Capitulo 8
Capitulo 8
Hermione teve de se esforçar muito para persuadir tia Miranda de que tudo o que precisava era ir para seu aparamento descansar.
Claro que tivera de contar algumas meias-verdades sobre o “incrível” sistema de segurança do prédio onde morava, para convencer Miranda de que lá estaria a salvo. Mas, afinal, era mesmo verdade que nenhum morador havia reclamado de falta de segurança desde que se mudara seis meses antes.
Quando o táxi que levava Miranda finalmente dobrou a esquina, Hermione deu um suspiro de alívio e seguiu em direção a seu prédio.
Colocando a chave na fechadura da porta da entrada de seu prédio, Hermione ainda rememorava toda a conversa que tivera com alguns dos acionistas da revista, durante o almoço com Miranda. Sabia que podia ter dito muito mais a favor de Harry. Cada vez que se lembrava, tinha mais certeza de que havia estragado tudo.
Nem os comentários de Miranda, de que o homem costumeiramente antipático parecia ter gostado dela, conseguiram animá-la. E Miranda também a elogiara dizendo que talvez não fosse a saia a responsável por todo aquele sucesso, e sim, a própria dona.
Tudo correra bem, mas não conseguia entender por que se sentia tão mal.
Sabia que um dos motivos era o fato de sentir que estava causando problemas a Harry. Isso a preocupava mais do que devia. Mas se dava conta de que o principal era que queria que Harry se sentisse atraído por ela, independentemente da saia. E tinha certeza de que isso não aconteceria.
Suspirando, Hermione abriu a caixa de correio e retirou a correspondência.
Hermione andou em direção ao elevador, já tendo jogado um monte de bobagens que o correio trouxera no lixo. Dos três envelopes que sobraram, dois eram contas a pagar e um era uma carta endereçada a ela. Abrindo-a, apertou o botão do elevador. Já estava dentro dele quando pôde ler as palavras recortadas de revista:
“Pare com os apelos sexuais. Esse é o último aviso”
Um arrepio gelado desceu por sua espinha. Sentia-se tomada pelo medo.
Como podia temer alguém tão covarde a ponto de sequer assinar o nome nas cartas que enviava? A raiva crescente pareceu protegê-la, e ajudou-a a chegar até a porta do apartamento.
Estava já colocando a chave na fechadura quando percebeu que a porta estava entreaberta. Ramón poderia tê-la esquecido aberta, na pressa de sair para o trabalho. Com um olhar um pouco mais atento, percebeu marcas de uma ferramenta, como de uma chave de fenda. A porta havia sido arrombada. Dessa vez o medo, mais forte do que antes, paralisou-a e, por um instante, Hermione pensou que não conseguiria respirar. Paralisada, pensou ter ouvido um barulho muito fraco vindo do outro lado da porta. Parecia o rangido de alguém pisando em um taco solto.
Não havia dúvida, alguém a esperava em seu apartamento. Não era Daryl, nem Ramón. Àquela hora os dois estavam no restaurante. A beira do pânico, ouviu outro ruído de um passo, baixo, mas inconfundível. Seria o barulho de tecido contra a parede?
Hermione concentrou toda a sua energia em dar um passo para trás, cuidadosamente.
Quem quer que fosse, devia estar esperando por ela, ouvindo tudo atentamente. Mesmo um homem surdo teria ouvido o barulho forte do elevador. E teria também ouvido o balançar de suas chaves.
Para disfarçar o silencio, ela balançou as chaves novamente, dando outro passo para trás. Passos de formiga, ela disse a si mesma. E sabia bem como fazê-lo, passara a infância brincando de esconde-esconde com seus irmãos mais novos. Eles pelo menos nunca conseguiram pegá-la.
Mais três passos e chegou à porta que dava para as escadas. Não, o velho elevador era barulhento e vagaroso, mas seria bem mais rápido do que descer cinco lances de escada.
Praticamente voando, entrou nele. A porta pareceu demorar uma eternidade para se fechar, fazendo o barulho de sempre. Outro longo período se passou até que chegasse ao térreo e pudesse sair. Olhando em volta rapidamente, correu e atravessou as duas portas que a levariam para a rua.
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Era uma hora da tarde quando Harry finalmente conseguiu sair da reunião.
Pela primeira vez, Harry percebeu que a revista realmente era dele, todos falavam e se importavam. Passou uma hora se esquivando de ataques e procurando esclarecer questões. Mesmo jurando de pés juntos que a entrevista de Hermione não havia sido idéia dele, ninguém pareceu acreditar.
A reunião acabara com um aviso preocupante: três grandes anunciantes haviam cancelado contratos com a revista porque não queriam ter suas imagens associadas à imagem que a revista estava passando.
A única coisa boa que aconteceu foi que não recebeu nenhum pedido de demissão. Pelo menos não até o final da reunião. Provavelmente sua equipe adiava a decisão para não chegar em casa sem emprego três dias antes do Natal.
-O senhor chamou? – era a srta. Parker que entrava na sala.
-Você tomou as providencias necessárias com a firma de segurança?
Ela fez um gesto afirmativo com a cabeça.
-O sr. Romano vem lhe encontrar aqui, às sete e meia da noite. Era o primeiro horário que ele tinha.
-Ótimo, obrigado. Ele designou alguém para a srta. Granger?
A srta. Parker balançou a cabeça negativamente.
-Disse que preferia acertar tudo diretamente com o senhor.
-Ligue para ela, por favor.
Quando a secretária dirigia-se para a mesa dela, o telefone tocou.
-Escritório do sr. Potter. Sim, srta. Granger, ele está aqui.
Ele pegou o telefone.
-Harry...
O medo era evidente na voz de Hermione e ele sentiu imediatamente um frio no estômago.
-Você está bem?
-Meu apartamento. Alguém...
-Onde você está?
-Em um café. Entrei em pânico e corri.
Harry respirou profundamente e controlou sua voz, para passar a impressão de que estava calmo.
-Ótimo. Você está a salvo. – dizer aquelas palavras também o acalmaram. – Conte-me o que aconteceu.
Foi um alívio para Hermione poder contar o que vira.
-Você ligou para a polícia?
-Não. Nem pensei nisso. Liguei primeiro para você.
Sem saber por quê, Harry sentiu-se muito bem ao ouvir isso. Outros sentimentos percorreram seu corpo, dissolvendo parte do medo.
-Eu deveria ter ligado para a polícia. Vou fazer isso agora mesmo.
-Não. Eu resolvo isso. Diga-me exatamente onde você está. – pegando o papel e o lápis que a secretária lhe entregou, ele anotou o endereço, e correu.
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Chegando lá, esperaram a chegada da polícia antes de seguir para o prédio. Não sabiam o que os estaria esperando atrás da porta do apartamento.
Hermione realmente não estava preparada para o que viu. Os biscoitos de Ramón jogados para todos os lados. A árvore de Natal caída para frente, os enfeites que Daryl colecionava há tantos anos esmagados e espalhados pela sala.
-Quem? – ela se perguntava quase em prantos. – Quem seria capaz de tanta maldade?
Seu peito doía quando Harry a abraçou. Nem havia se dado conta de como estava gelada e tensa, até sentir o calor do corpo dele.
Foi só então que se permitiu relaxar. Chorou baixinho, apoiada a seu peito. Sentia-se invadida em sua privacidade, dolorida. E abraçar-se a ele parecia natural, certo.
A batida constante de seu coração conseguiu acalmá-la um pouco.
Lentamente foi tomando consciência de outras sensações que o contato lhe despertava. Sentiu a mão forte dele contra a sua espinha, a força do corpo masculino que parecia moldar o seu. E o perfume... inebriante.
Prometendo que seria apenas por um instante, Hermione se permitiu desfrutá-lo com toda a sua força.
Aconchegada a ele, sabia que os detetives investigavam o outro quarto. Mas os sons pareciam vir de longe. Hermione se sentia com um escudo protetor invisível, que contornava a ela e a Harry. Não tinha clareza do que sentia naquele momento, mas tudo que queria era poder sentir Harry por inteiro.
-Você tem inimigo?
Aquelas palavras quebraram a proteção que os envolvia, mas por um momento ela não se mexeu. Foi Harry quem deu um passo para trás, e ajudou-a a virar-se para o detetive troncudo que falava com ela. Perez. Ele havia se apresentado como detetive Perez.
-Hermione? – Harry disse, apertando as mãos dela.
-Não. Não tenho inimigos. Certamente ninguém capaz de fazer isso. Pelo menos era nisso que eu acreditava até esse momento.
-Pense bem – disse o detetive, pegando um bloquinho de notas e um lápis de dentro do bolso e abaixando-se em seguida para pegar uma nota que estava no chão.
Foi só quando viu que era a nota de vinte dólares que dera aos colegas, que Hermione percebeu os pedaços de porcelana, no chão, do porquinho que Daryl tinha havia tanto tempo.
-Quem quer que fosse esqueceu disso. – disse ele. – Um ladrão que quebra um cofre mas não leva o dinheiro... Curioso, muito curioso. Algo pessoal.
-Parece ainda mais pessoal quando se olha os quartos. – disse a parceira de Perez, que se aproximava.
A mulher não parecia ter mais de vinte e cinco anos, e vestia um uniforme impecável.
-As roupas foram todas jogadas para fora dos armários, mas apenas as roupas femininas foram retalhadas – disse ela.
-Eles retalharam as minhas roupas? – perguntou Hermione, mas quando fez menção de ir em direção ao quarto, Harry obstruiu seu caminho.
-Você tem idéia de alguém que seria capaz de fazer isso? – perguntou a policial.
-Não. Não consigo pensar em ninguém – Hermione respondeu.
-Tem namorado?
Hermione olhou para Harry que parecia ansioso para ouvir a resposta.
-Não tenho namorado.
-Que tal um ex-namorado? O último?
-Boyd Carter. – Harry conhecia Boyd, ela pôde sentir pela forma com que ele se retesou atrás dela. Perez também percebeu.
-De onde você conhece o tal de Boyd? – ele perguntou a Harry.
-O pai dele faz parte da minha equipe de diretores.
O detetive fechou seu bloquinho.
-Interessante. Eu não sei quanto a você, mas eu gostaria de dar uma olhada nos quartos.
Hermione deu dois passos para trás quando o detetive se voltou para ela.
-Também não acho que seja uma boa idéia que veja isso srta. Granger. Mas seria de grande ajuda se você contasse para a detetive Gray sobre sua relação com o sr. Carter.
Harry seguiu o detetive Perez pelo corredor estreito, entrando no primeiro quarto. Fora destruído como a sala de estar. A porta do closet estava aberta e as roupas dos cabides e das gavetas estavam espalhadas pelo chão. Uma cadeira estava partida ao meio e uma lâmpada fora esmagada.
Mas quando eles entraram no quarto seguinte, Harry parou no corredor. A raiva o atingiu como um soco no estômago.
O colchão havia sido arrancado da cama e não sobrara nada que pudesse ser identificado como peça de roupa. Apenas pedaços de renda, e retalhos.
Se Hermione estivesse lá... Se tivesse entrado no apartamento ao invés de correr... As imagens que passaram pela cabeça de Harry embrulharam seu estômago.
-Cote-me sobre Boyd Carter – pediu Perez.
-Acha que pode ter sido ele?
-Eu ainda não acho nada. Meu trabalho é estar a par de todas as possibilidades.
Possibilidades. A mente de Harry estava cheia delas quando seu olhar adentrou o quarto. Foi então que viu as palavras escritas no espelho e o medo embrulhou ainda mais seu estômago.
“Pare com os apelos sexuais. Esse é o último aviso.”
Apelar. Jason havia usado essa palavra. Mas ele não teria coragem de... Colocando as mãos nos bolsos, Harry lutou contra o redemoinho de emoções que o castigava, e buscou o controle de que necessitava. Seu irmão o odiava, mas não seria capaz de chagar a esse ponto. Se ele chegasse...
-Eu não sou psicólogo, mas quem fez isso devia estar com raiva e ciúme – disse Perez. – É assim que a pessoa fica quando alguém com quem ela namorava começa a se interessar por outra pessoa.
Harry se virou ao detetive.
-Mas Boyd Carter teria ciúme e mim? A srta. Granger e eu não tivemos nem um encontro ainda.
-Vamos direto ao assunto, sr. Potter. Minha mulher é uma grande fã do Bom Dia, Nova York. Ela assiste enquanto eu preparo café. Hoje, por acaso, eu vi o instante exato em que a srta. Granger o identificou como um homem “gostoso”. Se o sr. Boyd for do tipo ciumento, essa afirmação pode ter sido o suficiente para ele supor que a relação de vocês dois ia além daquela entre um chefe e uma funcionária.
Harry colocou as mãos nos bolsos.
-Eu só acho que...
-Não ache mesmo. Esse é o meu trabalho. Apenas me diga tudo o que você sabe sobre ele.
Muito pouco, pensou Harry ao ver Perez fechar o seu bloquinho de notas. Droga, ele já estava irritado consigo mesmo. Só havia visto Boyd algumas vezes, em eventos sociais para os quais fora arrastado por sua tia ao longo dos anos. Imaginar Hermione nos braços de outro homem...
Seria Carter o maluco que havia mandado os bilhetes e tentado matar os dois naquela segunda-feira à noite? Ou teria sido Jason?
-Bem, Potter. Espero que fique de olho na srta. Granger.
-Pode contar com isso – respondeu Harry prontamente.
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-Não vou ficar no seu apartamento. – inconformada, Hermione cruzou os braços enquanto esperavam o táxi.
-Antes de decidirmos isso, fale-me de Boyd Carter.
Hermione suspirou.
-Acho melhor não. Falar sobre ele faz com que eu me sinta estúpida.
-Perez acha que pode ter sido ele quem destruiu seu apartamento.
Hermione balançou a cabeça.
-Eu disso à detetive Gray que não foi Boyd. Eu não era tão importante assim para ele. – o táxi parou perto da calçada e um pedestre desceu.
-Onde o conheceu?
-No restaurante em que Daryl e Ramón trabalham. Eu costumava servir as mesas lá parte do tempo. Ele era charmoso e cortês. Eu acho que um homem tem que ser assim quando quer ter várias mulheres em sua vida. Nós namoramos por três meses, até que descobri que eu era apenas um caso bobo para ele. Isso faz mais ou menos um ano. Um dia ele chegou e disse que queria terminar tudo, e que esperava que não houvesse ressentimentos. E então levou uma de suas mulheres para jantar no restaurante... Como se quisesse me provar alguma coisa.
-Que sujeitinho – resmungou Harry.
-Ficou um pouco melhor quando Daryl acidentalmente jogou vinho tinto no vestido dela.
E ficou ainda melhor quando Harry colocou a mão sobre a sua.
-Não me deixe esquecer de parabenizar Daryl.
-Mas pode riscar Boyd, o vagabundo, da sua lista. Acredite quando eu digo que ele não pensou em mim sequer uma vez depois que me deu o fora. Eu nunca fui importante para ele.
Quando Harry não disse nada e apenas beijou-a na mão, ela sentiu um nó no estômago. Foi a mesma sensação que teve quando ouviu Harry dizer a Daryl que iria levá-la para seu apartamento.
Não era medo. Era algo bem diferente daquele gelo que havia sentido desde a hora em que chegara ao seu apartamento e notara que havia algo errado.
-Quanto a ficar no seu apartamento... – Hermione parou enquanto o táxi contornava uma esquina do Central Park. – Não é necessário. Daryl e Ramón ficarão comigo.
Harry silenciou. Parecia impossível saber o que ele estava pensando.
-Sim, você tem dois colegas que podem ficar de olho em você. Mas eles não chegam do trabalho antes das duas da manhã. E eu prometi ao detetive Perez que cuidaria de você pessoalmente.
Hermione colocou as mãos apertadas no colo. O que havia de errado com ela? Queria ir para o apartamento de Harry e ficar sozinha com ele?
Na verdade, era o que queria desde o primeiro beijo que haviam trocado.
-Ficar no seu apartamento não é a melhor idéia.
-Não.
Hermione sentiu o coração disparado.
-Então está combinado.
Harry se voltou para ela, desta vez decidido.
-Hermione, você vai ficar comigo até que descubram quem foi o responsável pelas ameaças.
Era alegria o que ela estava sentindo naquele momento, simples e pura. Era ridículo e errado, mas era uma sensação maravilhosa.
-Ramón e Daryl também vão ficar no meu apartamento, até o proprietário arrumar a porta e melhorar o sistema de segurança. Eu tenho três quartos de hóspedes, há espaço suficiente para todos. Dessa forma todos nós poderemos cuidar de você.
Hermione abaixou o olhar.
-Achei que você talvez se sentisse desconfortável com a situação, então combinei tudo com Daryl quando nós fomos ao restaurante. Ele está com uma chave.
-Você pensa em tudo – ela disse, meio entristecida. Em tudo, exceto no que ela queria.
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Desde que haviam chegado ao escritório, Harry quase não saíra do telefone. E nos intervalos ficara analisando as matérias da próxima edição da revista, totalmente concentrado. Parecia até que havia esquecido de sua presença.
Virando-se, Hermione olhou-se no espelho, e estudou seu reflexo. A verdade é que ela era uma pessoa qualquer. Os homens a abandonavam sem sequer olhar para trás.
Afastou-se do espelho e dirigiu-se para a porta. Não dava para pensar em todos eles. Afinal, queria ficar deprimida para quê?
Uma vez que a história das ameaças chegasse ao fim, e seus três artigos tivessem sido publicados, não haveria nada que a prendesse à Metropolitan, ou a Harry Potter.
A menos que...
Olhou para a saia. Será que poderia ajudá-la? Por várias vezes teve a nítida impressão de que a saia havia funcionado com Harry.
Mas, mais recentemente, parecia ter perdido seus poderes com ele. Será que a havia danificado com os grampos e a fita adesiva?
Alargou a saia na cintura, abaixou o zíper, e a tirou. Quando pegou-a nas mãos, ouviu dois grampos caírem no chão. Colocou-a cuidadosamente no porta-toalhas. Tocou no tecido e procurou senti-lo, disposta a notar qualquer diferença, qualquer coisa que pudesse ter afetado a saia.
Curiosamente a saia se parecia com ela mesma, débil e cansada. Não podia ver nenhum traço do brilho prateado que possuíra no dia do casamento de Laura. Foi mais para trás, para colocá-la sob o foco de luz.
Nada. Era uma saia preta, ordinária e comum.
Sentou-se no chão, ainda com a saia nas mãos. Havia algumas horas, pensara que a saia estava funcionando bem demais em Harry, e sentira-se culpada por isso. Achara que a saia era a responsável pela atração que ele sentia por ela.
Agora preocupava-se porque a saia parecia não ter efeito algum. Repentinamente começou a rir de sua tolice.
O toque inesperado na porta fez com que ela cobrisse a boca com as mãos.
-Tudo bem aí dentro?
Ela afastou um pouco os dedos, o suficiente para dizer:
-Bem. Estou bem. – e então voltou a colocar a mãos na boca para abafar uma explosão de riso. Colocando a outra mão no quadril, ela cravou as unhas na palma da mão e respirou profundamente. Precisava se controlara.
Ainda rindo um pouco, olhou novamente para a saia. Certamente ela não havia perdido todo o poder. Miranda jurou que ela funcionara com Harrison Marsh. Talvez houvesse uma maneira de fazer com que a saia voltasse a ser como antes.
Retirando-a do porta-toalhas, sacudiu-a um pouco. Outros grampos caíram estalando no chão, e um pedaço de fita saiu voando. Mas ao colocá-la contra a luz, não notou nenhum diferença.
“Tem que ser a luz da lua”, ela pensou subitamente. Talvez o segredo fosse esse.
Quando a segurou novamente, o último pedaço de fita caiu no chão, e um pensamento a surpreendeu.
Não tinha mais como prender a saia em seu corpo. O que faria quando chegasse a hora de sair do banheiro?
Obs: Oi pessoal!!!!Ai está o capitulo 8, desculpem a demora....Tive problemas no computador e ainda por cima estou doente...Mas assim que der posto o próximo capitulo!!!Bjux!!!!
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