Quantas interrupções
#Xangai, 19 horas#
-Descobri um jeito de entrarmos naquele lugar! – disse Harry, ofegante, entrando no quarto. Parecia ter corrido para dar aquela notícia.
-Fala... oras... – Pansy estava pendurada pelos joelhos em uma barra, fazendo abdominais. Da primeira vez que a vira fazer isso, Harry ficara impressionado. Agora parecia normal.
-Já vai em quantas?
-45... da 3ª série... – ela fez mais 5 e desceu da barra – 150. chega por hoje. – Pansy bebeu água e secou o rosto numa toalha. O moreno se distraiu olhando o corpo dela coberto por um short e um top pretos – Perdeu alguma coisa?
-Tô perdendo a cabeça com essa sua falta de roupa – brincou Harry.
-Vou ignorar esse comentário desagradável. Mas, fala de uma vez!
-Uma festa. Convidados ilustres, portões abertos...
-E segurança reforçada.
-Mas podemos ter acesso pelos muros mais afastados.
A morena pegou uma das plantas do palácio e abriu-a sobre a mesa.
-Você diz por aqui? – ela apontou para a área mais distante do portão principal – Não acho que vão deixar nada desprotegido. Talvez seja melhor entrarmos como convidados.
-Impossível. Lista de convidados é muito restrita.
-Então precisamos de distração. Uma pequena confusão na área do portão pode relaxar a segurança aqui.
-E pra entrar na casa propriamente dita, podemos tentar essa porta.
-Não. Acho melhor escalarmos a parede lateral e irmos direto ao andar de cima. É onde devem ficar os quartos e escritórios.
-Escalada?! Pra que você quer complicar as coisas? O acesso por baixo é muito mais simples.
-Você não sabe onde essa entrada vai dar, pode ser numa cozinha ou outro lugar cheio de gente!
-Bom, e entrar por um quarto seria muito mais seguro. Né? – ironizou Harry.
-O andar superior vai estar vazio!
-Como sabe?
-Em festas assim, todos os convidados ficam no salão, bebendo e conversando.
-E daí? Os convidados podem ficar no salão, são os seguranças que me preocupam. E eu tenho certeza que eles vão estar lotando o andar de cima.
-Somos bruxos. Podemos enfeitiçá-los. – Pansy fez uma pausa – Você é um cabeça-dura! Porque não admite logo que minha idéia é melhor?
-Você acha que é! Teimosa e orgulhosa demais pra dar o braço a torcer.
-Então temos um impasse!
-Ótimo, vamos resolvê-lo de uma forma adulta e madura.
-Como, par ou ímpar? – provocou, irônica.
-À moda da Academia.
-Imobilização? Que ridículo.
-Não acho. Quem conseguir deter o outro por 30 segundos, vence. Posso até baixar seu tempo pra 20, se quiser...
-Nem pensar. Acha que eu não consigo segurar você por míseros 30 segundos? Está enganado! – ela tomou alguns passos de distância e disse: - Podemos começar?
-Deixa eu trocar de roupa antes. – ele pegou umas peças e foi ao banheiro. Voltou pouco depois, trajando camiseta e bermuda. – Agora sim. – ele a chamou com um gesto das mãos, só pra irritá-la.
-Imbecil. – Pansy tentou acertá-lo com um soco, mas foi bloqueada.
-Vai ter que fazer melhor, “petit”.
-Não me chame assim! – tentou dar um chute alto, mas também foi bloqueada.
Mais uma seqüência de golpes e Harry estava claramente com a vantagem. Segurou as duas mãos de Pansy, cruzando seus braços na frente do corpo. A morena se debatia, mas não conseguia se soltar.
-Você não está exatamente imóvel, mas tecnicamente imobilizada. – disse Harry. – Pelas minhas contas, já estamos nisso há uns 10 segundos. Vai acabar logo. – Pansy parou de se mexer e respirou fundo – Ué, já desistiu?
Em resposta, ela soltou os braços com força. O moreno teve que se apoiar na parede para não cair no chão.
-Não vai acabar logo.
-É, entre a gente tudo é meio demorado. – provocou, para desconcentrá-la.
-Pára!
-Gosto de te ver com raiva. Você fica linda...
Pansy parou bem perto dele e olhou em seus olhos. O sentimento que via ali era tão intenso quanto o seu.
Harry ofegava um pouco e a morena acompanhava o ritmo de sua respiração. Sentiu as mãos dela tocando as suas. Então ela correu as unhas por seus braços até os ombros. Colou o corpo ao dele e o beijou. Harry correspondeu avidamente. Tentou abraçá-la, mas as mãos dela seguraram as dele, mantendo-as encostadas na parede. O moreno deixou que ela comandasse a situação, não se importava em submeter-se a ela de vez em quando.
Continuaram beijando-se, Harry cada vez mais pressionado contra a parede, pois Pansy mantinha o corpo junto ao dele. A moça o abraçou pelo pescoço e se afastou. Consultou seu relógio.
-29 – deu-lhe um selinho – 30. Ganhei.
Harry não respondeu de imediato. Ainda estava sob o efeito daquele beijo. Quando recuperou a voz, a morena estava pegando uma roupa em sua mala.
-Como assim?! Você trapaceou!
-Não. Eu imobilizei você por 30 segundos, esse era o trato.
-Eu podia ter saído a hora que eu quisessem!
-Mas não saiu. Seja um bom perdedor e admita a minha vitória. – disse, num tom suave, caminhando até ele.
-Você é uma trapaceira. – brincou Harry – Mas eu aceito o resultado, se me der um prêmio de consolação – ele a abraçou pela cintura. – Quero um beijo.
-Outro, você quer dizer.
-Não, eu quero um que dure mais de 30 segundos. Bem mais.
-OK. – abraçou-o pelo pescoço e sussurrou em seu ouvido: – Mas só um beijo?
Deixaram a paixão falar mais alto. Caminharam até a cama, esbarrando nos móveis, pois estavam com os olhos fechados. Só se afastavam para tomar fôlego. Caíram no colchão com as pernas entrelaçadas.
-Tem certeza que é uma boa idéia? – perguntou a morena, ofegante.
-Tenho. É a melhor idéia de todas!
-Tá bom. – ela o puxou pra mais perto – Mas já estamos prontos pra isso?
-Já. Vamos evitar brigar por bobagens e vamos resolver nossos problemas conversando, como adultos fazem.
-Além do mais, já chega de não-físico, né?
Pansy puxou Harry para cima de si e arranhou-lhe as costas, atiçando-o ainda mais. Ele beijou-a com mais paixão. A morena despiu-o da camiseta e passou as mãos por suas costas ao mesmo tempo que deslizava um dos pés pela perna dele. Harry a segurou pela cintura e girou na cama, deixando-a por cima. Ela mordeu levemente os lábios dele, enquanto as mãos dele chegavam perigosamente perto do top. Ela ergueu-se, com um joelho de cada lado da cintura dele e levantou os braços, mas antes que ele a despisse, uma batida na porta os interrompeu.
-Correio! Telegrama para o senhor Potter!
-Passa por baixo da porta! – gritaram em uníssono, alguns segundos depois.
-OK. – disse o mensageiro, com um tom meio assustado. – Lá vai. – O envelope deslizou pelo chão.
Pansy olhou para Harry, que tentava conter o riso e acabou rindo também. Saiu de cima dele e esticou-se na cama, gargalhando.
-Acho que o clima acabou. – disse o moreno, depois que conseguiu parar de rir.
-Nós apavoramos o mensageiro, coitado.
-Ele nunca mais vai trazer cartas pra gente... – ele levantou e pegou o envelope.
-Droga, parece que o mundo conspira contra nós!
-Calma, Petit. Vamos ter a nossa hora. – ela o acertou com um travesseiro – Ai!
-Não me chame assim, não gosto. – abraçou-o pela cintura, olhando a carta por cima do ombro dele – O que diz?
-Malfoy está “ordenando”: “venham pra Pequim imediatamente. Quim mandou notícias importantes.”. bom, ele se acha muito se pensa que vamos sair daqui à noite só porque ele quer. – o moreno pôs a carta sobre a mesa de cabeceira – O que acha de irmos amanhã depois do café?
-Parece ótimo. – ela o abraçou com força e o beijou no rosto – Vou tomar um banho pra dormir.
-Quer companhia?
-Não! – respondeu Pansy, já no banheiro.
-Está com fome? Posso pedir alguma coisa pra você.
-Não precisa, não quero comer.
Ela terminou o banho e saiu, vestindo um short doll. Harry seguiu-a com o olhar, acompanhando cada movimento dela. Pansy penteou o cabelo e deitou, esticando-se na cama sensualmente, consciente da atenção que recebia.
-Você gosta de me provocar, né? – disse o moreno. Ela riu e ficou meio vermelha.
-Vem dormir.
-Vou tomar um banho rápido.
-Bem rápido!
-Sim, senhora. – respondeu Harry, sorrindo.
Dez minutos depois, Harry, de banho tomado, juntava-se à morena na cama. Aconchegaram-se um ao outro, como há muito não faziam, beijaram-se rapidamente e adormeceram.
#Templo de Shen-Long, Rosan, 2 da tarde do dia seguinte#
Luna e Blaise estavam na biblioteca de um antigo monastério, pesquisando. Tinham conseguido informações de que os irmãos Chang visitavam aquele lugar com alguma freqüência e ficaram curiosos para saber a razão.
A empolgação inicial se esvaíra ao se darem conta de que os pergaminhos estavam, logicamente, escritos em chinês e eles não liam ou falavam esse idioma. Os Feitiços de Tradução não funcionaram adequadamente, de maneira que eles passaram o dia no meio daqueles pergaminhos velhos para quase nada.
-Algum progresso? – perguntou Blaise, coçando o nariz devido à poeira.
-Tem alguma coisa interessante aqui. – Luna executou o feitiço de tradução mais uma vez, mas poucas partes do texto passaram para inglês – Não vamos conseguir nada assim!
-E nem precisamos... – Blaise olhou em volta. Como ninguém prestava atenção neles, executou um feitiço de cópia em todos os pergaminhos que a loura examinava. Depois diminuiu todas as cópias ao tamanho de selos e guardou-as no bolso – Prontinho.
-Olha, geralmente eu censuraria você por fazer essas coisas, mas, dessa vez, foi genial, amor! – ela lhe deu um beijo rápido e saíram da biblioteca. Fizeram uma educada reverência ao velho monge que os atendera ao chegarem e se despediram.
-Podemos parar pra comer? A gente não almoçou.
-Eu queria mostrar isso logo pros outros. Não dá pra esperar chegarmos no hotel?
-Se eu morrer de inanição no caminho, isso vai pesar na sua consciência.
-Tá bom, Blaise. vamos parar pra comer!
-Ah, não reclama. Eu tenho que comer pra manter esse corpinho que você adora.
-Ok, ok. Depois do almoço, nós vamos pro hotel. Gina disse que a Pansy e o Harry ainda não tinham chegado mesmo.
-Fala sério, uma semana sozinhos e longe da ação e eles ainda se atrasam? Queria que o Shack nos desse essa moleza!
-Sabe, ainda não acredito que Quim os mandou pra Xangai à toa. Ele sempre soube que não há nada que nos interesse lá. Nosso chefe é um belo cupido, proporcionou àqueles dois uma lua-de-mel no meio da missão!
#Hotel Iang-Tsé, 14 horas#
-Até que enfim chegamos! Não acredito que demoraram tanto pra arrumar as malas!
-Não enche, Draco! – respondeu Pansy, absurdamente mau-humorada – Queria que deixássemos nossas coisas em Xangai?
-Ficaria satisfeito se saíssemos de lá mais cedo.
-Já estamos aqui, não é? Então pára de bancar o sargento que você não convence nesse papel! – respondeu Harry, igualmente irritado – Vamos fazer o registro.
Os dois foram ao balcão e se registraram, seguindo para o quarto logo depois. Gina, que acabara de chegar da vigilância ao Palácio, percebeu a tensão do ambiente.]-O que houve?
-Potter e Parkinson com um mau-humor do diabo.
A ruiva deu de ombros, e comentou:
-luna e Blaise têm novidades.
-Quando eles chegarem, talvez os pombinhos já estejam melhor.
#Quarto do casal P²#
-Acha que fomos muito grossos com o Draco? – perguntou Pansy.
-Acho. Depois a gente se desculpa. Quantas interrupções até agora, hein?
-Contando com aquela na sua casa, que eu mesma provoquei, já são 3. – a morena se jogou de costas na cama – Harry, não agüento mais!
-Eu também não. Acho que o mundo tá conspirando contra nós...
-Foi o que eu disse ontem. Quantas vezes vamos ter que tentar até conseguirmos ficar juntos? – choramingou a morena.
*Flashback*
Naquela manhã, o casal acordou meio tarde: eram 11 da manhã quando começaram a se espreguiçar.
-Bom dia, Harry.
-Muito bom. Faz tempo que eu não durmo tão bem assim.
-Eu também – a morena virou-se para ele com um leve sorriso – Ainda tá com sono?
Harry entendeu logo o que ela queria dizer. A moça deslizou o pé pela perna dele.
-Vem cá...- ele puxou-a para cima e beijaram-se longamente.
A morena tirou a camiseta dele e jogou para fora da cama. Harry passou as mãos nas pernas da namorada, puxou o short lentamente e o lançou longe. Sentiu o tecido da lingerie.
-Seda e renda? – perguntou o moreno, sorrindo. Ela confirmou com a cabeça.
-Seu favorito.
-Qual a cor?
-Azul marinho. – respondeu Pansy, erguendo-se para desamarrar o cordão da calça dele. Puxou a peça, exibindo a cueca Box do namorado, mas antes que o livrasse totalmente da roupa, o telefone tocou.
-Ah, não! – disseram em uníssono, olhando o aparelho. Pansy saiu de cima de Harry.
-De novo, não! – o moreno atendeu o telefone, raivoso – Quê?
-Potter, aqui é o Malfoy. vocês precisam ir pra Pequim imediatamente. Vim ajudar, to aguardando no saguão.
-Não tinha hora pior pra você ligar, não?
-Estão sozinhos aqui há dias e ainda querem mais? Nada disso, a lua-de-mel acabou. Desligo
harry pôs o fone na base e encarou Pansy.
-Olha, desse jeito eu não agüento.
-O que houve?
-Temos que ir.
-Agora?! Não dá pra esperar mais um pouquinho? A gente tava quase...
-Eu sei, eu sei – interrompeu Harry – mas o Malfoy tá esperando a gente. – ele arrumou a calça e levantou – Preciso de um banho frio.
-Mas que saco! Sabia que não é saudável acumular tanta energia sexual? – reclamou Pansy.
-É claro que eu sei. Também não agüento mais...
*Fim do Flashback*
-A culpa é minha. – disse a morena – Se eu não tivesse demorado tanto pra admitir, nós não estaríamos nessa situação.
-É, a culpa é toda sua. Se não fosse tão teimosa... – implicou Harry.
-Não tá ajudando. Qual a chance de conseguirmos ficar juntos agora que estamos aqui?
-Sei lá. – ele levantou- Vamos tentar nos focar, ok? Temos que nos preparar pra entrar no palácio, a festa é no sábado.
-Eu sei. – ela levantou também e pegou uma roupa na mala – Vou malhar. Nada melhor pra gastar energia.
-Eu vou descer. ‘Té mais tarde.
-Até.
O moreno saiu do quarto e foi para o saguão do hotel. Lembrou que Draco havia mencionado que Quim mandara uma notícia importante. Ficou curioso e acelerou os passos.
~*~
-Daniel Darcy fugiu?!
-Uma chave de portal o trouxe pra cá. – informou Gina.
-Ele nos enganou direitinho – disse Draco – Eu devia ter usado legilimência, mas ele pareceu tão inocente. – ele olhou na direção da entrada do hotel e apontou com a cabeça – Blaise e Luna.
-Trazemos notícias intrigantes.
--E quais são? – disse Pansy, surgindo de repente.
-Não ia malhar?
-Desisti. Quais são as notícias?
-Nossos feitiços de tradução são horríveis, mas deu pra entender alguma coisa nos pergaminhos do Templo.
-Então contem!
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N/a: Ai, ai. Como vão, queridos? Curiosos para saber o que foi descoberto em Rosan? Garanto que é interessante.
Desculpem a demora, mas é que o PC não fica no meu quarto, mas no da mh irmã e ela tá de férias, então não dá pra digitar direto a fic. Eu escrevo num caderno e dp digito. O problema é que me deu uma preguiça... Eu sei que isso é terrível, vou ir mais rápido pro próximo.
Lady, vc disse que Hannibal lembra canibal. Pois é, pra mim tb. Por 2 motivos: o 1º, o som da palavra. 2º me lembra Hannibal Lecter, o canibal vivido por Anthony Hopkins nos filmes O silêncio dos Inocentes, Dragão Vermelho e Hannibal. Mas, na verdade, Hannibal King é o nome de um personagem da série de quadrinhos Blade (aquele caçador de vampiros). Ele foi interpretado no cinema por Ryan Reinolds, que é esse que eu uso na fic.
Rosan é um lugar fictício. É o local de treinamento do Shiryu, dos Cavaleiros do Zodíaco.
Shen Long: "[...] o animal possui a forma de serpente e é considerado senhor dos quatro elementos já que vive embaixo da terra, cria o próprio fogo, nada pela água e voa pelo ar. Esse controle sobre os elementos confere ao dragão a quintessência, o quinto elemento que permite o domínio sobre toda a matéria deste mundo.", Revista Henshin nº 15, pág18.
Amores, até o próximo cap!!
Bjos e comentem pq isso ñ mata, né?
Fui!!
*PS: que peninha do Harry e da Pansy. Mas não se preocupem, eles terão sua noite, embora eu ache que teve bastante pimenta nesse cap.
*Ps2: Mínimo de 5 coments pra postar o 9.
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