Dilema de Harry e Aubrey e Eli
Harry acordou com Ron lhe jogando um travesseiro no rosto.
- Acorda, estamos atrasados e Mione vai dar um chilique. – O ruivo disse.
- Ai Ron, você precisava jogar o travesseiro na minha cara? – Ele perguntou se levantando e colocando o uniforme.
Ron o olhou com uma cara de “Como se você tivesse ouvido eu te chamar 20 vezes não é?!” e arrumou a gravata.
- Vamos. Eu estou morto de fome. – Ron disse.
- Ron, espere. – Harry disse se sentando na cama para amarrar os sapatos. – Eu tenho uma coisa pra te falar.
- O quê? – Ele perguntou sem dar muita importância.
- Eu beijei Aubrey. – Harry disse rapidamente. A verdade é que ele precisava tirar a culpa que sentia e também se vangloriar um pouco, pois sabia que Ron achava Aubrey mais bonita que Eliza.
- Você o quê?! – Ele perguntou surpreso. – Eu achei que você estava namorando a Elizabeth, vocês terminaram?
- Não...
- Mas e Malfoy? Se ele descobrir ele vai querer te matar Harry!
- Eu sei, por isso ele não vai descobrir. – Harry disse se levantando. – Vamos logo, eu estou com fome. À noite te conto o que aconteceu.
Ron saiu do quarto contrariado e curioso.
Hermione, Eliza, Aubrey e Gina estavam comendo quando os rapazes chegaram. Aubrey estava com grandes óculos e um chapéu preto. Tomava café e escrevia algumas coisas no caderno.
- Bom dia. – Ron e Harry disseram.
- Bom dia, bebê. – Eliza disse para Harry. – Onde você estava ontem a noite?
- Bebê? – Aubrey disse em voz baixa querendo rir.
Harry desconversou. Aubrey rabiscava no papel a cada gole que dava no café.
- O quê você está fazendo?! – Harry perguntou curioso.
- Escrevendo. Desenhando. Só isso. – Ela respondeu sem olhar nos olhos do rapaz.
Foram todos direto para as respectivas aulas, exceto Aubrey que voltou para seu quarto e então voltou a ler os livros sobre profecias. Ela leu e releu certa página que falava sobre uma profecia chamada Gallagher. Sua descrição era:
Profecia Gallagher: A melhor forma de manter uma profecia que não pode ser descoberta por pessoas que não são confiáveis ou fora do tempo correto. A profecia Gallagher é gravada na pele da pessoa e quando está pronta para ser decifrada ela causa muita dor e sangra muito. Para decifrá-la é necessário conhecer alguém que você confia para poder aplicar a poção de mesmo nome na cicatriz aberta e sangrando e então cobri-la com um lençol branco. A profecia então aparecerá escrita no lençol.
- É isso. É minha profecia. – Ela disse sorrindo. Pegou seu livro sobre poções e procurou a poção Gallagher.
Poção Gallagher: Poção necessária para decifrar a profecia Gallagher. É feita misturando pó de Chifre de Unicórnio, sangue da pessoa na qual você confia e tulipas brancas amassadas. Devem-se ferver os ingredientes na seguinte ordem:
- Tulipas amassadas.
- Chifre de Unicórnio.
- Sangue da pessoa na qual você confia.
Após fervida a poção deve adquirir tom perolado caso a pessoa seja realmente de confiança. Então após 30 dias aplique sobre a cicatriz e cobra com um lenço branco. (...)
Harry estava confuso: Talvez ele não sentisse aquilo por Aubrey fosse mais um truque de Voldemort. Ele sabia do sonho, ele tinha aquela cena de Aubrey morta em sua frente e ele tinha a sensação que ele havia a matado.
Mas ele não conseguia ignorar o fato que ela faz um bem imenso a ele. Harry gosta de ficar perto de Aubrey, mesmo sem falar nada, mesmo sem beijá-la e com Eliza não era assim há muito tempo. Ele não conseguia ficar observando-a fazer seus exercícios, ele não conseguia pensar em Eliza o tempo todo. Não que ele não gostasse mais dela, ele tinha um imenso carinho pela garota, mas ela não era (na verdade nem nunca foi) tão marcante na vida dele quanto Aubrey. Ele desejava Aubrey o tempo todo e cada vez mais. Ele nunca havia sentido aquilo.
Deitado em sua cama ele pensava nela e em todos os detalhes que ele já havia reparado nela. O sorriso branco, os olhos mutantes, os cabelos tão negros quanto os seus, mas todos no devido lugar, para torná-la ainda mais encantadora. Até o cheiro dela era bom. Ele até diria que Aubrey era perfeita, mas ela era muito mais que isso.
Ele não conseguia dormir então decidiu dar uma volta: Como resultado se viu frente à porta do quarto de Aubrey. Ele tinha a chave e então entrou cuidadosamente no quarto da menina para não fazer barulho. Ela estava deitada, já dormindo. Harry se sentou na cama e a ficou observando, pequena, linda, delicada durante muito tempo.
Até que Aubrey acordou, pois sentia uma dor forte em sua cicatriz. O relógio marcava 23h15min e Harry estava sentado em sua cama.
- Olá. – Ele disse sorrindo.
- O quê você está fazendo aqui? – Ela perguntou sonolenta e tentando esconder a dor.
- Não conseguia dormir.
- E então você aparece no meu quarto?
- Não só porque eu estava sem sono, é que eu queria te ver... – Ele disse sorrindo enquanto ela se sentava na cama.
- Venha cá... – Ela disse sorrindo.
Harry se aproximou dela, ele estava pronto para beijá-la e então ela disse:
- Oh... Nós não podemos fazer isso Harry...
- Eu sei... Nós temos que parar. – Ele se afastou dela.
- Mas não agora. – Ela disse fazendo que ele se aproximasse novamente e a beijasse.
Harry encostou nas costas de Aubrey e sentiu algo molhado e então se afastou dela olhando para sua mão.
- É sangue, Aubrey. – Ele disse. – Deixe-me ver.
- Não Harry, não é nada... – Ela disse se afastando dele.
A camisa branca que ela estava usando para dormir estava vermelha nas costas.
- Isso é sério Aubrey, deixe-me ver. – Ele disse.
Aubrey preferiu não discutir, pois sabia que não adiantaria nada. Ela se deitou debruço na cama e Harry levantou a blusa dela.
A cicatriz sangrava muito, Harry foi até o banheiro e pegou a toalha branca e a molhou.
O “reflexo” de Aubrey apareceu fraca e disse:
- Harry Potter, tome cuidado dela ok?! – E então sumiu.
Mesmo sem o reflexo no espelho, Harry respondeu: Ok.
Harry terminou de molhar a toalha, colocou nas costas da menina e abriu um livro. Lá estava a poção Gallagher.
- Temos que fazer isso. – Ele disse – Mas demora um mês para ficar pronta.
- Eu sei. – Aubrey disse com os olhos cheios de água. Ela sentia dor, muita dor. Ela escondeu o rosto no travesseiro para que Harry não visse suas lágrimas.
Harry percebeu que ela estava tentando esconder as lágrimas, mas não disse nada. Ele estava a observando, observando as fotos que havia ao lado da cama dela. Aqueles olhos que mudavam de cor lembravam os de alguém... Talvez de Elizabeth.
E então como um clique veio na mente dele as palavras que ela havia dito. Elizabeth havia dito a ele que era irmã de Aubrey, não havia?! Ela havia dito que era Effy, mas se Effy aparecia no espelho de Aubrey, como Elizabeth era Effy?! E, além disso, algo que preocupava mais Harry, mesmo não sendo o mais importante: Porque ele estava beijando a irmã de sua namorada? Ele não disse nada, ele não tinha resposta.
Ficou lá, olhando ela adormecer com a toalha molhada nas costas.
Foi embora, deveria pensar no ocorrido em seu quarto, não olhando sua “amante” dormir seminua com uma apenas toalha molhada nas costas e o lençol não seria útil para um pensamento criterioso sobre seu caso.
Ele não dormiu a noite inteira pensando em uma solução para esse dilema.
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