Laurien Harrington



A semana correu como qualquer outra. O sol de outono pairava sobre Harry, Rony e Hermione, que estavam estudando mais do que nunca. Os professores não paravam de dizer como os N.I.E.M.s eram importantes, por serem os exames finais, o que não parecia acalmar muitos alunos.
Harry, Rony e Hermione estavam do lado de fora do castelo, assim como muitos outros, sentados junto a um imenso carvalho, folheando o livro de Feitiços, que estava se tornando uma das matérias mais difíceis do ano. Ali, podiam ver poucos colegas que saiam da aula de Trato de Criaturas Mágicas, uma matéria entediante, e muitas vezes perigosa - Rony não parava de falar nos Explosivins -, mas que não reunira tantos alunos quanto desejado.
A cabana de Hagrid não estava muito longe deles, e, assim que acabou a aula, eles fecharam os livros e se dirigiram à pequena cabana que o amigo morava.
- Harry! Rony, Hermione – exclamou Hagrid, recolhendo os materiais – Venham até aqui, vamos tomar um chá...
Retomaram o caminho e se dirigiram à Cabana de Hagrid. Estava um pouco danificada, pois pegara fogo durante o ataque no ano anterior.
- Podem entrar – disse, segurando a porta para os garotos entrarem.
Ainda parecia acolhedora, e Canino, o cão de caçar javalis de Hagrid, logo veio correndo para Rony.
- E aí, como foram os primeiros dias de aula? – disse Hagrid, sentando-se na enorme cadeira que estava na cozinha.
- Foram ótimas – disse Hermione, empolgada – Até agora, pelo menos, tudo bem.
- Ah é, a não ser quando aquela morcega louca começou a falar que o Harry ia morrer – exclamou Rony, desviando-se de Canino - E olha que quase nem vimos ela! Sempre que a encontramos no corredor...
- Ah, não liga Harry! – disse Hermione, virando-se para o garoto – Eu já te falei que aquela maluca já está ficando velha, prediz a morte de todo mundo...
- Eu não ligo! – disse, rindo – Mas cansa né... Não é você que fica escutando “Ah, você vai morrer, meu jovem!” e “sinto a aura da morte sobre um de vocês”...
Eles riram. Hagrid levantou-se, para servir-lhes um pouco de chá. Canino ainda babava em Rony.
- E aquela moça, a Laurien – perguntou Hagrid, pondo um prato com biscoitos na mesa – Como ela é?
- Parece ser legal – disse Rony – Vamos nos encontrar com ela hoje.
- É? – indagou, sentando-se novamente.
- Sim – disse Hermione, servindo-se um pouco de chá – E, em seguida, Harry e eu vamos nos reunir com o Slughorn...
Rony, que estava sentado ao lado de Harry, fez uma cara muito feia para a garota.
- Hum... – exclamou Hagrid, percebendo o que acontecia – E as aulas, Mione? Fiquei sabendo que você está dando aulas agora...
- É – disse, mexendo-se na cadeira – Eu acho que estão boas. O que vocês acham? – perguntou, indicando os meninos.
- Ahm... É para responder mesmo? – perguntou Rony, sarcasticamente.
- É brincadeira, Mione – disse Harry, rindo – Estão realmente boas, mas... Como você consegue assistir às outras aulas?
- É mesmo! – exclamou Rony, desviando-se de Canino, que lambia o rosto do garoto – Quer dizer, você não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo!
- Ela pode – disse Harry – Mas... Ah, não pode ser! Não... Não é? – perguntou o garoto, virando-se para Hermione.
- Claro que não! – disse, sorrindo.
- Bem, mas... – ia começando Rony, quando foi interrompido por Hermione.
- Vamos, ou não vamos chegar a tempo para o almoço – disse, levantando-se e pegando a mochila – Tchau Hagrid, a gente se vê!
- Tchau Mione... – disse Hagrid, levantando-se e abrindo a porta para os garotos – Tchau Harry, Rony...
- Tchau – disse Rony, pegando a mochila do chão – ARRRRREEEEE!
Canino pulara em cima do garoto, derrubando-o no gramado, fora da cabana. Harry levou um grande susto, mas logo caíra na risada.
- Ele te ama – disse Hermione, ainda sorrindo – Mande-nos um convite do casamento!
- É – exclamou Harry – Eu quero ser padrinho, hein...
- Ah, parem vocês dois! – exclamou Rony, com o rosto escarlate – E... Ah, pelo amor de Deus! O que ela está fazendo aqui? E... E com ele!
Os três caminharam pelos gramados e chegaram ao saguão de entrada, onde presenciaram uma cena não tão boa, na opinião de Harry.
Gina estava entrelaçada com Dino Thomas, beijando-o vorazmente. Harry sentiu uma intensa raiva, de repente...
- Gina, o que você está fazendo?! – exclamou Rony, tentado cobrir os dois.
Eles não pareciam ligar.
- Gina! Para, está todo mundo olhando! – exclamou Rony, ficando vermelho.
Eles não pararam, e ela o empurrou para a parede. Rony estava muito vexado,
Um relâmpago azul voou em direção a eles. Os dois se separam, de repente.
- Ah, Rony, não vem vai! – exclamou Gina, arrumando os cabelos – Olha só quem fala! Não era você que estava agarrando a Lilá no ano passado?!
Rony ficara vermelho. Hermione bufou.
- É, mas... Mas você é minha irmã, e eu não queria que todo mundo visse vocês! – exclamou Rony.
- Ah, é mesmo? – exclamou, jogando os longos cabelos ruivos para trás – Quer saber Rony? Da minha vida cuido eu!
- Eu não me importo! – exclamou Rony, olhando para os lados – Todo mundo vai ficar pensando que minha irmã é uma... Uma espécie de “aproveitadora”, ou algo assim!
- Seu... – um jorro de luz vermelha saiu da varinha de Gina, e Rony foi lançado par trás.
- Vamos, Gina – disse Dino, puxando a garota para ele.
Mas dessa vez, Harry não ia ficar parado. Pôs-se entre os dois e apontou a varinha para Dino.
- Harry, o que você tem?! – exclamou Dino, encurralado por Harry e a porta de entrada.
- Harry, para! –gritou Gina, virando-se para ele.
Harry apontava a varinha para a cabeça de Dino. O garoto parecia muito assustado. Por um milésimo de segundo, ele pensou em atacá-lo, mas não o fez. Não iria se rebaixar daquele jeito...
Harry o soltou, e ele saiu correndo dali. Gina o olhou enfurecida.
- O QUE VOCÊ ACHA QUE VOCÊ ESTAVA FAZENDO?! – gritou Gina, agarrando os pulsos dele – HEIN?!
Harry não respondeu.
- ACHA QUE PODE FAZER O QUE... – dizia, mas foi interrompida.
Harry abaixou a cabeça e a beijou. Beijou como nunca a tinha beijado antes. Ela também o correspondeu, e retribuiu o beijo.
Estava se sentindo muito bem. Nada importava mais... Queria ela, e sabia que ela também o queria.
O sinal para a próxima aula tocara. Eles se separaram, e ele a encarou. Estava muito vermelha, e também olhava para ele.
- Vamos, Harry – exclamou Rony.
Ele, Rony e Hermione se dirigiram para o saguão de entrada. Harry, caminhando, ainda olhava para Gina. Seu coração palpitava muito forte.
Eles fecharam a porta de entrada. E Rony se virou para Harry.
- É muita cara de pau daquele Dino – exclamou – O que ele achou que estava fazendo?! Já não bastou o que fez no ano passado...
Harry não respondeu. Ainda pensava na garota.
- Mas... Você não ligou... – respondeu Harry, gaguejando.
- Não, tudo bem – disse – Melhor você do que aquele nojentinho filho da mãe...
- Cadê a Mione? – indagou Harry, virando-se para as escadarias.
Ela não estava lá.
- Sei lá – disse – Ela está muito estranha, sabe...
- Como assim estranha?!
Rony levou um grande susto. Hermione estava atrás dele, e parecia muito cansada.
- Meu, o que você é? – exclamou Rony, rindo – Onde você estava?!
- Aqui, ué – disse Hermione, ajeitando as vestes – Vamos, com sorte chegaremos em tempo.
Eles caminharam em direção à sala de Poções, onde o professor Slughorn os esperava na porta.
Eles entraram, e tiveram a aula. Mas Harry não conseguia se concentrar. Só tinha uma coisa na cabeça. Só conseguia pensar em Gina. E isso era o que importava naquela hora.

***

O sinal de fim de aulas tocou, e Harry e Rony saíram da sala de Poções, cansados pela aula difícil e exaustiva que tiveram naquele dia. Caminharam pelo longo corredor, e passaram por Sir. Cadogan, um cavaleiro com o seu enorme cão como “escudeiro”.
- Parem e lutem, seu cães! Seus covardes! – berrou, apontando a espada e os seguindo, de quadro em quadro.
- Que horas temos que nos encontrar com a Laurien, mesmo? – indagou Rony, caminhando pelo corredor ao lado de Harry,
- Vamos umas 6h20min. – respondeu Harry, carregando a enorme mochila nas costas e virando o corredor que dava acesso à Torre da Grifinória – E depois tem aquela reunião do Slughorn...
- Ah, é – exclamou Rony, entediado.
- Lutem, seus bandidos! Seus...!
- Ah, cala a boca! – exclamaram Harry e Rony, juntos.
Chegaram ao retrato e Harry parou em frente à mulher gorda, que batia um papo com a amiga, Violeta.
– Coração de Dragão – disse, sem emoção.
A porta do retrato abriu, e a mulher Gorda continuou a conversar com a amiga.
- Hermione, o que você está fazendo? – perguntou Harry, logo que entraram no Salão Comunal.
A garota estava sentada no chão, rodeada por uma série de livros e parecia extremamente cansada, com a aparência abatida e por pequenas olheiras embaixo dos olhos.
- Não a vimos sair com a gente – disse Rony, largando a mochila na mesa – Onde você foi?
- Pedi licença ao professor Slughorn, para sair mais cedo – disse, com a voz cansada, folheando o livro de Aritmancia – Tinha muitas coisas para fazer, e além do mais, fiz todas as poções aula passada – disse, com orgulho.
- Você vai com a gente hoje? – perguntou Rony – Tomar chá com a Laurien?
- Não sei – disse, fechando o livro e fazendo anotações. Por um momento ficou assim, quando ela parou e virou para o colega – Mas acho que um pouco de distração não vai ser tão ruim, vai?
- Claro que não – disse Harry, colocando a mochila ao lado da de Rony – Estamos indo daqui a pouco. Quando formos, a gente se fala.
- OK – respondeu, abrindo a mochila e guardando os livros.
Harry e Rony subiram as escadarias que dava para o Dormitório dos Meninos, e se trocaram.
Logo depois, desceram e se encontraram com Hermione, entrando pelo Buraco do Retrato.
- Onde você estava?! – exclamou Rony, virando-se para a garota – Acabamos de falar com você!
- Fui pegar um livro que eu esqueci – disse, com a voz cansada – Vamos?
Os garotos saíram pelo Buraco do Retrato – a mulher Gorda já estressada – e caminharam pelo corredor que levava às escadarias.
Os garotos caminharam pelo corredor que os levava para a sala de Laurien, quando Rony parou no meio do caminho e puxou Hermione.
- É sério, onde você estava? – perguntou, desconfiado.
-Já te falei, fui pegar um livro que esqueci! – disse a garota, recomeçando a andar.
- Mas não pode ser! – exclamou Rony, correndo para alcançar os amigos, que estavam chegando à sala de DCAT – Você não poderia ter ido...
- Não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo, Ronald! – exclamou a garota – E não diga que você já sabe, por que mesmo que fosse isso, não iria te contar.
- Mas... – começou a dizer o garoto, quando algo inesperado aconteceu.
- Ah! – exclamou Harry, parando, colocando a mão na cicatriz, que ardia feito fogo.
- O que foi Harry?! – exclamou Hermione, parando e olhando seriamente para o garoto.
- Nada, cicatriz... – disse, ainda com a mão na testa – Dói sempre que ele voltou...
- Tem certeza? – indagou a garota, insegura – Porquê...
- Tudo bem sim, obrigado – disse, batendo na porta da sala de DCAT.
- Podem entrar! – exclamou uma voz, vinda da sala.
Harry abriu a porta, e deparou-se com uma sala totalmente diferente da dos outros professores. Quando a sala era de Lockhart, as paredes eram todas cobertas com a foto do homem, além de diversos livros escritos por ele. Quando era de Lupin, haviam vários animais fantásticos, além de outros artefatos. Quando era de Moody, a sala era contida por uma série de objetos e artefatos de defesa contra as artes das trevas. A de Umbridge, totalmente cor-de-rosa, com quadros de gatinhos. Já a de Snape, era muito sombria. Totalmente diferente da de Laurien.
A sala era aconchegante, com uma lareira bem quente, vários porta-retratos e diplomas. Havia um amplo tapete, onde, no centro, havia uma mesinha com uns pufes, onde estavam quatro xícaras de chá e um prato com bolinhos.
Harry achara-a muito agradável, e podia ficar horas e horas ali sem se sentir mal. Estava observando a sala quando a mulher veio ao seu encontro.
- Harry, que bom que veio! – exclamou, dando-lhe um aperto de mão e um beijo. O mesmo fez com Hermione e Rony – que ficou com as bochechas vermelhas – Sentem-se! – disse, indicando os pufes.
Os garotos sentaram-se e se entreolharam. Harry achava a mulher muito familiar, mas não sabia de onde a tinha visto...
- Então, como foi a semana? – perguntou Laurien, apanhando o bule de chá e enchendo as xícaras dos garotos.
- Foi boa – disse Hermione, sorrindo – Para falar a verdade, bem tranqüila...
- Bem tranqüila?! – exclamou Rony, olhando para a garota – Nos encheram de deveres!
- É isso que dá não prestar atenção nas aulas – disse, com um olhar severo – Além do mais, vamos prestar os N.I.E.M.s esse ano, é obvio que vão nos sobrecarregar...
Os garotos continuaram a discutir, mas Harry estava com a cabeça em outro lugar... Observava as fotos da profª. Harrington. Nela, podiam ver várias fotos interessantes... Havia ela, Moody e Lupin – um pouco mais jovens –, a da antiga Ordem da Fênix, dela e um outro rapaz, e... De seus pais?!
Harry, que estava bebendo chá, engasgou-se e manchou a camisa. Rony e Hermione, que ainda estavam discutindo, pararam e olharam para o garoto, surpresos. Laurien fizera o mesmo.
- Oh, meu Deus! – exclamou a mulher, conjurando um paninho – O que foi Harry?
- Não, nada – disse, sem retirar os olhos da fotografia. Os pais estavam em meio de um monte de árvores, sorrindo e acenando para ele – Não sabia que conhecia meus pais... – disse, por fim.
- Seus pais? – disse – Claro que os conhecia! Quem não conhecia a Lílian e o Tiago!
- Mas... De onde você os conhecia? – indagou Harry, confuso.
- Eu os conheci em uma viajem, quando trabalhava na Ordem. Seus pais estavam a serviço, numa floresta próxima daqui, quando os vi. Os ajudei muito, sabem... – disse, rindo. O rosto jovem da mulher se contraiu, formando um belo sorriso.
- Você trabalhou na Ordem? - exclamou Harry.
- Sim, ainda participo de umas reuniões, e tudo...
- Meus pais trabalhavam na Ordem, não é? - perguntou o garoto, olhando nos olhos de Laurien. Eram de um azul muito intenso.
- É, e o casal mais simpático que já conheci – disse, bebendo mais um gole de chá – Aurores muito competentes...
- Aurores?! – exclamou o garoto.
Harry sabia que seus pais faziam parte da Ordem, mas... Mas não sabia que eram aurores, que essa era a profissão que seguiam...
- Sim, e muito bons – exclamou, olhando para os garotos – Mandaram vários Comensais da Morte para a cadeia, contribuíram muito na busca do Lorde das Trevas... – disse, e, por um breve momento, seus olhos cintilaram. Harry olhou para o rosto da mulher, mas o brilho em seus olhos havia sumido.
Harry esfregou os olhos, e olhou para o relógio: 7 horas.
Estava muito confuso. Achou melhor já ir para à sala do Slughorn. Bebeu o resto do chá e pediu a atenção dos amigos e da professora.
- Com licença – pediu, levantando-se da mesa e ficando de pé – Me desculpem, mas vou ter que sair agora.
- Para onde? – perguntou Hermione.
- Para o tal “Clube do Slugue” – disse Rony, com tédio – Vamos ficar aqui... Mais tarde nos falamos, OK?
- OK. – respondeu, caminhando até a porta.
- Você não quer vir agora, Mione? – perguntou Harry, com a mão na maçaneta, mas sem girá-la.
- Não, vou daqui uns minutos – disse, pegando um bolinho – Tchau, Harry!
- Tchau – disse, saindo – Tchau, Laurien – disse, acenando para a mulher.
- Tchau, Harry! – exclamou, levando um bolinho à boca – A gente se vê!
Harry fechou a porta e se virou para o corredor deserto. Sua cabeça estava muito aturdida... Primeiro, como Laurien Harrington podia conhecer seus pais? Uma pessoa que nunca ouvira falar na vida... Segundo, nunca lhe falaram que eles conseguiram ser aurores... Sentiu-se extremamente feliz, aturdido, mas feliz... Um imenso orgulho dos pais... Caminhava em direção à sala de Slughorn, que ficava um andar acima da sala de DCAT.
As escadas, que ainda mudavam de lugar, pararam no lugar onde estava e subiu. A sala não ficava longe de onde estava, duas portas se passaram e... Chegara. Bateu na porta. Uma voz, já conhecida, respondeu.
- Pode entrar.
Harry abriu a porta da classe e se deparou com ela. Gina Weasley estava lá, olhando para ele. As bochechas vermelhas e... Sozinha! Era a oportunidade de Harry de conversar com ela, pedir uma nova chance.
- Hum, oi – disse, sem graça, sentando-se ao lado da garota.
- Oi – disse a garota, olhando para os pés.
E seguiu-se assim. Ninguém tomava iniciativa, um silêncio mortificante.
- Onde está o Slughorn? – perguntou Harry, com o coração palpitando forte.
- Foi até às cozinhas, ver se conseguia comida para a reunião... – respondeu Gina, nervosa. Olhava para o relógio, em seguida, para a porta da sala.
Será que era ele que tinha que tomar a iniciativa?! Estava muito nervoso...
- Ahm, olha Gina – disse Harry, virando-se para a garota. Colocou suas mãos nas dela.
A garota estremeceu, mas não recuou.
- Eu... Eu queria conversar com você – disse, ainda muito nervoso – Sobre o que aconteceu hoje de tarde...
Ela não respondeu. Apenas olhava para os sapatos. De repente, tirou os olhos dos sapatos e os seus maravilhosos olhos castanhos o encararam de novo. De repente, tudo pareceu melhorar. O olhar de seus olhos o fez criar coragem, reunir forçar para falar com ela...
- Harry, eu estou um pouco confusa – disse, corando – Tudo está acontecendo tão rápido, que...
- Não precisa se preocupar – disse o garoto, aproximando-se mais dela – Confie em mim, tudo vai dar certo...
A porta se abriu, e Slughorn entrou seguido por Neville Longbottom e Córmaco McLaggen.
- Harry, que bom vê-lo! – exclamou Slughorn, com um largo sorriso – Boa tarde, srta. Weasley.
- Olá – disse Gina, tirando suas mãos das de Harry.
Harry fizera o mesmo. Neville e McLaggen acenaram para eles, e se sentaram, de frente para eles.
- E aí Harry? – perguntou McLaggen – Tudo em cima?
- Acho que sim... – disse, sorrindo – E você?
- É, tudo certo também... – disse, olhando para Gina – Tudo bem?
- Tudo – disse, recuperando a postura.
E Slughorn arrumou os alimentos numa mesa, no centro da sala. Havia várias coisas que Harry gostava. Estava morto de fome, não comera no almoço... Apanhou uma coxa de frango, quando Slughorn chamou sua atenção.
- E então Harry, meu rapaz – exclamou Slughorn – E sua amiga, a srta. Granger...?
- Ah, ela já está vindo... – disse, mordendo a coxa. Realmente, estava com muita fome.
- Oh, claro... Ela e o Blásio ainda não chegaram... – disse, olhando para o relógio de ouro que estava pendurado em sua parede – Mas e a semana, foi boa? – perguntou, olhando para o garoto.
- Sim – disse, engolindo a coxa de frango – Muitos deveres...
- Oh sim, é esse ano que você presta os N.I.E.M.s, não é? – perguntou o professor, tomando um longo gole de vinho.
- Sim, eu, o Neville e a Mione – respondeu, também bebendo um gole de vinho – E mais umas pessoas da minha série.
- Hum... – comentou, virando-se para o garoto – E como foram suas férias, muito atribuladas?
- Como assim? – indagou.
- Devido ao que aconteceu no ano passado! – murmurou, sombriamente – Com a morte de Alvo e tudo... Grande homem ele, não?
- Sim, grande homem – respondeu Harry, alterando a voz – Mais alguma coisa? – perguntou – professor – acrescentou, para não parecer grosseiro.
- Não, nada – respondeu, pegando um prato de batatas e enchendo seu prato, de porcelana – Mas, me dia... Onde você e Dumbledore estavam antes do atentado?
- Estivemos resolvendo assuntos particulares – respondeu, enchendo a boca com batatas.
- Sim, compreendo – respondeu, com um olhar de significância – Mas...
Naquele momento, para o alívio de Harry, Hermione entrara na sala, seguida por Blásio Zabini, com uma cara muito feia e de braços cruzados.
- Oh, bem vindos! – exclamou Slughorn, levantando-se – Sentem-se, sentem-se...
Puxara a cadeira para Hermione, com um gesto de cordialidade, e sentara-se novamente. Zabini puxara a sua cadeira de má vontade e sentou-se, apanhando um copo de vinho e bebendo-o.
- Então Córmaco – continuou Slughorn, depois de um minuto, que pareciam séculos, de silêncio – Tem visto seu tio, Tibério?
- Sim, tenho – respondeu, bebendo um grande gole de vinho – Nos reunimos agora, nas férias.
- Hum... E ele está bem? – perguntou cordialmente ao McLaggen.
- Ah, sim – respondeu – A não ser por um furúnculo que ele estava no pescoço...
Enquanto o garoto narrava a história para Slughorn, ele virou-se para Hermione.
- E o Rony? - perguntou.
- Ah, você já sabe né... - disse - Cheio das alfinetadas...
- Mas ele já deve estar saindo do St, Mungus... Mais alguns dias, segundo meu pai.
- Que bom! – exclamou, sorrindo para o garoto – E você, srta. Granger? Soube que você foi muito bem nos exames de aparatação... Parabéns! – acrescentou, dando uma piscadela para a garota.
- Obrigada, professor! – exclamou, orgulhosamente – Fomos eu e meu amigo Rony, nas férias...
- Vocês foram aos exames nas férias?! – murmurou Harry, irritado, para a garota – Como assim?!
- Você não tinha chegado à Toca – sussurrou, abaixando os ombros – e você nem tinha 17 anos ainda!
- Não é nada – respondeu, pegando uma coxa de frango de dando uma mordida – E aí, Sr. Longbottom, tem tido notícias de seus pais?
Foram minutos extremamente desconfortáveis. Os pais de Neville foram aurores, mas foram torturados até ficarem loucos por Bellatrix Lestrange. Encontravam-se no St. Mungus, e não reconheciam o filho. Tinha uma grande pena de Neville...
Neville respondeu, educadamente, ao que o professor perguntava. Mas parecia a beira de lagrimas... Hermione, grande amiga de Neville, como Harry, percebera isso, e mudara de assunto.
- Nossa, já está tarde! – exclamou, olhando para o relógio. Eram 9h. 45 min – Vamos, Harry? – perguntou, com um olhar significante.
- Oh, sim – disse, levantando-se da cadeira – Você vem, Neville? – indagou Harry.
- Sim – disse, levantando-se também. Caminhou juntou de Harry.
Gina também se levantara. Deram boa-noite para o professor e saíram da sala.
- Muita cara de pau dele, ficar perguntando essas coisas, não? – exclamou Hermione, no caminho para a sala comunal – Não fica assim, Neville – acrescentou Hermione, que reparara que Neville caminhava muito devagar, olhando para o chão.
- Estou bem, obrigado – respondeu, olhando para a garota. Mas ela, como Harry e os outros, sabiam que não estava.
- Coração de Dragão – disse Harry, à Mulher Gorda.
Eles entraram na sala comunal, e se encontraram com Rony, que fazia os deveres de casa, de frente para a lareira, sozinho.
- Já voltamos – disse Harry, indo para perto do amigo. Sentia uma enorme culpa por Rony não ter ido com ele e os outros para o Clube do Slugue, mas não era ele que decidira assim...
- Sim, percebi – respondeu, ainda escrevendo.
- Me desculpa, Rony – disse Harry, para ele – Sei que deve ter sido muito chato ter ficado aqui sozinho, mas eu não tenho culpa se o Slughorn não o chamou.
O garoto olhou Harry por uns segundos. Por um momento, achou que o colega ia começar a gritar com ele, mas sua reação foi totalmente ao contrário.
- Eu sei, Harry – disse, olhando para o garoto – Me desculpa, sei que eu tô agindo que nem um idiota... E aí, teve alguma coisa que prestasse lá?
- Sim, a comida – respondeu, rindo junto com o amigo – Mas ele é muito chato quando quer, o Slughorn. Perguntou uma série de perguntas embaraçosas para mim e para o Neville...
- O que? – indagou Rony, curioso – Quero dizer, depende do que você encara como embaraçoso...
- Queria saber sobre o que aconteceu comigo e com o Dumbledore na Caverna, no ano passado... E perguntou sobre os pais do Neville – disse, baixando a voz.
- Ah, ele não fez isso!
- Fez...
- Mas... Mas isso não é pergunta que se faça! – exclamou, baixinho – Mesmo nesses casos... E como ele está? O Neville?
- Está como você o está vendo – respondeu, olhando para o garoto, que estava se despedindo das garotas e subindo para o dormitório.
- Tchau Harry, tchau Rony... – disse Hermione, despedindo-se dos dois – A gente se vê amanhã.
Gina a seguiu. Deu tchau para o irmão, mas olhara para Harry. Olhara profundamente para os olhos do garoto, mas não dissera uma palavra.
- Vamos? – perguntou Rony para o garoto, reunindo os materiais.
Subiram as escadarias para o dormitório. O encontraram totalmente silencioso. Trocaram-se e deram boa noite. Harry se deitou, mas não conseguia dormir. Pensava em tudo que acontecera naquele dia. Em Gina, nos seus pais, em Neville... Olhara para o garoto, que estava deitado na cama. Aparentemente dormindo, mas nunca chegara a saber se realmente estava. Inesperadamente, sentiu uma imensa pena de Neville... Ter pais, mas que não o reconheciam. Ter pais que sofrera um passado horrível, que foram torturados pela bruxa horrível que era Bellatrix... Também por ter matado Sirius... Como ela podia?! Como Voldemort podia destruir todas aquelas vidas, aquelas famílias e a paz que antes tinham?! Como?!

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