O quase começo
Hermione estava sentada em uma poltrona da Sala Comunal, lendo um pouco, quando se deu conta da hora. - “Não acredito que vou ter que sair para fazer a ronda agora...mal tenho dormido, estou exausta!” - pensou a jovem, levantando-se e olhando de relance para o motivo de sua insônia, que por acaso se encontrava ali também.
Rony estava em outro canto da Sala, brincando com a imitação de goles que havia ganhado de Harry, até o horário da ronda.
Perdida em suas lamentações, mas sabendo que tinha obrigações a cumprir, acabou esbarrando em uma cabeleira ruiva bem familiar. – Desculpa, Rony... – disse, sem encará-lo – Indo pra ronda também?
- Sim...não quero que você fique andando sozinha por aí. – respondeu, corando levemente.
- É sua obrigação de monitor me acompanhar nas rondas – embora repreendesse Rony, a garota parecia grata.
- Sim, mas como o Filch está perambulando por aí, só precisaremos ir até o saguão verificar se todos os alunos do 1º ano estão aqui. Parece que estavam tramando alguma coisa. Portanto, eu não precisaria ir, se não quisesse.
- Obrigada – sussurrou, ao passar pelo retrato da mulher gorda.
- Não tem de quê – respondeu o ruivo, que havia ouvido.
Os dois permaneceram em silêncio nos 10 minutos seguintes. Não demorou muito para que terminassem. Graças a Merlim, ninguém fora da Sala Comunal.
- Que bom que terminamos! – exclamou o ruivo ao chegarem de volta na Sala Comunal. Foi logo pegando sua mala e acomodando-se em uma poltrona.
- Não vai dormir?
- Não, tenho que terminar a redação do Slughorn. Já disse que continuo odiando poções? – respondeu, na esperança de que a amiga de que a amiga o ajudasse. Além disso, a compainha dela era tão...boa!
- É o que dá deixar pra última hora – retrucou Hermione – Vamos, deixe-me ver – pediu, pegando o pergaminho que o garoto tirava da mala – Rony! Você não escreveu quase nada! E é pra amanhã! – exclamou, entre irritada e surpresa. Rony era um tanto irresponsável, mas nunca deixava para fazer os deveres tão em cima da hora.
- Mione, dessa vez a culpa não foi minha! Juro que comecei a escrever no fim de semana, mas parece que tive um bloqueio criativo. – Ele sabia muito bem a causa desse “bloqueio”; estava começando a redação quando viu Hermione respondendo uma carta de Vítor Krum. – “Búlgaro idiota!” - xingou, ao ver a amiga escrevendo pergaminhos e mais pergaminhos. -“Será que ela se daria a esse trabalho por mim?” - E depois disso não conseguiu escrever mais nada, já que essa pergunta não lhe saía da cabeça, e ainda o perturbava.
- Todos nós temos esse tipo de problema, Ronald! – repreendeu como se brigasse com uma criança. – Vamos, me dê seu livro – exigiu impaciente – Ah, droga, por que eu sempre acabo te ajudando?
- Simples – começou, tentando reunir toda calma que era possível – Porque você sabe que eu não seria ninguém sem você. – e para seu espanto, constatou que seu tom de voz havia sido o mais natural possível.
Hermione pegou o livro, corando furiosamente e sem olhar para o amigo. -“Mérlim, ele realmente disse isso??” - Poção Wiggenweld: Muito fácil de prepará-la, a poção Wiggenweld tem o poder que restaurar as forças de uma pessoa que esta demasiada fraca por estar doente, por ter se machucado ou simplesmente por estar muito cansado. Sua cor é verde e é de fácil manuseio. - disse a menina muito depressa, parando de repente - Posso saber por que você não está anotando o que eu estou dizendo?
- Ahn?? Era pra anotar? – Rony parecia saído de um transe; estivera admirando a amiga “ Ela está tão linda, tão...mulher! Mas o que é que você está pensando, seu pervertido! È a Hermione, sua amiga...A-M-I-G-A, entendeu??
- Sim, Rony, era para anotar! - disse a morena, girando os olhos, cansada - Você poderia fazer o mínimo esforço, não? É o seu trabalho!
- Desculpa!Repete rapidinho,que eu anoto... - pediu, dando um daqueles sorrisos tortos,que ele sabia,quase que instintivamente, mexiam com Hermione.
Ela já havia prometido a si mesma milhares de vezes, que não cederia àquele sorriso novamente, mas ela simplesmente não conseguia resistir. – Ok! Mas preste atenção.
- Prometo! Pode começar! – disse, fazendo cara de bom menino
Hermione repetiu as palavras como se fosse uma máquina de texto ambulante. - Está anotando?
- Sim, pode continuar...
- Rony, eu não vou fazer o dever pra você – encarou o amigo, e começou a grifar o livro – Tome, faça um resumo.
- Obrigado, Mione. E desculpe fazer você perder seu tempo comigo – A garota pôde notar um pouco de mágoa na voz do amigo.
- Percebe a contradição no que acabou de dizer, Rony? – perguntou, séria
- Contradição? Como assim? – ele revisou a frase mentalmente, mas não viu contradição alguma.
- Se meu tempo é gasto com você, então não é perda, é lucro – sorriu, mas imediatamente se deu conta do que havia dito . “ De onde você tirou isso, Granger???”, perguntou-se, corando violentamente
O ruivo não acreditava no que tinha ouvido. Será que sua audição estava em ordem? – O quê? – perguntou, ficando tão ou mais vermelho que a amiga.
Milhões de pensamentos passavam pela cabeça de Hermione. Deveria dizer a verdade ou mentir mais uma vez?? “Ah, vamos ver como isso vai acabar...já estou cansada dessa história” - Acredite, Weasley, você é tão importante na minha vida quanto meus livros! – sussurrou. Nem ela sabia de onde estava tirando coragem.
Rony estava perplexo. Continuava não acreditando no que ouvia. Ele era tão importante quanto os livros! E se tratando de Hermione, isso significava muito!
A felicidade ia crescendo e seu peito, e como não sabia o que dizer, até porque não cabiam palavras naquele momento, fez a única coisa que lhe passou pela cabeça: puxou a amiga para si e tascou-lhe um beijo,coisa que queria fazer há algum tempo, mas não tinha coragem.
Hermione havia perdido o chão. Pela primeira vez não sabia o que estava acontecendo. Esperava por esse momento há tempos, porém como estava apavorada, não correspondeu ao beijo, o que fez com que Rony a soltasse imediatamente.
- Desculpe... – murmurou ele
- Por que você fez isso? – disparou a garota, que não havia encontrado nada melhor pra dizer.
- Não sei...- Rony havia se acovardado de novo, tinha medo de perder a amizade de Hermione caso dissesse a verdade, ainda mais depois de não ter sido correspondido.
- Rony! – exclamou ela, incrédula – VOCÊ me beijou, como assim não sabe?
- Não sabendo, oras...droga, Hermione, é tudo tão complicado! – desabafou, sentindo a coragem voltar.
- Está certo, Weasley! – falou, as lágrimas começando a escorrer – Era o que eu poderia esperar de você!
- Hermione, você entendeu errado...- mas antes que ele pudesse tentar explicar, a garota já sumia pelo retrato de mulher gorda.
N/A: Bom, galerinha, aí está mais uma fic. Essa vai ter dois capítulos, o 2º tá praticamente pronto. Espero que gostem, e comentem, please!
Ah, e se depois de ler alguém tiver uma idéia pro título da fic, me avise. Eu particularmente não gostei muito desse, mas não consegui pensar em nenhum melhor.
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