livros, pergaminhos e suco de abóbora.

Seus olhos (sem o desejar) captaram o instante em que Harry deslizava sua mão direita até encontra o dorso da de Hermione e a aprisionava firmemente, deslizando um polegar em movimentos circulares.

Hermione sorriu amplamente, sendo demasiado óbvia sua felicidade para o terceiro integrante do grupo. Ron se encostou seus cotovelos para ir um pouco adiante e descobrir as mãos de seus dois melhores amigos muito apegadas e fez um gesto cômico de querer vomitar.

A jovem, dissimuladamente se acercou mais de Harry e mostrou a língua a Ron, em claro sinal de que a amizade dela e do ruivo nunca mudaria.

Ron aparentemente disse algo, Harry esperou que Hermione contestasse e de imediato Potter os mandou calar.

Não, nada mudaria neste trio.

O ruivo se escondeu detrás de um livro, tentando (segundo ele) não presenciar e não sentir mais náuseas. Ainda que de imediato reparou a certa distancia a sua irmã com sua melhor amiga, ambas cerca de alguém mais.

Sem retraimento algum, Ron deixou a um lado o livro e se voltou até elas, formando um mini escândalo, que todos os estudantes presenciaram, ao descobrir que cerca das jovenzinhas se encontrava certo pedante louro da casa da Sonserina.

Harry e Hermione se afastaram ligeiramente e foram até a origem dos problemas.

Draco insultou verbalmente a Hermione e companhia. Harry lhe deu um golpe no rosto, saíram os dois gorilas que sempre acompanham ao jovem da casa das serpentes e entre ambos lhe atacaram, Ron se meteu na contenda, apareceu Snape, lhes retirou 10 pontos a casa da Grifinória por cada integrante envolvido no assunto, e de passo tirou dez pontos da Corvinal pela loira Lovegood.

Tudo como sempre.

Snape e seus pupilos se afastaram, deixando o quinteto com o sangue fervendo em raiva, ainda que para o conceito de Cormac McLaggen falta muito para que a ira verdadeira de Hermione Granger se desatasse.

E recordando a Hermione...

A jovem obteve sua varinha, a dirigiu ao rosto de Harry e de imediato reparou as lentes que Goyle havia quebrado em um dos tantos golpes que lhe deu. Também fez outro movimento de varinha para lhe tirar a inchação que começava a apresentar seu rosto e de entre sua túnica obteve um lenço para lhe limpar qualquer rastro de sangue.

Tudo isto ante as burlas de Ron, sinalizando os golpes que os guardiões de Malfoy lhe haviam alcançado a dar e que parecia que Hermione não se precatava.

Absolutamente nada fora do normal.

<<É que ela não se precata de nada quando Potter está envolvido>> pensou McLaggen enquanto dava meia volta.

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Yo daría hasta la vida por tan sólo una mirada
Y ella pasa por mi lado, no se da cuenta de nada


Cormac não pôde evitar o olhá-la. A escassos dois assentos diante dela, junto a Potter, como sempre.

-Cinco pontos menos para Grifinória – e isso de não ter transcorrido nem um minuto.

Hermione aprisionou a mão de Harry, por debaixo da mesa de madeira. E Harry abriu com a mão livre seu livro de Poções, concentrando-se (aparentemente) na leitura.

Snape passou frente a ele um par de vezes, como se procurasse exasperar a Harry ou como se procurasse ao redor dele o motivo pelo qual não abria a boca para lhe revidar.

Junto a eles se encontrava Ron, contando as gotas de sangue de dragão e separando-as em uma embalagem transparente.

Uma atitude nada normal no duo de os problemas me perseguem de Hogwarts.

-E agora o quê? – soltou Snape com seu sorriso tão torcido como seu nariz. – Granger começará a explodir os caldeirões e Longbottom realizará a poção perfeita da turma?

Neville, um tanto ruborizado, se escondeu um pouco entre as páginas de seu livro de Poções. Ron ocultou um pouco o ataque de riso que queria lhe passar.

E Hermione voltou seus olhos até Harry, lhe mostrando um semblante de nítido orgulho ao não ceder ante as provocações do professor Snape.

Logo, durante o almoço, Cormac caminhava com seu prato de comida, considerando ir ao outro extremo do trio de amigos, lamentavelmente alcançando a escutar umas palavras que não sairiam de sua mente durante algumas semanas.

-De haver apenas imaginado que me lançaria esses olhares, Hermione, faz muito que teria ignorado a Snape.

Ela sorriu ruborizando ante as palavras de Harry.

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Pero en la noche despierto y yo sigo pensando en ella
Aunque sé que está tan lejos como en el cielo una estrella


Seus olhos castanhos, sua expressão preocupada, seu sorriso de orgulho, seu olhar decidido, o brilho de felicidade em seu olhar.

<<De haver apenas imaginado que me lançaria esses olhares>>

Cormac se remexeu na cama, com as palavras de Potter lhe perfurando os pensamentos, enlaçadas perfeitamente com o rubor que lhe deu a Hermione.

<<... esses olhares>>

O jovem se cobriu dos pés à cabeça, e voltou a mudar de posição em sua cama em menos de dois minutos.

<< Eu mataria por esse olhar >> pensou McLaggen tentando conciliar o sono, sem poder consegui-lo.

Apenas conseguia fechar os olhos e voltava a atacá-los as imagens de Hermione abraçando a Potter, Hermione deslizando sua mão até segurar a de Potter, Hermione falando com Potter, Hermione beijando a Potter.

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Si tan sólo yo pudiera escapar de esta condena
De esta triste cobardía que a mí me mata de pena
Pena, pena, pena… pero que mata mi alma


-Podemos falar um instante?

McLaggen ficou em silêncio, sem dizer ao menos palavra alguma para passar despercebido, ainda que não foi tão necessário. Parecia que ninguém lhe tomava em conta, assim que seguiu concentrando-se em seguir armando o mini-estádio de quadribol que seu tio lhe havia enviado por coruja no dia anterior.

Harry olhou inconscientemente seu relógio. Cormac sabia perfeitamente que Hermione lhe esperava na biblioteca, depois de tudo ela era a única que pôde fazer que Potter pisasse naquele lugar tão chato para oitenta por cento dos estudantes de Hogwarts.

-Só será um instante – disse Cho um tanto exasperada. – Depois de tudo, Hermione sempre te espera, sempre te compreende, sempre a perfeita.

-Não sei o que pretende, mas não tenho tempo – replicou Harry com dureza. Incrivelmente existia alguém na escola de magia e feitiçaria capaz de tratar pior as garotas que Ron Weasley.

-Ok, Ok – Cho pediu trégua. – Não quero discutir contigo, senão Harry eu

Harry respirou profundamente e se acomodou mais a mochila. Cormac recordou quando Cho disse a Hermione que Potter era ingênuo em algumas coisas e agora McLaggen presenciava uma dessas ocasiões.

-O que sucede? – perguntou Harry menos agressivo.

-Eu te quero – soltou ela com certa brusquidão – Eu te necessito.

E os braços da jovem se envolveram ao redor do pescoço de Harry quem se sentiu aprisionado entre ela e a árvore, e o rosto de Cho se acercava sedutoramente ao dele.

McLaggen deixou a um lado o quebra-cabeça mágico e seus sentidos não prestaram atenção aos estudantes que caminhavam pelo gramado nem aos que gritavam nos arredores antes de ir ao campo de quadribol.

Harry pôs suas mãos nos ombros de Cho, a empurrando um pouco enquanto suas feições adquiriam esse semblante de estranheza como quando se encontrava ante as conversas de Luna sobre os unicórnios aquáticos e de colo azul (pelo que – se supõe – são invisíveis ao olho humano) ou qualquer tipo de animal estranho que O Pasquim findava descobrir.

E Hermione estava atrás de Cho.

E Harry havia visto a sua amiga.

A jovem corvinal pôs a um lado seu largo e belo cabelo negro, voltando-se até Hermione e silenciosamente desafiando-a com o olhar.

Cormac se sentiu tentado em duas fortes emoções: ir correndo até Hermione e lhe contar todo o ocorrido, ficando como o herói que salva a relação dos dois apaixonados jovens, ou esperar (desejar fervorosamente) que Hermione acreditasse que Harry a enganava e então a relação dos dois acabava.

Mas não foi necessário que ele fizesse algo.

Ya no podré confesarlo, no puedo vivir en calma

Hermione inspirou ar profundamente, e lhe devolveu o olhar a Cho, logo disse algo que soou a ‘Terminou?’

Cho deu dois passos até atrás por inércia. Ela não compreendia a atitude de Hermione, assim que atinou a lhe soltar um olhar de incredulidade.

-Harry e eu temos muitas coisas que fazer – seguiu dizendo Hermione sem se alterar, muito mais calma e inclusive com um pequeno sorriso.

-Que é o que? - Cho não pôde termina a pergunta, Hermione estendeu a mão para Harry, quem um tanto estranhado a tomou da mão e de imediato caminhou até ela.

Cho lhes deu as costas e começou a correr até o castelo de Hogwarts. Harry apenas a viu desaparecer quando se voltou até Hermione, interrogando-a com o olhar.

Hermione sorriu ao ver a perturbação em Harry, logo viu ao seu redor, quiçá assegurando-se que não existia ninguém os vendo (e novamente Hermione não reparava na presença de Cormac) e pondo-se de pontas dos pés lhe deu um fugaz beijo nos lábios.

Apenas ela separava seu rosto de Potter quanto ele a tomou e praticamente lhe obrigou a um beijo mais profundo. Hermione riu entre seus lábios e Harry deslizou um braço ao redor da cintura dela.

-Que conste que ainda não me explicou nada.

Hermione negou suavemente com a cabeça enquanto lhe sorria.

-Cho me disse que você é muito ingênuo com certas coisas - disse Hermione mordendo o lábio inferior e baixando um pouco a cabeça. – E ela tem razão. Ela procurava que eu me enfadasse contigo porque estava com ela e não comigo.

-Sim, me deu conta – disse Harry incomodo e fazendo uma careta de fastio.

Hermione posou um dedo nos lábios de Harry.

-Ela não te conhece tanto como eu – disse a jovem castanha com esse irritante tom de orgulho que tanto tirava Harry do sério quem negou com a cabeça, para logo encostar sua frente na dela.

-Acreditei por um momento temi te perder – admitiu Harry.

-Nem os comensais me afastaram de ti – disse Hermione abraçando-se a Harry. – Acredita que ela poderia?

Harry se pôs rígido, sem saber o que fazer por alguns segundos, logo encolheu os ombros e rodeou com seus braços os dela.

-Argh! Que asco! – disse ao longe Ron Weasley, fazendo um gesto de conter a vontade de vomitar, logo pôs uma séria expressão antes de censurá-los – A este passo todos os trouxas e magos se interarão que são um casal.

Hermione fitou a Harry e começou a afastar-se dele.

-Lamento tirá-los de sua redoma de felicidade – disse Ron sinceramente. Hermione, pela primeira vez nessas últimas semanas, lhe deu a ração de que ambos deviam se controlar.

Harry a segurou pelo rosto e voltou a beijá-la, logo a pegou pelas mãos e a encarou fixamente aos olhos.

-Te prometo, logo acabará e então – Hermione assentiu ante que Harry acabasse a frase, lhe rodeou a cintura com um braço, logo agarrou a Ron e o puxou pela mão enquanto caminham em conjunto até o castelo.

Claro está, sem precatar-se da presença de Cormac McLaggen.

Tan sólo si me brindarás un poquito de tu atención sanarías una herida, me darías una ilusión.
Pero no puedo tenerte y hoy sufre mi corazón.


<> suspirou um tanto resignado, outro tanto aborrecido <>

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O mago que estava na portaria d’O Profeta assegurava uma e outra vez que o tempo ia estar pleno de radiante sol nessa manhã de 19 de setembro de 2015, por isso alguns feiticeiros haviam se reunido com suas famílias no não faz muito inaugurado mini-estádio de quadribol.

Cormac McLaggen esteve a ponto de não crer ao mago do tempo, mas definitivamente o sol decidiu sair em meio dessa terrível chuva, logo de tantos aos Cormac voltou a ver o sol.

-E agora o que faremos? – exclamou indignada uma jovem de quinze anos de cabelos longos, ondulados e azeviche.

-Simples e simplesmente – respondeu o homem que a acompanhava e que tem mais de trinta anos – jogar quadribol.

-Com esta chuva? – perguntou a garota cravando seus olhos verdes no homem Del qual havia herdado essa tonalidade.

-Verdadeiramente, Jane, a esta idade ainda não sabe do que é capaz teu pai quando de quadribol se trata? = disse a mulher que lhes trazia chocolate quente.

Harry tomou o chocolate que sua esposa trazia, e antes de retirá-lo de suas mãos, a beijo em claro sinal de agradecimento. Hermione mordeu o lábio inferior, tentando conter um sorriso.

-É uma medrosa – assegurou um garoto de orbes castanhos, cujo cabelo também castanho se desordenava com suma facilidade. – Tem medo de que agarre o pomo antes que você.

-Claro que não, James, assim que cale a boca.

-Claro que sim, teme o apanhador mais jovem de Hogwarts – o garoto de doze anos olhou para seus pais e aclarou de imediato – Por suposto, depois de papai.

As palavras saíram do menino com tanto orgulho, nesse timbre que exasperava, herdado de sua mãe.

A jovem rolou os olhos, então tomou sua vassoura e se lançou até o céu enquanto gritava a seu irmão menor.

Cormac olhou os dois descendentes de (facilmente dedutível) sobrenome Potter Granger voando pelo céu, desafiando ao clima e desafiando-se mutuamente.

-Feliz aniversário, senhora Potter – disse Harry deslizando seus braços ao redor da cintura de sua esposa e lhe beijando a bochecha.

-Claro que o é – disse ela deslizando um braço para trás, acariciando os cabelos azeviche de seu esposo e colocando outra mão encima das dele, que nesse instante se encontravam sem seu ventre – Claro que o é.

Cormac se afastou do casal (ou mais bem do trio, pensou para si mesmo) enquanto seguia em sua mente a beleza única da mulher. E seguia admirando-a como o que era e desde correspondia.

À distância.

Tan lejos, como una estrella

Fim do projeto

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N/T.: Francamente, quem me dera os sexto livro tivesse sido assim... Não é bonitinho como o Ron agia como irmão maior?
Amo esse final – do casal com os filhos e mais um a caminho... *-*
Amo de paixão esse short!

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