Capítulo 7



 No capítulo anterior…


            [...] - Não são poucas as perguntas que eu pretendo fazer aos senhores e também não admitirei sair daqui sem as respostas que eu quero. Quem são vocês e como conseguiram entrar aqui?


- Então ta. Permitam que nos apresentemos: Sou Christopher, Christopher Günter, e esta é minha irmã, Ananda Günter. - ele apontou para a garota de cabelos negros. – Nós somos caçadores de recompensas. [...]


– Sinto desapontá-los, mas nós não temos nada a ver com o “Lorde das Trevas”, pelo contrário. Estamos aqui por pedido do próprio chefinho de vocês, ou ex-chefinho.


- Do que você está falando garoto? – disse Moody já perdendo a paciência.


- Dumbledore. [...]


[...] - Então ele disse para te entregarmos isto – Christopher se remexeu no sofá e apontou co ma cabeça para o bolso de duas vestes


Lupin se adiantou e tirou de dentro do bolso que o rapaz havia indicado um envelope.


- É a letra de Alvo. – disse Lupin, surpreso e estendendo o envelope para McGonagall que ao pegá-lo, viu seu nome escrito nele com a caligrafia caprichada de Dumbledore. [...]


[...]- Não gosto da atitude de vocês.


- Você não sabe como essa notícia me agrada... Granger, não é? - perguntou ela, mas nem esperou a resposta de Hermione e já continuou. – Porque eu também não fui com essa sua cara de quem sabe tudo e agora não preciso me preocupar em fingir que gostei de você. – disse ela, com um sorriso afetado.[...]






Capítulo 7: O casamento


O fim de julho havia chegado e com isso também o casamento de Gui e Fleur, que seria dali a dois dias. Apesar de tudo eles resolveram manter o local que haviam escolhido inicialmente para a cerimônia: a Toca. Que por sinal estava sendo reconstruída. Várias coisas puderam ser recuperadas, embora muitas também foram perdidas. Harry agradeceu mentalmente por manter sempre a horcrux falsa em seu bolso, não aceitaria perde-la e não saberia explicar a Moody o que significava aquilo caso este encontrasse o medalhão no meio dos destroços.


Os pais de Fleur chegariam naquela tarde ao Largo Grimmauld, o qual agora estava com praticamente todos os quartos ocupados. E quanto mais gente chegava a casa, maior a agitação e mais difícil ficava para Harry, Ron e Hermione acharem uma oportunidade em que estivessem completamente sozinhos para conversar.


Hermione havia confessado aos dois que o pergaminho que Ananda havia queimado era uma pesquisa que ela havia feito sobre as horcruxes e os modos de destruí-las.




- Você me assusta Hermione! Onde você conseguiu informações sobre horcruxes?! – disse Ron horrorizado no momento em que ela contou. Eles tiveram que se esconder no sótão para que pudessem ter privacidade. Hermione revirou os olhos para ele.


- Francamente Ronald, você fala como se eu estivesse planejando em criar uma. – Hermione estremeceu – Eram informações necessárias já que queremos ir atrás delas. Os livros me deram algum trabalho, mas eu estava indo bem até aquela louca chegar e queimar tudo! – ela soltou algo parecido com um rosnado ao lembrar-se de Ananda.


- Ela chegou a ver o que estava escrito? Do que se tratava? – perguntou Harry, apreensivo.


- Não, felizmente. Ela estava muito entretida em me irritar para bisbilhotar. – uma veia saltava em sua testa.


- Menos mal. – disse Harry – Seria difícil de explicar.


- Mas agora a questão é: como vamos conseguir as informações de novo? - disse Ron, sentando-se num caixote velho e empoeirado –– Por favor, me diga que você ainda tem os livros. – ele implorava com os olhos. Hermione respirou fundo. Harry gelou e Ron deu um tapa na própria testa.


- Sim, eu guardei. – respondeu ela. Ron soltou a respiração ruidosamente.


- Cara, nunca mais faça isso! – resmungou ele. Hermione o ignorou.


- O que nós precisamos é refazê-lo e o mais rápido possível se nós quisermos partir logo atrás das horcruxes. – continuou ela, porém Harry remexeu-se, parecendo desconfortável – Algum problema, Harry? – ele suspirou.


- Mesmo que nós tivermos informações sobre o que são as horcruxes em geral, não fazemos a menor idéia da onde possam estar as de Voldemort. E para ajudar existe uma que nem ao menos fazemos idéia do que possa ser! – Harry passava as mãos pelo rebelde para extravasar a frustração.- Um objeto de Revenclaw... pode ser qualquer coisa!


- Calma Harry, nós vamos descobrir. Sei que vamos. Dumbledore não nos daria um enigma o qual achasse que não teríamos capacidade de desvendar. – disse Hermione, tentando consolá-lo.


- É verdade cara, e outra: esqueceu que temos com a gente a garota mais inteligente do mundo bruxo? – Ron levantou e passou um dos braços pelos ombros de Hermione, sorridente – Com você com a gente, Mione, descobriremos qualquer mistério! – disse ele dando um beijo estalado na bochecha dela. O rosto de Hermione ficou tão vermelho que só faltava pegar fogo. Harry segurava uma gargalhada.


- Menos, Ron... – disse ela baixo, ainda muito vermelha.


- Você sabe que é verdade, Mione! – disse ele ainda sorrindo para ela. Hermione ficou um pouco mais vermelha, se ainda era possível, e depois retribuiu o sorriso timidamente.




Eles ficaram discutindo os assuntos sobre a busca pelas horcruxes por mais um tempo até que ouvissem a voz de Arthur chamando por eles no primeiro andar. Eles desceram e o encontraram juntamente com Moody, Gui, os gêmeos e os Günter na mesa da cozinha.




- Remus e Kingsley irão chegar com os Delacour a qualquer momento, então eu achei prudente chamá-los apenas para dar alguns recados. – começou Arthur. – É óbvio que os Delacour têm alguns modos diferentes dos nossos, por isso peço que tenham paciência e acima de tudo respeito com eles, porque afinal a partir de amanhã seremos parte da mesma família. – ele dizia isso também a Harry e Hermione - Por isso Fred e George, nada de brincadeiras com os logros. – avisou aos filhos, que retribuíram com caretas inocentes.


- Seremos os anjos que sempre fomos pai. – disse George.


- Concordo. Teremos prazer de trocar os lençóis de seda e os babadores dos Delacour com um grande sorriso, não é George? – disse Fred, irônico.


- Exatamente, Fred. – disse ele, batendo na palma da mão esquerda de George. Ron tentou reprimir uma risada, mas acabou por soltar um som estranho com o nariz. O Sr. Weasley se limitou a olhar feio para os gêmeos, que já entenderam o recado.


- E exatamente onde nós entramos na história? – perguntou Ananda, cruzando as pernas em cima da mesa e olhando para Arthur com seu já conhecido olhar superior. Christopher apenas cruzou as mãos sobre o peito e ficou esperando pela resposta. Moody a olhou severamente.


- Vocês entram ficando o mais longe possível dos Delacour. – cuspiu Moody - O seu irmão nem tanto, porque ele sabe se portar um pouco melhor, mas especificamente você, senhorita Günter. Não quero saber de você colocando-os em nenhuma situação constrangedora ou tomaremos medidas severas, entenderam o recado? – Moody a fuzilava com os olhos. Ananda se limitou a arquear a sobrancelha e dar um meio sorriso.


- Que seja. – disse ela, dando de ombros. Mas Christopher abriu a boca para adicionar algo.


- Mas temos uma condição. – disse ele, com um sorriso torto. Gui o encarou, com olhos estreitos.


- O que quer, Günter? – perguntou ele, seco.


- Veja bem, caro cenourinha: Prometemos entrar no nosso buraco e ficar longe de seus queridos e frescos sogros durante todo o fim de semana se você nos deixar ir ao casamento. – disse ele, com um sorriso amarelo. Moody soltou algo parecido com um rosnado antes de responder.


- Nós já discutimos isso, sem chances Günter. – disse ele, de olhos fechados e com uma veia saltando na testa. Christopher deu de ombros.


- É pegar ou largar. – Gui fechou os olhos e massageou as têmporas, dando um suspiro cansado. Moody ia retrucar, mas Gui levantou uma das mãos, o impedindo.


- Se eu deixar, vocês não irão se aproximar dos pais de Fleur em momento algum e não irão arrumar qualquer confusão no meu casamento? – disse Gui, lançando a Christopher um olhar penetrante. Christopher sorriu.


- Jawohl ¹! Como você quiser cabeça-vermelha. Temos um acordo então? – respondeu ele. Gui respirou fundo antes de balançar a cabeça afirmando. O sorriso de Christopher aumentou consideravelmente, assim como o de Ananda.


- Mas já vou avisando uma coisa, Günter: se você estragar ou aprontar qualquer coisa durante a cerimônia eu juro que eu mesmo me encarrego de arrancar seus miolos, se é que você tem algum. Estamos entendidos? – rosnou Moody. Christopher levantou as mãos na altura da cabeça.


- Sem problemas! – disse ele, se levantando - Então se nos derem licença precisamos providenciar roupas adequadas, afinal não queremos fazer feio. – ele sussurrou essa última parte, antes de passar pelo trio e sair, seguido pela irmã, que de um tchauzinho.


- Você não devia ter feito isso, Gui. – disse Hermione, olhando para Gui, com uma careta – Não dá pra confiar na palavra deles.


- Eu sei, é por isso que eu vou precisar da ajuda de vocês. – respondeu ele, virando-se para Harry, Ron e Hermione. – Vocês poderiam, por favor, ficar de olho neles? Pode ser que por um milagre eles cumpram o recado, mas é melhor não arriscar. E eu estarei ocupado demais com os preparativos, assim como Moody estará com a segurança. – Ron fez uma careta.


- Porque a gente? Porque não Fred e George? – reclamou Ron. Gui arqueou uma sobrancelha.


- Acho que a resposta é óbvia, Ron. – as orelhas de Ron ficaram vermelhas e Hermione respondeu antes que ele dissesse alguma coisa.


- Não se preocupe Gui, ficaremos de olho neles. Certo Ronald? – disse ela severa, virando-se para Ron, que teve suas orelhas pintadas num tom mais intenso de vermelho, murmurando baixinho um “claro”. Fred e George soltaram risadinhas.


- 3 sicles como aqueles dois vão aprontar algo até sábado, Fred. – sussurrou George, sorrindo. Fred sorriu também, apertando-lhe a mão.


- Apostado George.






                                                                            




- VAMOS LOGO! JÁ ESTAMOS ATRASADOS!


- Atrasados... ainda falta uma hora para o casamento começar e mais duas para que a Fleur chegue. – resmungou Ron, descendo as escadas juntamente com Harry e arrumando sua gravata. Ele não usava mais os trajes velhos e mofados do baile de inverno. Fleur fez questão de lhe comprar trajes novos em folha. Ela queria todos bem vestidos em seu casamento.


- O que você está resmungando ai mocinho? – disse Molly, no pé da escada com os olhos estreitos. Ela estava parcialmente arrumada, mas ainda vestia o característico avental. Ron levantou as mãos, fazendo-se de desentendido. – Então se apressem vocês dois! Já para a sala de jantar. Procurem o seu acompanhante para aparatar. – disse ela, empurrando os dois até metade do caminho – Agora deixe-me pegar aqueles dois... – disse ela, dando meia volta – FRED! GEORGE! NÃO ME FAÇAM SUBIR AI! – gritou ela, apressando os filhos e já subindo as escadas




- Ela consegue ser realmente assustadora quando quer – resmungou Ron para Harry enquanto eles entravam na sala de jantar. Harry riu.


Havia menos pessoas na sala do que imaginavam. Lá estavam apenas Nathalia, Arthur e Carlinhos, que conversava com o pai sobre algo, mas assim que entraram Arthur se virou para eles.


- Ah, ai estão vocês! Vamos logo que já estamos em cima da hora! – disse Arthur, apressando-os, mas ainda sim com um sorriso no rosto.


- Onde estão os outros pai? Hermione? – perguntou Ron


- Ela vai depois comigo e com seus irmãos, não se preocupem. – disse Arthur.




- Ron, Harry, vocês vem comigo. – chamou Nathalia que estava vestida com um brilhante vestido azul marinho. Ela sorriu para eles. – No três aparatamos. Um, dois, três.


Depois de alguns instantes sentindo-se suspenso no ar, Harry sentiu seus pés tocarem a grama fofa. Ele abriu os olhos e viu cada canto ao seu redor piscar. Todas as árvores que cercavam o lugar estavam cobertas de pequenas luzes que piscavam incansavelmente, ora brancas ora rosas. A sua frente estavam postas várias fileiras de cadeiras brancas e no centro delas estendia-se um longo tapete branco coberto por pétalas de rosa de cor champagne. Limitando as últimas fileiras de cadeiras passava uma corda de cetim dourado e três pares de arranjos de lisiantos e lírios nas cores branco e champagne. No final do tapete fora colocado um pequeno altar branco com detalhes em dourado, e sobre ele um arco com as mesmas flores dos arranjos.


- Whoa. – sussurrou Ron, ao seu lado.


- Decidamente, os Delacour tem muito bom gosto. – exclamou Nathalia, encantada. – Mas os créditos pela organização são todos da sua mãe, Ronald. Deve ficar orgulhoso dela! – Ron sorriu.


- Quando mamãe quer que uma coisa saia certo, ela não faz nada menos do que perfeito. – Harry sorriu e teve que concordar. Se havia uma coisa que não se podia criticar na Sra. Weasley era sua dedicação. Na verdade não havia muita coisa a ser criticada em Molly.


Nathalia se afastou, dizendo que iria conversar com conhecidos do Ministério e disse para que a chamassem se houvesse algum problema. Harry se virou para terminar de observar o locar e sentiu o coração apertar. Em frente lugar onde estivera a Toca, que agora estava nos alicerces, havia sido conjurada por magia uma alta cerca viva com belas trepadeiras, tampando a visão do que havia do outro lado. Não seria agradável para ninguém durante a cerimônia olhar para trás e dar de cara com os destroços.


Rapidamente as pessoas foram desaparatando. Harry viu dezenas de ruivos aparecerem pouco a pouco e passou a andar colado a Ron, porque tinha a impressão que se ele não conseguiria mais reconhecê-lo no meio da multidão de Weasleys.


- Cara, eu juro que se eu tiver que cumprimentar mais um parente eu vou ter uma síncope, eu juro! – resmungou Ron, quase se escondendo. Harry riu.


- Ai estão vocês! – eles ouviram uma voz feminina dizer atrás deles – Minha nossa, isso aqui esta ficando realmente cheio. Eu sabia que você tinha vários parentes Ron, mas não pensava que eram tantos.


Harry se virou e viu Hermione mais bonita do que jamais estivera. Os cabelos estavam brilhantes, repartidos do lado e com os cachos bem definidos. Ela usava uma bonita presilha em formato de espiral do lado direito. Seu vestido era rosa-escarlate, justo e drapeado até a metade das coxas, com volume na parte final e com um detalhe no busto.


- Você está linda Mione. – elogiou Harry, sorrindo. Hermione enrubesceu e deu um sorriso tímido.


- Obrigada Harry. – Hermione lançava olhares tímidos para Ron e depois abaixava os olhos, parecendo envergonhada. Ele olhou para o amigo e este estava com os olhos arregalados e a bocarra aberta, parecendo em choque ou hipnotizado, com os olhos fixos em Hermione. Harry limpou a garganta para tentar chamar a atenção. Ron então pareceu acordar. Ele piscou várias vezes e abria e fechava a boca, sem emitir som algum.


- Ah, bem... er... – ele tossiu, se recompondo - ... legal. - ele fez um gesto apontando para Hermione. Ela abriu um sorriso maior dessa vez, ainda rubra.


- Obrigada Ronald. – Eles ficaram se encarando por alguns segundos, até que Harry se sentiu desconfortável e resolveu quebrar o silêncio.


- Vamos procurar nossos lugares? Acho melhor irmos agora se quisermos pegar boas cadeiras. – propôs ele, olhando para os amigos. Ron e Hermione quebraram o olhar e olharam para baixo, rapidamente concordando com Harry.


Eles seguiram para as várias cadeiras brancas postas na campina. De longe Harry pode reconhecer alguns rostos, mas a maioria era desconhecida. Em um momento eles passaram perto de tia Muriel, mas Ron praticamente saiu correndo para o lado oposto ao vê-la.


- Onde estão os outros Mione? Tonks, Lupin? – perguntou Harry à Hermione enquanto eles se dirigiam para as cadeiras que ficavam do lado direito do altar, fugindo de Tia Muriel. – Não chegaram ainda? – Hermione bufou.


- Uma palavra: Günter. – rosnou Hermione - Tonks ficou encarregada de tomar conta deles hoje e estava esperando eles terminarem de se arrumar, Lupin ficou esperando junto com ela. E eu tenho uma forte suspeita que a demora deles é intencional. – disse ela, irritada. Ron riu.


- Boa sorte para a Tonks! Se bem que acho que vai ser divertido ter os Günter aqui. – zombou Ron, sorrindo. Hermione o olhou para ele, incrédula.


- Porque eu tenho a impressão de que você gosta daqueles dois?! – Ron deu de ombros.


- Não é questão de gostar Mione, mas não se pode negar que eles sabem animar um lugar. – Ron soltou uma curta risada, mas parou logo ao receber um olhar mortal de Hermione.


- Você é inacreditável Ronald! – bufou ela continuando a andar e agora batendo os pés com força no chão.


Eles acabaram por sentar na terceira fileira, bem ao lado do grande tapete branco. Harry viu Luna sentada do lado oposto, acenando animadamente para ele e também Hagrid, que ocupava três cadeiras sozinho. Ele lembrou-se mentalmente de cumprimentá-los logo depois da cerimônia.


Depois de alguns minutos uma música orquestrada começou a tocar ao fundo. Gui entrou acompanhado por Molly, que estava completamente emocionada. Atrás deles vieram Lupin, que era padrinho de Gui, de braços dados com uma morena de cabelos cacheados que Harry não conhecia, mas acreditava que trabalhava com Gui, e em seguida os padrinhos de Fleur, que eram um casal de loiros que lembrou a Harry Lucius e Narcisa Malfoy pela pose pomposa e elegância.


Todos eles ocuparam seus lugares no altar e a espera não foi tão longa como todos pensavam. Pouco tempo depois se ouviu a marcha nupcial e todos os convidados se levantaram, olhando para a ponta oposta do tapete. Primeiro entrou Gabrielle, exibindo a beleza que herdara de Fleur, jogando ainda mais pé. E em seguida vinha a própria Fleur, completamente gloriosa num vestido branco-perolado, de mãos dadas com seu pai. Harry não pode deixar de sentir o encanto de veela de Fleur sob ele, mas ele já havia aprendido a lidar com isso.


A cerimônia transcorreu maravilhosamente. Gui e Fleur fizeram seus votos e ao anunciar que eram oficialmente marido e mulher houve uma explosão de aplausos e uma chuva de pontos coloridos e brilhantes começou a cair. Molly chorou durante a cerimônia inteira e foi a primeira a abraçar os noivos, completamente feliz e emocionada.


Assim que os noivos começaram a receber os parabéns e os convidados se levantaram uma música leve começou a tocar. Todas as cadeiras brancas desapareceram, dando lugar a uma grande pista de dança espelhada, com luzes brilhantes pairando no ar sobre ela. Ao redor apareceram várias mesas enfeitadas com belos arranjos e embaixo do arco florido onde estava o altar surgiu uma bonita e enfeitada mesa onde estava o bolo, que tinha vários andares, e um balde com uma champagne e duas taças.




Eles seguiram para entrar na longa fila que se formava para cumprimentar Gui e Fleur e assim que conseguiram fazê-lo foram procurar uma mesa para se sentarem. Encontraram Neville sozinho em uma e foram lhe fazer companhia. Ao vê-los o amigo abriu um grande sorriso.


- E ai pessoal, como estão? Bela festa não é? – disse Neville, cumprimentando-os. Ron retribuiu o sorriso.


- Estamos bem cara. Melhorando a cada dia. – o olhar de Ron entristeceu-se por um minuto, mas em seguida ele recompôs o sorriso. Neville olhou para ele com um sorriso amigável, não necessitando de palavras.


- Você veio sozinho Neville? – perguntou Harry quando os três já haviam se sentado. Neville soltou um suspiro baixo.


- Não, vim com a vovó, mas ela pareceu muito empolgada ao ver sua tia, Ron. – disse ele, apontando para uma mesa do outro lado da pista, onde a avó de Neville estava entretida em uma conversa com tia Muriel. - Desde que elas começaram a conversar é impossível tira-la de lá. – Ron riu.


- Tomara que ela fique lá por um bom tempo. Seria ótimo ter tia Muriel muito ocupada durante toda a festa para ficar me importunando.


- Ronald! – censurou Hermione, mas Neville não se importou e riu junto com Ron e Harry.


Eles ficaram lá conversando animadamente com Neville, rindo e falando sobre assuntos banais. A música havia se tornado animada e agora vários casais ocupavam a pista de dança.




- Olha só, não é que o chatinho do seu irmão conseguiu fazer uma boa festa? - disse uma voz masculina e irônica atrás de Ron, seguida por uma risada feminina. - Me surpreendeu.


Christopher se apoiou na cadeira de Harry, com os braços cruzados na frente do peito e como sempre, sorrindo. Vestia um traje de gala elegante, inteiramente negro, apenas com uma faixa de cetim azul-marinho enrolada na cintura. Atrás dele estava Ananda, igualmente luxuosa, com um vestido roxo brilhante de alças finas, estilo cauda de sereia e bem justo.


- Vocês não deviam estar perto da Tonks? – rosnou Hermione, entre dentes. Ananda sorriu.


- Ora, dê a Tonks algum espaço, Grangerzinha. Deixe-a curtir a festa. – disse Ananda, sentando-se na cadeira ao lado de Hermione e cruzando as pernas. – Já que vocês gostam tanto da gente, resolvemos vir fazer alguma companhia e conhecer o seu amiguinho.


- Quem são vocês? – perguntou Neville, confuso, e olhando para Ananda hipnotizado. Ela sorriu e estendeu a mão pare pegar a taça de bebida que estava nas mãos de Neville.


- Não perca seu tempo perguntando Neville, não é como se fosse importar para alguma coisa. – disse ela, olhando para Ananda hostilmente.


- Nossa, cadê os seus modos Srta. Granger? – perguntou Christopher, abaixando-se ao lado dela e fazendo biquinho. Ananda sorriu. Em seguida ele olhou para Neville com sua melhor expressão egocêntrica. – Meu nome Christopher Günter, e esta é minha irmã, Ananda. – Ananda bebericou um pouco da champagne na taça e deu uma piscadela para Neville, ainda de olhos arregalados.


- Vocês são da Ordem? – perguntou ele. Hermione soltou um gritinho baixo, em negação.


 - É óbvio que não! Eles nunca terão o necessário para ser parte da Ordem. – disse Hermione, já irritada. Ron e Harry seguravam o riso.




- Hermonini


- Viktor! – Hermione se levantou rapidamente, e se virando para o búlgaro que a olhava com um grande sorriso. Ela se esqueceu da irritação por um momento e abraçou carinhosamente o amigo.


- Eu estava com saudades. – disse ele, radiante ao vê-la. – Focê está espetacularr! – exclamou ele, olhando- encantado. Hermione corou e pode-se ouvir um rosnado baixo vindo da mesa.


- Obrigada Viktor. – disse ela, sorrindo timidamente. - Como você está? Veio acompanhado?


- Estou bem. Um pouco prreguiçoso já que agorra é difícil arrumar uma parrtida de quadribol em tempos de guerra, mas crreio que seja melhor assim. – disse ele – E vim sozinho. Non tinha quem trrazer comigo.


- Oh, isso é uma pena. Sente-se conosco então! – convidou Hermione. Krum alargou ainda mais o sorriso. De novo ouviu-se um rosnado vindo da mesa.


- Serria um prrazer! - Hermione voltou ao seu lugar e Krum sentou-se ao seu lado.




- Creio que você se lembre de Ron e de Harry. – disse Hermione, apontando para os amigos. Na outra ponta da mesa, Ron estava com o rosto púrpura. As orelhas queimando, o maxilar fechado com força e direcionava um olhar de cólera para o búlgaro. – E este é Neville.


- Prazer em revê-lo, Krum. – cumprimentou Harry.


- É clarro. Não há como se esquecer de Arry – disse Krum, educadamente. – E é um prrazer conhecê-lo Neville.


- O prazer é meu! – exclamou Neville, feliz – Sempre o achei o máximo! – Krum agradeceu com o sorriso. – Oh não, vovó está me chamando – ele soltou um suspiro cansado – Já volto pessoal. – e se levantou.




- E então Granger, não vai nos apresentar ao seu amigo? – perguntou Ananda, fazendo-se de inocente – Isso é falta de educação, sabia? – Hermione rangeu os dentes.


- Viktor, Ananda e Christopher Günter. – apresentou ela, a contra gosto.


- Günter? Focês por acaso são parrentes do barão Harrison Günter? – perguntou ele a Christopher, que sorriu com orgulho.


- Sim, somos filhos dele. – respondeu.


- Oh, então é um grrande prazer conhecê-los, Sr. Günter. – Krum estendeu a mão para cumprimentá-los. Ananda abriu um sorriso sedutor ao apertar sua mão.


- Acredite, o prazer é nosso. – disse ela, com um olhar penetrante. Krum se limitou a lançar-lhe um sorriso torto.


- Espera ai, você os conhece? – perguntou Hermione, abobada. – Como?


- O barão Günter é famoso na Bulgária. Já realizou serrviços muito imporrtantes para nós, prrincipalmente na época da invasão dos transmorrfos, e em muitas outras ocasiões. Devemos bastante a ele. – explicou Krum, mas Hermione ainda estava incrédula. – Sua morrte foi uma grrande perrda parra o mundo bruxo. Meus pêsames por isto. – disse Krum a Christopher, com respeito. Esta último apenas acenou com a cabeça e sorriu triste, num agradecimento mudo.


- Não há como esquecê-los, os transmorfos. – disse Christopher, sério, olhando para Ananda, que abaixou a cabeça.


- Focês ajudaram? – perguntou Krum, interessado.


- Sim, isso foi há três anos. Eu já trabalhava junto com meu pai há algum tempo e a Ananda estava começando. Nosso pai já não tinha mais idade para ir sozinho então fomos ajudá-lo. Foi sua primeira grande missão de Ananda. – conto Christopher.


- Deve ter sido um começo inesquecível, crreio eu. – disse Krum, dirigindo-se a Ananda, que supirou.


- Você não faz idéia. – respondeu ela séria como raramente ficava.


- Transmorfos? – perguntou Harry.


- Sim. São pessoas sobre o poder de uma maldição que se transformam em determinada época em algum animal. – disse Christopher - Quando a pessoa já tem certo domínio sobre o poder pode se transformar quando quiser, mas quando você tem pouco controle ou é de uma espécie mais violenta ou selvagem você fica completamente irracional com a transformação, os instintos te dominam. – explicou ele. - Os lobisomens são uma espécie de transmorfo. Os que enfrentamos na Bulgária eram tigres brancos.


- Whoa. – disse Harry, surpreso. – Eu não sabia de nada disso, pra mim só existiam os lobisomens.


- Não é o tipo de coisa que as pessoas gostam de ficar contando por ai. Os lobisomens são os mais conhecidos porque uma vez houve uma grande infestação deles e se tornou impossível esconder sua existência. E no caso da Inglaterra mais ainda, porque não existem muitas outras espécies vivendo por aqui. Na verdade, só sei dos lobisomens por essa região. – disse Ananda – Existem várias outras espécies, mas assim que alguma delas começa a crescer com muita violência e a chamar a atenção aparecem caçadores, como nós, para equilibrar as coisas novamente. Já houve casos de espécies que foram completamente exterminadas, mas é muito raro.


- Foi o que aconteceu na Bulgária. – disse Krum – Várrias pessoas começarram a desaparrecer e depois passarram surgir ataques e corpos em todo o lugar. Foi um pandemônio, ainda mais por serrmos um país pequeno. Somos muito grrratos a sua família por ter nos ajudado. – disse Krum para Ananda.


- Como eu disse, é um prazer. – disse ela, voltando a sorrir afetadamente. Hermione revirou os olhos.




- Ah, ai está você Günter! – exclamou Fred, se aproximando da mesa. – Olá Viktor. – Krum o cumprimentou com um aceno de cabeça.


- É isso ai Fred. Te procuramos pela festa inteira Christopherzinho. – disse George, se aproximando também.


- Pois não? - Christopher arqueou uma sobrancelha. Em seguida George o agarrou pelo braço e o puxou da cadeira. – Ei! – ele exclamou, se esquivando já em defensiva.


- Calma ai, amiguinho. – disse George, para acalmar os ânimos - Só venha aqui um segundo, queremos que conheça alguém. – ele sorriu. Christopher arqueou a sobrancelha novamente e cruzou os braços.


- Conhecer quem? – Fred e George trocaram um olhar cúmplice e sorriram.


- Só venha conosco, caro amigo. – disse Fred, colocando uma mão em suas costas, o empurrando levemente para que ele os acompanhasse. Christopher, mesmo desconfiado, resolveu segui-los.


- Ah, e Roniquinho tire essa tromba, por favor. Vai acabar machucando alguém com isso. – zombou George, antes que eles desaparecessem pela multidão. Ron, que tinha se mantido estranhamente quieto desde que Krum havia chego, tinha uma veia saltando em sua testa e soltou um grunhido animalesco para o irmão. A pista de dança estava lotada e tocava uma música bem animada.


- Dança comigo Hermonini? – perguntou Krum, já de pé e estendendo a mão para ela. Hermione deu um sorriso tímido e corou. Ron soluçou alto.


- Claro... – ela pegou a mão que ele lhe estendia e foram os dois na direção da pista de dança.




- Ron, eu vou ali conversar um pouco com a Luna e o Hagrid... quer vir comigo? – chamou Harry.


- Não. – respondeu ele simplesmente e fechando a cara.


- Tem certeza? – insistiu Harry ao ver a cara com que Ron encarava Hermione e Krum na pista de dança.


- Tenho. – Harry suspirou.


- Ok então, qualquer coisa vá lá com a gente. – ele então se levantou e foi até onde estavam o meio-gigante e Luna.




Alguns minutos se passaram sem que ninguém dissesse nada. Nem Neville, Harry nem Christopher haviam retornado. Ananda olhava para Ron, ainda carrancudo, com uma expressão de tédio em seguida acompanhou o olhar dele para Krum e Hermione que rodopiavam no centro da pista. Ron ignorava a presença dela.




Passado algum tempo, Ananda soltou um suspiro.


- Não sei quem é a maior toupeira: ele por perder tempo com a Granger ou você por ficar aqui sentado fazendo papel de idiota.




Ron pela primeira vez desviou o olhar e passou a encarar Ananda com uma expressão perplexa.


- O que foi? – quase gritou ele, encarando-a com os olhos esbugalhados. Ananda deu de ombros e deu mais um gole em sua bebida para só depois responder.


- Isso que você ouviu. O fato de um jogador com a beleza, fama e o porte de Krum ficar gastando sua atenção com a Granger é deprimente, sabe. Só não é mais deprimente do que essa sua tentativa ridícula de fingir que não sente nada por ela. – respondeu ela, desinteressadamente.


- Você não sabe de nada Günter! – rosnou Ron, meio vermelho de raiva e meio de vergonha.


- Ora, por favor, Weasleyzinho, só não vê quem não quer. Você só falta babar em cima da ratinha. Eu que só estou há quinze dias aqui já percebi. E a Granger mostrou que não é tão espertinha quanto diz ser, porque ao que parece ela é a única que ainda não notou. – disse ela, colocando a bebida de volta na mesa e olhando Ron os olhos, ignorando o acesso de raiva que ele parecia estar prestes a ter.




Ron abria a fechava a boca sem emitir som algum. Ele não sabia o que responder para ela. Ele sentia raiva de Ananda por ela jogar as coisas na cara dele e ainda o fazer passar por idiota, mas o que ele poderia fazer? Negar que sentia algo por Hermione? Ele não poderia, porque era verdade. Era verdade que ele tentava disfarçar que toda a vez que ele a via ele sentia vontade de abraçá-la e não solta-la nunca mais. Era verdade que toda vez que ele a via sorrir ele se sentia hipnotizado. Que quando ele a via morder os lábios ao tentar resolver algum problema ele sentia uma vontade quase incontrolável de tomar aqueles lábios com os seus. Era um sentimento novo para ele, embora sentisse sempre que existia desde que conheceu Hermione, só agora ele havia entendido o que significava. E isso o assustava. Ele não sabia o que fazer para evoluir de melhor amigo para namorado. Era por isso que ele se sentia frustrado e irritado ao vê-la dançar com aquele búlgaro atirado e não com ele, porque ele sabia que não conseguiria fazer nada para impedir isso e nem para mudar nada.




- O que isso te importa, Günter? – resmungou ele, frustrado, virando-se de novo para a pista. Ananda ficou pensativa por um momento.


- Na verdade nada, mas eu realmente não gosto de ver assuntos não resolvidos, mesmo que sejam alheios. – disse ela, olhando as unhas – Você devia fazer alguma coisa, sabe? – Ron soltou uma gargalhada irônica.


- Rá! Alguma coisa tipo o que? Estou aberto para idéias! – disse ele, irônico. Ananda revirou os olhos.


 - O que você espera? Que você fique aqui sentado sem fazer nada e ela de repente perceba que você é o amor da vida dela e dê um chute no traseiro do bonitão? Se organiza, homem! – exclamou ela, dando-lhe um tapa da nuca. Ron se virou para ela irritado.


- E o que você sugere Ananda? – perguntou ele, ácido. Nesse momento a música se tornou mais romântica. Ananda se levantou e pegou Ron pela gravata. – Aonde estamos indo?


- Cala a boca e vem comigo. – ela só parou de puxá-lo ao alcançarem os casais na pista. Chegando lá ela enlaçou o pescoço dele com os braços e tentou iniciar uma dança.


- O que você pensa que está fazendo sua louca? – perguntou Ron, estático.


- Dançando, seu parvo. E você deveria fazer o mesmo, porque a Grangerzinha está olhando pra cá. Não olhe pra ela. – frisou Ananda, segurando o rosto dele e virando-o para ela quando Ron fazia menção em olhar para trás – Só dança. – Ela desceu sua mão esquerda até a direita de Ron e a segurou, colocando-a em sua cintura e voltando a dançar.


- Qual é a intenção de tudo disso? – perguntou Ron, agora se movendo junto com ela.


- Calma, Weasley, só vai pensando no que dizer para ela e deixe o resto comigo. Um passo para a direita. – orientou Ananda, olhando por cima do ombro de Ron. Ele mexeu os pés com pouca coordenação na direção que ela mandou. – Deus, você é um desastre.




- Obrigado pelo elogio. – disse Ron irônico, revirando os olhos. – Já você dança bem, tenho que admitir. – resmungou ele. Ananda deu um sorriso torto.


- Quando seu pai é um barão importante os bailes são constantes e você não pode fazer feio – disse ela – Ou você achava que eu só sabia sair por ai atirando em todo mundo? – perguntou ela, arqueando uma sobrancelha e com um meio sorriso. Ron riu.


- Isso nunca me passou pela cabeça. – disse ele em tom de brincadeira. Ananda abriu um sorriso.




- Agora um passo para trás. Esquerda. Vira. – ela o orientava e ele apenas seguia, pensando que ela havia enlouquecido de vez. – Tem certeza que a ratinha vale à pena?


- Mas é claro que tenho! Hermione é a melhor ... – começou ele, mas Ananda não o deixou terminar.


- Boa sorte então.




Nisso Ananda o soltou e puxou o homem do par ao seu lado, passando a dançar com este. Hermione ficou parada no lugar enquanto Ananda puxava Krum, enlaçando-o pelo pescoço


- O que focê está fazendo? – perguntou Krum, atônito e tentando se esquivar dela, mas Ananda apertou ainda mais os braços.


- Eu só queria dançar com você bonitão. Uma musiquinha só. – disse ela, olhando-o com um olhar pidão e tentando levá-lo para a outra ponta da pista dançando de forma estranha.


- Focê é louca Günter! Hermonini! – ele virou o rosto para procurar por Hermione, mas Ananda o virou assim como fizera com Ron, segurando-o pelo queixo.


- Sabe que você é muito bonitão para aquela nerdezinha? Você merece alguém melhor, alguém mais forte, decidida e que goste mais da sua companhia do que da dos livros. – disse ela, aproximando seus os rostos.


- Me Larrgue! – rosnou Krum já perdendo a paciência. Ananda então resolveu apelar. Ela segurou o rosto de Krum com as duas mãos e tascou-lhe um beijo na boca. Ela tentou segurá-lo o máximo que pode, mas depois de alguns segundos o búlgaro a empurrou pelos ombros, irado.


- Sua maluca! – disse ele, quase gritando e saindo de perto dela com passos pesados, em direção as mesas. Ananda sorriu, limpando o canto dos lábios.


- Essa coisa de caridade não é tão ruim assim. – disse para ela mesma, com um sorriso largo no rosto e voltando para a mesa onde estava.






Ron e Hermione ficaram estáticos em seus lugares, apenas assistindo Ananda arrastar um Viktor atordoado pela multidão até sumirem por entre os casais. Eles ficaram em silêncio por alguns momentos, ainda tontos, mas depois passaram a se encarar. O coração de Ron parecia que ia sair pela boca e todo e qualquer pensamento tinha sido apagado de sua mente. Ele simplesmente mergulhava naqueles olhos castanhos como se eles fossem feitos de puro mel.


- Ahn... err... quer dançar? – disse ele assim que a sua voz deu o mínimo sinal de que voltara. Ele esperou durante torturantes segundos até que Hermione desse um sorriso tímido.


- Eu adoraria. – disse ela num sussurro.




            Ele deu alguns passos inseguros até ela e estendeu-lhe a mão, a qual ela pegou com igual insegurança e olhando em seus olhos.


            Ron levou as mãos até a cintura de Hermione e segurou-a delicadamente enquanto ela enlaçava-o pelo pescoço.




Ao fundo tocava uma suave música. Havia letra, mas nenhum dos dois prestava atenção. Eles só conseguiam ver os olhos um do outro enquanto seus pés movimentavam-se lentamente e por vontade própria.


- O que foi aquilo? – disse Hermione, num sussurro. Ron ficou vermelho, mas não desviou o olhar.


- E-Eu não sei. Você sabe como é a Ananda, imprevisível. – disse ele baixo e sem muita certeza. Hermione deu um risinho nervoso e mordeu os lábios, olhando pra baixo.


- Bom, acho que pela primeira vez eu gostei de algo que ela fez. – disse ela, sem olhá-lo e encostando a testa no ombro dele. Ron sentiu seu coração falhar uma batida. Ele enterrou o nariz nos cabelos castanhos dela e inalou o perfume que saia deles, sentindo-se inebriado por ele. Por reflexo ele apertou as mãos em torno da cintura dela, estreitando o abraço. Ele não conseguia acreditar que aquilo era real.


Eles não falavam nada. Palavras não eram necessárias. O que eles mais queriam ela aproveitar cada segundo daquele momento, eles queriam que durasse para sempre. Ali não existiam preocupações, não existia Voldemort, não existia guerra; eram apenas eles, Ron e Hermione.


- Er...Está gostando da festa?- perguntou Ron sem saber o que dizer, Hermione riu suavemente.


- Bastante. Sua mãe fez tudo ficar perfeito. – ela sorriu para ele, que retribuiu. – E foi bom rever todos. – Hermione suspirou - Tempos difíceis estão por vir, não se sabe o que pode acontecer. Fiquei muito feliz de poder rever Viktor antes de entrar de cabeça nessa guerra.


O sorriso de Ron desapareceu como mágica e foi substituído por uma carranca vermelha.


- Então quer dizer que você ficou toda animadinha por ver o Vitinho? – disse Ron acidamente e se afastando um pouco. Hermione estreitou os olhos e soltou o abraço que mantinha em seu pescoço.


- Não seja estúpido Ronald. Viktor é meu amigo e sim, eu fiquei muito feliz em revê-lo. – disse ela desafiadora – Você vai finalmente parar de agir como um ogro ou vai continuar estragando tudo?


A expressão de Ron aliviou e ele olhou para baixo, soltando um suspiro.


- Eu não quero estragar tudo. – sussurrou – Não esta noite.




Hermione se aproximou e segurou-lhe o queixo delicadamente, levantando sua cabeça e olhando-o profundamente nos olhos.


- Eu quero me lembrar dessa noite. Quero poder ter bons momentos para lembrar daqui pra frente. – ela falava suavemente cada palavra – E quero você nelas, Ron.


Ron esticou o braço para segurar o rosto dela entre suas mãos enormes.


- Minhas memórias já são felizes apenas tendo você. – ele disse num sussurro, mas com firmeza e assistiu os olhos dela ficarem marejados. – Você acredita que numa noite, com um único gesto, tudo poderia ser diferente? – disse ele, aproximando seu rosto do dela.


- Sim, eu acredito. – ela sussurrou, fechando os olhos e sentindo o hálito quente dele próximo de seu rosto.




- Hermione, Hermione! Achei! – Nathalia se aproximou deles e assim que viu a cena virou de costas, completamente envergonhada. – Er, desculpe, não quis interromper.


Ron apertou os olhos já fechados com força, completamente frustrado. Sempre na hora errada. “Droga”, foi o que ele pensou.


Ele sentiu Hermione e afastar e abriu os olhos, vendo-a completamente corada e mordendo os lábios suavemente, tentando se recompor.


- Está tudo bem Nathalia, o que foi? – disse ela num tom, apesar de tudo, doce. A moça, ainda de costas para eles mexia as mãos nervosamente.


- Er, eu só ia, bem, er... só ia avisar que a Prof.ª McGonagall pediu para chamá-la, parece que elaquer apresentar você para umas pessoas do Ministério.


- Oh, sim. Obrigada. – Hermione olhou para Ron, com um olhar torturado. Num pedido de desculpas por ter que se afastar. Ele lançou um igual para ela, mostrando o quão contrariado estava por ter que deixá-la ir. – Me leve até ela, por favor? – Nathalia murmurou um sim e pediu que ela a seguisse. Antes de acompanhá-la, Hermione virou-se mais uma  vez para Ron e mexeu os lábios formando um “Desculpe” e então sumiu pela multidão.




            Ron passou as mãos nervosamente pelos cabeços. Agora ele tinha certeza. Merlin o odiava.


            - Argh! – rosnou ele antes de rumar a passos pesados para o outro lado da multidão.






Ananda havia voltado para a mesa e agora se servia de mais champagne enquanto assistia os casais dançarem.


- Cadê o Ron? – ela virou a cabeça e viu Harry sentando-se na cadeira do outro lado da mesa. Ela voltou a encarar os casais.


- Dançando com a Ratinha. Alguém precisa dizer ao seu amigo que ele tem um gosto pavoroso para mulheres. – disse ela, bebericando a champagne.


- Hermione? Você realmente tem um problema com ela, não é? – disse ele, não gostando da alfinetada que ela deu em Hermione – O que acontece? Inveja? – foi a vez de ele provocá-la. Ananda soltou uma gargalhada.


- O dia no qual eu sentir inveja da Granger, Lockhart será coroado Ministro da Magia. – ela colocou a taça vazia sobre a mesa e esticou o braço para pegar outra na bandeja de um garçom que passava ao lado deles. – Mas me diga você Potterzinho, não tem namorada? Só espero que seu gosto seja melhor que o do Weasley.


O rosto de Harry se contraiu. Ele não ia falar de Gina, não com ela.


- Não é da sua conta. – respondeu ele bruscamente. E parando de olhá-la, visivelmente incomodado. Ela percebeu isso.


- Ho ho, o que aconteceu? – ela virou-se para ele, sorrindo malvadamente – É apaixonado pela moça, mas ela não te dá bola? Ou tomou um fora? O que foi? Me conte Potterzinho. – ela se divertia enquanto via o rosto dele se contorcer em ira.


- Cale a boca Günter. – rosnou ele, respirando fundo para não fazer uma besteira. – Já que você gosta tanto de teorias, que tal fazermos uma pra você? Eu acho que você é uma filhinha de papai mimada, que fica bravinha só porque não ganhou o vestido que queria de presente de Natal. E mal amada, porque levou um pé na bunda do namorado que não conseguia agüentá-la e agora está toda carente e desconta sua frustração irritando os outros. Acertei?




O sorriso de Ananda sumiu. Ela crispou os lábios e suas sobrancelhas se curvaram sobre seus olhos estreitos, que encaravam Harry ameaçadoramente.




- Não é mais tão engraçado agora, não é Günterzinha? – provocou ele e os olhos dela se apertaram ainda mais.


- Fick dich², Potter. - ela rosnou e saiu da mesa. Harry sorriu satisfeito.




Nisso Ron chegou, com uma careta tão ruim quando a de Ananda e sentou-se ao lado de Harry, cruzando os braços. Harry abriu a boca para falar, mas Ron não lhe deu tempo.


- Nem pergunte. – avisou Ron. Harry fechou a boca rapidamente. - Qual é o problema dela? – perguntou Ron. Harry sorriu.


- Deve estar com algum problema de indigestão, nada grave. – disse ele sorrindo triunfante. Ron apena deu de ombros se afundou ainda mais na cadeira, emburrado.






Traduções:


Jawohl¹ = Sim; claro.


Fick dich² = Vá se ferrar.




Vestidos


Hermione: http://img7.imageshack.us/img7/7933/hermioneg.jpg


Ananda:  http://img16.imageshack.us/img16/7118/anandam.jpg




N/A: Geeente, que delícia postar de novo *-*


Não tenho muita coisa a falar dessa vez. Quero só agradecer pelos comentários e dizer que fiquei muito feliz com todos eles! Brigada!


16 DIAS PARA A ESTRÉIA DO ENÍGMA DO PRÍNCIPE ♥


Um beijo pra todos ;*

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