Blanche (branco)



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Capitulo II
Blanche (branco)
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Ela estava sozinha, mas não fora exatamente isso que o deixara feliz e sim a percepção de que, naquele momento, Narcisa Black começaria a trocar de roupa.
Recostou-se confortavelmente com o ombro na porta e se pois a se deliciar com a cena.
A loira escultural desenrolou a toalha revelando a pele branca e o corpo de estrutura frágil e aparência juvenil que ainda possuía aos 20 anos.
Ela não havia mudado nada naquele ano que esteve fora.
Seios pequenos, bem torneados, coxas roliças apesar das longas pernas. A cintura fina que parecia dar ao seu traseiro um tamanho maior do que o que realmente tinha.
James começou a se perguntar o que gostava mais no corpo dela.
[i] Humm definitivamente, o traseiro. [/i] Definiu, ao lembrar-se do tom rosado que a pele tomava quando ele deferia-lhe alguns tapas.
Ainda alheia à presença dele, Narcisa, passava calmamente um creme pelo corpo, apoiando uma das pernas sobre o banco baixo da sua penteadeira e começou a deslizar a mão massageando a coxa com movimentos circulares.
Aquilo estava começando a ficar [i] interessante [/i]...
Acompanhava os movimentos que a mão dela fazia, imaginando quando Narcisa finalmente se daria conta que não estava sozinha no quarto. Não seria ele a informá-la, certamente, não enquanto ela estava lhe proporcionando uma visão tão maravilhosa como aquela... Principalmente porque sabia, Narcisa se cobriria com a toalha novamente no exato momento em que o visse, fingindo um pudor que não tinha.
Após terminar a massagem corporal a loira seguiu para a cama, abriu uma caixa de sapatos que se encontrava ali e retirou de lá algo que fez os pelos da nuca de James arrepiarem.
Um belíssimo [i] scarpin [/i] rosa, tão alto quanto sedutor, com um salto fino no qual duvidaria que qualquer ser conseguiria se equilibrar.
James tinha taras em saltos altos e Narcisa sempre soubera disso.
Um sorriso de lado na boca da loira, enquanto ela observava cuidadosamente a peça, o fez imaginar se ela estava se lembrando daquele pequeno porém.
E então, ainda nua, Narcisa levou o salto ao pé, calçando um, depois o outro e seguiu para frente do armário o abrindo para poder se observar no enorme espelho de corpo inteiro que possui guardado atrás da porta.
A imagem mais bela que ele já vira...

[b] Des yeux qui font baiser les miens,
Un rire qui se perd sur sa bouche,
Voilà le portrait sans retouche
De l'homme auquel j'appartiens [/b]

[i] Olhos que fazem baixar os meus
Um riso que se perde em sua boca
Ai está o retrato sem retoque
Do Homem a quem eu pertenço [/i]

Ao abrir o espelho ela finalmente o viu, ainda com olhar estarrecido. E, ao contrario do que James esperava, ela sorriu maliciosa, o encarando pelo reflexo.
-Ora o que temos aqui... – ela virou o corpo lentamente, e cruzou os braços. Algo naquela postura segura e sexy (e apropriada de saltos) conseguiu o deixar mais aceso do que tudo até então - ...Meu [i] voyger [/i] predileto. Você demorou para aparecer.
James sorriu de lado.
-[i] Bonsoir my blanche [/i]. – saudou-a em francês, como sabia que Narcisa gostava.
Ela levantou uma das sobrancelhas, ao perceber que James não se movia.
-Não vai me dar um abraço? Faz um ano que não nos vemos, James...
-Abraço? – o sorriso malicioso dele aumento - Você não acha que vim até esse [i] covil de cobras [/i] que você chama de casa para ganhar um abraço, não é [i] Blanche [/i]?
Ela sorriu de lado mais uma vez, caminhou até ele, graciosa sobre o salto quinze e enlaçou-lhe a nuca ao abraçá-lo.
-Quem disse que vai ganhar mais que isso? – James deslizou uma das mãos pela cintura dela e a puxando fortemente, colando seus corpos. Depois aproximou seu rosto, fazendo com que a loira sentisse o peso da sua respiração.

[b] Quand il me prend dans ses bras
Il me parle tout bas,
Je vois la vie en rose. [/b]

[i] Quando ele me toma em seus braços
ele me fala baixinho
Vejo a vida cor-de-rosa [/i]

O olhar fixo e a expressão séria, tão incomum ao rosto do rapaz, deixavam claro que ele não estava ali para brincadeiras tolas, nem joguinhos de sedução, os quais já haviam superado há alguns anos.
Havia mais ou menos quatro verões que o que havia entre a sonseriana e o grinfinório tinha ultrapassado o relacionamento frio e distante, próprio de dois alunos das casas de maior rivalidade em Hogwarts, para se tornar uma fuga quente, exótica e excitante da realidade de ambos.
Narcisa Black fugia dos padrões rígidos e hipócritas impostos pela família nos braços dele, enquanto James Potter, fugia da falta que os braços de outra mulher lhe faziam...
E, só depois que conquistara os braços que tanto desejara, fora capaz de terminar de vez com a sua [i] Blanche [/i], embora soubesse que a loira precisava muito mais do seu apoio do que a forte e decidida Lily Evans, seu grande amor.
Nunca fora exatamente um esforço para ele [i] apoiar [/i] Narcisa, mas o relacionamento entre ele e Lily exigia transparência de sua parte. E então, ele optou pela transparência.
Depois veio a formatura, e novos planos de vida.
Ele queria viajar. Lily, casar logo após se formar numa universidade, o que seria adiado devido ao pequeno sonho dele.
Brigaram, e, pela primeira vez ele considerou que a ruiva, e não ele, era quem estava sendo a egoísta da história ao bater o pé quanto “ou a viajem ou eu.”
Terminaram e, antes de fazer o que decidira, James acabara procurando Narcissa novamente, apenas para se despedir. E ela fez questão de lhe encher de carinhos para que se lembrasse dela durante todo o tempo que passasse fora.
Hoje estava ali para dizer-lhe (ou seria mostrar-lhe?) que retornara bem.
Sua mão infame agora deslizava para baixo da cintura dela, enquanto o rosto, desviara dos olhos azuis e abaixara um pouco deixando que os lábios roçassem de leve no pescoço da mulher.
–Humm – suspirou a loira, satisfeita com os movimentos dele - Talvez você ganhe um pouco mais que um abraço... – sussurrou em seu ouvido, para depois morder-lhe levemente o lóbulo da orelha, inclinando mais o pescoço para dar uma passagem maior aos lábios.
-[i] Blanche [/i], eu senti tanto a sua falta... Não me negue um agrado, sim?
Ele sentiu o leve riso dela em sua pele, enquanto inalava o perfume suave dos cabelos loiros.
-Agrado, James? Só queres um agrado? – ele afastou o rosto para encará-la, fez cara de bebe chorão e acenou positivamente com a cabeça. Narcisa riu mais – Você é um cretino incorrigível, mesmo. Garanto que foi procurar a ruiva logo que chegou... – levou um dedo ao queixo como que imaginando algo – Ela te deu um pé na bunda e então, [i] voalà [/i] aqui está você. Não foi isso que aconteceu?
O rapaz negou com a cabeça. Narcissa estranhou.
-Não? Vocês voltaram então? – deu-lhe um tapa no ombro, embora não tenha conseguido se afastar já que a mão de James, que ainda a enlaçava, não permitiu – E você ainda tem a cara de pau de vir me ver!
-Eu e a Lily não voltamos, [i] Blanche [/i]! – disse o rapaz, numa voz baixa e rouca – Eu não a procurei... – ela parecia surpresa – ...Procurei você. – aproximou novamente os rosto do dela – Eu senti falta de você...
E, antes que ela digerisse a informação completamente e o que aquilo queria dizer, ele a beijou, primeiro de forma suave, roçando os lábios ao dela vez ou outra. Mas em pouco tempo a falta que ela fizera pode ser realmente sentida no toque, o beijo se tornava cada vez mais necessitado e intenso.
James levou uma das mãos ao cabelo dela, apoiando-lhe a cabeça, enquanto com a outra voltava a puxá-la contra seu peito mais fortemente. Parecia até que ele estava com medo que aquele beijo terminasse, ou que ela sumisse de seus braços como num passe de mágica.
Nada disso aconteceu.
O beijo prosseguiu apaixonado, e o que os separou foi o barulho de palmas, abafado, vindo de trás de Narcissa.
Separaram as bocas, intrigados. James levantou a cabeça enquanto a loira virava a sua própria na direção em que ele olhara.
-Se divertindo, Cissy? – a voz cínica irrompeu os ouvidos da loira como se fosse um feitiço fatal e a pressão involuntária que a mão dela fez sobre o peito de James, deixou-o a par de que os dois haviam se metido em um grandioso problema.
Não que ele não tivesse sido capaz de percebê-lo antes, afinal, havia entrado no quarto de uma dama da alta sociedade bruxa, sorrateiramente. Mas a expressão assustada da loira, unida a descrição da pessoa que os haviam surpreendido lhe deixara mais do que preocupado...

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N/A: Música “La Vie en Rose” interpretada por Edit Piaf… é piegas mas é linda!

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