Prólogo II



Prólogo II
OBS.: As parte entre aspas (“”) quase sempre são pensamentos.

Ginevra Weasley chegou ao ministério da magia sentindo-se realmente disposta, nem mesmo o fato de ser pouco mais de seis horas da manhã de um sábado (em pleno quatorze de fevereiro) a desanimava. Sentia em todo seu corpo que o dia seria estupendo. Oh, ela não sabia como estava enganada...

Sorriu satisfeita ao entrar em sua sala. Era espaçosa e relativamente organizada - visto que ela nunca fora obcecada com organização, mas sentia-se feliz e confortável naquele lugar. - Considerava aquela sala seu santuário; quando estava mal, ela simplesmente se guardava ali e entrava de cabeça em seu trabalho... Não havia problema que persistisse em sua cabeça enquanto trabalhava. Ou simplesmente sentava-se em sua imponente cadeira de couro e esvaziava sua mente, aquilo sempre dava certo.

-Hey Weasley – ela levantou os olhos para observar com o cenho franzido aquele homem profanar seu ‘santuário’. Não era o combinado algo do tipo: “Você, pobretona, fica na sua que eu fico na minha. E, assim, talvez, possamos conviver harmoniosamente neste lugar”?

-O que foi dessa vez, Malfoy?

-Você esqueceu sua marmita – ele disse ironicamente balançando o envelope com uma das mãos. – “Ginny, querida... Eu sei que não gosta quando a mamãe manda comida para seu trabalho. E que eu havia prometido que iria parar com isso... Mas você está trabalhando tanto! E está tão magrinha... Como você conseguirá arrumar um namorado sendo apenas pele e osso, querida? – eu lhe digo: Você não irá! Bom, quero dizer... Não um que preste, você pode me entender? E sim, estou me referindo aquele ‘Doli’ ou Dino, qualquer coisa, aquele seu namoradinho do tempo de escola... Enfim, talvez rapazes como ele gostem mas...” – ele imitava com uma voz estridente a senhora Weasley enquanto lia o bilhetinho que, obviamente, havia retirado do embrulho. A ruiva corou furiosamente. Às vezes, ela odiava muito ser uma Weasley.

Sua mãe nunca fora daquele tipo de mulher alcoviteira ou que a empurrasse para o que chamavam de “bons partidos”. Não. Nesse ponto, na verdade, Molly Weasley era bastante “liberal”, por assim dizer... Deixava esse tipo de assunto (homens em geral) sob o controle de Gina, visto que era na sua vida que aquilo iria interferir. Mas como nem tudo pode ser perfeito para sempre... De uns tempos pra cá, Molly tornara-se demasiadamente interessada na vida afetiva de sua filha... Principalmente com os recentes acontecimentos.
Quem diria que, depois de séculos como amantes secretos (“secretos até para os próprios amantes, se é que me entende...”), Harry e Hermione iriam descartar as tradições e pular direto para a parte do casamento? Ou que Rony Weasley (“até o meu irmão...” ela pensava desanimada) havia encontrado alguém?
“Você pode entender agora o porquê de minha mãe estar tão preocupada comigo. Quero dizer... Se o Rony tem alguém [mesmo este alguém sendo Luna Lovegood; e eu não a estou desmerecendo, obviamente que não! Ela é uma de minhas melhores amigas, afinal. Mas é que, francamente, toda a torcida da seleção irlandesa de quadribol está cansado de saber o quanto a Luna é louca pelo Rony - Convenhamos... Coisa que eu realmente, realmente, não consigo entender (acrescente aqui um olhar dubitativo) – desde o nosso quarto ano. E ainda dizem que as corvinais são inteligentes... (observa-se em minha face um olhar irônico)] as coisas estão... Mal para mim”

Suspirou resignada, muito enfadada. E, com dignidade (“ou o que me restou dela”), a ruiva se levantou e com brusquidão retirou o pacote e o bilhete das mãos do loiro impedindo-o de continuar lendo seu bilhete, sem deixar de fulminá-lo com o olhar enquanto o fazia.

Infelizmente, observou, o ‘bilhete’ prosseguia... Ela se recusou a ler mais sobre a história de como tendo “carnes para se apalpar” as coisas ficavam infinitas vezes mais fáceis para uma “garota inteligente e exigente” - esse era o sinônimo, ao menos para sua mãe, de: “mulher-desesperada-procura” – como ela, Gina. E se negou a acreditar que sua mãe pusera uma nota do tipo: foi assim com seu pai, querida “Acrescente uma careta de nojo da minha parte bem aqui...”.

Ela respirou fundo antes de continuar: “PS: Amor, é a torta de maçã que você tanto gosta. Eu sei que você é grande o bastante para se cuidar sozinha... Mas sabe que realmente não me custa fazer algumas vezes um agrado para meus filhos. Além do mais - e eu não quero dar uma de vítima. Mas querida... - faz semanas que você não vem nos ver...” – Ok... No próximo fim de semana ela iria visitar os senhores “carência” Weasley... Comumente chamados por ela de “pais”.

“Ótimo” Gina pensou em remoque. “Além de me julgar uma encalhada, minha mãe quer que eu me torne uma réplica mais jovem dela...” Suspirando, a ruiva abriu o embrulho e deixou aquele familiar aroma que sempre a deixava embriagada a invadir. Bom, estava avistando agora a luz no fim do túnel... Seu humor não podia ficar mal quando tinha aquele pedaço do céu em mãos.

-Isso parece estar bom – Draco retrucou aproximando-se de sua mesa (para onde ela voltara assim que retirara dele aqueles dois itens), Gina o encarou confusa.

-O que você ainda está fazendo aqui?!

Ela o olhou com indignação quando Draco, com o dedo indicador, “furou” a torta. - Preciso do relatório do caso Hale. Mas não tem pressa – retrucou alheio, enfiando novamente o dedo na torta da ‘colega’ de trabalho. – Mas isso é muito bom... – o loiro acrescentou com o cenho franzido e com o dedo na boca.

Gina olhou do pedaço de torta para o dedo de Draco, este ia novamente ao encontro da torta, sem ação. Ele-estava-acabando-com-sua-torta-toda!
Quase com um grito de guerra, Gina afastou dos dedos “delinqüentes” de Draco Malfoy sua preciosa torta e, lhe lançando um olhar onde se lia claramente “Sai fora!”, ela deu uma mordida generosa no doce. Draco, porém, não ia se render tão fácil... O homem deu a volta na mesa e, como um moleque, surrupiou o restante da torta para si, colocando-o todo na boca antes que Gina pudesse tomá-lo de volta.
A mulher fungou olhando para a boca dele desolada enquanto lhe via mastigar cheio de satisfação e de forma tão despudorada que ela jurava tê-lo ouvido gemer...

-Eu te mato, Draco Malfoy! – ela gritou cerrando os punhos.
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(continua)
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