Ciúmes.
Aubrey não saiu do quarto o resto do final de semana. Ninguém entendi ou sabia o porquê. Harry e Draco foram tentar falar com ela, ambos não conseguiram ela abrir a porta.
Aubrey ficou em seu quarto, desenhando, vendo filmes, se lamentando. Sozinha.
Ela estava mal, ela se sentia mal. Ela não queria ninguém, ela queria conversar com sua mãe, mas infelizmente não seria possível.
- Aubrey! – Seu reflexo a chamou. – Venha aqui.
Aubrey obedeceu.
- Meu deus! Você está um lixo. Você por acaso não cortou o cabelo por quê?
- Não quis. – Aubrey disse passando a mão pelo cabelo que cresceu tão rapidamente que já estava em seus ombros.
- E essas olheiras?
– Não me pergunte! Olhe, eu estou conversando com meu reflexo, eu troco de lugar com o meu reflexo, minha mãe está louca, eu estou quase louca, eu beijei o inimigo do meu ex-namorado que está tentando ser meu namorado de novo e o Mike está saindo com uma inglesinha idiota chamada Grace! Quem é no mundo que chama Grace?! – Aubrey perguntou inconformada.
- Grace Kelly chamava Grace. – O reflexo disse.
- Mas ela é a Grace Kelly. O que a mãe dessa tal Grace pensa? Ela acha que deu a luz a uma princesa? Uma atriz? Algo do gênero!
- Calma! Você não a conhece, às vezes ela é legal.
- Ela não deve ser legal. Ele nunca gosta de ninguém legal. As duas últimas, uma era uma russa mandona e a outra uma ex stripper!
- Ex Stripper? – O reflexo tentou não rir, mas era quase impossível. – EX STRIPER?
- Entende o que eu to te falando agora? – Aubrey se sentou na pia. – Se ela for estranha, eu vou fazê-la terminar com ele.
- Você tem que protegê-lo, não é mesmo? – O reflexo disse.
- Isso mesmo. Melhor eu tomar um banho, amanhã será um longo dia, se é que você me entende! – Aubrey disse, tirando a blusa e entrando no chuveiro.
Era segunda-feira de novo. Aubrey definitivamente era a primeira a entrar no Salão principal. Ela estava com fome. Muita fome. Durante dois dias ela havia apenas comido pipoca e alguns refrigerantes. E ela realmente precisava comer alguma coisa, estar saudável porque havia treino de quadribol. Ela não podia decepcionar ninguém, ela sempre tinha que estar pronta.
Harry, Ron, Hermione, Gina e Elizabeth chegaram todos juntos.
- Olhe, Aubrey está lá. – Elizabeth disse. – Achei que nunca mais ia vê-la.
Aubrey não olhou para ninguém, apesar de todos eles se sentaram perto dela.
- Você está bem? – Harry perguntou em voz baixa.
- Aham. – Ela respondeu com quase um sussurro.
- Nós precisamos conversar, não acha? – Ele perguntou ainda em voz baixa.
- Não. – Ela disse olhando agora nos olhos do menino. Aqueles olhos que a tiravam do sério... Mas ela precisava se controlar. Ela estava deixando seus sentimentos atrapalharem seus planos. – Nada aconteceu, não temos nada a discutir.
Harry resolveu não discutir, ele iria discutir esse assunto com ela, talvez aquele não fosse o melhor momento, mas eles conversariam mais cedo ou mais tarde.
As aulas passaram arrastadas, irritando não só Aubrey e Harry, mas todos os alunos. O entusiasmo de volta as aulas havia acabado.
Ela estava nervosa com o fato de ter que jantar com a tal Grace.
Ele estava preocupado com Aubrey e curioso, pois não tinha nem idéia de como seria seu relacionamento com ela a partir do dia que ele a beijou.
Ela não olhava para ele, mas ele obviamente não conseguia olhar para outro lugar.
Talvez fosse impressão dele, mas ela não conseguia nem sorrir daquela forma que ela ria sempre. Parecia preocupada, confusa. Isso preocupava Harry.
Ninguém viu Aubrey após o almoço. Harry a procurou por todos os lugares, mas ninguém sabia dela. Então Harry procurou Draco, talvez ele soubesse onde ela estava.
Ao chegar à sala de D.C.A.T. à procura de Draco ( havia sido informado que ele estava tento D.C.A.T. naquele horário), ele encontrou Malfoy conversando com Mike, então ele preferiu escutar a conversa da porta.
- Mas ela ficara bem? – Draco perguntou a Mike, preocupado.
- A tendência é piorar... – Mike disse, se apoiando na mesa. – Eu vou vê-la mais tarde, acho que ela gostaria que você e Harry Potter fossem. Ela chamou por ele com a febre.
- Por Potter? – Draco perguntou com desprezo.
- Eles são muito amigos. – Mike disse. – Ele é a única pessoa que ela consegue conversar.
- Conversar? Aubrey não cala a boca com ninguém, ela mal consegue se conter de vontade de falar com estranhos!
- Não conversar no sentido literal da palavra. Desabafar sabe? – Mike disse caminhando para fora da sala. – Me ajude a achar o tal Potter e vamos vê-la.
Harry caminhou para trás, para que ninguém suspeitasse que ele estivesse ouvindo a conversa de Draco e Mike.
Os dois então saíram da sala.
- Oh Potter, estávamos justamente saindo a sua procura. – Mike disse sério. – Vamos ver Aubrey, quer ir conosco?
- Onde ela está? – Harry perguntou preocupado.
- Você não sabe? – Draco perguntou, um pouco irritado. – Ele não sabe...
- Sei o quê? – Harry perguntou, se assustando com a reação de Draco.
- Vamos. No caminho eu te explico a situação da pequena. – Mike disse caminhando na frente dos dois.
Harry e Draco o seguiram, se olhando com a raiva que eles tinham um do outro. Aubrey não estava lá, então nenhum dos dois precisava se preocupar em deixá-la nervosa.
Mike se sentou em uma moto um pouco estranha: ela era normal, mas tinha um compartimento atrás, um baú.
- O que é isso? – Draco perguntou, olhando com desprezo para a moto.
- Ah, é temporário. É minha forma de chegar a minha casa e pegar meu carro para podermos ir para o Hospital Bruxo de Nova York. – Mike disse se sentando e entregando um capacete para Harry e um para Draco.
- Nós vamos para Nova York? – Draco perguntou, confuso.
- Aubrey está em um hospital? – Harry se sentiu mal e preocupado. – O que ela tem?
- Draco, explique para ele na ida. Vamos, vamos, não tenho muito tempo!
Harry e Draco entraram no baú. Ambos com raiva um do outro, o ódio acumulado entre anos.
- O quê ela tem? – Harry perguntou.
- Você foi criado como trouxa, não foi Potter? Então será mais fácil explicar... Aubrey tem uma espécie de câncer bruxo.
A palavra causou um impacto grande em Harry. Ele sabia que câncer matava muitos trouxas. Imagine um câncer bruxo.
- Como assim um câncer bruxo? – Harry perguntou.
- Um tumor causado por um trauma. Ela não fala qual trauma, ela não quer o tratamento. Ela está em fase terminal.- Draco se virou, olhando para o chão que a moto percorria.
Harry poderia jurar que havia visto uma lágrima nos olhos de Draco. Ou talvez fosse mera impressão de ótica.
Atravessaram um portal e então chegaram a uma casa grande.
- Bem vindos à Nova York. Essa é minha casa, por favor, direto para a garagem, não temos muito tempo. – Mike desceu da moto e caminhou para o carro. Ao ver a demora dos rapazes, disse: – Vamos?! A direção é invertida Draco, entre do outro lado...
Os dois obedeceram às ordens do professor, entraram no carro de funerária. Harry achou o carro estranho, o volante era ao lado oposto dos carros que ele conhecia.
Ao chegarem a um hospital, Mike encostou-se a um hidrante, que fez uma escada para o subsolo aparecer.
- Desçam, vamos logo! – Ele disse, descendo rapidamente.
Draco e Harry desceram atrás. Uma porta branca em uma parede também branca se materializou na frente dos três. Mike abriu a porta e entrou, seguido pelos dois rapazes.
- Bom Dia Mike! – Uma enfermeira simpática disse, com o sotaque americano que Aubrey também tinha. – Quer que eu te leve até o quarto da sua protegida ou você já conhece o caminho?
- Bom Dia Lauren. – Ele disse abraçando a enfermeira. – Esses são meus alunos, amigos de Aubrey. Eu os trouxe para que ela queira voltar logo pra Hogwarts.
- Olá! – Lauren disse passando a mão no cabelo dos meninos. – Eu sou Lauren Rosenbaun.
- Vocês dois...? – Harry perguntava quando foi interrompido.
- Somos irmãos. – Lauren disse caminhando para longe. – Quarto 874593,5. Vão logo antes que o remédio faça efeito e que ela durma.
- Vamos. – Ele caminhou para a porta em que os números giravam. – 874593,5; Aubrey Satine Bloom.
A porta materializou os números ditos, e uma foto de Aubrey. A foto sorriu para Mike e disse:
- Olá Mike. Trouxe a Nirvana?
- Abra a porta gracinha. – Ele disse emburrado. A porta se abriu e então ele entrou.
Harry e Draco entraram logo atrás. Aubrey estava deitada na cama, fraca, pálida e com grandes olheiras. Em seus braços havia marcas, talvez das injeções que ela havia tomado. Mike caminhou até ela, se sentou ao lado da cama e segurou a pequena mão da menina.
- Mike? – Ela perguntou com uma voz fraca e trêmula.
- Eu estou aqui pequena. Você vai melhorar.
- Não, não vou. – Ela sorriu. – Eu vou descansar agora.
- Não! – Draco foi para perto da menina. – Você vai melhorar! Você...
- Draco? O que você está fazendo aqui? – Ela perguntou.
- Eu o trouxe, e trouxe Harry também. – Mike disse passando a mão pelos cabelos curtos de Aubrey. – Achei que você fosse gostar de alguma visita.
A porta do quarto se abriu e uma médibruxa alta e loira caminhou para dentro do quarto.
- Boa noite Aubrey. – Ela disse olhando para as folhas que trazia. Ao ver que havia mais pessoas no quarto ela disse: – Mike e amiguinhos da Aubrey. Está na hora de mais alguns remédios.
- Olá doutora Shinko. – Mike disse.
Ela abriu a gaveta que estava ao lado da cama de Aubrey e de lá retirou algumas injeções.
- Sinto muito Aubrey, mas eu terei de usar uma injeção que me fará entender muitas coisas sobre você. – A doutora disse injetando no soro que a menina tomava. – Se quiser que alguém saia da sala, melhor que saiam agora.
- Não. Que todos eles fiquem. – Ela disse de olhos fechados.
- Então... Vamos às verdades. – A doutora conjurou uma cadeira e uma pena de escrita rápida. – Aubrey, porque você não quer falar sobre seu trauma?
- Eu não quero me lembrar dele. – Disse a garota com voz sonolenta.
- Você prefere morrer a se lembrar dele?
- Sim.
- Sua vida vale isso? –A médibruxa perguntou inconformada.
- Se eu morrer agora eu vou morrer de uma doença e meus poderes não poderão ser usados...
- Usados por quem Aubrey? – Mike perguntou.
- Eu não sei. Está escrito na profecia...
Mike se assustou. Ele, a pessoa que mais bem conhecia Aubrey não sabia dessa profecia. Nesse momento ele percebeu que talvez Aubrey fosse mais misteriosa do que ele esperava. Já Harry pensava como ele e Aubrey eram parecidos em mais um ponto.
- Que profecia? – Shinko perguntou.
Aubrey se virou de costas, sonolenta e tirou a camisola que vestia. Harry e Draco abriram os olhos assustados com a atitude da menina. Mike tentou cobrir os olhos dos rapazes, mas percebeu que não era necessário, pois a menina já estava de costas.
- Meu deus. – Shinko disse ao ver a enorme cicatriz que Aubrey tinha nas costas.
- O quê é isso? – Mike, Harry e Draco disseram juntos.
- É uma cicatriz. – Shinko disse. – E há algo escrito aqui... Mas eu não consigo entender.
Draco se afastou. Era perceptível que aquilo o assustava. Assustava a todos os outros, mas mais a ele.
Já Harry sentiu uma enorme tristeza. Ela era mais parecida com ele do que qualquer um já imaginou. E ele queria protegê-la, ele queria tirar dela toda aquela dor, aquela responsabilidade. Aubrey parecia tão pequena, delicada e “quebrável” deitada debruço com as costas nuas e o cabelo channel escuro em contraste com a pele morena que não vê sol há tempos.
Aubrey então começou a acordar do “transe”.
- Deixem-na se recuperar. – A doutora se levantou e caminhou até a porta. – Volto daqui alguns minutos.
- Grace... – Mike se levantou e caminhou até ela. – Posso falar com você um minuto?
Os dois deixaram o quarto de Aubrey, ela esta fraca. Draco e Harry, uma de cada lado da cama esperavam que ela acordasse e falasse algo.
Demorou um pouco, ela puxou o lençol e se cobriu antes de se virar.
- Bom dia. – Ela disse, com os olhos um pouco fechados. – Eu falei muita merda?
- O quê é aquela cicatriz enorme nas suas costas? – Draco perguntou nervoso. – Porque você nunca me disse nada sobre ela?
- Malfoy! – Harry disse nervoso. Aquele não era o momento nem a situação para discutir o que Aubrey devia contar ao seu ex (ou atual) namorado.
- O quê foi Potter? Você a conhece há alguns meses e acha que sabe tudo sobre ela? – Draco perguntou, desafiando Harry.
- E só porque você namorou com ela você se acha no direito de saber tudo? – Harry disse, em tom baixo, mas desafiador. -Pelo menos eu tenho respeito pela situação dela. Ela está em um hospital, ela está doente!
Aubrey se vestiu debaixo das cobertas que tinha e se levantou. Sabia o que estava para acontecer.
- Eu melhor do que ninguém sei como ela está! – Draco empurrou Harry. – Você é só um amigo dela. Eu a amo.
- Draco! Harry! – Ela disse se se encostando a uma parede, fraca. – Parem...
Aubrey caiu no chão imóvel. Os olhos azuis bem abertos, a expressão de susto. Harry e Draco correram para ver o que havia acontecido. Draco a pegou no colo e a colocou na cama.
- Chame alguém. – Ele ordenou, passando a mão pelo rosto da menina.
Harry o obedeceu. A doutora Shinko entrou no quarto e viu a menina desmaiada.
- O quê aconteceu aqui? – Ela disse pegando sua varinha e fazendo um feitiço, “tirando” uma nuvem cinza clara de Aubrey e guardando em um tubo de ensaio com tampa, entregando-o para uma enfermeira. – Eu preciso um exame dessa memória dela. Com urgência.
Mike ficou pálido, se sentou ao lado de Aubrey e segurou em sua mão. Aubrey estava fria...
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Aubrey sentiu-se pesada. Harry e Draco discutindo a havia feito levantar da cama quando sabia que não conseguiria parar em pé. Ela estava fraca, ela sabia disso, ela sentia isso. Então procurou se encostar a parede, mas não foi suficiente, ela se sentiu mais pesada, como se a gravidade tivesse aumentado. Então ela se deixou cair, não adiantava lutar, ela estava desmaiando. Tudo ficou escuro, e a única coisa que conseguia ver eram os olhos de Draco e de Harry por alguns instantes. E então mais nada.
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Adoro quando comentam! Obrigada Aline querida! espero que goste desse capítulo! Eu demorei mas atualizei! haha :)
Beijos
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