O Ataque



O dia amanheceu belo na Toca.Logo fizeram-se aparecer raios amarelados de sol, que banhavam todo os cômodos possíveis da casa e anunciava que o dia finalmente havia amanhecido.
Como eram férias, todos os adolescentes presentes naquela casa ainda estavam esparramados em suas camas.Afinal, se não havia aula, não haveria motivo para acordar cedo.Exceto, claro, por Hermione.
Mesmo não estando em Hogwarts, ela sempre teve a mania de acordar cedo.E nesse dia, especialmente, ela estava de ótimo humor.Não apenas pelo lindo dia que havia lá fora e pela linda melodia entoada pelos mais diversos tipos de pássaros que era ouvida por todos, mas também porque era o dia do aniversário de Harry, seu amigo de infância.Que, junto com Rony, era o seu melhor amigo.Com quem havia passado por todas as aventuras possíveis.Até a invadir o Ministério da Magia, no ano anterior.
E já estava mais do que na hora de O-Menino-Que-Sobreviveu receber uma festa, porque pelo fato de seus tios o odiarem com todas as forças, ele nunca tinha ouvido um coro de "Parabéns pra você" apenas para ele.As vezes é errado sentir pena de alguém, algumas pessoas odeiam que outros sintam-se penalizados por ela, mas por vezes Hermione sentia pena de Harry, não era justo um menino tão bom quanto ele sofrer um tratamento tão miserável de seus parentes.E carregar um fardo tão grande como o que ele carregava, era como se o mundo inteiro dependesse dele.Um menino de 16 anos, um adolescente, que deveria estar curtindo sua vida despreocupadamente, mas Harry nunca havia sido um menino normal.Desde o momento em que Voldemort assassinara seus pais e ele sobrevivera à maldição da morte.

Ela mesma quem dera a idéia para que essa festa acontecesse.Harry estava precisando, mais do que nunca, de seus amigos agora.Havia sofrido mais uma perda no ano anterior, de seu padrinho, Sirius Black.Uma das poucas pessoas que se importava com ele, que o havia enchido de esperança ao fazer planos de os dois morarem juntos.Mas a sua inocência nunca fora provada, fazendo-o ter que sempre se esconder.Mas quando soube que seu afilhado corria perigo enfrentando Comensais da Morte no Ministério, jogou tudo para o alto e foi em busca da proteção daquele que era como um filho para ele.E foi assim que Sirius Black morreu, mas morreu sendo julgado como um assassino para todos do mundo mágico.Para Harry ele havia morrido como um homem digno, e pouco importava o que os outros pensavam sobre isso.

E o que mais doía em todos é que Harry ficava a se culpar por isso, ele havia se tornado um menino amargo e quieto. Era comum vê trancado no quarto olhando para o céu à noite, procurando qual daquelas estrelas seria seu padrinho. Alguns trouxas dizem que quando alguém especial morre, se torna uma estrela.Então Harry ficava sempre a observar o céu escuro, olhando a estrela mais brilhante que havia, a qual ele acreditava ser seu padrinho, Sirius Black, que, mesmo morto, continuava a olhar por ele, com seu olhar triste de preocupação.

Harry havia emagrecido bastante, devido ao fato de raramente sentar-se à mesa com os outros, comendo apenas se a Srª.Weasley levasse a comida em seu quarto, mas acabando por deixar metade do prato intocada.Em baixo de seus olhos haviam fundas olheiras, devido ao fato de ele constantemente ter pesadelos em que Sirius aparecia e o culpava de tudo, ou rever a morte de seu padrinho.E isso o fazia ficar com medo de dormir, ficando acordado o máximo que conseguia e só dormindo quando o cansaço o vencesse, fazendo-o não se lembrar do sonho no dia seguinte.

Todo o bom o humor que estava presente nela pareceu esvair-se, como quando abre-se uma bola de assoprar e todo o seu ar sai ferozmente de dentro dela.A garota morena soltou um suspiro triste ao lembrar de tudo.Sabia que mesmo sendo seu aniversário Harry não daria a mínima para isso, ele não se importava mais com a cor do mundo, com o cheiro das flores ou com o brilho da Lua, então, tampouco, não se importaria se aquele dia era ou não 31 de Julho.O que apenas o importava eram as estrelas, especialmente aquela que brilhava mais intensamente, ele sabia que era Sirius, olhando por ele.

Desceu as escadas vagarosamente, não queria fazer barulho ao passar por perto da porta dos garotos.Sabia que os dois haviam passado a noite praticamente toda em claro, e que precisavam dormir bastante.As vezes ela era como uma mãezinha para eles, se preocupava sempre com o bem estar ou com as atividades não feitas por eles.E ela mesma passara acreditar nisso, era como um sexto - sentido despertasse nela quando um dos dois estava preocupado ou não dormia.Ela conhecia os dois mais do que talvez conhecesse a si mesma.
O fato de que Harry e Rony não acordassem tão cedo facilitaria seus planos.Seria mais fácil providenciar tudo da festa enquanto os dois ainda estavam entregues à um mundo só deles, o mundo dos sonhos.Sorriu levemente, aqueles dois estavam precisando de um bom descanso.Tirar férias de todos os pensamentos, que acabavam a corroer a felicidade de todos.

Na cozinha encontrava-se apenas Molly Weasley, ajeitando as coisas para o café da manha.

-Bom dia, Srª.Weasley - disse Hermione educadamente, sentando-se à mesa já posta.Olhou a comida sem interesse, estava sem fome.Talvez pela ansiedade que estava sentindo em fazer a primeira festa de aniversario para alguém, e pelo fato de que esse alguém era Harry Potter, então todo o cuidado para que essa festa fosse plenamente segura era pouco.

-Bom dia, querida, como passou a noite? - perguntou Molly, andando atarefada pela cozinha.

-Não sei se deveria dizer que a passei bem - disse a menina, tristemente, enquanto servia-se – Pouco consegui dormir, fiquei preocupada com os meninos.Os gritos que eles davam faziam com que a preocupação falasse mais alto do que a minha necessidade de dormir.Suponho que os gritos fossem de Rony, tentando fazer Harry acreditar que a morte de Sirius não fora culpa dele, que Sirius sabia o perigo em que corria, e arriscaria tudo para salvar seu afilhado.As vezes em conversa comigo Rony estressava-se, imagino então como deve ter sido com Harry, e eles não têm um dialogo descente há um tempão, sempre falando pouco.Acho que Rony não pôde perder essa oportunidade de fazer Harry voltar ao normal.Mas, como sempre, acho que ele não quis ouvir ninguém...

A Srª.Weasley soltou um suspiro triste, Harry era como um filho para ela também, e o estado que ele se encontrava só fazia-a mais preocupada.Aquela guerra consumia-a mais e mais, lentamente.No meio de seus fios ruivos, já dava para ver vários brancos, conseqüências da preocupação, não só por Harry, mas por todos.

-Então querida, como iremos fazer para que Harry não descubra que estamos a planejar uma festa para ele? - perguntou Srª.Weasley sentando-se também à mesa, enxugou uma lágrima solitária que teimava em descer pelo seu rosto redondo.

-Esperaremos o Sr.Weasley chegar para que os menino possam ir ao Beco Diagonal, Harry esta precisando ver alguns artigos de Quadribol para ver se alegra-se um pouco.Há tempos que eu não vejo um sorriso brincar nos lábios dele.Ele está precisando saborear um sorvete, fazer compras, admirar o dia, mesmo não tendo a tão linda estrela de Sirius brilhando na imensa escuridão do céu, olhando-o - disse a jovem tristemente - E suponho que ele não lembre que hoje é o aniversário dele, então ficará mais fácil...

Hermione não conseguiu frear uma lágrima ao tocar em um assunto.Uma pessoa não lembrar que dia era o seu aniversario era triste.Ela preferia acreditar que tudo o que Harry estava passando era apenas uma fase, e que, quando ele conseguisse sobreviver com a morte do padrinho, tudo voltaria ao normal, mesmo que demorasse um pouco.

Molly consentiu, sentindo seus olhos arderem, com algumas lágrimas já contornando o seu rosto e quebrando na mesa.O estado de seus meninos a deixava cada vez mais frágil.Se eles sofriam, ela sofria em dobro.E essa triste férias de verão só a deixava num estado pior.Só Merlin sabe como ficaria seu coração ao enviar seus meninos à Hogwarts, mesmo estando sobre os cuidados de Dumbledore.Nenhum lugar era seguro naquela guerra.

Mas um barulho de passos as fizeram olhar para as escadas.Harry e Rony desciam as escadas vagarosamente, talvez ainda consumidos pelo sono.

-Bom dia - disse Hermione tentando transpor um olhar alegre para os dois, o que não os convenceu muito.
A Srª.Weasley ao vê-los ali secou suas lágrimas, não por vergonha de chorar na frente dos meninos, mas por saber o estado de preocupação em que eles ficavam ao vê-la derramar uma lágrima.
Hermione olhou para Harry que estava sentado ao canto da mesa, calado.O combinado era que ninguém comentasse sobre que aquele dia era o aniversário dele até a hora da festa.E pelo o que Hermione desconfiava, nem ele próprio lembrava disso.

-Bom dia, Mione - disse Rony sonolento, sentando-se perto de Harry, que apenas olhava seu prato, sem expressar emoção.

Rony; Hermione também não sabia o que sentia por ele.Às vezes achava que era amor de adolescente, às vezes achava que era apenas um amor materno.Mas ela não o olhava com os mesmos olhos aos quais olhava o moreno.Ela o olhava diferente, o olhava como homem, o olhava como um garoto.Mas um relacionamento entre os dois seria uma loucura, ela não poderia.Seria estranho tocar com os seus os lábios daquele em que ela sempre considerou um irmão.E grande parte dela queria acreditar que Rony não gostava dela, apesar de o ver sempre a admirando com ternura em seus olhos.Mas para ela nada passava mais do que um amor de irmão.

Harry apenas sussurrou algo que Hermione supôs que também seria um "Bom dia".Olhou para ele com um terno olhar, tentando levar um pouco de calor àqueles olhos agora frios.A morena surpreendeu-se de ele estar sentado à mesa com todos, eram raras as ocasiões em que ele o fazia, será que ele sabia que aquele era um dia especial, ou melhor, que naquele dia ele faria anos?

Logo após desceram Gina e os gêmeos.Essas férias eles já não desciam fazendo o maior barulho possível e arrancando risadas de todos.Aqueles três eram brincalhões, mas sabiam quando a situação exigia silêncio.Podiam ser brincalhões como crianças, mas sabiam ser maduros quando adultos quando o assunto era sério.

-Bom dia, gente - disse Gina sentando-se ao lado de Hermione e depositando um beijo na bochecha da mesma.

Os gêmeos desejaram o mesmo e sentara-se à mesa.

Aquele, como todos os outros daquele verão, havia sido um café da manha quieto.Srª.Weasley sempre olhava o relógio, mas não para ver a hora, e sim para ver como estava seu marido.Temia que qualquer um daquele ponteiros fossem parar em "Morte".Ter um Weasley fora de casa a deixava com uma terrível angústia, e mesmo sabendo que o seu marido encontrava-se no ministério, Gui na Romênia, e Carlinhos em Gringotes, sabia que todos corriam perigo.E isso era o que mais a deixava com o coração na mão.

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Com muito custo os Weasley conseguiram arrastar Harry para um passeio no Beco Diagonal, deixando a casa livre para que Srª.Weasley, Hermione, Gina e Tonks (que viera ajudar) arrumassem a casa para a festa.

O combinado era que já estivesse tudo arrumado e todos presentes para que quando Harry e os demais voltassem à noite já estivesse tudo pronto.

A festa seria no Jardim, para dar mais conforto para os convidados, já que a sala dos Weasley não era grande o bastante para comportar tantas pessoas.Mesmo tratando-se de uma festa com tão poucos convidados como aquela.Apenas os amigos mais chegados,eles não queriam nada que chamasse a atenção do mundo mágico e colocasse em risco a segurança da casa.E, mesmo que chamassem a todos os que queriam, seriam poucos o que realmente iriam, pois as mães a cada vez menos deixavam seus filhos saírem de casa.

Aquela tarde foi cansativa para as quatro mulheres que ajeitavam tudo.Mesmo com o auxilio de magia, acabou por cansar a todas.Era conjurar cadeiras, arrumar os docinhos, ajeitar o que tinha de ser ajeitado, e, por não poderem usar magia fora da escola, Hermione e Gina faziam tudo do jeito tradicional, ou seja, com as próprias mãos.E quando tudo finalmente esteve pronto,
elas foram se arrumar.

-Esse estado de Harry está a me deixar tão triste - comentou Gina, enquanto ajeitava-se, quase pronta.Quando estava apenas ela e Hermione no quarto.Ela não gostava de expressar o seu amor por Harry publicamente, muitas vezes só ficava quieta, em seu canto.Por vezes o olhando, mas discretamente.

Hermione a entendia, sabia que a ruiva nutria um imenso amor pelo moreno, mas tinha medo de se declarar.E ambas sabia muito bem que Harry não estava a fim e nem com cabeça para relacionamentos.Não queria envolver-se com alguém à essa altura da guerra.Era perigoso demais, não para ele, mas para aquela que se tornasse sua namorada.

A única reação que teve foi envolver a amiga em um forte abraço de carinho.Sentindo ela chorar em seus ombros.

-Se Merlin quiser tudo dará bem no final das contas - disse a morena com a voz fraquinha.

A ruiva separou-se da amiga e olhou-a nos olhos.

-Promete? – perguntou como uma criança a pedir um brinquedo

Hermione apenas conseguiu sorrir em resposta, um sorriso que deveria passar confiança para ruiva.Ambas sabiam que ela não poderia prometer um assunto tão sério quanto esse.

As duas secaram as lágrimas e desceram para esperar Harry e os outros chegarem.
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Quando os ruivos e um moreno saíram pela lareira, um por vez, estava tudo escuro.Fazendo Harry rapidamente tirar a varinha do bolso e colocar-se em posição de ataque.Poderia ser uma emboscada.
Mas, ao invés de feitiços serem lançados no ar, a única coisa que ele ouviu foi:
-SURPRESA!!!!!!!!

E a luz foi ligada, e ali estavam alguns membros da Ordem que não estavam em missão, seus colegas de quarto em Hogwarts, algumas meninas da sua série, e uma da corvinal, Luna.

E finalmente foi visto um sorriso no rosto cansado de Harry, não era um daqueles sorrisos que preenchem a face, mas já era um avanço.Então, depois de todos os abraços, beijos e presentes, o conduziram para o Jardim, onde estava tudo armado para a festa.

-Parabéns, Harry - disse Lupin o puxando para um abraço de pai.

Harry sorriu para ele, o melhor sorriso que seu estado de mágoa poderia expressar o que não era muita coisa.
Mas pareceu satisfazer Lupin.Que sorriu de volta.

-Seja forte, Harry, eu sei que você consegue. Eu sei que é um fardo muito grande para um adolescente da sua idade carregar, uma guerra nas costas, onde já se viu?Mas te dou um conselho Harry, eu sei que você não está com cabeça para isso e ainda sofre demais a morte de Sirius, compreendo perfeitamente, mas, curta a vida Harry, pois ninguém sabe o dia de amanha.Curta a vida como se fossem os últimos dias, Harry, mesmo não os sendo.Deixe a felicidade entrar em seu coração

E dizendo isso afastou-se, indo ter uma séria conversa com Moody mais adiante.
Harry ficou a olhá-lo por algum tempo.O ultimo vivo dos Marotos, sem contar com Pedro.Mas Lupin iria continuar com ele, sempre assim pensava o moreno, só ele que iria te dar apoio agora.Alguém que Harry também sempre considerou como um pai, assim como Sirius e Sr.Weasley.

Hermione viu os olhos de Harry brilharem ao ouvir o coro cantando parabéns apenas para ele.Outros adolescentes poderiam o achar infantil ao sentir tanta emoção ao soprar uma velinha, mas para ele não era, a primeira vela de parabéns que ele havia assoprado em toda a sua vida.Harry conversava com seus colegas como nos velhos tempos.Naquela hora ele não era mais Harry Potter, ou O-Menino-Que-Sobreviveu, ele era apenas Harry.

-Está gostando da festa? - perguntou Mione à Rony, que se encontrava sozinho olhando para o infinito do céu.Um pouco distante dos outros, fora para ali apenas para ficar sozinho, queria pensar em tudo o que havia acontecido, e o que aconteceria.Lembrava da conversa com Harry na noite anterior.Ou ele morria, ou ele matava.Mesmo sem saber da Profecia, Rony já desconfiava que apenas Harry poderia salvar a todos.Olhou para Hermione, ela ainda não sabia.Harry ainda não estava pronto para contar, temia a reação dela.Sabia o quão ela se preocupava por eles.

-Sim, sim, mas estou feliz principalmente pelo Harry, é bom vê-lo como antes. - disse ele olhando-a com aquele olhar de ternura que ela tanto conhecia.

Rony, assim como muitos outros, estava muito mais maduro, claro, não deixava o seu lado brincalhão de lado, mas o deixava guardado em algum cantinho dento de si, para usá-lo apenas em situações adequadas.E aquele ar sério o deixava mais homem, talvez até acentuasse sua beleza, o deixava irresistível.Mas Hermione não poderia pensar naquilo, não em Rony e não agora.

-É... - disse ela olhando para o moreno que ria de alguma coisa que Simmas contava - É bom tê-lo de volta.

Então eles ficaram ali em silêncio, apenas admirando a festa.Hermione olhava divertida Tonks mudar o cabelo com todas as cores possíveis para impressionar Lilá e Pavarti, que davam gritinhos e batiam palmas a cada vez que ela o fazia, ou mudava o formato do nariz.E no final estavam todos rindo.Era uma festa bonita de se admirar, simples, mas bonita.

-Mione....Eu.....

Hermione fitou-o curiosa, enquanto ele gaguejava com sua voz rouca.Ele chegou mais perto dela, estavam agora em uma distancia perigosamente pequena, até demais.Não deveriam estar tão próximos.Por Deus!Aquele era Rony Weasley, o que ela estava fazendo em uma distancia que dava até para contar as sardas do ruivo em sua frente?

-Mi....Eu...Eu..só queria dizer que......

Mas o que ele queria ter dito nunca foi ouvido.Pois o Jardim todos encheu-se de nevoa, e foram ouvidos sons de fortes aplausos.Aplausos dados por apenas uma pessoa.

-Ora, ora, ora - disse um vulto saindo da névoa, onde apenas dava para ver seu contorno negro - Festinha de aniversário para o Potter, e ninguém me convidou.

Já havia ouvido aquela voz antes, e sabia com perfeição que quem era.Mas, o que ele estava fazendo ali?
Todos empunharam suas varinhas. Srª.Weasley tentou levar Gina para dentro de casa, sem sucesso, a ruiva queria continuar, presenciar e lutar.Ela também tinha o direito de participar do duelo, queria ajudar aos outros, queria ser útil.

Então todos puderam ver um rosto fino, cujos olhos azuis – acinzentados estavam levemente cobertos por alguns fios de seu cabelo loiro, banhado pelo reflexo prata da Lua.

Mesmo vendo que era apenas um garoto os aurores continuaram em posição de guarda, sabiam que ele não viria sozinho, e todos sabiam de quem aquele garoto era filho, do tão temido e procurado Lucius Malfoy, e, como dizem:Tal pai, tal filho.
Assim como o pai, Draco Malfoy entrara na corja de comensais, sua sede por fama falava mais alto do que sua razão.E ele tinha o desejo de matar Harry Potter.Mas claro que ainda não era prestigiado para tanto, e, além de quê, apenas Voldemort poderia matar o Potter.Draco tinha que se contentar apenas com alguns assassinatos de trouxas e sangues-ruins, o que fazia a sangue frio, e achava graça dos olhos vidrados que via ao matar alguém.

-O que faz aqui, Malfoy - perguntou Harry empunhando a varinha e aproximando-se. - Perdeu a noção do perigo?

O tom sério de voz do moreno chegava a dar um frio na espinha.E logo atrás dele puseram-se Hermione e Rony, olhando com igual olhar de ódio para o sonserino.
Ele não viria sozinho, Malfoy era covarde, só demonstrava coragem quando estava seguido por seus capangas. Então logo apareceriam outros comensais, isso já era certeza para todos.

-Não vê que estamos cercados de aurores, seu idiota? - perguntou o moreno com raiva.Sua vontade era de atacar o sonserino sonso à moda trouxa, mas o seu ato poderia gerar diversas conseqüências.

-Assim você me magoa, Potter, não posso mais comparecer à uma festinha?Só vim aqui desejar parabéns a um querido amigo – disse ele em um fingido tom de choro.

-Não seja tão cínico! – disse Hermione não segurando as palavras – Não vê?Cada um desses aurores está louquinho para pôr as mãos em você e em seu pai.Sua ficha está suja, se te pegarem Malfoy, você irá apodrecer sobre os cuidados do dementador, na prisão.

-Calada!Sujeitinha Sangue-Ruim – disse o loiro em repudia – Quem você pensa que é para dirigir sequer uma palavra a um Malfoy?

O tom que ele usou afetou-a.E não deixou de sentir mais raiva do loiro, apesar de sentir-se desarmada, sabia que se ele a pegasse não pouparia esforços em matá-la, essa era a missão dele, exterminar o maior numero de sangues-ruins o possível.

-Não se preocupe, Granger, não vim aqui para matá-la, você não é tão importante assim.Vou deixar para outra ocasião – disse ele a olhando nos olhos, e ela assustou-se com o tom frio que havia naquelas orbes azuis.

‘Ele lera meus pensamentos?’, pensou ela assustada, será que ele teria poder para tanto?

-Anda logo, Malfoy, minha paciência já está por um fio, não irei matá-lo para não sujar meu nome, então, não pouparei sacrifícios para deixá-lo desacordado por uns bons meses, se não falar logo o que veio fazer aqui, ou dar o fora. – Harry sabia que ele não iria embora tão cedo, e que iria trazer vários amiguinhos para a sua festa, mas não poderia deixar o loiro tão à vontade.

-Calma Potter. Vim em paz - disse ele, esboçando um cretino sorriso sarcástico, e estendendo os braços para cima - Só vim trazer um presentinho. E acredite, é do fundo do meu humilde coração.

E após dizer isso estalou os dedos e apareceram dezenas de comensais.Ao redor deles.

-É agora que a verdadeira festa começa - disse uma voz de mulher.

E, ao ouvir aquela voz, subiu um frio pela espinha de Hermione.Não, não poderia ser ela.Ela estava ali, a assassina de Sirius Black, Belatiz Lestrange.
Harry tentou avançar encima dela, mas Draco Malfoy postou-se em sua frente. Logo lhe lançando um feitiço, o qual Harry não teve tempo para a defesa.

Era como esse tivesse sido o grito de ataque dos Comensais, pois todos começaram a lançar feitiços.Logo acompanhados pelos aurores ali presentes.

E, para o azar de Mione, a que se postou a sua frente foi Belatriz.A olhando com seu olhar perverso.Belatriz talvez fosse a mulher mais bonita e sombria que Hermione já vira.Com seus olhos azuis expressando ódio e poder, e seus lisos e longos cabelos negros soltos e voando a comando do vento, tendo sua face uma expressão de vitória.
Mas uma coisa Hermione sabia, não se comemora vitória antes do tempo.

-Com medinho, Granger? - perguntou a mulher se aproximando da grifinória.

Aquilo só fez Hermione sentir mais ódio ainda dela.Agora ela pagaria.Sabia que não podia contra Belatriz, mas queria atiçar a cobra, se fosse para morrer, morreria com dignidade.

-Você não merece tanto - disse Hermione devolvendo um olhar de intenso ódio.

-Eu poderia matá-la, como um inseto, mas tenho uma proposta. - disse ela, cínica.

-Eu não quero nada que venha de você, Comensal imunda, não vale o chão que pisa - disse a morena com nojo, empunhando a varinha.

A Comensal encheu-se de ódio, mas não poderia lançar uma maldição na sangue-ruim que estava em sua frente, se queria conquistá-la teria que fazê-lo direito, como iria oferecer uma proposta, amaldiçoando a pessoa?

-Junte-se a nós, Granger, nós podemos te dar qualquer coisa.Dinheiro, beleza, status, nome, poder - disse ela, com seus olhos brilhando estranhamente.

-JAMAIS - gritou a castanha.

-De uma forma ou de outra todos acabam se virando contra os heróis.Você perde seu tempo salvando-os e no final recebe insultos.Não existe mal, não existe bem, existe apenas o poder

-Eu jamais me uniria a você, maldita, e eu vou mostrar-lhe onde enfiar a sua proposta - Hermione chocou-se consigo mesma, nunca falara um palavrão sequer, e, mesmo sendo a uma Comensal da Morte, respondera com palavras muito baixas.Ela não era assim.Mas isso não importava agora.A única coisa que importava é se ela sairia viva ou morta dali.E ela sabia muito bem que era mais provável que acontecesse a segunda opção.

-Eu te dei uma chance, garota burra, agora você morrerá como mais uma.Resposta errada, sangue-ruim.

Então a comensal lançou um feitiço tão rápido que Hermione sequer teve tempo de pensar em defender-se.Sentiu seu corpo sendo jogado pelos ares e uma dor enorme das costas ao chocar-se com a arvore mais próxima.

-Assim é fácil, não é? – disse venenosa – Atacar o adversário enquanto este ainda não postou-se em guarda

Belatriz a olhou surpreendida, era uma das poucas que a confrontava, e as que o faziam não tinham um final muito feliz.

-Pois levante-se então, Granger, mas quero ver se isso vai mudar em alguma coisa – disse a comensal, escorrendo cinismo por suas palavras.

Então as duas começaram a lutar, os feitiços de Belatriz eram muito perfeitos, e, mesmo sendo a melhor aluna de Hogwarts, o escudo que Hermione projetava não conseguia deter as maldições, sendo atingida por varias vezes.
Sabia que estava perdendo, e que não sobreviveria, mas o que lhe alegrava é que ela conseguia atingir a Comensal por algumas vezes.Mesmo não tendo o impacto que ela acharia que teria ao seu feitiço chocar-se contra a mulher.Mas já era alguma coisa.

-Você sabe que não é páreo para mim, Granger, seus feitiços não chegam nem a me fazer cócegas - disse a mulher, sorrindo sarcasticamente - Deixa eu te ensinar como se faz, Crucio

Ela já sentira muitas sensações antes, já sentira dor por perder seu avô e sua tia, já sentira pena, já sentira ódio, já sentira dor ao quebrar o braço aos sete anos.Mas nada se comparava a dor que sentia agora.Não sabia nem definir ao certo como era aquela dor.Mas era como se lhe quebrassem todos os ossos, ou algo do tipo.Era mil vezes pior do que quebrar vinte braços.

Mas, infelizmente ninguém apareceu para ajudá-la, estavam todos concentrados no Comensal ao qual estava duelando.Até mesmo Gina participava da "festa".Harry duelava com Draco, Rony com Lúcius e Gina com um homem baixo e mal-encarado.E alguns aurores duelavam com dois ou três ao mesmo tempo, o que era uma tremenda de uma covardia.
Mas ninguém ali via a dor que Hermione sentia, não se atreviam sequer a olhar para o lado e desviar a atenção daquele que te atacava.

-Gostou, Grangerzinha? - perguntou a mulher após erguer a varinha e parar a maldição.

Hermione não sabia nem se conseguiria falar, mas as palavras simplesmente saíram de sua boca, sem que ela se arrependesse disso.

-Seu objetivo era fazer-me sentir dor?Pois doeu menos do que olhar para essa deformação que você insiste em chamar de cara.Você me dá nojo. - disse ela.

Certamente a chamariam de louca por estar pronunciando tais palavras, ainda mais depois da ação de Bella.Que, após ouvir tal ofensa, chutou com força o rosto da garota que estava caída no chão.
Após o chute a única coisa que Hermione sentira foi o gosto de sangue em sua boca, e alguns dentes quebrarem a sua dor nos ossos estava tão grande que a dor que sentiu no rosto não doeu nem tanto o quanto ela esperava.O que fez Belatriz ter mais ódio ainda, quando a grifinória deu um sorriso sarcástico e disse:

-Covarde.

Recebendo logo outro chute em seguida, seguido com uma forte pisada em sua barrida.Urrou de dor e virou para o lado, ainda deitada.Sentindo cada centímetro do seu corpo doer, aquilo era para deixar qualquer um louco.

-Levante-se, sua sujeitinha sangue ruim - disse Belatriz dando-lhe outro chute, dessa vez nas costas.

Não conseguiria se levantar, não em tal estado, mas não queria morrer sem ter tido a chance de virar o jogo, queria morrer com dignidade.Tentou levantar-se uma vez, mas a dor a fez despencar no chão.

-É para ontem, sua idiota - disse a Comensal, dando um murro no rosto daquela que estava quase conseguindo manter-se em pé, fazendo-a cair de novo.

Talvez o que a fez ter energia o bastante para erguer-se teria sido a raiva que a guiava.Conseguira se manter em pé, embora ainda cambaleante.Estava quase cega pela dor.Queria apenas morrer logo, sofreria menos que estava sofrendo naquele momento.

-Quero que esteja em pé para que eu possa ouvir o baque surdo de seu corpo morto caindo no chão -disse a mulher friamente.

Então, usando a técnica de lançar feitiços não-verbais, lançou um feitiço roxo berrante na garota.Para Hermione aqueles poucos segundos passaram como uma eternidade, eram os últimos segundos em que manteria seus olhos abertos, depois os fecharia para sempre, assim pensou ela.Sempre em filmes trouxas vira as pessoas que estava prestes a morrer ver a vida inteira diante dos olhos.E sempre achava aquilo uma bobagem, achava que era impossível uma pessoa ver a sua vida inteira em poucos segundos.Mas foi exatamente aquilo que aconteceu a ela.Era como um filme, assistira a todos os momentos importantes vivenciados por ela e seus amigos.Agora sentia-se miseravelmente culpada, por não ter dito "te amo" a todos que desejava, quando poderia.Deveria ter aproveitado mais a vida, ter visto o sol nascer.Seus estudos, agora, nada serviriam, já que ela morreria, devia ter se preocupado menos com problemas pequenos.
Mas algo saiu planos de Belatriz, pois outro corpo se chocou com o da Grifinoria.

O sorriso de vitória que estampado do rosto da Comensal foi desfeito assim que ela viu que não apenas a grifinoria recebera o jato da maldição, e sim um comensal da morte.Aquele que seria importante para uma missão de Voldemort, o comensal iniciante.

Não propositadamente, claro, tratando de quem se tratava, certamente ele havia sido arremessado ali por uma maldição, com o intuito, de quem o jogou, de que ele recebesse a maldição no lugar de Hermione.Mas não foi exatamente o que aconteceu, pois os dois receberam a maldição, Hermione e o dono do corpo arremessado.Sendo ouvidos dois baques surdos de corpos no chão.Bella olhou para o outro corpo em sua frente, um olhar de desgosto, ou decepção.Mas não demonstrou sequer uma emoção de afeto.Mas Comensais não têm sentimentos, chega-se a duvidar que eles tenham um coração pulsando dentro de si.

Após a cena Belatriz soltou fagulhas vermelhas e todos os Comensais aparatam ao mesmo tempo.Restando apenas aqueles que estavam caindo no chão, desacordados.
Assim como haviam comensais no chão, haviam também aurores e alunos.Não sabia-se bem quem saíra ganhando ou perdendo.Nada mais importava.

Ainda antes de sair, Lucius lançou um olhar de eterno desagrado, ou de nojo, para o seu filho que encontrava-se caído no chão, ao lado da morena.Sempre soubera que Draco não seria um bom Comensal,o quanto ele pensara que seria ao jurar à Voldemort que seu filho seria totalmente "dele", tendo que obedecer a todos os seus desejos, a se tornar um Comensal.Treinara o filho para matar, dando a ele, nessas férias, a missão de matar trouxas e bruxos, e estava até achando que o filho estava ficando bom naquilo, mas estava errado.Não nascera para ser pai de fracos.Talvez tornando-se um Comensal, aquele rascunho de homem, poderia se tornar mais frio.
"Ao menos a sangue-ruim morreu também" pensou antes de aparatar.Se seu filho morresse, não doeria tanto.Talvez pelo desgosto, pelo desgosto de ver o filho relutar ao sacrificar uma primeira vida, mas, talvez depois de muitas mortes, o filho já havia se acostumara com isso, e já, assim como o pai achava a morte engraçada.Mas para Lucio, Draco sempre seria um fraco, sabia que o filho não o mataria se ele lhe ordenasse, tampouco mataria a mãe, como era tradição, e, mesmo morto, o filho iria ser sempre um fraco.


Harry, Rony e Gina, com um enorme sacrifício, e seguidos por todos que se encontravam em pé foram de encontro a onde se encontravam os dois corpos caídos no chão.
Rony chutou violentamente o corpo de Malfoy que estava encima da amiga.E então pode ver o corpo dela, inerte, com os olhos fechado, pele pálida e expressão serena.
Hermione estava morta, assim pensou.
Deixou seu corpo desabar ao lado dela.E logo foi ouvido o grito de terror de Gina, ao ver a amiga daquele jeito.Harry, assim como Rony, desabou ao lado dela, e pôs-se a passar as mãos sobre os longos cabelos cheios dela, acariciando-os.Uma angústia crescia dentro de si, temia não ver aqueles vivos olhos castanhos abertos novamente.Não queria acreditar, não queria nem pensar na possibilidade de sua amiga estar morta.E não tinha falado tudo o que tinha de falar, não tinha explicado a ela a sua situação, ela nada sabia sobre a Profecia.Um remorso o atingiu, ele não havia falado muito com ela esse verão.Sempre escondido em seu canto, não falava com ninguém.Queria ter se divertido mais com a morena, queria ter feito-a rir.E ela era como uma mãezinha para ele.Ela tinha uma estrela no lugar do coração.De tanta bondade.Se ela morresse ela se tornaria a estrela mais bonita, e brilharia intensamente ao lado da estrela de seu padrinho.Pois as pessoas mais especiais se tornam estrelas, assim diziam os trouxas.

Ninguém queria fazer-se acreditar, mas havia uma certa possibilidade de morte, Hermione poderia morrer, isso é, se já não estivesse morta desde o momento em que recebera a maldição, a qual ninguém conseguiu explicar de qual se tratava, era algo novo para todos.Uma maldição que raramente era usada, e, justamente por isso, pouco era conhecido sobre ela.

Logo foram ouvidos outros choros, o de Srª.Weasley e de Luna, que acompanhavam Gina.
Srª.Weasley desabou ao lado da morena o pôs-se a abraçar a grifinória.
-Oh, Hermione - disse ela, entre soluços.Porque ela tinha que partir tão cedo?Era uma garota!Mal vivera a vida, pouco sabia sobre a vida e seus segredos.Mas quem disse que a vida seria justa?

Os gêmeos e o Sr.Weasley apenas assistiam a cena com um enorme pesar alguma força ainda os mantinham em pé, mesmo sentindo cada centímetro de seu corpo doer, e, com um olhar triste,Sr.Weasley apenas retirou-se em silenciosos passos, para levar os feridos para dentro, avisar a Dumbledore, e, certamente, aos pais de Hermione.

Enquanto Dumbledore não chegava, Hermione foi posta na cama em que costumava dormir, no quarto de Gina.Sr.Weasley não sabia como avisar aos pais da garota, como escreveria que a filha de alguém estava morta?Nunca havia sido tão difícil escrever uma carta, como fora para o bruxo.Parecia que suas mãos não queriam obedecer às mensagens que seu cérebro mandava para que ela se movesse.Mas mesmo assim, seguiu em frente, enviando a carta, via coruja, aos pais da menina.
Sentia uma enorme pena deles, como seria receber a carta noticiando que sua filha estava morta?Como o coração ficava, será que ele parava de bater durante um segundo?Os olhos imediatamente se encheriam de lágrimas, ou a expressão de choque seria tanta que não haveria sentimento?Como seria sentir o coração apertar mais e mais ao ir lendo palavra por palavra, e, antes do final, descobrir do que se tratava?

Despachou a coruja e pôs-se a, junto com Lupin, tentar acordar alguns alunos e cuidar de ferimentos de aurores.Mesmo sentindo seu coração apertar, tinha que fazer suas obrigações.Assim como Lupin, que lutava para não deixar escapar uma lágrima.Adorava Hermione, adorava ouvi-la relatar histórias que ela lera em Hogwarts, disputas com ele qual livro era melhor.Era uma menina de ouro.

Dumbledore imediatamente chegou, sozinho, mais pessoas no recinto apenas traria problemas.E seguiu para o quarto em que a morena estava.Encontrando todos ali, a velando, com a esperança de que ela abrisse os olhos mais uma vez.Sentiu pena daqueles garotos.Olhou para Harry, em poucos meses passara pela dor de perder duas pessoas.Mas ninguém sabia realmente se Hermione estava de fato morta, eles não queria nem pensar nessa hipótese, mas também não queriam se iludir ao pensar que ela estava viva.Pediu então para que todos se retirassem, o que fez Rony protestar:

-Porque haveríamos de sair?Somos amigos dela! - disse ele, não queria sair do lado dela por um segundo.E foi firmemente apoiado por Harry e Gina.Luna imediatamente saíra do quarto, pouco conhecia de Hermione e estando ali se sentira uma intrusa.

-Eu compreendo a sua dor, Sr.Weasley, mas vocês têm que ser fortes.E me deixar a sós com a Srta.Granger, eu preciso examiná-la, para saber qual a maldição foi lançada e poder dizer se ela tem ou não chances de sobreviver.

-É claro que ela vai sobreviver, não diga tal bobagem.A Hermione é forte, ela vai passar por isso.E em pouco tempo estaremos todos rindo junto com ela novamente.Ela não irá se tornar uma estrela ao lado de Sirius, não agora. - disse Harry, tentando acreditar em suas próprias palavras.

O diretor o olhou com bondade.Sabia que havia muito peso nas costas do garoto agora, sabia que ele estava frágil como um copo de cristal, mas forte como o mais poderoso dos bruxos.O olhou por dentro da alma com seus bondosos olhos azuis, escondidos atrás dos pequenos óculos meia-lua.Tentando transmitir uma sensação de paz ao moreno.

-Onde está o Sr.Malfoy? - perguntou o diretor, olhando o quarto com curiosidade.

Os três o olharam incrédulos.

-Você ficou louco?? - perguntou Rony, que, à essa altura, já tinha as orelhas vermelhas, o que demonstrava que ele estava exaltando-se.Mas naquela hora pouco se importava que quem ele estava chamando de louco era Dumbledore, o diretor de sua escola, ou um senhor.

E Dumbledore também não pareceu se importar.Apenas o olhou com seus olhos azuis, transmitindo um bondoso olhar.

-Eu precisarei dele aqui, Sr.Weasley, talvez ele seja a chave para que possamos descobrir o que foi lançado à sua amiga - disse ele, calmo.

-Mas ele tentou nos matar! - exclamou Gina, fazendo-se presente pela primeira vez - Ele trouxe os Comensais aqui, ele é um Comensal da Morte!É difícil demais para você entender isso?E, além do mais, no meu quarto ele não entra!

-Já estou à par dos acontecimentos, Srta.Weasley, e, repito, o Sr.Malfoy será de extrema importância agora.Então, por favor, poderia ir chamar alguém para trazê-lo aqui? - perguntou o diretor, com sua habitual voz de calma.

Por sua vontade, a jovem Weasley não deixaria aquele quarto tão cedo, mas ao olhar para a amiga e vê-la ainda de olhos fechado, refletiu, Dumbledore era suas únicas esperanças.Então, silenciosamente deixou o quarto.

-Eu entendo vocês....- começou o diretor calmamente.

-Professor Dumbledore - interrompeu Rony, medindo as palavras agora, já que havia o ofendido minutos atrás -Por favor, não diga que nos entende.Você não faz idéia do que estamos a sentir agora.Então, por favor, deixe-nos afundar em nossa mágoas, ao menos por um instante.Deixe-me lembrar de Hermione, deixe-me ter a ilusão de que não está morta.Mesmo vendo seu rosto pálido, e olhos fechados à minha frente.Por favor, Professor Dumbledore, deixe-me com minha dor.

Rony poderia ser, por vezes, besta, infantil e até tapado, como chamava-o Gina.Mas naquele momento sua maturidade era incrível.O que fez o diretor, por vez, calar-se.Respeitava e compreendia as atitudes dos meninos.

Segundo depois Fred e Jorge entraram no quarto, trazendo e jogando de qualquer jeito o corpo inerte de Malfoy na cama ao lado.Ouvindo os protestos de Gina, querendo que logo depois aquela cama fosse queimada.Todos compreendiam-na, não era uma atitude de menina mimada, ela apenas estava em choque por sua amiga.E tinha todo o direito de estar.

Logo após o diretor pediu para que todos saíssem, restando apenas Harry e Rony, que ele não conseguira convencer de saírem dali.Mas, contanto que ficassem quietos, não faria muita diferença.

Olhou para seus dois alunos, os que mantinham as pálpebras fechadas, e, com um aceno de varinha juntou as camas dos dois, seria mais fácil analisá-los tento um perto do outro.

Lançou diversos feitiços que conhecia, para que revelasse a maldição, mas nada funcionara.Harry e Rony apenas o assistiam com imensa curiosidade e temor.Como seria de Dumbledore virasse para eles e dissesse que Mione jamais poderia acordar?Será que eles viveriam sem aqueles olhos castanho-vivos cheios de preocupação a olhar por eles?

Então algo chamou a atenção do diretor, na mão esquerda de Hermione e de Draco havia um desenho de uma flecha preta.Como se tivesse sido inserida à fogo, pois aparentava ser queimadura e ao redor estava vermelho.

Em algum lugar lembrara-se de ler aquilo.Por umas das pouca vezes, Dumbledore não sabia o que fazer, pouco sabia daquela maldição, muito pouco mesmo.

Ao menos ele sabia do que se tratava


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N/A.v : Bom, aqui está o primeiro capitulo ^^
Até que saiu consideravelmente grandinho, não?

Bom, aqui é a Vick falando, apesar da fic não ser só minha, tomei a ousadia de colocar o N/A.
Então, toda vez que voces verem o N/A.v sou eu^^
Bom, o proximo capitulo, creio eu, não demorará muito para ser postado.
Bom, eu e Atonina, esperamos que voces gostem da fic.
E, claro, estamos esperando ansiosamente por reviews!

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