Aubrey Bloom.



Se alguém avistasse Aubrey na rua diria que ela era mais uma daquelas menina nova iorquinas que estudam em escolas particulares e não tem amigos. Basicamente ela era assim, além de ser uma bruxa, órfã de pai e que morava em um orfanato por culpa da doença de sua mãe. Como em todo orfanato, havia alguém para atormentar a vida de nossa pequena heroína. Mas lá estava ela, firme e forte, sentada na sala do Orfanato para Bruxos e Bruxas, lendo alguma revistinha de ação do Homem Aranha quando escuta os passos de alguém um pouco acima do peso vindo em sua direção.
- Muito bonito Aubrey, você conseguiu ser expulsa da melhor escola de Bruxos da América.
- Pode me poupar do sermão Britanny, você age como se fosse minha mãe e você não é - A menina de cabelos lisos, negros e curtos bocejava. - Cara! Estou atrasada!
- Aubrey Bloom! - Uma loira baixinha e de cara redonda batia com toda sua força seus pés no chão! - Aonde você pensa que vai?!
- Tenho que encontrar Mike! Ele me pediu para encontrá-lo na cafeteria aonde gravavam aquele seriado nos anos 70 sabe? Eu volto Britanny, e aí você pode me esmagar com as suas unhas laranjas!
As botas de camurça da menina batiam nas poças de água que eram neve a alguns minutos atrás. "Que idéia genial, fazer nevar em Maio!" Aubrey pensava, sorrindo com sua boca larga e grande. O vestido verde musgo que usava, acima do joelho (o que não era permitido na escola aonde freqüentava) balançava com o vento de Maio. No ombro levava uma bolsa roxa grande, dentro dela um gato laranja dormia, mesmo com o movimento da corrida de Aubrey. Entrou em uma cafeteria, aonde um senhor, beirando os 40 anos estava sentado lendo o jornal com seus óculos pequenos.
- Mike! - Disse Aubrey ao se sentar na mesa, revirando os olhos. - Diga que são boas notícias.
- Como se você não soubesse Senhorita Bloom! Cadê seu caderno?
Aubrey tirou um caderno velho, com capa de couro, desgastado e com uma fita prendendo a caneta tão antiga quanto o couro e as folhas amareladas e entregou a Mike.
- Aqui está você, com seu gato laranja, indo para... Hogwarts?! - Mike se assustou. - Bem longe de Nova York não acha?
- Longe o bastante para mim. Eu estou indo atrás do meu avô, a única coisa que minha mãe diz é que minha família paterna é de lá. Talvez eles sejam... Você sabe. Eu preciso ir. Então faça o que vocês tutores de pequenas bruxinhas levadas fazem e me coloque em Hogwarts! Eu tive que ser expulsa das 7 escolas americanas pra isso!
- Você não presta, Aubrey. - Mike disse tentando não rir da menina!
- E você me ama não ama?! - Aubrey se levantou e acenou para Mike. - Estou indo ver minha mãe.
- Boa sorte! Espero que ela esteja melhor.

Aubrey caminhou calmamente até a rua, acenou para um Táxi.
- Aubrey! - Disse o taxista.
- Olá Jesse. Vou ver minha mãe, certo?
- Certinho!
Aubrey lia sua habitual revista em quadrinhos do Homem Aranha enquanto o táxi cruzava Nova York, para ver sua mãe.
- Chegamos. Vai demorar muito?
- Uns 15 minutos Jesse, se quiser fazer algo enquanto converso com minha mãe, só não me esqueça aqui tudo bem?!
- Estarei de volta em 15 minutos.
Aubrey entrou em um Hospital Psiquiátrico, acenou para a recepcionista Hellen George e caminhou para o andar aonde sua mãe estava. Na porta do quarto aonde Aubrey entrou estava escrito: Marissa Bloom.
- Olá mamãe. Sou eu, Aubrey, de novo... - Aubrey se sentou na cadeira frente a cama de uma moça de longos cabelos negros despenteados. - Eu só vim aqui te dizer que eu vou para Hogwarts. É, desculpa mas eu fui expulsa da minha última escola... Sabe a neve que caiu?! Culpa minha! Lógico que a roupa que eu usei não ajudou muito... Eles são bem rígidos com o tamanho da saia do vestido lá mamãe! Que seja, eu estou indo pra Hogwarts, devo voltar aqui só no Natal. Fique bem sem mim, certo?
Aubrey se levantou e deixou uma lágrima escapar. Ver a mãe presa a uma cama, sem poder fazer quase nada, se não soltar um ou outro grunido era triste. Ela já devia ter se acostumado, era assim desde que se lembra, mas ainda doía. Ela não sabia o que havia acontecido para sua mãe ter ficado daquela forma, ela apenas estava daquela forma.

De volta ao Orfanato que freqüentava, já que sua mãe não pudia tomar conta dela, Aubrey tentou subir as escadas para que Britanny, uma baixinha chata que cuidava das meninas, não a chamasse para continuar a bronca. Trancou-se no quarto pequeno e pegou suas tranqueiras e colocou-as em uma mala. Tudo que ela tinha conseguiu caber em uma única mala, e aquilo era triste já que tudo que ela tinha eram coisas acumuladas durante quase 16 anos. Chutou o fundo de madeira do armário e entrou em um comodo escondido, pouco menor que o quarto de Aubrey, aonde um pequeno baú ficava. Aubrey furou seu dedo com a agulha do broche que carregava e colocou-o sobre o cadeado do baú. O sangue fez com que o baú se abrisse.
- Tudo ainda está aqui. - Aubrey o fechou e o arrastou até o armário, saiu do armário e ao ouvir a voz de Mike desceu correndo as escadas.
- Vamos boneca? - Mike disse.
- Vamos? Aonde cara? - Aubrey perguntou.
- Você vai ficar lá em casa... Ah como se você não soubesse! Pegue logo suas coisas!
Aubrey sorriu, subiu as escadas e desceu novamente com uma mala e um baú.
- Que baú é esse? Britanny perguntou.
- Nada Britanny! Tchau Tchau!
- Tchau! - Britanny olhou com desprezo para Aubrey, mas logo sorriu para Mike. - Me ligue!
Aubrey prendeu o riso e fingiu que estava falando no telefone e Mike a empurrou a olhando com desprezo. Entraram em um carro preto, parecido com aqueles de funerária, mas com frigobar e som de última geração.
- Vai me aguentar quanto tempo cara? - Aubrey perguntou.
- Muito. Vou para Hogwarts também. Eles precisam de um professor de D.C.A.T. e eu fui o único candidato.
- Isso eu não tinha desenhado. Cara... Eu preciso comer algo bem calórico!
- Como você consegue ser tão magra comendo tanto?
- Magra? Tudo bem, eu preciso de elogios hoje. - Aubrey batucava nos joelhos a música que tocava. - Posso nadar?
- Odeio quando você sabe pra onde estamos indo. Pode, desde que o Gato fique no seu quarto.
- Ela chama Nirvana! Nirvana cara, não é tão difícil! - Aubrey dizia, inconformada. - Ela tem 3 anos e você ainda não sabe o nome dela! Isso magoa ela Mike.
- Que seja. Chegamos, você sabe aonde é o quarto de hóspedes.
- Eu seei! - Aubrey pegou o pequeno baú e subiu.
Mais tarde desceu de biquini e com suas revistinhas, se sentou na borda da piscina e ficou lendo até que uma bola bateu na água, a assustando.
- Merda! Quando é que vocês vão parar de fazer isso?!- Aubrey perguntou, lançando a bola pelo muro.
- Quando você parar de tomar sol aqui Aubrey. - Um garoto de uns 16 anos sorria por de trás do muro.
- Tchau! - Aubrey mergulhou na piscina.
- Depois vá me visitar Aubrey! - O rapaz saiu sorrindo.
- Nem nunca, imbecil!
Aubrey continuou na água até que um grito a chamou. Era Mike, avisando que o sanduíche dela estava pronto.
- Eu com certeza vou sentir falta dos Fast-Foods. Nossa esse sanduíche está ótimo Mike. Nós poderíamos abrir nosso próprio restaurante.
- Cala a boca e come. Odeio quando você não para de falar.
- Eu vou parar. Mas só por que estou de bom humor! Só por isso. - Aubrey sorriu.
Era assim que passaria o resto de seus dias, até poder ir para Hogwarts - Por sorte, havia passado de ano no primeiro semestre.
Subiu para o quarto de hóspedes, tomou um banho e se deitou na cama, aonde Nirvana, sua gata dormia. Pegou um livro que estava na cabeceira e começou a lê-lo até dormir.


Nota da autora: Juro que acharia bem legal se vocês comentarem! Qualquer crítica será bem vinda e tudo mais. Um beijo e espero que gostem da minha fic!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.