UM NATAL INESPERADO
O dia estava mais frio do que nunca esteve naquele mês de Dezembro, e na véspera de natal, Harry tinha, além de Snape e do desaparecimento da espada, a grande preocupação de escolher os presentes de Natal que daria aos amigos.
- O que você acha que eu devo comprar pra Letícia? - Harry perguntou a Rony, que também matutava no que daria de presente a namorada.
- Para você é fácil, pode da qualquer coisa. E eu que sou o noivo?! - Rony estava a ponto de enlouquecer.
- Pense em algo romântico, como flores, doces, sei lá! - Harry respondia a contragosto.
- Que tal se nós dois fossemos ao Beco Diagonal para ver isto? - Sugeriu Rony saltando do pé da cama de Harry.
- Uhm... não é uma má idéia!
Os dois amigos degustaram os deliciosos biscoitos do café da manhã e aparataram para o Beco Diagonal logo após deixarem Hermione lendo “Caminhos básicos para encantamentos” em seu quarto.
Harry e Rony rodaram todas as lojas que poderiam imaginar pelo Beco, mas nada era do agrado de ambos.
- Por que não pedimos ajuda de alguém? Devemos admitir que estamos completamente perdidos - Disse
Harry desapontado, olhando para o cachecol que comprara para Hermione.
- Agora não há mais tempo! Eu já sei, vou à loja de trajes da Madame Malkim, vou comprar um vestido. - Afirmou Rony demasiadamente apressado.
- Uhm... Acho que a Letícia gosta dessas coisas. - Harry se aliviou.
Correram pelas pedras cuidadosamente postas no chão, empurrando e se batendo com vários bruxos que como eles, deixaram para comprar os presentes em última hora. Chegaram à pequena loja revestida por tecidos e roupas inacabadas, não viram ninguém e com pressa chamaram a velha senhora Malkim que costurava uma blusa atrás do balcão.
- Em que posso lhes servir meus rapazes? - Perguntou Madame Malkim desviando seus olhos para os dois.
- Precisamos de vestidos Madame Malkim, para duas garotas. - Disse Harry andando até a bruxa.
- E que idade elas tem? – Agora Madama Malkim já havia soltado sua agulha e a camisa debaixo do balcão e se voltara inteiramente aos amigos.
- Dezoito! – Os dois apressaram-se a responder.
A senhora Malkim pensou, refletiu por um minuto e como se uma lâmpada acesa aparecesse em sua cabeça, foi até o estoque e depois de dois minutos lá dentro, voltou com duas caixas bem jeitosas e bem embrulhadas. Ela as abriu cada uma continha um vestido, ambos de seda e do tamanho ideal.
- Nós vamos levar! - Disse Harry alegre.
Na Vila Lobo, na mansão Potter, já estava quase tudo pronto, a comida cheirava do lado de fora da casa e os enfeites já estavam todos a postos, inclusive o enorme pinheiro no canto da sala principal, cobertos com fadas reluzentes e uma imensa estrela incandescente na sua base.
O dia estava anoitecendo e Harry e Rony foram deitar-se, pensando na noite que passariam no dia seguinte.
O Natal não estava muito diferente do dia que o antecedeu, porém a neve resolvera dar uma trégua, o que não acontecia com o frio, que estava cada vez mais forte.
A comida estava mais cheirosa do que nunca e a casa também. Nunca estivera tão bem agradável.
A tarde passou sem surpresas, tudo já estava pronto, agora era apenas esperar os convidados chegarem para se divertirem.
A noite chegou, e os primeiros a socarem a porta da mansão Potter, certamente foram os Atwode.
- Boa noite Sr. e Sra. Atwode, Letícia, como vão? - Molly estava recebendo todos os convidados, parou por um instante admirando o vestido cuidadosamente bordado de Sabrine Atwode.
- Vamos bem, Molly, onde está Arthur? Preciso falar com ele. - Disse o Sr. Atwode andando normalmente, Harry estranhou alguma coisa diferente nos passos do homem.
- Harry?! - Letícia se adiantara a abraçar o garoto que observava sua chegada.
- O Arthur está lá em cima, ainda está se arrumando, vocês podem esperar aqui? - Respondeu Molly insatisfeita por eles terem chegado tão depressa.
- Certamente que sim, Molly. - Disse o Sr. Atwode se sentando no sofá com a esposa.
- Ah, Harry, Feliz Natal!
- Pra você também! – Exclamou dando um beijinho na bochecha macia da garota.
- HARRY! – Gritou Hermione de cima da escada, arrastando Rony pelo braço. – A gente te procurou lá em cima e você não tava...
- Uhm, eu desci há pouco... – Harry encarou a árvore enfeitada ao canto e apressou-se em levar Letícia até ela. Hermione e Rony nos acompanharam.
- Presente pra mim?! – Os olhos da garota encheram-se de brilho ao ver que Harry retirava uma caixa com laços entre os presentes e lhe entregara. – Obrigado Harry, você sempre gentil!
Agora Hermione e Rony presenciavam o abraço, enojados.
- Aqui o seu, Mione! – Rony também retirou uma caixa semelhante à de Harry e entregou a noiva.
- Obrigado! – Exclamou ela retribuindo o beijinho nos lábios.
Harry e Rony observavam aflitos as duas desembrulharem os presentes. Letícia deixava escapar sempre uma expressam de excitação a cada dobra desfeita.
- Que lindo Rony! – Hermione dera outro beijinho no noivo ao retirar o vestido rosa-bebe da caixa. – E cabe certinho. – Medira agora no corpo.
- AMEI.... Harry, muito lindo! – Letícia saltara para o colo de Harry. – Fica perfeito. – Ela também colocara o vestido diante o corpo para verificar o tamanho.
- EU SIMPLISMENTE NÃO ACREDITO! – Gritou Hermione virando-se de volta para Harry e Letícia.
- O que foi Mione?! – Rony recuou dois passos com o susto.
- São iguais?! – Agora era Letícia quem alterava a voz.
- IGUAIZINHOS! – Exclamou Hermione corando de raiva.
- Vocês estão enlouquecendo? – Questionou Harry também dando um passo pra trás.
- Rony, eu te odeio! – A menina bufava de raiva ao jogar o vestido sobe a árvore e correr para subir as escadas. Rony encarou Harry e a acompanhou.
- Harry, por que você comprou um vestido igual ao daquela... er... para mim?! – Letícia apertou o tecido em uma das mãos com força.
- O que tem?! – Perguntou ele ainda sem entender.
- O que houve aqui? Não estamos numa arena de confrontos! – A Sra. Weasleys chegara próximo a Harry e Letícia. – O que aconteceu com a Hermione?
Molly notara o vestido nas mãos de Letícia e logo passara o olho pelo tecido brilhoso pendurado na árvore.
- Eu realmente não sei, Sra. Weasley...
- Eu creio que já sei, Harry! – Molly dera um sorriso meia boca ao garoto. – Agora esqueça isso e vá receber seus convidados!
Harry voltou-se para Letícia, que saiu em direção aos seus pais no sofá. Aos poucos foram chegando mais convidados. Tonks e Lupin carregavam consigo um embrulho enorme, que Harry pôde agradecer ao descobrir que se tratava de uma nova gaiola para Edwiges. Aberforth mal chegara e se repousou ao lado do quadro de Dumbledore, conversavam adoidados.
Molly espantou-se ao abrir a porta e se deparar com uma velha enrugada, carregando um urubu empalhado em sua cabeça. Harry se aproximou.
- Sra. Figg! – Exclamou abraçando a mulher que há anos conhecia e pensara ser uma trouxa qualquer da Rua dos Alfeneiros.
- Ah, Potter! Como está?
- Uhm... Entre... entre! – Harry indicara a sala com uma das mãos. – Estou ótimo, e meus tios... digo, pedi para que você os olhassem para mim.
- Piores impossível! – Exclamou a velha sorrindo e se apressando a continuar ao ver o ar de espanto no rosto de Harry. – O dondoca do seu primo andou se metendo com coisas ilegais, no mês passado pintaram dezenas de policiais na porta deles. A Petúnia não sabia onde enfiar a cara no outro dia quando saiu uma nota no jornal, falando que o Duda tinha sido preso por ser cabeça de uma gangue que roubou a joalheira do Martins.
- O Duda, está preso?! – Harry lembrou-se das maldades que seu primo fazia quando se juntava com os amigos nos verões.
- Não, não! Só dormiu uma noite na cadeia, mas seus tios pagaram a fiança...
- HARRY! – Um rapaz de cabelos longos mal cuidados irromperá pela porta correndo ao encontro do afilhado.
- Sirius! – Harry abria um sorriso que tomava de orelha a orelha.
- Quanto tempo Harry! - Sirius falou feliz, parecia ter visto alguém que não via a milhares de anos.
- Como foi lá na Suiça? Tudo bem?
- Ah, tudo correu muito bem, sem problemas nem complicações, eu soube que as coisas aqui estão meio difíceis, não?!
- Com certeza! – Harry ainda ria. – Mas nos daremos um jeito.
- Sim Harry. Sempre damos! – Sirius apertou mais uma vez as costelas de Harry nos seus braços. – Mais tarde tenho uma surpresinha pra você, lá fora.
Narcisa e Draco haviam chegado acompanhando Rufus, seguidos de Jorge e Fred que entupiam seus braços com embrulhos. Pouco depois Gui, Fleur e Alastor Olho-tonto Moody se serviram de vinho, nas bandejas que Dobby carregava. Todos foram se acomodando aos poucos e se presenteando, matando as saudades.
Sr. e Sra. Atwode permaneciam sentados ao sofá conversando com Arthur, Rufus e Narcisa. A Sra. Figg entrara com Molly para a cozinha, enquanto Fred e Jorge distribuíam cada um de seus presentes. Um pequeno ramo que enfeitava uma das paredes acabara de ser derrubado por Tonks, ao tentar ajeitar o colarinho de Lupin, Moody ria.
Harry e Letícia estavam sentados lado a lado em um dos degraus no pé da escada. A garota ainda estava meio emburrada.
- Mas Harry, eu preferiria até mesmo uma flor. – Letícia admirava a sandália aos pés.
- Desculpe, eu realmente não poderia imaginar que...
“Tra-BUM!”
Um forte estampido vindo da porta deixara todos presos e imóveis em seus lugares.
A porta de Carvalho que apouco todos entraram, à qual ligava a entrada da Mansão Potter, acabara de ser arrancada e lançada em uma das paredes, partindo-a no meio.
A silhueta de um homem alto, sem cabelos invadiu o buraco que agora se tinha no lugar da porta. Agora todos já se moviam em um único trajeto, as mãos nas vestes a procura das varinhas.
- Dorneir Mcmallian?! – Arthur indagou já com a varinha direcionada ao homem.
- AVADA KEDAVRA! – Exclamou Mcmallian que agora adentrava sem medo a sala cheia de bruxos, sua varinha apontava para a escada, seus olhos ficavam-se em Harry.
O jato de luz verde foi interceptado pelo corrimão, antes que pudesse atingir o garoto.
- ESTUPEF...
- NÃO, Sirius! – Arthur gritou para o padrinho de Harry, sua varinha estava fixa para Mcmallian. – Ele está sob imperius!
Harry levantou-se rapidamente envolvendo Letícia, que tremia em seus braços e viu Tonks se adiantar ao recém buraco na parede olhando para o jardim, à procura de um acompanhante.
Os demais hasteavam suas varinhas para o bruxo de peito aberto, que percorria a sala se direcionando a Harry.
- Mais um passo e você morre, Mcmallian! – Exclamou Rufus abraçado com Narcisa em um dos braços e sua varinha rende na outra mão.
- AVADA KE...
- Avada Kedavra! – Draco Malfoy, se impunha ao meio da sala, varinha mirada para os olhos do bruxo, as palavras da maldição saíra como uma nota musical por sua boca.
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