Vida de casado



Gina se espreguiçava na cama como uma gata e resmungava os ruídos típicos de quem acorda cheio de preguiça. Esticava as pernas, sentindo o lençol macio sob si e respirando lentamente. Tinha tido um sonho estranho e bom... Sonhara que tinha casada com Draco Malfoy. Imagine só! Casar com o Malfoy... Ah! Mas ele beijava bem... E fazia tudo muito bem... Sonho muito bom mesmo... Paft! - Ai! – alguém berrou. Seu braço, ainda se esticando pelos ares, havia batido em algo que não devia estar naquela cama e muito menos estar gritando. Ela pulou sentada com os olhos bem abertos pelo susto. - Draco?! – ela disse e imediatamente começou a rir. – Desculpe, machucou? Ele a olhava assustado e tinha um enorme vergão vermelho na barriga. Estava sem camisa e o tapão de Gina o tinha atingido em cheio e desprevenido. - O que você acha? – ele disse meio sem ar e ainda acordando. Ela ainda ria, ria... Então não tinha sido sonho! Esta mesmo casada com Draco Malfoy! E tinha batido nele também... “Logo na primeira manhã de casados Gina...”, ela ralhou consigo mesma. - Desculpa mesmo! – ela passava uma das mãos nos cabelos loiros totalmente bagunçados (afinal, ninguém acorda de arrumadinho...) e a outra ela quis por na barriga dele, mas ele se contraiu imediatamente. Cócegas, ele tinha um problema com cócegas. Gina ainda não sabia disso e ele não pretendia deixar que ela soubesse. - Você faz isso sempre quando acorda? – ele disse já totalmente desperto e fazendo graça. – Porque, se faz, me avisa pra eu dormir com uniforme de quadribol a partir de amanhã... - Eu achei que tinha sonhado tudo isso... – ela disse com um sorriso tolo e ainda olhando com pena para a barriga branquela, agora avermelhada, do recém esposo. - É... – ele sorriu presunçoso – Eu sou mesmo um sonho! Gina riu e deu-lhe uma travesseirada, mas parou cautelosa quando percebeu que Draco ainda mantinha a mão sobre o lugar que ela tinha batido. - Foi tão forte assim? – ela indicou o abdômen de Draco com os olhos. Ele fez uma tamanha cara de manha que Gina quase de um suspiro e disse “Owwwww... Que fofo!”, mas se conteve bem a tempo de ouvir a resposta dele: - Ainda está doendo! Ela fez um movimento rápido e logo estava sentada por cima dele, sorrindo insinuante. - Deixa eu dar um beijinho que sara... – antes que o louro pudesse protestar ela já estava com os lábios colados na sua barriga, dando beijos estalados. Ele não pôde evitar e começou a rir. A gargalhar descontroladamente. Gina olhou- o absolutamente incrédula. - Draco Malfoy, eu não acredito que você tem cócegas! Draco e Gina estavam casados. E esse era só o primeiro dia...




Os dias (e as noites) na Grécia passaram depressa e foram muito bem aproveitados pelos recém casados. Nunca o ditado “tudo que é bom dura pouco” teve um exemplo tão verdadeiro: Antes que pudessem perceber já estavam de volta às suas vidas na Inglaterra. Mas a vida não era nem de longe parecida com a que eles tinham deixado para trás. Eles eram o Sr. e a Sra. Malfoy e não era tão fácil assim se acostumar com esse papel, por mais apaixonados que eles fossem. A casa estava limpa como um convento quando eles chegaram e os elfos estavam enlouquecidos querendo ser úteis o tempo todo. Gina teve um pouco de dificuldade para se adaptar a posição de “dona de elfos domésticos”. Era criaturinhas tão fofas! E ela sempre tinha simpatizado com o FALE... Mas Draco nem queria ouvir falar de libertar os servos (e os elfos também não gostavam dessa idéia), então ela não tinha escolha senão se adaptar. Não foi tão difícil... - Mikka, traga um copo de leite, por favor? – ela nunca abandonou o “por favor” e o “muito obrigado” no trato com os elfos. Draco achava isso uma tolice de mulher, mas respeitava. Outro ponto que precisou de um certo esforço até que todos se adaptassem foram as visitas da família Weasley à mansão. Molly sempre queria ajudar a limpar a cozinha e , devido a isso, aconteciam escândalos fenomenais entre os elfos. Ela achava ruim ter que ficar “inútil” na casa da própria filha mas Draco a tratava com tanto cuidado e atenção quando ela e Arthur os visitavam que ela demorou, mas se acostumou. Fred e Jorge desenvolveram uma preferencia especial por testar seus novos inventos na sala de estar dos Malfoy e, por isso, Draco relutava em recebe-los. Eles já tinham quase dois anos de casados, quando Hermione e Rony fizeram uma visita inesperada. As visitas desse casal Weasley (“Tem TANTOS!”, Draco costumava dizer) eram sempre estranhas. Mione e Gina ficavam conversando animadamente, enquanto Draco e Rony davam risadas amarelas e bebiam qualquer coisa pra não ter que ficar conversando. Quando, em dias de rara boa vontade dupla, eles conversavam, o assunto era sempre uma das notícias do Profeta Diário ou o andamento do campeonato de Quadribol. Mas dessa vez era diferente. Hermione estava mais alegre do que Gina jamais tinha visto e o sorriso de Rony ia de uma orelha a outra e ele parecia feliz até mesmo ao ver Draco. O casal Malfoy não demorou muito para descobrir a razão da visita e de toda aquela felicidade. - Grávida?! – Gina disse e logo em seguida abraçou Hermione efusivamente. – Mas isso é maravilhoso! Draco olhou sem graça para o cunhado enquanto as mulheres se cumprimentavam. A idéia de um bebê de Weasley e Granger lhe dava milhões de idéias para dizer, mas nenhuma delas era apropriada para o momento. A maioria absoluta consistia em ofensas e brincadeiras de mal gosto, que ele preferiu deixar pra lá. “Há!”, não pode deixar de rir-se por dentro, “Um ruivinho de cabelo ruim! CO-MI-CO demais pra ser verdade...”. Ronald quebrou o silêncio. - Como se sente sendo um futuro titio, Malfoy? - OQUE?! Rony sorriu maldosamente e Hermione aproximou-se do marido, dizendo: - Claro! Aposto que você vai ser o titio preferido do neném, já que você nos deu de presente a cama onde ele foi feito... – ela disse sorrindo ironicamente. “Oh...”, seu estômago reagiu mal a essa idéia. Ele não tinha pensando nisso. Era meio repulsivo. Mas saber que não havia ligação de sangue entre eles era reconfortante. Ele tentou lembrar-se disso todas vezes que Hermione vinha visita-los, com aquela barriga cada vez maior... Quando Richard Weasley nasceu (Não ruivo de cabelos crespos, mas castanho de cabelos lisos. Para a total decepção do “titio”...), em uma tarde quente de agosto, Draco acabara de concluir seus estudos na universidade. Suas notas, sempre altas, fizeram com que ele recebesse um convite da Universidade para lecionar em um dos cursos para iniciantes. Ele se recusou veementemente. O máximo que ele aceitou foi participar de pesquisas especiais e muito esporádicas para o Instituto de pesquisa da Universidade, ainda sim, ele só o aceitou, porque isso permitia que ele se mantivesse informado sobre as novas descobertas no campo das Artes das Trevas. - Eu disse pra Gina que ela tinha casado com um vagabundo... – provocou Rony quando ficou sabendo que Draco não tinha aceitado o cargo de professor. - Eu não preciso de um emprego, Weasley, eu tenho dinheiro de sobra pra ser um vagabundo por mais 600 anos. – ele disse maldosamente – Estou fazendo um favor a aquela Universidade de lhes dizer tudo que eu sei sobre Magia Negra. - Você fala como se soubesse grandes coisas sobre o assunto... – Rony alfinetou. Ele sempre tinham esse tipo de conversa “amigável” quando as suas esposas não estavam presentes e, nesse dia, elas tinham saído com Molly. Draco pensou antes de responder. - Eu não sei muita coisa, há pessoas que sabem muito mais do que eu. Mas a maioria delas esta morta, então eu ainda estou prestando um favor para o mundo bruxo dizendo o que eu sei a respeito. Rony resmungou alguma coisa e depressa o assunto tinha mudado para o campeonato de Quadribol. 

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