Um outro objeto de Griffindor
De volta aos dias atuais
Rony – Uma coisa que eu não entendi até hoje foram os sinais que as horcruxes produziam... Por que Voldemort fez isso? E por que apenas nas últimas?
Hermione – Não podemos dizer que as primeiras não tinham sinais. Talvez a gente apenas não tivesse visto, já que ninguém prestou atenção. E quanto a saber por que ele fez isso... Vai entender a mente de um maníaco!
Harry – Se não fosse você Rony. Não teríamos conseguido destruir a taça.
Rony sorri – Amigos são pra essas coisas...
Rony e Hermione notam que Harry está meio calado.
Hermione – Nem precisa dizer em que você está pensando. Ou seria... Em quem?
Harry – Há esta hora Gina já voltou do trabalho... Ela deve ter ficado furiosa.
XXXXX
Enquanto isso na toca...
Gina acaba de chegar com as crianças. Ela colocou os pequenos para tomar banho. Sua mãe está na cozinha preparando o jantar.
Gina – Oi mãe. (beija-a) você viu o Harry?
Molly olha desconcertada pra filha– Ele saiu cedo, logo depois de você. Não falou nada...
Gina vai até seu quarto, abre o guarda roupas e nota que faltam algumas peças de Harry. Ela se olha no espelho. Nesse momento algumas palavras surgem.
Ruiva
Quando você chegar hoje, certamente não vai me encontrar. Eu sei que você vai ficar mais chateada do que já está... Que vai achar que eu não confio em você, que você não é importante pra mim...
Eu quero que você saiba que eu te amo. Amo tanto que às vezes me falta o ar só de pensar em como seria minha vida sem você e as crianças. Mas você tem de entender que eu PRECISO fazer isso. Eu preciso de todas as minhas lembranças... Eu preciso saber se fui ou não culpado pelas mortes dos trouxas. Preciso saber se conseguiria impedir. Por isso pedi ajuda a seu irmão e a Hermione pra percorrer novamente tudo que passamos até o dia do meu desaparecimento. Não fique chateada com eles. Foi escolha minha esconder isso de você.
Por favor, não pense que eu não confio em você. Eu... Eu apenas senti que precisava fazer isso sozinho. Espero que você me perdoe.
Sempre seu
Harry
Gina termina de ler. Uma lágrima solitária desce de seus olhos...
XXXXX
De volta ao três vassouras, os três amigos continuam perdidos em suas lembranças.
Rony – Depois da destruição da taça, nós fomos atrás da bainha da espada...
XXXXX
Há sete anos atrás...
Harry, e os amigos voltaram para a casa de Hepzibah Smith, eles decidiram esperar a resposta à carta que enviaram a Hogwarts lá. Huppy ficou exultante com o retorno do trio.
Rony e Hermione passam o tempo todo juntos. Pensa Harry. Já não era sem tempo daqueles dois notarem que foram feitos um para o outro. Será que eles acham que eu não percebi? Ele vê seus dois melhores amigos começando algo e não pode deixar de pensar na sua ruiva. Ela está no colégio, pelo menos está em segurança. Ele a imagina tão linda com as vestes da escola. Não consegue deixar de imaginar que outros rapazes estarão convivendo com ela. E se ela não me esperar?
Ele está perdido em seu devaneio quando uma coruja aponta na janela. Harry tira o pergaminho e pode perceber o brasão de Hogwarts na carta. Ele chama os amigos e abre a carta. Harry lê em voz alta
Caro Harry
Fico feliz em saber que vocês estão em segurança, embora ainda esteja preocupada com o fato de terem abandonado a escola. Mas Dumbledore confiava em você e eu também confio, por isso não vou perguntar por que você precisa destas informações.
A espada de Grifindor realmente possuía uma bainha, mas ela desapareceu há muitas décadas. No início o desaparecimento intrigou Dumbledore e o incidente chegou a ser investigado sem sucesso, mas como a espada estava intacta a escola providenciou um pedestal e não falamos mais nisso. Espero ter ajudado. Tomem cuidado.
McGonagall
Harry termina de ler e olha para os amigos – É isso! Só pode ser...
Hermione – Agora o problema é descobrir onde ele escondeu...
XXXXX
Os dias se arrastam lentamente. Hermione lê todos os livros disponíveis na esperança de encontrar alguma pista. Rony passa o tempo todo dizendo a ela que não vai achar a vida de Voldemort publicada. Os dois passam a metade do tempo brigando e Harry desconfia do que eles fazem na outra metade.
E Harry... Bem, Harry passa metade do seu tempo tentando descobrir onde está a bainha da espada de grifindor e a outra metade pensando na sua ruiva. Não posso ficar pensando nela. Ele fala para si mesmo. Tenho que me concentrar na busca das horcruxes. Ele passa a se esforçar pra lembrar de todas as conversas com Dumbledore na esperança de descobrir alguma pista. Vamos lá... Todas as horcruxes encontradas estavam em locais com alguma ligação com Voldemort. O anel estava na casa do avô, o diário foi parar em Hogwarts, o medalhão estava perto de um local que ele freqüentava quando criança, a taça na sepultura da mãe...
O lugar tem de possuir uma ligação com o maldito. Mas onde? Pense Harry, pense...
Todas as noites após o jantar, os amigos se reúnem para conversar sobre suas teorias e não chegam a nenhum acordo. Os três estão frustrados, discutem por qualquer coisa.
PAREM! – grita Hermione. – Vocês não percebem? Ele está conseguindo...
Os dois rapazes olham pra ela. Hermione continua – Estamos brigando por besteiras. Não se lembra do que Dumbledore falou? Nós temos que ficar unidos
Os três entreolham-se envergonhados
Harry – Desculpem, acho que estou estressando vocês... Mas...
Rony interrompe com cara de eu já ouvi esse discurso – Nós sabemos, essa missão é minha, vocês não deviam correr perigo e bla bla bla. Vamos voltar as horcruxes!
Harry (desanimado) – Mas confesso que estou sem nenhuma idéia de onde ele possa ter escondido. Eu fico pensando nas aulas com Dumbledore e mesmo assim nada vêm a minha mente. Acho que já fomos a todos os lugares citados.
Hermione – Não! Falta um. Como não percebemos? A casa do pai dele... A casa trouxa...
Os amigos entreolham-se. Ela continua – Ele matou toda família. Deixou a sua marca lá... De qualquer forma, alguém tem uma idéia melhor? Se a gente continuar parado desse jeito, um de nós vai acabar enlouquecendo
Os amigos preparam-se novamente para partir, perante os soluços costumeiros de Huppy.
XXXXX
NA MANSAO RIDDLE
Os amigos olham a casa suntuosa que parece estar abandonada há vários anos. No jardim, o mato ultrapassa um metro; várias janelas estão com os vidros quebrados, provavelmente obra de vândalos.
Hermione – Será que é seguro a gente entrar?
Harry – Digamos que nada é seguro quando se está a meu lado
Rony revira os olhos – Começou...
Harry – É sério Rony, Voldemort já usou esse local como esconderijo antes.
Hermione – Como você sabe?
Harry – No ano que ele voltou. Eu tinha visões... Uma delas foi com esse local.
Hermione – Mas você está se esquecendo de uma coisa. A sua ligação com Voldemort. Se ele estivesse por perto você teria sentido. (olha pra Harry) Ou não?
Harry– Acho que sim
Rony – E você sente algo?
Antes que Harry possa responder ele sente alguém tocando seu ombro. O trio olha pra trás assustado. Eles vêem um policial que pergunta – O que vocês estão fazendo aqui?
Nada... – É só o que Harry consegue balbuciar.
O policial lança um olhar ameaçador – Vocês não estão pensando em invadir a casa, estão?
Hermione – Não. Claro que não! Nós estávamos passando e a casa chamou nossa atenção. Ela é tão... Sombria!
Policial – Desculpem. Pensei que fossem um desses vândalos. (Olha para a casa). Ela é sombria mesmo. Já aconteceu muita coisa esquisita aqui.
Harry – Como assim. Esquisita?
Policial – A família que morava neste lugar morreu sem nenhuma explicação aparente. Todos de uma só vez!
Hermione (fingindo-se chocada) – Que coisa horrível. Faz muito tempo?
Policial – Sim. Meu pai ainda era um garoto. Ele me contava essa história sempre. Acho que ele tinha medo que eu me aproximasse demais daqui.
Harry – Mas a casa está abandonada até hoje?
Policial – Sim. Houve um tempo em que o velho jardineiro da família ficava por aqui, mas ele morreu exatamente da mesma forma que a família. Mais de cinqüenta anos depois, vocês acreditam?
Rony – É realmente muito estranho. E ninguém descobriu o que aconteceu?
Policial – Não. E há alguns meses...
Harry Rony e Hermione entreolham-se. O policial está começando a falar algo de que eles não têm conhecimento.
O policial continua – Há alguns meses dois garotos entraram na casa e roubaram alguns objetos. Alguns dias depois eles estavam totalmente perturbados. Se eu acreditasse nestas coisas, diria que eles foram enfeitiçados.
Harry – Essa casa é mesmo estranha!
Policial – Se eu fosse vocês ficaria longe dela. Estou falando sério!
Os três confirmam com a cabeça e o policial se afasta.
Hermione aponta a varinha para o policial e murmura um obliviate – Assim ele vai esquecer que encontrou a gente.
Os três entram na mansão. A cicatriz de Harry não chega a doer, mas ele sente um arrepio. Assim como o exterior, o interior da casa transpira abandono. O cheiro de mofo mistura-se ao da poeira.
Harry (desanimado) – Não tem jeito. Vamos procurar. Tomem cuidado, nunca se sabe o que esse maníaco fez. Se a bainha da espada estiver aqui certamente estará protegida de alguma forma.
Os três amigos viram a casa de ponta cabeça e nada encontram.
Hermione – Tem que ter alguma coisa, uma pista, uma passagem secreta... Qualquer coisa!
Ela começa a percorrer a sala novamente. Então ela para na frente de um móvel muito antigo. – Vejam isso!
Harry e Rony olham para o móvel sem entender
Hermione – Reparem bem... Neste local... Há menos poeira.
Harry – É como se algo estivesse aqui antes
Rony – E não está mais. Deve ter sido levado. O que seria?
Hermione – Não sei, mas não é isso que interessa. Lembram que o policial disse que alguns garotos invadiram a casa e levaram alguns objetos
Harry – Você acha que eles podem ter encontrado?
Hermione – O policial disse que os garotos pareciam enfeitiçados, não custa tentar. Além do mais eu estou louca pra sair daqui
Os amigos saem da casa e começam a andar pela cidade sem saber direito o que fazer. Se ao menos a gente soubesse quem eram os tais garotos. Pensa Harry
Já é noite fechada. O trio deixa de pensar na horcruxe para decidir aonde repousar. - Podemos deixar isso para amanhã cedo (fala Hermione)
Depois de perguntar para alguns moradores os amigos descobrem uma pousada simples, onde poderão comer algo e descansar. A dona da pousada é uma senhora idosa, de ar maternal que logo mostra gostar de uma boa conversa.
Dona da pousada – Então vocês estão de passagem. Quanto tempo vão ficar?
Harry – Um dia apenas. Talvez dois.
Dona da pousada – Isso é bom. Não costumamos receber muitos hóspedes por aqui. O que vocês estão achando da cidade?
Hermione – Bem tranqüila. Os moradores parecem bem amistosos. A única coisa que eu achei estranha foi uma casa no alto do morro. Tão sombria e abandonada
A senhora olha assustada para os três jovens – Vocês não entraram lá... Entraram?
Os três balançam a cabeça negativamente. A senhora, um pouco mais aliviada, continua – Essa casa é amaldiçoada. Muita coisa aconteceu lá. Algumas pessoas morreram e há alguns meses atrás... (os amigos olham pra ela curiosos, ela continua aparentemente satisfeita com a platéia) Há alguns meses atrás dois garotos daqui inventaram de pegar algumas coisas. Eles queriam vender, eu acho. No início ninguém desconfiou de nada, afinal eles não foram vistos. Mas uma semana depois eles adoeceram.
Rony – Como assim... Adoeceram?
A dona da pousada fala com ar assustado – Ninguém sabe. Eles começaram a ter visões. Segundo eles uma serpente que os perseguia. Chegaram a ser internados como loucos. Só depois de muito tempo um deles confessou que havia roubado alguns objetos da casa. Eles deviam ser amaldiçoados, como tudo naquele lugar.
Harry (tentando disfarçar seu entusiasmo) – E estes objetos, o que foi feito deles?
Não sei... Ninguém sabe. Eles nunca contaram. A família não fala disso com ninguém – a dona da pousada fala
Estava bom demais pra ser verdade. Pensa Harry
Hermione – E estes rapazes. Ainda estão por aqui?
Dona da pousada – Sim... Eles moram há uns dois quilômetros ao norte. Fora da cidade. São irmãos... (olha as horas), mas já está tarde. Vocês devem estar cansados. Vou mostrar os quartos.
Os amigos se recolhem com um brilho de esperança no olhar.
XXXXX
No dia seguinte o trio parte a procura dos garotos.
Do alto da colina eles avistam uma casa pequena onde uma mulher estende as roupas no varal. Uma criança de uns três anos brinca a seu lado e na frente da casa um jovem de uns quinze anos olha para o vazio.
Rony e Harry preparam-se para descer. Hermione os impede. – Vocês acham que é só chegar e ir perguntando? A dona da pousada disse que eles não gostam de falar sobre isso, precisamos bolar um plano
Harry e Rony olham pra ela sem entender. Hermione continua – Vocês acham que depois de tudo que eles passaram eles vão contar pra um bando de desconhecidos?
Os rapazes entreolham-se desanimados, como sempre Hermione tem razão. Os três sentam-se na relva e ficam observando a casa.
Rony – E se a gente desse veritasserum a força pra ele? E depois que eles contassem a gente fizesse um feitiço de memória?
Hermione – Seria uma agressão! Além disso acho que ninguém aqui anda com veritasserum no bolso.
Harry – A idéia do veritasserum não chega a ser ruim. Não a força é claro!
Hermione – Mas ainda assim temos que nos aproximar da casa. A gente precisa estar perto deles pra tentar fazer alguma pergunta
Harry olha para seus amigos e em seguida olha um bom tempo para a casa e, com sua varinha, produz um corte na sua perna, o sangue jorra.
Rony e Hermione olham pra ele estupefatos. Ele se vira pra Hermione – Vá pedir ajuda...
Hermione afasta-se. Rony olha furioso pra Harry – Você ficou louco?
Harry (começando a ficar pálido) – Assim eles não poderão se negar a ajudar... (não consegue conter um gemido de dor)
Hermione desce correndo e xingando Harry mentalmente Ele está louco. Onde já se viu cortar-se assim?
Ela chega ofegante – Socorro... Meu amigo precisa de ajuda...
A senhora olha pra ela sem entender. Hermione continua – Ele está ferido... Lá em cima
A esta altura o jovem de olhar vazio se aproxima. A senhora chama um homem e ele sobe o morro com Hermione
Rony está ao lado de Harry que está perdendo muito sangue. Harry diz ao ruivo - Você vai falar que está me carregando há um bom tempo e está exausto pra descer o morro sem ajuda.
Hermione e o homem se aproximam. Rony fala – Ainda bem... Eu não consigo carregá-lo por mais tempo...
O homem pega Harry nos braços e eles descem o morro.
Eles estão na casa. A mulher prepara um curativo caseiro. O homem e o rapaz olham com curiosidade. Hermione pode perceber que há outro adolescente na casa. Ele está sentado em uma cadeira olhando a tudo como se nada visse. Esses devem ser os rapazes que invadiram a casa pensa. Ambos têm um olhar esquisito, como se tivessem passado por algo terrível.
O homem olha pra eles com um olhar inquisidor – O que aconteceu?
Hermione e Rony entreolham-se. Eles não combinaram essa parte. Eles olham pra Harry que está verdadeiramente fraco demais pra responder. O homem aguarda uma resposta.
Rony fala hesitante – Nós não sabemos direito. Estávamos explorando a mata. Eu e ela... Bem, nós nos afastamos por um momento e só ouvimos o grito. Quando o achamos ele estava caído. Ele não conseguiu explicar...
A mulher repreende-os – E por que vocês se afastaram? Deviam ficar juntos se não conhecem a mata!
Rony gagueja – Nós... Er... Bem... (ele olha pra Hermione que está vermelha como um pimentão. Ela sabe muito bem o que o casal está pensando).
O homem fala – Isso não importa agora. Ele perdeu muito sangue, mas vai se recuperar. Mesmo assim é bom que vá para o hospital.
A mulher termina o curativo e dá um chá de cor esquisita pra Harry. Ele toma com uma careta – Obrigado (balbucia)
Assim que ele estiver melhor eu levo vocês. – O homem fala
Os amigos entreolham-se. Se eles forem embora antes de conseguir falar com os garotos não terá adiantado nada...
Hermione – Será que eu poderia ir ao banheiro?
Claro, eu vou mostrar aonde é - A senhora se afasta com Hermione
Pouco tempo depois a senhora volta apressada. Ela fala algumas palavras ao marido e os dois saem. Antes de sair a senhora diz. – Temos que recolher nosso gado, dentro de uma hora voltaremos. Aí levamos vocês ao hospital
O casal sai deixando Harry, Hermione e Rony sozinhos com os adolescentes. Hermione pega sua varinha discretamente e fecha a ferida de Harry
Hermione (sussurrando) – Você está bem?
Harry balança a cabeça afirmativamente, mas está bastante pálido. Hermione faz uma cara de “depois a gente conversa”
Rony – Bem, conseguimos ficar sozinhos com eles. E agora?
Eles olham para os dois garotos. O mais velho tem um ar distante, é como se a sua alma não estivesse lá. O mais novo possui o mesmo olhar, mas de vez em quando ele parece ter lampejos de lucidez. Duram apenas alguns segundos e então ele volta a olhar para o vazio
Hermione – Não temos muito tempo. Eu lancei um feitiço pra que os pais pensem que precisam recolher o gado. Mas assim que terminarem eles voltam.
Nesse momento o garoto mais novo olha pra Harry fixamente – Você vai pega-lo não vai? (ele fala hesitante) você não vai deixar que ele nos faça mal...
O trio entreolha-se sem entender. O garoto age como se soubesse quem Harry é! Ele segura Harry pela gola da camisa e olha nos olhos do moreno – Só você pode...
Harry olha pra ele procurando as palavras adequadas – Eu vou fazer o possível
O garoto olha pra Harry apavorado – Você TEM que conseguir! Só você pode...
Harry – Você precisa ajudar. Precisa contar o que aconteceu
Ele olha pra Harry. Por um momento parece que vai voltar a ver apenas o vazio. Hermione toca em seu braço – Você precisa contar. Só assim ele vai poder detê-lo!
O garoto solta um gemido. Ele fica ofegante por alguns instantes. Os amigos entreolham-se. O rapaz fala relutante – A gente. (Olha para o outro rapaz). Eu e meu irmão resolvemos matar aula. Nós andamos pela cidade durante um tempo e paramos em frente à casa antiga. O pessoal falava que ela era mal assombrada. Mas nós não acreditamos e resolvemos entrar pra ver o que tinha lá.
Ele para por um momento como se estivesse buscando forças – No início a gente não achou nada estranho na casa. Aí nós vimos alguns objetos e pensamos. Ninguém mora aqui mesmo... Ninguém vai sentir falta.
Harry – O que vocês pegaram? O que fizeram com os objetos?
O garoto fala – Nós trouxemos pra casa e escondemos a gente pensou em vender mais tarde. Meus pais iam ficar furiosos se descobrissem... Mas aí...
O que aconteceu? – Hermione pergunta.
O garoto responde – Começaram com os pesadelos. Mas a gente sabia que não eram pesadelos. Eram reais.
Rony – Como assim. Reais?
O garoto agora está visivelmente transtornado – Reais... Eles aconteciam realmente. A cobra... Eu a vi! Estava na minha cama... Ia me pegar. Disseram que eu estava louco, mas eu não estava... A cobra era real!
Harry percebe que o garoto está a um passo de voltar a ter o olhar vazio. Não posso deixar que isso aconteça pensa.
Harry segura o garoto pelos ombros – Não se perca agora! Você precisa me ajudar ou eu não vou conseguir...
O garoto olha pra ele. Harry continua – Eu preciso saber quais os objetos vocês pegaram e onde eles estão!
O garoto olha pra eles meio desconcertado – Nós o escondemos.
O trio se entreolha e prepara-se para sair. O garoto continua – Mas quando os pesadelos vieram meu irmão ficou louco. Eu ainda consigo voltar, mas ele não. Eu contei para meus pais. Eles pegaram os objetos... Tentaram destruí-los. Queimaram.
Harry Rony e Hermione entreolham-se desanimados. Como eles podem ter conseguido destruir pensa Harry.
Hermione – Eles destruíram? Os objetos?
O garoto fala assustado – Não todos... Eles tentaram. Mas eu e meu irmão tínhamos fortes dores... E eles desistiram.
Harry – Você precisa dizer quais eram os objetos; é importante.
O rapaz fica calado como se estivesse fazendo um esforço para se lembrar – Eram dois castiçais, um tapete e...
O trio permanece calado, as respirações suspensas. O rapaz continua – Tinha uma coisa esquisita. Parecia velha demais. Nem sei por que nós pegamos...
Hermione – Esse objeto esquisito. Foi destruído pelo fogo?
O rapaz para por um momento. Seu semblante é de puro medo. – Não... Quando ele começou a queimar. As dores tornaram-se insuportáveis. A cobra... Eu vi...
Harry interrompe – E o que vocês fizeram com ele?
Meu pai tentou levá-la, mas ele também sentiu a dor (o rapaz fala). Então meu irmão. Ele não estava tão mal assim na época, ele pegou a coisa. (lágrimas saem de seus olhos) ele gritava de dor... Ele pegou a coisa e jogou no fundo do poço
Hermione – Esse poço do quintal? (Ela fica gelada de pavor só em imaginar a família bebendo aquela água)
Não... Não neste. No poço abandonado. O poço seco, longe daqui. (Ele aponta na direção de um velho celeiro, depois da cerca). – Ninguém voltou lá. E meu irmão nunca mais voltou a si. (volta-se para Harry novamente) – Você precisa conseguir. Se falhar as conseqüências serão terríveis! – o garoto fala como se Harry fosse a sua última esperança.
Harry – Nós vamos conseguir. Eu prometo.
O garoto volta a ter o mesmo olhar vazio do irmão
O trio se afasta na direção indicada pelo menino. Antes porem, Harry afeta a memória da família, exceto dos garotos. – Não sei o que um feitiço de memória pode causar a eles. Já foram afetados demais (Explica) – Me lembrem de mandar uma coruja para o ministério pedindo pra mandarem um medi bruxo ver os meninos. Pode ser que haja alguma chance de recuperação
Eles se dirigem ao poço abandonado
Rony – Alguém pode explicar o que aconteceu?
Hermione – Os garotos devem ter sido afetados de alguma forma pela horcruxe
Rony (irônico) – Não diga... É claro que eu percebi essa parte! O que eu queria saber é por que ele começou a falar assim que viu o Harry!
Hermione olha furiosa para o ruivo. Harry interrompe – Olhem!
Eles vêem o poço abandonado. O trio se aproxima. Harry pega uma pedrinha e joga no poço. Demora alguns segundos até eles ouvirem o pof. Pelo barulho não é difícil adivinhar que há pouca ou nenhuma água no fundo.
Harry (para Rony). – Se você pular desta vez, eu juro que a Hermione fica viúva antes de casar!
O casal fica mais vermelho que os cabelos de Rony
Hermione disfarça – Isso não vem ao caso agora. Temos de arranjar um modo de descer.
Levando-se em conta que eles são bruxos não foi tão difícil assim. Eles conjuram cordas e com algum esforço descem ao fundo do poço
Eca! – Rony fala ao pisar na lama fétida cheia de musgo.
A escuridão toma conta. Harry pega a sua varinha – Lumus! (Um feixe de luz ilumina o local)
Eles olham pra baixo. Alguns insetos andam pelas paredes úmidas. Seus pés se afundam na lama. Mas eles não acham nada
Harry dá um suspiro. Põe-se de joelhos e começa a procurar tateando na lama com as mãos.
Hermione – Cuidado Harry. Lembre-se do que o garoto falou que aconteceu depois de tocar na taça
Hermione não chega a concluir a frase. Harry sente que tocou em algo.
Ele retira um objeto comprido com muito cuidado. Ele está coberto de lama, mas tudo indica que é a bainha da espada.
Você está sentindo algo. (Hermione pergunta preocupada).
Harry – Não... Acho que ela está tão suja que deve ter criado uma espécie de proteção... Vamos sair daqui
Já fora do poço os amigos olham aquele objeto coberto de lama e musgo. Nem parece que isso protegia algo de Godric Grifindor pensa Harry.
Hermione – E agora? Pelo que ele contou a horcruxe continua ai.
Harry inclina-se para pegar o objeto
Não! Hermione fala assustada. – Você não pode se arriscar. Nem devia ter segurado isso quando achou
Harry – Mas a gente tem que dar um jeito de levar isso... E destruí-lo
Harry embrulha a horcruxe na sua capa da invisibilidade – Acho que assim não tem perigo.
Eles voltam para a casa de Hepzibah
XXXXX
De volta aos dias atuais
Hermione – Até hoje eu tenho vontade de te azarar quando lembro que você feriu a própria perna, Harry
Harry sorri – Deu certo não deu? Foi a única forma da gente entrar na casa sem despertar suspeitas. Eles não se negariam a acolher alguém ferido
Hermione suspira – De qualquer forma nunca saberemos ne. Falando sério Harry, você podia ter se machucado seriamente. E se você não conseguisse fechar o corte?
Harry – Ora tem dó ne Mione. Esse feitiço a gente aprende no quarto ano. Além disso, eu estava acompanhado da melhor aluna de Hogwarts.
Hermione – Mas você não pode negar que foi sorte
Harry – É. Tivemos sorte pra encontrá-la. E também pra destruir...
Os amigos mergulham novamente nas suas lembranças...
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