Descobertas?



Capítulo 8 – Descobertas?


No último capítulo...


Por onde eles passavam as poucas pessoas que estavam no Ministério olhavam para eles com grandes pontos de interrogação na cabeça, afinal o que aqueles cinco adolescentes estariam fazendo no Ministério àquela hora da madrugada? Eles levaram, aproximadamente, cinco minutos do Departamento até o Átrio. Chegando lá, o Sr. Weasley indicou a eles uma lareira que não estava sendo utilizada e foram para o St. Mungus carregando os livros dentro das suas mochilas magicamente ampliadas para caber inúmeros livros.



****


Harry, Rony, Fred, Jorge, Nick e o Sr. Weasley chegaram ao St. Mungus de madrugada, quase amanhecendo, o céu já tomava tons de laranja ao leste e violeta ao oeste. Seria uma bela visão, mas naquele hospital ninguém tinha tempo pra ficar observando o amanhecer do dia. Todos estavam fazendo alguma coisa: Curandeiros andando de um lado pro outro, mesmo estando de madrugada ainda, visitantes tristes e preocupados e muitos pacientes de cama, afinal estavam numa guerra. Muitos já nem se importavam mais com o nascer de outro dia. E foi neste mesmo clima que o grupo começou a vasculhar os corredores onde sabiam que Gina deveria estar, pois não quiseram perder tempo perguntando a recepcionista, já bastante atarefada e irritada, e então todos procuravam pelo quarto da mais jovem Weasley juntos. Ao avistarem Hermione parada ao fundo do corredor, olhando vagamente para uma porta a sua frente, saíram rapidamente ao seu encontro.

- Hermione, e então? Como ela está? – perguntou Harry, o primeiro a chegar até a amiga, mas Hermione limitou-se a olhar para o chão do hospital, sem encarar o amigo. Vendo que ela não iria responder, Harry começou a sacudi-la pelo ombro, assim como tinha feito no Departamento de Mistérios, e Hermione começou a chorar levemente ao ver o desespero mal disfarçado do amigo – Me diz, Hermione! – berrou Harry, agora já sem disfarçar qualquer coisa e com um nó se formando na garganta.


- Hey! Ela não tem nada a ver com a sua angústia, então não desconta nela! – falou Rony, separando a namorada do amigo e abraçando-a para acalmá-la.

- Me desculpe, Mione... Eu não deveria ter-- Harry começou, mas foi interrompido por um abraço da amiga, que começou a chorar de leve novamente.

- Não se preocupe, Harry... – falou com voz chorosa enquanto se desgrudava do abraço e olhava o amigo nos olhos – Eu não te culpo... Eu estaria do mesmo jeito se... – e desviou seu olhar para Rony, e Harry logo entendeu o que ela ia dizer. Porém, nessa hora, saiu um medibruxo do quarto da Gina e todos se voltaram pra ele, pedindo informações sobre a ruiva.

- Você devem ser a família dela, não? – perguntou o curandeiro, enquanto cumprimentava todos com um aperto de mão.

- Sim, sou pai dela – respondeu o Sr. Weasley – e esses são os irmãos dela – apontou pra Rony, Fred e Jorge – e esses são alguns amigos – completou, agora apontando pra Harry, Mione e Nick.

- Certo. Meu nome é Richard Filliph. Eu sou o medibruxo que está cuidando do caso da Srta. Ginevra Molly Weasley – apresentou-se ele, de forma bastante profissional – Então, você é o Harry?

- Sim, sou eu. Mas por que...? – respondeu ele, muito ansioso.

- Eu perguntei isso porque a paciente está chamando pelo senhor a todo momento, mas agora ela está dormindo.

- Então, quer dizer que ela está bem? – perguntou o garoto, com uma voz mais animada e um pequeno sorriso surgindo.

- Se o Sr. define bem como “fora de risco de vida”, sim, ela está bem – respondeu o medibruxo, ouvindo como resposta um suspiro de alívio de todos os presentes.

- E quando ela receberá alta? O que houve com ela? – perguntou Harry, ansioso por mais respostas.

- Ela deverá receber alta em 3 ou 4 dias e o que fez ela ficar daquele jeito foi algo extremamente curioso e raro. O que ela teve é chamado de “reconhecimento mágico” e é o que faz uma varinha “escolher” seu próprio dono, porém nesse caso foi algo bem mais forte e causou um tipo de “descarga mágica”. Por isso a Srta. Weasley desmaiou, pois recebeu magia em excesso. Mas ela é forte e agüentou muito bem. Em alguns outros casos, que por sorte não foram muitos, poderia ter havido sérios problemas. Bom, agora voltarei ao meu trabalho – falou se afastando em direção ao começo do corredor.

- Espere um momento! – falou Harry, segurando o antebraço do homem – Quando nós poderemos vê-la?

- Como no momento ela está dormindo, assim que ela acordar alguém virá lhes avisar e poderão entrar, mas os aconselho a irem pra casa agora, descansar um pouco e mais tarde vocês voltam. Ela ainda demorará algumas horas pra acordar. – respondeu ele, se afastando novamente.

- Bem... – começou o Sr. Weasley, depois que o medibruxo já estava bem longe – Tenho que voltar pro Ministério, garotos. Mas primeiro vou deixá-los na Toca via Flu. – comunicou a todos.

- Sr. Weasley, não podemos ficar aqui? – perguntou Nick, prevendo a reação de Harry. O Sr. Weasley apenas lançou a menina um olhar penalizado antes de responder-lhe.

- Querida, todos vocês ouviram o medibruxo. Ele falou que a Gina não vai acordar agora, então é melhor vocês descansarem um pouco e depois eu mesmo os trarei aqui quando ela acordar – afirmou olhando-a nos olhos – Depois de deixá-los na Toca virei aqui de novo e avisarei para o medibruxo que me chame assim que ela acordar. E, quando ele fizer isso, eu vou passar primeiro na Toca pra pegar todos vocês e viremos direto pra cá, ok?

- Sim, Sr. Weasley. Todos concordam? – perguntou ela para todos, mas olhando diretamente pra Harry, que, ao perceber o olhar da garota sobre ele, apenas deu de ombros. Nick, então, tomando o gesto de Harry como um “bem, se não tem jeito”, assentiu para o Sr. Weasley. E, logo, todos se dirigiram para a primeira lareira que encontraram.

Após Nick sumir da lareira, sobraram apenas Harry e o Sr. Weasley.

- Então, Harry, é sua vez, entre – falou o Sr. Weasley, empurrando o garoto levemente pelas costas até ele entrar na lareira. Antes de falar “A Toca”, o garoto lançou um olhar rapidamente para o fim do corredor, onde se encontrava o quarto de Gina. O Sr. Weasley, ao notar o rápido olhar do garoto, não pôde se impedir de sorrir levemente e dizer:

- Ela vai ficar bem, Harry, não se preocupe – disse, e o garoto limitou-se a dirigir um pequeno sorriso para o Sr. Weasley antes de dizer claramente “A Toca” e sumir do hospital. O Sr. Weasley aparatou logo depois.

****

Quando chegou na Toca, Harry olhou em volta e espantou-se ao ver todos em volta da lareira encarando-o com uma expressão de intenso alívio. Antes que pudesse perguntar alguma coisa, o Sr. Weasley desaparata ao seu lado e parece a notar a mesma coisa nos outros.

- O que foi? Por que estão com essa cara? – perguntou o Sr. Weasley com uma expressão intrigada, olhando mais diretamente para sua esposa.

- É só que vocês demoraram um pouco pra chegar, então ficamos meio preocupados com essa demora – respondeu Hermione prontamente, mas Harry notou que a expressão da Sra. Weasley não parecia “meio preocupada” e sim “muito preocupada” ou “à beira de um ataque de nervos”.

- Tudo bem, Sra. Weasley? – Harry perguntou, preocupado com o estado da senhora, que tentou sorrir levemente ao acenar um pequeno sim com a cabeça e depois abraça-lo.

- Claro, meu querido – respondeu ela, após abraça-lo fortemente – É só que, com essa guerra e vocês tão envolvidos nela, não tem como não ficar preocupada – continuou ela, com a voz embargada – Eu amo tanto todos vocês – nesse momento, ela já estava chorando – E agora a Gina... A Gina... – E não conseguiu terminar, entregando-se a um soluço sofrido e as lágrimas escorrendo livremente por seu rosto. Rony, Fred e Jorge correram a abraçá-la, na tentativa de acalmá-la, e Harry pensou em se afastar um pouco para deixar a família reunida, mas ao ver Hermione e Nick começarem a se aproximar lentamente e consolar a Sra. Weasley, resolveu ficar lá mesmo.

- Bem... Vou passar no St. Mungus agora, como lhes prometi, e depois tenho que voltar para o trabalho – anunciou o Sr. Weasley, com a voz ligeiramente embargada, e todos voltaram-se para ele – Quando tiver notícias, venho aqui. Bom dia para todos – acenou para os garotos – Até mais tarde, querida – completou, beijando a esposo e logo em seguida aparatando.

Depois que o Sr. Weasley aparatou, a Sra. Weasley mandou todos irem tomar café da manhã. Todos começaram a tomar café lentamente, sem vontade e depois que todos perceberam que não conseguiriam comer, e Harry, Fred e Nick já haviam empurrado seus pratos, praticamente intocados, para frente e encaravam o vazio com um olhar perdido, Rony, o único que comera tudo desanimadamente, levantou-se e todos o imitaram e rumaram para a sala da Toca, apesar da Sra. Weasley sugerir que dormissem um pouco. Chegando na sala, todos sentaram-se nos sofás e o silêncio reinou no aposento, até que Rony o quebrou:

- Hum... Alguém vai conseguir dormir? – Todos olham para ele e acenam negativamente – Foi o que pensei... Então, por que a gente não vai para o quarto dar uma olhada nesses livros? – perguntou ele, apontando para as mochilas. Todos se levantaram lentamente e foram para o quarto.

Chegando lá, esvaziaram as mochilas e Hermione ficou maravilhada com tantos livros a sua frente. Ela pegou o primeiro que estava mais perto de sim e começou a folheá-lo atentamente até parar numa página e falar:

- Aqui tem coisas bem interessantes sobre o Véu... Por exemplo, - mas foi interrompida por Harry.

- Tá, tá, ok! Você achou alguma coisa sobre aquela maldita sala que fez aquilo com a Gina? – perguntou ele, pouco interessado no Véu.

- Harry, o nosso objetivo ao invadir o Ministério era pegar os livros sobre o Véu! Então, os livros que vocês recolheram são todos sobre o Véu e o Submundo, ok?

- Na verdade... – interrompeu Nick, mexendo na sua mochila e retirando um livro com o símbolo do Ministério da Magia na capa – Esse aqui não – completou ela, passando o livro para Hermione.

- “Ministério da Magia – O Departamento de Mistérios” – citou Hermione, lendo a capa.

- Foi o primeiro livro que achei, estava numa estante onde só tinham livros sobre cada departamento do Ministério. Então, peguei esse, pois poderia servir como um guia para quando formos invadir o Departamento de Mistérios novamente e resgatas Sirius – explicou ela – Bem... Acho que aí pode ter alguma coisa sobre aquela sala, não é? – completou ela. Harry lançou-lhe um sorriso agradecido, que ela retribuiu alegremente.

- E então, Mione? Tem alguma coisa aí sobre essa Sala? – perguntou Fred, curioso para saber o que havia acontecido com sua irmã.

- Bem... Eu estou vendo a lista das salas do Departamento de Mistérios e um pequeno resumo de cada uma delas... – respondeu ela e depois voltou-se novamente para o livro e começou a passar rapidamente os olhos por cada sala e seu resumo – Essa não. Essa não. Essa também não. Essa... – ela parou de falar e arregalou os olhos – Acho que pode ser essa – falou ela, levantando a cabeça e encarando os outros que a olhavam muito curiosos – A Sala da Verdade – anunciou ela.

- Que sala é essa? – perguntou Harry, mas antes que Hermione pudesse responder, eles ouviram um barulho de aparatação e saíram do quarto correndo, na esperança de que fosse o Sr. Weasley com notícias de Gina.

Chegando à sala, viram que realmente se tratava do Sr. Weasley, ele estava conversando com a Sra. Weasley, todos se aproximaram do casal e olharam ansiosamente para o Sr. Weasley e ele, ao notar que todos o encaravam, interrompeu a conversa com sua esposa e voltou-se para os garotos.

- O medibruxo entrou em contato comigo e falou que a Gina acordou e está louca para nos ver – falou ele, sorrindo abertamente, no que foi retribuído pelos outros.

- Então, nós vamos agora mesmo, né? – perguntou Harry com um enorme sorriso.

- Sim, nós vamos agora. Estão todos prontos?

- Claro! – responderam todos em uníssono.

- Você vai, Molly? – o Sr. Weasley perguntou para sua esposa.

- Claro! Claro! – respondeu ela, toda afobada, pegando um casaco e vestindo-o rapidamente. Todos, então, se dirigiram para a lareira e um por um foram para o St. Mungus.

****

Quando todos haviam acabado de chegar pela lareira, saíram praticamente correndo com a Sra. Weasley em seus calcanhares. Ao chegarem na frente da porta do quarto onde Gina se encontrava havia uma curandeira os esperando.

- Bom dia. Vocês devem ser os parentes e amigos da paciente Ginevra Molly Weasley. – falou a bruxa enquanto olhava uns papéis que estavam presos a uma prancheta em sua mão – Estou certa?

- Sim, está. Nós podemos entrar para vê-la? – perguntou Harry não escondendo a ansiedade

- Sinto muito, mas só poderão entrar dois de cada vez. – falou a curandeira de um jeito sério.

Após ouvir isso, Harry se desanimou um pouquinho e foi se sentar em um dos assentos que tinha no corredor, afinal ainda tinha todos os Weasley antes dele. A Sra. Weasley não entendeu a princípio quando viu Harry se sentar como se fosse esperar. E sorriu ao constatar que ele pretendia deixar todos os familiares verem Gina primeiro mesmo ele estando extremamente ansioso para vê-la.

- Venha, Harry... – chamou a Sra. Weasley de um jeito calmo enquanto puxava o garoto pela mão na direção da sala

- Mas Sra. Weasley...

- Não se preocupe, Harry, aposto que todos os outros irão concordar comigo que, hoje em dia, você é tão ou mais da família da Gina do que todos nós. – falou enquanto faziam um movimento indicando todos no corredor.

- Sra. Weasley, eu... – falou extremamente corado

- Nem vem, Harry, você vai sim ver a Gina AGORA por vontade própria ou por livre e espontânea pressão, você escolhe. Aqui fora você não fica. - Falou Nick de forma decidida enquanto cruzava os braços na frente do corpo e olhava para ele com um olhar que dizia claramente “e tente fazer outra coisa para ver o que vai acontecer com você”. Harry suspirou e falou, tentando esconder um sorrisinho:

- Se não tem jeito... – falou enquanto entrava na sala e ouvia a porta ser fechada pelo lado de fora.

- Eles precisam de um tempo juntos, afinal ninguém quer ficar segurando vela, não é? – falou Nick, marotamente, depois de trancar a porta.
****
Harry, após ouvir a porta bater atrás de si, focalizou Gina. Ela lia uma revista bruxa que o garoto não conhecia. Mas a única coisa que Harry percebeu foi o quanto ela estava linda com a luz do sol incidindo levemente sobre ela dando um brilho especial a seus cabelos flamejantes.

It’s undeniable that we should be together
É inegável que devemos ficar juntos
It’s unbelievable how I used to say that I’d fall never
É inacreditável como eu dizia que jamais me apaixonaria
The basis is need to know
Você precisa saber
If you don’t know just how I feel
Se já não sabe como me sinto
Then let me show you now that I’m for real
Então deixe-me mostrá-la agora que eu estou falando sério
If all things in time, time will reveal
Se todas as coisas, na hora certa, o tempo revelará

E o quanto ela ficava bela mordendo levemente os lábios enquanto lia. No jeito que brincava com uma mecha dos cabelos, enrolando-a nos dedos. Não tinha como negar que ela era perfeita, não só fisicamente. Ela era perfeita em tudo, até seus defeitos tornavam-na ainda mais perfeita.

One: you’re like a dream come true
Um: você é como um sonho que virou realidade
Two: just wanna be with you
Dois: só quero estar com você
Three: girl, it’s plain to see that you’re the only one for me
Três: garota, é evidente que você é a única para mim
And four: repeat steps one to three
E quarto: repita os passos de um a três
Five: make you fall in love with me
Cinco: fazer você se apaixonar por mim
If ever I believe me work is done
Se algum dia eu achar que meu trabalho está acabado
Then I’ll start back at one
Então voltarei para o primeiro passo

Com esses pensamentos, foi se aproximando lentamente da cama onde ela se encontrava e, quando ela percebeu e seus olhares se cruzaram, o garoto foi transportado automaticamente para suas lembranças.

It’s so incredible the way things work themselves out
É tão incrível como as coisas acontecem sozinhas
And all emotional, once you know what It’s all about
E tudo é emocionante, quando você descobre do que se trata
And undesirable, for us to be apart
E é indesejável que nós fiquemos separados
I never would’ve make It very far
Eu jamais teria ido muito longe
‘Cause you know you’ve got the keys to my heart
Porque você sabe que tem as chaves do meu coração
‘Cause…
Porque…

Ele lembrou de quando, na primeira aula de poções do seu sexto ano, ele sentiu o cheiro de flores que emanava dela quando sentiu o cheiro da poção do amor, do quanto brigava internamente para se decidir entre o amor dela e a amizade com Rony, de quando se beijaram pela primeira vez logo após o ultimo jogo de Quadribol da temporada, aquele foi um dos momentos mais felizes da sua vida e de quando voltaram a namorar no casamento de Gui e Fleur. Todos os momentos que passou com a sua Gina haviam sido os melhores e mais felizes da sua vida. Sua Gina... Como é bom pensar isso...

One: you’re like a dream como true
Um: você é como um sonho que virou realidade
Two: just wanna be with you
Dois: só quero estar com você
Three: girl, it’s plain to see that you’re the only one for me
Três: garota é evidente que você é a única para mim
And four: repeat steps one to three
E quarto: repita os passos de um a três
Five: make you fall in love with me
Cinco: fazer você se apaixonar por mim
If ever I believe me work is done
Se algum dia eu achar que meu trabalho está acabado
Then I’ll start back at one
Então voltarei para o primeiro passo

Ao mesmo tempo em que todas essas cenas vieram a sua cabeça, veio também o momento que fez Gina ir parar naquele hospital. Nossa… O quanto ele sofreu naquele momento ao pensar que poderia perdê-la para sempre. Ao pensar nisso, uma pequena lágrima rolou solitária pelo seu rosto e de lá foi rapidamente tirada por uma mão delicada.

- Não chora não, meu amor. – falou Gina com a voz relativamente fraca, mas ainda assim com um belo sorriso estampado na face – Eu não gosto nem um pouco de te ver triste. – falou enquanto o abraçava pela cintura.

Say fareweell to the dark of the night
Diga adeus a escuridão da noite
I see the coming of the sun
Eu vejo o sol se aproximando
I feel like a little child, whose life has just begun
Sinto-me como uma criança cuja vida está começando
You came and breathed new life into this lonely heart of mine
Você chegou e trouxe uma vida nova para este meu coração solitário
You threw out the life line
Você me salvou
Just in the nick of time
Bem na hora exata

- Por você, minha ruivinha, eu nunca mais ficaria triste... – falou Harry sorrindo docemente enquanto se separava um pouco do abraço para poder olhá-la nos olhos - Mas somente se você estivesse sempre comigo...

- Então você nunca mais irá ficar triste porque a única coisa que eu não suportaria é viver sem você a meu lado.- falou Gina sorrindo abertamente

- Hem Hem – pigarreou o Sr. Weasley – Vejo que você já está ótima, filha.

- Estou bem melhor sim, papai. – falou Gina enquanto se aconchegava mais ao peito de Harry fazendo com que o garoto corasse mais do que havia corado com o pigarro.

- Posso deixar a sua mãe entrar? – perguntou se referindo ao modo como estava o casal.

- Pode sim, pai. – falou saindo do abraço e indo se deitar. – Vem, Harry, senta aqui comigo. – Falou de um jeito doce enquanto batia de leva na cama

Mal o garoto sentou na cama, já havia sido “tirado” dali pelos presentes, pois todos queriam abraçar a garota Weasley ao mesmo tempo. Harry afastou-se um pouco dali, não por estar se sentindo excluído, pelo contrário, sentia que fazia cada vez mais parte daquela família. Na verdade só se afastou para poder contemplar a nova família que a vida havia lhe dado. Agora, mais do que nunca, teria um grande e belo motivo para lutar pelo bem.

****

Três dias depois de Gina ter recebido sua primeira visita no hospital a mesma estava novamente cercada pelos mesmos presentes daquele dia. Só que dessa vez todos estavam ali por causa de sua alta. A felicidade era quase palpável entre as pessoas. E a vontade de Gina de sair dali também.

- Anda logo, quero sair desse lugar! – falou Gina, enquanto o medibruxo fazia os últimos exames para ver se a paciente (nada paciente) já podia ser liberada.

- Acalme-se, Srta. Weasley. Se não, não posso terminar seu exame – pediu o medibruxo, no que a garota fingiu uma carinha de anjo e sorriu para o homem, mas, quando ele se virou, a garota fez uma careta para suas costas, arrancando risadas discretas dos amigos. Depois disso, ficou quieta, deixando o medibruxo terminar logo os exames.

- Pronto, Srta. Weasley. Acabei. Está liberada, mas nada de esforço – comunicou ele, seriamente – E vai ter que ficar de repouso por uns dois dias, sim? – falou ele olhando para Gina, que apenas acenou afirmativamente, mas sua expressão não parecia nada satisfeita em ter que ficar mais tempo ainda de repouso, “Como se eu já não tivesse passado bastante tempo deitada nessa cama” pensou a garota, emburrada, enquanto finalmente se levantava da cama.

- Vamos, filha. – falou a Sra. Weasley enquanto dava o braço para a garota se apoiar

Gina instintivamente olhou para os amigos e irmãos como buscando apoio para o que precisava fazer a seguir. O Sr. Weasley ao ver aquela sugestiva troca de olhares anteviu que não podia vir algo bom a seguir.

- Vocês querem nos dizer alguma coisa, meninos? – perguntou o Sr. Weasley na sua habitual calma

- Na verdade tem sim, Sr. Weasley. – falou Harry encarando os próprios pés.

- E o que seria, Harry?

- O que o Harry estava querendo perguntar é se tem como a gente ficar em Hogwarts... - perguntou Gina receosa com a resposta da mãe.

- Como assim Hogwarts? – gritou a Sra. Weasley, esquecendo que está num hospital. O medibruxo a olhou reprovadoramente, mas nada falou.

- Acalme-se, Molly. – pediu o Sr. Weasley, que notou o olhar do medibruxo.

- Me acalmar, Arthur? Você ouviu o que nossa filha pediu? – perguntou a Sra. Weasley, não mais gritando, mas ainda bastante alterada.

- Sim, eu ouvi, Molly. E é por isso que eu peço que você se acalme para que possamos ouvir os motivos deles. – falou novamente o Sr. Weasley se controlando um pouco e voltando-se para eles. Todos começaram a falar ao mesmo tempo, e o Sr. e a Sra. Weasley não entenderam nada.

- Um de cada vez! Um de cada vez! Quem vai falar? – pediu o Sr. Weasley, se sobressaindo a balbúrdia. Todos se calaram e apontaram rapidamente e ao mesmo tempo para o Harry.

- Ehr... Bem... Nós... Hum... – começou ele, sem saber o que falar, olhando para os outros num pedido de ajuda mudo.

- Mãe, deixa eu explicar, afinal fui eu quem pediu – falou Gina estranhamente séria – Mãe, você deve ter imaginado que nós não fomos lá no Ministério a toa. (N/A: Ela não sabe que o pai dela sabe um pouco o porquê de estarem lá) Nós não podemos lhe contar, pelo menos não agora, mas assim que pudermos, eu lhe contarei pessoalmente. Mas nós precisamos ir para Hogwarts agora.

A Sra. Weasley olhou para o marido pedindo apoio, mas vendo que ele apoiava os garotos suspirou pesadamente antes de dizer:

- Pelo visto eu não tenho opção... - falou para logo depois ser quase sufocada pelos abraços – Mas Gina terá que se cuidar direitinho. Quero que alguém me escreva todos os dias me contando como ela está.

- Não se preocupe, Sra. Weasley, eu vou tomar conta dela direitinho. – disse Harry enquanto a abraçava pelo ombro e lhe dava um beijo estalado na bochecha

- Eu sei que vai, Harry, eu sei que vai. – falou a Sra. Weasley sorrindo bondosamente
****
No Salão Comunal da Grifinória, Harry, Rony, Mione, Nick, Fred e Jorge tentavam convencer Gina a ficar no dormitório feminino em repouso. A garota estava revoltada com a idéia de ficar mais dois dias descansando em vez de ajudar os outros e, principalmente, Harry.

- Ah, por favor! Vocês não acham que já fiquei tempo demais descansando, não? – exclamava Gina, tentando convencer a todos, que apenas acenavam a cabeça negativamente, o que irritava ainda mais a garota – Gente, eu sou uma marota! Marotos não ficam de cama, né? Mesmo doentes, eles estão sempre aprontando e ajudando uns aos outros, e é isso que eu quero fazer! – ela continuo, quase gritando.

- Gina, nós não vamos sair em nenhuma aventura agora! Nós só vamos ficar pesquisando na biblioteca! Você odeia a biblioteca! – Nick falou.

- Não odeio, não! – teimou Gina, apesar da careta a menção da palavra “biblioteca”.

- Odeia, sim! – Nick também teimou.

- Ok, ok! Eu odeio a biblioteca! Pronto, satisfeita? – perguntou ela – Mas eu quero ajudar vocês! Mesmo que seja na biblioteca – completou, sinceramente.

- A gente sabe disso, Gina. A gente também queria que você pudesse ir pra lá com a gente... – começou Harry. Antes que a garota pudesse falar alguma coisa, ele continuo – Mas a gente prometeu pro seus pais que você ficaria em repouso, sem fazer esforços. Eu prometi isso pros seus pais – ele completou, seriamente, olhando-a nos olhos.

- Oras, e desde quando ficar sentada na biblioteca é um esforço? Só se for o esforço para não dormir! – insistiu ela. Hermione lhe lançou um olhar reprovador pelo último comentário, mas ela não notou.

- Gina, por favor! Você quer mesmo nos ajudar? – Harry perguntou, segurando-a pelos ombros.

- Claro! – exclamou a garota, exasperada com a pergunta.

- Então, prometa que vai ficar lá no dormitório feminino quietinha, enquanto a gente pesquisa na biblioteca, ok? – perguntou ele. A garota o olhou, emburrada. Ele se sentia péssimo, afinal sabia que, para Gina, seria uma tortura ficar parada, mas ele precisava fazer isso, pois prometera aos pais dela e também se preocupava com sua saúde – E aí? Promete? – perguntou, ainda olhando nos olhos da garota. Gina baixou a cabeça, derrotada.

- Prometo... – murmurou ela e, logo depois, subiu as escadas em direção ao dormitório feminino ainda com a cabeça baixa, seguida pelo olhar penalizado de Harry e dos outros.
****
Todos, exceto Gina, estavam na biblioteca há 15 minutos procurando informações nos livros roubados do Ministério. Já tinham encontrado algumas coisas interessantes, que estavam sendo reunidas num pergaminho no centro da mesa onde todos se encontravam. Harry estava inquieto, eles tinham deixado Gina no dormitório feminino da Grifinória e todos tinham visto claramente a decepção da garota em não poder ajudar. Harry temia pelo que ela poderia fazer. Gina não é do tipo de pessoa que fica quieta enquanto os outros fazem algo importante. E ele sabia que a garota queria muito ajudá-lo a trazer Sirius de volta. Harry estava, sem dúvidas, muito preocupado... Pensou se deveria ir lá vê-la, ou pedir para que uma das meninas fosse lhe fazer companhia no dormitório, conversar um pouco. Depois de mais 10 minutos refletindo, Harry decidiu-se por ir ele mesmo. Pegou um pergaminho vazio sobre a mesa e escreveu uma carta rápida, apenas para Gina encontrá-lo lá no Salão Comunal, já que ele não poderia subir até o dormitório para chamá-la.

“Gina,

Desculpa você ter que ficar aí.... Quer companhia? Então, desça para o Salão Comunal. Estou indo pra lá.

Harry”


Harry, então, disse para os outros que ia ao corujal mandar uma carta para o “Lupin”. Ele saiu da biblioteca e pegou o caminho para o corujal. Chegando lá, viu que não estava sozinho. Ele parou derrapando na entrada do corujal, olhando espantado para a outra pessoal que se encontrava lá e, incrivelmente, ainda não o tinha visto. Ele pensou em dar meia volta, até que...

- Harry! – chamou a garota. Harry se virou e viu uma coruja-das-torres sair voando, e depois olhou para a garota

- Olá, Cho! – disse ele.

- Como vai? Não sabia que você estava aqui! Os seus amigos também
estão aqui?!? – perguntou ela, de uma vez só, sem dar chance para o garoto sequer pensar numa resposta, quanto mais responder.

- Erh... Tem bastante gente aqui sim... O Rony, a Mione, a Gina, a Nick, o Fred e o Jorge – respondeu ele, se recuperando do susto inicial, que agora dava lugar a uma sensação desagradável, quase irritação.

- Ah... É claro, a Gina - repetiu a garota, e Harry detectou um misto de raiva e desprezo na pronúncia do nome da Gina, o que o deixou ainda mais irritado com a presença de Cho ali. – E os gêmeos Weasley também? Mas eles não acabaram a escola? Eles não tem uma loja no Beco e tudo mais?? O que eles fazem aqui?? – perguntou a garota, de novo de uma vez só.

- Ah... Bem... – Harry não sabia o que falar – Eles quiseram vir, oras! O Fred tá namorando com a Nick, sabe... Então, acho que ele quis vir pra ficar com ela, né? – respondeu ele, falando a primeira desculpa que lhe veio a cabeça.

- E por que você está aqui, afinal? Achei que você fosse ficar na casa da sua namoradinha... – De novo, o mesmo tom ao mencionar a garota, Harry só ficava mais irritado.

- Acho que não te interessa, né? – Respondeu ele, rispidamente. Sua paciência tinha chegado ao fim – Com licença, tenho uma carta pra enviar. – completou ele, passando direto por ela e começando a procurar por Edwiges.

- Hum... Então, até mais. – respondeu a garota, também com raiva pelo jeito como ele a tratara e como defendera a “namoradinha” dele.
Depois que a garota saiu, Harry ainda procurou um pouco por Edwiges e a encontrou num ponto mais acima de onde estava. Ele a chamou e prendeu a carta a sua perna e, então, soltou-a. Depois que ela voou, Harry saiu.
****
Gina estava no dormitório feminino da Grifinória. Pensava em tudo que acontecera... Ainda não entendera direito o que havia acontecido consigo no Departamento de Mistérios. Como aquela sala a atraíra, pensava. Estava perdida em devaneios quando ouviu batidas na janela do dormitório. Ao virar-se, viu uma coruja-das-torres batendo no vidro. Ela estranhou, “Uma coruja-das-torres? Quem será que mandou? Por que não a Edwiges?”, mesmo assim ela abriu a janela e pegou a carta.

“Gina,

Me encontre no Salão Comunal.

Harry”


A garota abriu um pequeno sorriso. Ainda estava um pouco chateada com o fato de ter que ficar lá, mas ter companhia seria ótimo! E do Harry, então... Gina vestiu um casaco e saiu do dormitório para o Salão Comunal.

Chegando lá embaixo, encontrou a pessoa que menos imaginou encontrar em Hogwarts no Salão Comunal da Grifinória. Cho Chang.
****
Harry caminhava pelos corredores de Hogwarts em direção à Torre da Grifinória. Ele caminhava distraído, até que ouviu seu nome sendo chamado. Olhou para os lados e viu Nick-Quase-Sem-Cabeça o chamando.

- Olá, Sir Nicholas! – respondeu Harry educadamente, apesar da pressa, afinal Gina estava esperando por ele.

- Olá, Harry! Como vai? – perguntou Sir Nicholas, pomposamente.

- Muito bem, Sir. E você? – respondeu.

- Na mesma, jovem. O que faz em Hogwarts? – Sir Nicholas continuou conversando. Harry viu que teria que acabar com a conversa naquela hora ou não sairia dali tão cedo.

- Ah... Algumas coisas a fazer, Sir Nicholas. Agora, se não se importa, tenho que ir. Encontrar alguém, sabe? – falou ele, tentando sorrir. – Até mais, Sir. – ele falou, se afastando.

- Até mais, Harry!

- Depois a gente conversa! – gritou ele, já longe.
****
Gina estava estática. “O que ela faz aqui?”, ela pensava. Resolveu falar alguma coisa.

- Hum... Olá, Chang. – ela falou, hesitante.

- Olá, Weasley – Cho respondeu, friamente.

- Erh... O que faz aqui? – perguntou a ruiva, educadamente.

- Eu sou a garota que veio ficar em Hogwarts, pois meus parentes morreram. – respondeu ela, mantendo o mesmo tom.

- Ah, sinto muito pelos seus parentes – Gina estava achando muito estranho o jeito da garota, mas resolveu não comentar nada. Cho não respondeu aos seus pêsames. Ela, então, terminou de descer as escadas e sentou-se numa poltrona, enquanto Cho ainda a encarava. Gina estava começando a ficar incomodada, “O que ela tem, hein?”. Resolveu encarar a garota e quando se virou encontrou uma varinha apontada para si. – O que você tá fazendo, Chang? – perguntou ela, olhando da varinha para o rosto da garota, que só expressava raiva.

- Estupefaça – falou Cho e Gina apenas sentiu quando seu corpo bateu na mesinha em frente à lareira e ela sentiu alguma coisa partir, “Ótimo, quebrei uma costela! Era só o que me faltava”, ela pensou antes de perder os sentidos e desmaiar.

Nessa hora, o buraco do retrato girou e Harry entrou no Salão, olhava para baixo, distraído. Quando percebeu que tinha chegado e olhou para frente, ele estacou. Primeiro ele viu Cho empunhando a varinha e depois viu Gina caída perto da mesa. “O que tá acontecendo aqui?”, era a única pergunta que se repetia na sua mente.

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HI PEOPLE!!!!!

Voltei!!!! E no dia certo! Bom esse cap esta terminado e naum esta pela metade como o outro, naum se preocupem! Obrigada a todos que lêem a fic e gostaria que vcs comentassem assim eu sei oq eu tenho q mudar e coisitas do gênero! Mas msm assim vlw a todos pelo apoio.!!!!!!

BJUX, GNJT

PS: Eu devo postar o próximo cap entra os dias 5 e 10 do próximo mês ! Até lá!

PS do PS:A música que aparece é Back at one do Brian Mcknight quem naum conhece vale a pena conhecer!

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